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Brasília 52, parte 3: sem dinheiro público, a capital quebra

Fernando Rodrigues

Além de população, Brasília atraiu para si muito dinheiro. Dinheiro público. O mesmo não ocorreu com o restante do Centro-Oeste. A cidade tem o maior PIB per capita do Brasil, muito superior aos valores de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, segundo os dados mais recentes do IBGE:

Apesar de tanto dinheiro, Brasília não consegue se manter sozinha. Para não quebrar, depende de receber dinheiro da União (por meio do Fundo Constitucional do Distrito Federal). Ou seja: só sobrevive graças aos impostos pagos por todos os brasileiros, em todos os Estados.

De 2003 a 2011, os brasileiros deram R$ 53 bilhões para Brasília existir –em valores nominais e sem correção.

Em 2012, essa verba deverá ser de R$ 10 bilhões. É maior que o orçamento inteiro de alguns Estados, como Alagoas, cujas despesas totais são estimadas em R$ 6,6 bilhões.

Uma explicação evidente para a dependência aguda do dinheiro federal é a insignificância do setor produtivo do DF. Segundo o IBGE, indústria e agropecuária juntas respondem por cerca de 7% do PIB local, enquanto o setor de serviços representa 93%. E mais uma vez nota-se o peso do setor público, que é 54% dos serviços.

Esse dinheiro público todo tem efeitos positivos para a elite de Brasília, mas sem produzir bons resultados para seu entorno. O Blog cita mais dois últimos dados sobre o dinheiro da capital: renda domiciliar per capita e rendimento médio do trabalho. Em ambos os casos, o DF tem resultados acima da média brasileira e do Centro-Oeste (números nos quadros abaixo). Mas isso não significa que todos os brasilienses estão bem de vida, como se demonstrado no tópico nº 4.


 

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