Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : agosto 2013

Os efeitos do Donadongate
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Fernando Rodrigues

BRASÍLIA – A absolvição do deputado presidiário, Natan Donadon, é um despautério, todos sabem. Mas, passado o choque, cabe a pergunta: a Câmara está melhor, pior ou igual depois de ter mantido o mandato de alguém já condenado e cumprindo pena em regime fechado? Leia mais (para assinantes do UOL e da Folha).


Associações comerciais de SP enviam carta a Henrique Alves pelo fim do voto secreto
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Fernando Rodrigues

Entidades representam 240 mil empresários

Joel Silva/Folhapress - 27/11/2008

Numa rara manifestação de conteúdo político, a Associação Comercial de São Paulo e a Federação das Associações Comerciais de São Paulo enviaram uma carta ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pedindo “urgência para a aprovação do fim do voto secreto” em votações sobre a cassação de mandatos.

A razão da carta, assinada pelo presidente das entidades, Rogério Amato (foto), é a manutenção do mandato do deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB), de Roraima, decidida na 4ª feira (28.ago.2013).

Para que a Câmara cassasse o mandato de Donadon, eram necessários 257 votos. Mas apenas 233 deputados votaram pela cassação. Protegidos pelo voto secreto, 131 congressistas votaram contra a cassação.

A carta das associações, que representam 240 mil empresários, diz ter visto com inquietação a absolvição de Donadon. “As entidades signatárias consideram como agravante”, diz o texto, o fato de ter sido tudo decidido em “votação secreta, o que não permite ao eleitor cobrar de cada deputado uma justificativa por seu voto”.

O Blog publicou a lista dos ausentes à sessão de quarta-feira, mas não há como saber quem votou para absolver ou condenar Donadon.

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Deputados pedem nova votação sobre mandato de Natan Donadon
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Fernando Rodrigues

Congressista votou na sessão que decidia sobre seu próprio mandato, o que é proibido pelas normas da Câmara

Alan Marques/Folhapress

Alan Marques/Folhapress

Os deputados Simplício Araújo (PPS-MA) e Amauri Teixeira (PT-BA) pediram hoje (29.ago.2013) à mesa diretora da Câmara que anule a votação que manteve o mandato do deputado Natan Donadon (ex-PMDB), de Rondônia, preso desde junho após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal.

Eles afirmam que o regimento da Câmara foi violado. Donadon votou na sessão que decidia sobre o seu mandato, o que é proibido pelas normas da Casa (fotos acima, de Alan Marques, às 20h33 de quarta-feira, dia 28.ago.2013).

Ontem, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), percebeu que Donadon havia votado e tentou contornar a situação. Como a votação foi secreta, Alves presumiu que Donadon havia votado contra a própria cassação e reduziu, no placar, um dos votos pelo “não”.

Para Araújo e Teixeira, a manobra de Alves foi ilegal e a Casa deveria realizar uma nova votação.”Quem garante que Donadon votou ‘não’? E se a consciência dele determinou que se abstivesse?”, afirmou Araújo.

O artigo 180, parágrafo 8, do regimento da Câmara determina: “No caso de deliberação sobre aplicação de sanção disciplinar por conduta atentatória ou in­compatível com o decoro parlamentar, é vedado o aco­lhimento do voto do Deputado representado”.

A Câmara ainda não avaliou o pedido de anulação, mas o secretário-geral da mesa, Mozart Vianna, acredita que o pleito não será aceito. “O regimento estabelece que o voto não deve ser acolhido, e de fato ele não foi”, diz.

(Bruno Lupion)

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Conheça os deputados que não votaram na sessão para cassar Natan Donadon
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Fernando Rodrigues

A lista completa com nome, partido e e-mail de cada um dos 104 ausentes

A seguir, a lista completa dos 104 deputados que não votaram na sessão de ontem (28.ago.2013), quando foi analisado (e rejeitado) o pedido de cassação do deputado Natan Donadon (ex-PMDB), de Rondônia.

Muitos desses deputados estavam presentes na Câmara, mas preferiram não votar. Para efeitos práticos, é como se tivessem faltado (aqui, a lista de quem esteve presente e não votou).

Para todos os efeitos, portanto, estavam ausentes da sessão de votação. Ou seja, esses 104 deputados foram explicitamente a favor de salvar o mandato de Natan Donadon: ajudaram a reduzir o quórum e tornaram mais difícil atingir os 257 votos, o mínimo necessário para uma cassação.

