Blog do Fernando Rodrigues

Eleição presidencial tem disputa pelo 2º lugar mais acirrada desde 2002

Fernando Rodrigues

Diferença entre Eduardo Campos e Aécio Neves é de 9 pontos percentuais

Em 2002, PSB disputou vaga no 2º turno contra o PSDB e ficou de fora

A pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial realizada nos dias 15 a 19 de maio revela a disputa pelo 2º lugar mais embolada desde as eleições de 2002, tendo como base de comparação o mesmo período do ano.

No cenário com todos os possíveis candidatos, Dilma Rousseff (PT) tem hoje 40% das intenções de voto. O segundo colocado, Aécio Neves, está com 20%. Eduardo Campos (PSB) registra 11%. Os candidatos nanicos –Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e José Maria (PSTU)– somam 5%.

A diferença entre Aécio e Campos é de 9 pontos percentuais. Considerada a margem de erro, de 2 pontos (para mais ou para menos), a vantagem do tucano sobre o pessebista cai para até 5 pontos percentuais.

Na eleição presidencial de 2010, a esta altura do campeonato (mês de maio), Dilma e José Serra (PSDB) estavam empatados com 37% cada. A disputa era pela primeira colocação. Parecia claro que ambos iriam ao segundo turno, o que de fato ocorreu. Marina Silva, então no PV, tinha somente 9% das intenções de voto, em terceiro lugar.

No pleito de 2006, também em maio, Geraldo Alckmin (PSDB) desfrutava de uma segunda colocação segura, com 18% das intenções de voto –13 pontos percentuais acima de Heloísa Helena (PSOL), com 5%. O primeiro colocado era Luiz Inácio Lula da Silva, que registrava 48%. Lula e Alckmin avançaram ao segundo turno, vencido pelo petista.

A atual disputa pelo segundo lugar guarda alguma similitude com a eleição de 2002. Em maio daquele ano, Lula comandava a fila com 38%, patamar semelhante ao de Dilma hoje. Serra e Anthony Garotinho (então no PSB) estavam empatados com 16% cada um.

A posição das legendas nas pesquisas era igual à verificada hoje: PT na frente, seguido por PSDB e PSB. O desenrolar é conhecido. Garotinho estagnou, Serra cresceu e foi ao segundo turno contra Lula, de quem perdeu.

O pior pesadelo para Campos será repetir a história de 2002. Por esse motivo, o pernambucano esforça-se para se diferenciar do tucano. O Blog compilou os dados arquivados na sua página de pesquisas:

tabela2

Espremido entre o eleitor de Dilma, mais à esquerda, e o de Aécio, mais conservador, Campos acena com o discurso de quebra da polarização e de “nova política”. Os meses de junho, julho e o início de agosto serão decisivos para avaliar se ele disputará a segunda posição cabeça a cabeça com Aécio ou se repetirá a sina de Garotinho em 2002.

(Bruno Lupion)

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