Blog do Fernando Rodrigues

Inocêncio, após 10 anos, sem cargo na Câmara

Fernando Rodrigues

Ícone do baixo clero no Congresso, deputado de Pernambuco pode ficar sem vaga na direção da Câmara.

Em 2013, o PR, sigla de Inocêncio Oliveira, não o quer mais em função de destaque.

Depois de uma onda de renovação em algumas cidades nas últimas eleições, a tendência está chegando ao Congresso. Um dos ícones do baixo clero da Câmara dos Deputados corre o risco de ficar fora da direção da Casa a partir de 2013. Inocêncio Oliveira, 74 anos e há 37 anos ininterruptos como deputado federal (agora pelo PR de Pernambuco), não está cotado para ser incluído na chapa favorita para compor a Mesa Diretora dos próximos dois anos.

O PR (Partido da República) pretende retirar o apoio que até agora deu a Inocêncio Oliveira.

Em janeiro de 2013, Inocêncio completará 10 anos seguidos com cargo na Mesa. Ele é o atual 3º secretário da Câmara, responsável por controlar as requisições de passagens aéreas dos deputados e examinar justificativas de faltas –basicamente, um guichê para prestar favores aos colegas da Casa. O mandato termina em 31 de janeiro, como os de todos os outros 6 integrantes da Mesa Diretora.

O PR deverá ter 1 dos 7 assentos da Mesa no ano que vem porque sua bancada é uma das maiores (esses cargos são distribuídos de acordo com o nº de deputados de cada legenda). Mas a sigla quer outro de seus deputados na vaga. Se Inocêncio quiser o posto, terá que disputá-lo sem o apoio dos colegas, resumiu ao Blog um dos integrantes da bancada do partido, na condição de não ter o seu nome revelado.

Oliveira foi da Arena e do PDS (siglas de sustentação da ditadura militar), do PFL e do PL. Agora, está no PR. Seu 1º mandato começou em 1975. Daquele ano em diante, nunca deixou a Casa. Exerce agora seu 10º mandato. Ele também já teve vários cargos na direção da Câmara, inclusive o de presidente da Casa, em 1993 e 1994. A atual participação do pernambucano na Mesa começou em 2003, quando foi 1º vice-presidente. Em seguida, foi 1º secretário, 2º vice-presidente, 2º secretário e, agora, 3º secretário.

Se perder o espaço que tem, Oliveira corre o risco de, na próxima eleição, entrar para a lista de políticos mais antigos que entram em uma fase crepuscular. É de seu próprio Estado, Pernambuco, um membro representativo desse grupo decadente: o ex-senador e ex-vice-presidente da República Marco Maciel ficou sem mandato após 43 anos ao perder a eleição de 2010.

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