No post a seguir, uma contabilidade desses gazeteiros mostrando que foram os partidos governistas, alinhados ao Palácio do Planalto, os que mais tiveram deputados ausentes.

A lista com os nomes, telefones do gabinete e e-mails dos 104 deputados foi montada a partir de uma comparação entre a composição completa da Câmara com a relação de quem estava presente ontem (tudo com dados oficiais da Câmara dos Deputados).

Eis a relação completa dos ausentes (os que não votaram) na sessão de 28.ago.2013:

Abelardo Camarinha (PSB-SP) – (61) 3215-5609 – dep.abelardocamarinha@camara.leg.br

Abelardo Lupion (DEM-PR) – (61) 3215-5515 – dep.abelardolupion@camara.leg.br

Afonso Hamm (PP-RS) – (61) 3215-5604 – dep.afonsohamm@camara.leg.br

Alceu Moreira (PMDB-RS) – (61) 3215-5445 – dep.alceumoreira@camara.leg.br

Alexandre Roso (PSB-RS) – (61) 3215-5742 – dep.alexandreroso@camara.leg.br

Alice Portugal (PCdoB-BA) – (61) 3215-5420 – dep.aliceportugal@camara.leg.br

Almeida Lima (PPS-SE) – (61) 3215-5726 – dep.almeidalima@camara.leg.br

André Zacharow (PMDB-PR) – (61) 3215-5238 – dep.andrezacharow@camara.leg.br

Angelo Vanhoni (PT-PR) – (61) 3215-5672 – dep.angelovanhoni@camara.leg.br

Anselmo de Jesus (PT-RO) – (61) 3215-5948 – dep.anselmodejesus@camara.leg.br

Antonio Balhmann (PSB-CE) – (61) 3215-5522 – dep.antoniobalhmann@camara.leg.br

Arnaldo Jardim (PPS-SP) – (61) 3215-5245 – dep.arnaldojardim@camara.leg.br

Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA) – (61) 3215-5537 – dep.arthuroliveiramaia@camara.leg.br

Artur Bruno (PT-CE) – (61) 3215-5467 – dep.arturbruno@camara.leg.br

Asdrubal Bentes (PMDB-PA) – (61) 3215-5410 – dep.asdrubalbentes@camara.leg.br

Bernardo Santana De Vasconcellos (PR-MG) – (61) 3215-5854 – dep.bernardosantanadevasconcellos@camara.leg.br

