Blog do Fernando Rodrigues

Armínio Fraga é conselheiro econômico mais influente de Aécio

Fernando Rodrigues

Ex-presidente do BC recomenda “decisões duras” no caso de tucano chegar ao Planalto

Em foto de 27.jun.2001, Aécio, então presidente da Câmara dos Deputados, reúne-se com o ex-miinstro da Fazenda Pedro Malan e ex-presidente do BC Armínio Fraga. Sérgio Lima/Folhapress

Em foto de 27.jun.2001, Aécio Neves, à época presidente da Câmara, reúne-se com o então ministro da Fazenda Pedro Malan e o então presidente do BC Armínio Fraga. Crédito: Sérgio Lima/Folhapress

O senador e presidente nacional do PSDB Aécio Neves tem encontrado no ex-presidente do BC (Banco Central) Armínio Fraga seu maior conselheiro na área econômica e principal ponte com o mundo empresarial e financeiro.

Durante jantar na noite de 4ª feira (11.dez.2013) com jornalistas em Brasília, Aécio relatou encontros frequentes com Armínio. Disse que ambos estão sintonizados em torno de um ponto: avaliam ter ocorrido uma quebra de confiança entre o setor privado e o governo Dilma Rousseff e ser necessário que a condução da política econômica “recupere a credibilidade” junto aos investidores.

Para isso, Aécio estaria disposto inclusive a “tomar decisões duras” no começo de um eventual mandato como presidente da República –sem mencionar quais seriam tais decisões.

Liberal, Armínio presidiu o Banco Central no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando o país passava por uma grave crise cambial. Antes, o economista formado pela PUC do Rio de Janeiro havia dirigido por 6 anos o fundo de investimentos de George Soros, em Nova York.

Armínio é hoje associado da Casa das Garças, centro de estudos liberal instalado no Rio de Janeiro no início de 2003. A instituição funciona como contraponto ao pensamento econômico da atual gestão petista no governo federal.

No jantar da 4ª feira, Aécio relatou ter almoçado neste mês com Armínio, Fernando Henrique, o senador paulista Aloysio Nunes e o governador de Minas, Antonio Anastasia, para discutir as eleições de 2014. O tucano afirmou também que se encontraria nesta 5ª feira (12.dez.2013) com vários empresários no Rio, em uma reunião articulada por Armínio.

Cronograma

Aécio estima que a sucessão presidencial só começará a ganhar espaço no noticiário após o Carnaval, que em 2014 ocorre na primeira semana de março. Em abril, ele calcula que o PSDB esteja definitivamente unido em torno de seu nome, incluindo nessa equação o ex-governador José Serra. Seria o “primeiro lampejo” de sua candidatura. Nessa análise aecista, a pré-campanha engrenaria de fato somente depois da Copa (12.jun.14 a 13.jul.14), quando o tucano prevê ganhar mais exposição na mídia.

Um vice serrista

A presença de Aloysio Nunes no almoço com Fernando Henrique e Armínio foi sugerida pelos jornalistas no jantar de 4ª feira como um sinal de que o senador mineiro já teria sido escolhido seu candidato a vice-presidente. Aécio desconversou. Repete sempre que isso será definido no próximo ano.

O senador paulista chegou ao final do jantar, sorridente e sintonizado com Aécio. Em tom informal, fez uma blague: “O problema é que nós vamos ganhar e eu não quero morar naquele Palácio do Jaburu”, disse, referindo-se à residência oficial do vice-presidente da República –hoje ocupada por Michel Temer (PMDB).

Aloysio Nunes é política e historicamente alinhado a José Serra. Paulista e serrista, seria uma espécie de amálgama para minimizar o racha hoje existente entre o PSDB de São Paulo e do restante do país, sobretudo o mineiro.

O jantar de 4ª feira foi realizado no restaurante Piantella, tradicional reduto de políticos da capital do país. Aécio e os jornalistas foram acomodados no segundo andar do estabelecimento, onde Tancredo Neves (1910-1985) –avô de Aécio– e Ulysses Guimarães (1916-1992) reuniam-se para discutir a redemocratização do país. O repasto foi oferecido pelo dono do Piantella, Marco Aurélio Costa.

(Bruno Lupion)

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