Betinho Rosado (DEM-RN) – (61) 3215-5840 – dep.betinhorosado@camara.leg.br

Beto Albuquerque (PSB-RS) – (61) 3215-5338 – dep.betoalbuquerque@camara.leg.br

Beto Faro (PT-PA) – (61) 3215-5723 – dep.betofaro@camara.leg.br

Beto Mansur (PP-SP) – (61) 3215-5616 – dep.betomansur@camara.leg.br

Biffi (PT-MS) – (61) 3215-5260 – dep.biffi@camara.leg.br

Bohn Gass (PT-RS) – (61) 32155269 – dep.bohngass@camara.leg.br

Carlos Bezerra (PMDB-MT) – (61) 3215-5815 – dep.carlosbezerra@camara.leg.br

Carlos Magno (PP-RO) – (61) 3215-5213 – dep.carlosmagno@camara.leg.br

Carlos Roberto (PSDB-SP) – (61) 3215-5568 – dep.carlosroberto@camara.leg.br

Claudio Cajado (DEM-BA) – (61) 3215-5630 – dep.claudiocajado@camara.leg.br

Darcísio Perondi (PMDB-RS) – (61) 3215-5518 – dep.darcisioperondi@camara.leg.br

Dr. Luiz Fernando (PSD-AM) – (61) 3215-5520 – dep.dr.luizfernando@camara.leg.br

Edson Pimenta (PSD-BA) – (61) 3215-5403 – dep.edsonpimenta@camara.leg.br

Eduardo Sciarra (PSD-PR) – (61) 3215-5433 – dep.eduardosciarra@camara.leg.br

Eli Correa Filho (DEM-SP) – (61) 3215-5519 – dep.elicorreafilho@camara.leg.br

Eliene Lima (PSD-MT) – (61) 3215-5837 – dep.elienelima@camara.leg.br

Eliseu Padilha (PMDB-RS) – (61) 3215-5222 – dep.eliseupadilha@camara.leg.br

Enio Bacci (PDT-RS) – (61) 3215-5930 – dep.eniobacci@camara.leg.br

Eurico Júnior (PV-RJ) – (61) 3215-5375 – dep.euricojunior@camara.leg.br

Fernando Torres (PSD-BA) – (61) 3215-5462 – dep.fernandotorres@camara.leg.br

Gabriel Chalita (PMDB-SP) – (61) 3215-5817 – dep.gabrielchalita@camara.leg.br

Genecias Noronha (PMDB-CE) – (61) 3215-5244 – dep.geneciasnoronha@camara.leg.br

Giovani Cherini (PDT-RS) – (61) 32155468 – dep.giovanicherini@camara.leg.br

Giovanni Queiroz (PDT-PA) – (61) 3215-5618 – dep.giovanniqueiroz@camara.leg.br

Guilherme Mussi (PP-SP) – (61) 3215-5712 – dep.guilhermemussi@camara.leg.br

Heuler Cruvinel (PSD-GO) – (61) 3215-5275 – dep.heulercruvinel@camara.leg.br

Homero Pereira (PSD-MT) – (61) 3215-5960 – dep.homeropereira@camara.leg.br

Inocêncio Oliveira (PR-PE) – (61) 32155963 – dep.inocenciooliveira@camara.leg.br

Iriny Lopes (PT-ES) – (61) 3215-5469 – dep.irinylopes@camara.leg.br

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) – (61) 3215-5622 – dep.jandirafeghali@camara.leg.br

Jaqueline Roriz (PMN-DF) – (61) 3215-5408 – dep.jaquelineroriz@camara.leg.br

João Lyra (PSD-AL) – (61) 3215-5720 – dep.joaolyra@camara.leg.br

João Paulo Cunha (PT-SP) – (61) 3215-5965 – dep.joaopaulocunha@camara.leg.br

Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) – (61) 3215-5538 – dep.jorgetadeumudalen@camara.leg.br

José Carlos Araújo (PSD-BA) – (61) 3215-5246 – dep.josecarlosaraujo@camara.leg.br

José Genoíno (PT-SP) – (61) 3215-5967 – dep.josegenoino@camara.leg.br

José Linhares (PP-CE) – (61) 3215-5860 – dep.joselinhares@camara.leg.br

José Otávio Germano (PP-RS) – (61) 3215-5424 – dep.joseotaviogermano@camara.leg.br

José Priante (PMDB-PA) – (61) 3215-5752 – dep.josepriante@camara.leg.br

Josias Gomes (PT-BA) – (61) 3215-5642 – dep.josiasgomes@camara.leg.br

Jovair Arantes (PTB-GO) – (61) 3215-5504 – dep.jovairarantes@camara.leg.br

Júnior Coimbra (PMDB-TO) – (61) 3215-5274 – dep.juniorcoimbra@camara.leg.br

Laercio Oliveira (PR-SE) – (61) 3215-5629 – dep.laerciooliveira@camara.leg.br

Leonardo Quintão (PMDB-MG) – (61) 3215-5914 – dep.leonardoquintao@camara.leg.br

Lira Maia (DEM-PA) – (61) 3215-5516 – dep.liramaia@camara.leg.br

Luiz Alberto (PT-BA) – (61) 3215-5954 – dep.luizalberto@camara.leg.br

Luiz Fernando Faria (PP-MG) – (61) 3215-5339 – dep.luizfernandofaria@camara.leg.br

Manoel Salviano (PSD-CE) – (61) 3215-5506 – dep.manoelsalviano@camara.leg.br

Manuel Rosa Neca (PR-RJ) – (61) 3215-5341 – dep.manuelrosaneca@camara.leg.br

Marco Tebaldi (PSDB-SC) – (61) 3215-5483 – dep.marcotebaldi@camara.leg.br

Marcon (PT-RS) – (61) 3215-5569 – dep.marcon@camara.leg.br

Marcos Montes (PSD-MG) – (61) 3215-5334 – dep.marcosmontes@camara.leg.br

Marcus Pestana (PSDB-MG) – (61) 3215-5715 – dep.marcuspestana@camara.leg.br

Marina Santanna (PT-GO) – (61) 3215-5279 – dep.marinasantanna@camara.leg.br

Mário Feitoza (PMDB-CE) – (61) 3215-5371 – dep.mariofeitoza@camara.leg.br

Miguel Corrêa (PT-MG) – (61) 3215-5627 – dep.miguelcorrea@camara.leg.br

Nelson Padovani (PSC-PR) – (61) 3215-5513 – dep.nelsonpadovani@camara.leg.br

Newton Cardoso (PMDB-MG) – (61) 3215-5932 – dep.newtoncardoso@camara.leg.br

Odair Cunha (PT-MG) – (61) 3215-5556 – dep.odaircunha@camara.leg.br

Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) – (61) 3215-5254 – dep.pastormarcofeliciano@camara.leg.br

Paulo Foletto (PSB-ES) – (61) 3215-5839 – dep.paulofoletto@camara.leg.br

Paulo Maluf (PP-SP) – (61) 3215-5512 – dep.paulomaluf@camara.leg.br

Pedro Eugênio (PT-PE) – (61) 3215-5902 – dep.pedroeugenio@camara.leg.br

Pedro Henry (PP-MT) – (61) 3215-5829 – dep.pedrohenry@camara.leg.br

Pedro Uczai (PT-SC) – (61) 3215-5229 – dep.pedrouczai@camara.leg.br

Pinto Itamaraty (PSDB-MA) – (61) 3215-5933 – dep.pintoitamaraty@camara.leg.br

Renan Filho (PMDB-AL) – (61) 3215-5907 – dep.renanfilho@camara.leg.br

Renato Molling (PP-RS) – (61) 3215-5337 – dep.renatomolling@camara.leg.br

Renzo Braz (PP-MG) – (61) 3215-5373 – dep.renzobraz@camara.leg.br

Rogério Carvalho (PT-SE) – (61) 3215-5641 – dep.rogeriocarvalho@camara.leg.br

Romário (sem partido-RJ) – (61) 3215-5411 – dep.romario@camara.leg.br

Ronaldo Zulke (PT-RS) – (61) 3215-5858 – dep.ronaldozulke@camara.leg.br

Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) – (61) 3215-5230 – dep.rosinhadaadefal@camara.leg.br

Sabino Castelo Branco (PTB-AM) – (61) 3215-5911 – dep.sabinocastelobranco@camara.leg.br

Sandra Rosado (PSB-RN) – (61) 3215-5650 – dep.sandrarosado@camara.leg.br

Sérgio Brito (PSD-BA) – (61) 3215-5638 – dep.sergiobrito@camara.leg.br

Sergio Guerra (PSDB-PE) – (61) 3215-5754 – dep.sergioguerra@camara.leg.br

Toninho Pinheiro (PP-MG) – (61) 3215-5584 – dep.toninhopinheiro@camara.leg.br

Valdemar Costa Neto (PR-SP) – (61) 3215-5542 – dep.valdemarcostaneto@camara.leg.br

Vanderlei Macris (PSDB-SP) – (61) 3215-5348 – dep.vanderleimacris@camara.leg.br

Vicente Arruda (PR-CE) – (61) 3215-5603 – dep.vicentearruda@camara.leg.br

Vicentinho (PT-SP) – (61) 3215-5740 – dep.vicentinho@camara.leg.br

Vilalba (PRB-PE) – (61) 3215-5915 – dep.vilalba@camara.leg.br

Vilson Covatti (PP-RS) – (61) 3215-5228 – dep.vilsoncovatti@camara.leg.br

Waldir Maranhão (PP-MA) – (61) 3215-5541 – dep.waldirmaranhao@camara.leg.br

Weliton Prado (PT-MG) – (61) 3215-5862 – dep.welitonprado@camara.leg.br

Zé Vieira (PR-MA) – (61) 3215-5405 – dep.zevieira@camara.leg.br

Zoinho (PR-RJ) – (61) 3215-5619 – dep.zoinho@camara.leg.br

post scriptum: alguns desses 104 deputados tiveram razão real para não votar. Por exemplo, algum problema de saúde. Ainda assim, todos poderiam (mesmo doentes), pelo menos ter dado uma declaração pública ontem (28.ago.2013), defendendo ou não a cassação Natan Donadon. Não foi o que o ocorreu.

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Governistas lideram faltas para ajudar Donadon
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Fernando Rodrigues

PT e outras siglas governistas tiveram maior número de ausentes na sessão que salvou deputado preso

O Partido dos Trabalhadores e outras siglas governistas foram os responsáveis pelo maior número de ausentes na sessão da Câmara que salvou o mandato do deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB), de Rondônia.

A lista de todos os 104 deputados que não votaram.

Os 5 maiores partidos governistas na Câmara (PT, PMDB, PSD, PP e PR) têm juntos 289 deputados. Na sessão de ontem (28.ago.2013), só compareceram para votar 219. Ou seja, os 70 gazeteiros representaram uma taxa de ausência de 24,2%.

Os quatro maiores partidos de oposição (PSDB, DEM, PPS e PSOL) têm uma bancada conjunta de 91 deputados. Desses, 14 faltaram na sessão de cassação de Donadon, ou seja, 15,4%

É claro que a simples presença dos deputados na sessão de votação não garantiria a cassação de Donadon. Mas os que faltaram ajudaram ostensivamente a salvar o mandato do Deputado.

O resultado da votação, que teve 409 deputados presentes, foi o seguinte:

– A favor da cassação: 233 votos
– Contra a cassação: 131 votos
– Abstenções: 41 votos
– Deputados em obstrução: 4

Seriam necessários 50% mais 1 de todos os 513 deputados para cassar o mandato –257 votos.

Ou seja: 257 – 233 = 24.

Faltaram, portanto, 24 votos para cassar Donadon. Um número que poderia ter sido atingido com folga com os 70 deputados gazeteiros dos 5 maiores partidos pró-Palácio do Planalto (PT à frente).

Eis a tabela com os números de deputados que estiveram presentes e ausentes na sessão de ontem:

post scriptum: alguns desses 104 deputados tiveram razão real para não votar. Por exemplo, algum problema de saúde. Ainda assim, todos poderiam (mesmo doentes), pelo menos ter dado uma declaração pública ontem, defendendo ou não a cassação Natan Donadon. Não foi o que o ocorreu.

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Serra é competitivo mesmo sem tempo de TV, diz Kassab
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Fernando Rodrigues

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, acredita que o ex-governador paulista José Serra vai sair do PSDB e se lançar candidato ao Palácio do Planalto em 2014.

Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, Kassab declarou que o hoje tucano Serra seria competitivo mesmo sem tempo de propaganda de rádio e TV numa legenda de menor expressão.

“Tem algumas figuras no Brasil que, no momento da sua vida, o partido já não é tão importante numa eleição presidencial quanto seria no passado”, disse Kassab. Ele cita os ex-presidentes Lula e FHC e “o próprio ex-governador José Serra”.

 

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O partido de Marina
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Fernando Rodrigues

BRASÍLIA – Há, hoje, 30 partidos no Brasil. Nenhum deles requereu o que a ex-senadora Marina Silva pede ao Tribunal Superior Eleitoral. Não que Marina esteja errada. Trata-se apenas de um caminho novo. Leia mais (para assinantes do UOL e da Folha).


Motoniveladoras viram ‘souvenir’ de Dilma para prefeitos
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Fernando Rodrigues

Neste ano, governo comprou 1.591 motoniveladoras e 3.995 retroescavadeiras

A presidente Dilma Rousseff encontrou seu souvenir ideal para presentear as cidades visitadas por ela em todo o país: motoniveladoras e retroescavadeiras.

Desde abril, a presidente tem feito mais de uma entrega mensal das máquinas. Os veículos são colocados ao lado do palanque de Dilma e depois servem de pano de fundo para as fotos com os prefeitos.

A primeira entrega das máquinas de Dilma ocorreu em 2 de abril, em Fortaleza (CE). A presidente distribuiu 31 retroescavadeiras e 30 motoniveladoras para 59 municípios cearenses.

Dez dias depois, a presidente foi a Porto Alegre (RS) e levou mais 80 retroescavadeiras e 40 motoniveladoras, distribuídas para 54 cidades gaúchas.

Em 16 de abril, a presidente foi a Belo Horizonte e Ribeirão das Neves, em Minas Gerais. As máquinas estavam lá: 58 motoniveladoras e 50 retroescavadeiras, entregues para 102 prefeitos.

Em 3 de junho, Dilma pegou o avião presidencial e foi até Natal (RN), acompanhada do presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Presenteou 149 cidades com 101 retroescavadeiras e 149 motoniveladoras.

Salvador (BA) recebeu a visita da presidente em 4 de julho. Com Dilma, vieram 130 retroescavadeiras e 193 motoniveladoras.

Em 19 de agosto, a presidente foi a São Bernardo do Campo, reduto do ex-presidente Lula, e entregou 100 retroescavadeiras. Alguns prefeitos receberam a chave das mãos de Dilma.

No total, a presidente já entregou pessoalmente 492 retroescavadeiras e 470 motoniveladoras, num valor total de cerca de R$ 235 milhões.

A compra das máquinas é realizada com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e está livre dos cortes orçamentários.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, neste ano o programa já comprou 3.995 retroescavadeiras e 1.591 motoniveladoras. Leia abaixo o número de máquinas entregues por Estado, obtido pelo Blog.

(Bruno Lupion)

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Políticos agora terão preço fixo nas campanhas
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Fernando Rodrigues

A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a emenda constitucional que cria o chamado Orçamento impositivo. Se o Senado vier a aprovar tal medida, cada congressista terá, anualmente, o direito de destinar R$ 11,4 milhões (a preços de agora) cada um para obras pelo país afora.

Hoje, os deputados e senadores já podem fazer essas emendas ao Orçamento. Mas é uma ficção. O Palácio do Planalto libera quando bem entende –e de acordo com a fidelidade do congressista envolvido. É a fisiologia no seu ponto mais alto. Não é um bom sistema.

Em vez de arrumar o problema, o Congresso decidiu torná-lo ainda pior. Com o Orçamento impositivo, o governo fica obrigado a liberar os R$ 11,4 milhões para cada uma das obras indicadas pelos 513 deputados e 81 senadores. É fácil fazer a conta: o total é de R$ R$ 6,8 bilhões.

Na defesa da ideia, os deputados argumentaram que o valor é pequeno (1% das receitas líquidas da União). Essa comparação revela uma completa falta de parâmetros que tomou conta da política aqui em Brasília.

Esse valor (R$ 6,8 bilhões) é dinheiro em qualquer lugar do mundo. Aqui, é só (sic) 1% das receitas líquidas. Então pode ser usado para atender aos desejos de deputados e senadores.

Há um outro aspecto assustador. É o fato de os políticos eleitos para o Congresso passarem a passear na campanha com uma etiqueta pendurada no pescoço: “Vale R$ 11,4 milhões”. Financiadores de campanha saberão de antemão que o candidato a deputado ou a senador terá um poder unipessoal, inscrito na Constituição, de enviar R$ 11,4 milhões para obras pelo país.

Não é difícil imaginar o tipo de negociata que vai emergir dessa nova realidade. Eis uma hipótese: “Ajude na minha campanha que depois eu dou um jeito de mandar R$ 11,4 milhões para alguma cidade construir um ginásio de esportes contratando a sua empreiteira”.

Os deputados contestam essa possibilidade. Afinal, as emendas ao Orçamento precisam ser todas aprovadas numa votação em plenário. E mais: o Tribunal de Contas da União tem a obrigação de fiscalizar a execução de tudo.

Bem, são argumentos indigentes. Primeiro: nenhum deputado terá coragem de vetar a emenda orçamentária do colega. Segundo: o TCU não terá nunca condições de fiscalizar essas mais de 600 obras pelo país afora.

É evidente que os políticos não são todos picaretas. Mas quando o Congresso decide aprovar medidas como essa do Orçamento impositivo, os honestos acabam entrando no mesmo balaio do imaginário popular.

A partir de agora, se o Senado também aprovar a proposta, os políticos em campanha terão preço fixo: R$ 11,4 milhões.

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Em meio a trapalhada na Bolívia, Itamaraty lança novo site
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Fernando Rodrigues

Página defende a reforma do Conselho de Segurança da ONU

O Ministério das Relações Exteriores escolheu uma boa data para lançar seu novo esforço de comunicação pela reforma do Conselho de Segurança da ONU: hoje (27.ago.2013), um dia após a demissão do chanceler Antonio Patriota pela trapalhada envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina.

A iniciativa do Itamaraty para defender a reforma do conselho, ambição do país há mais de uma década, consiste em um site exclusivo com informações sobre o tema, em português, espanhol e inglês.

Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, o site entrou no ar para testes na semana passada, ainda com defeitos. Após algumas correções, a página foi formalmente apresentada ao público hoje.

Em destaque no site, um editorial aponta uma estrutura de governança “desatualizada” no Conselho de Segurança, que comprometeria sua legitimidade, e clama pela inclusão de novos atores no órgão, especialmente países do mundo em desenvolvimento.

“A reforma (..) precisa ser debatida não somente em gabinetes e conferências internacionais, mas também nas universidades, na imprensa, em parlamentos – enfim, pela sociedade em geral”, afirma o texto.

É possível conhecer o resultado de uma década de reuniões, desde setembro de 2003, que visaram à reforma do conselho. Há também um resumo didático da última reforma realizada no órgão, em 1965, e artigos e documentos sobre o tema.

Comentário do Blog: a falta de senso de oportunidade do Itamaraty ao lançar esse site hoje só demonstra como os diplomatas brasileiros são desconectados da realidade. Vivem encapsulados num mundo próprio, quase em estado criogênico.

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