Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : setembro 2014

Em novo ataque, Dilma diz que Marina anda com “gente da ditadura”
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Fernando Rodrigues

Comercial de 30 segundos mostra candidata do PSB ao lado de Jorge Bornhausen

Marina-velha-politica

Em novo comercial de 30 segundos, que começa a ser exibido amanhã (01º.out.2014), na TV, a campanha de Dilma Rousseff (PT) faz mais um ataque frontal a Marina Silva (PSB).

O filme mostra a imagem da candidata do PSB a presidente ao lado das de Jorge Bornhausen e de Heráclito Fortes, dois políticos que no passado foram importantes líderes do PFL (hoje DEM).

Ao descrever Bornhausen, o comercial preparado pelo marqueteiro João Santana diz que se trata de representante “dos ruralistas e dos banqueiros. Gente que vem lá do tempo da Arena e da ditadura”. Político de Santa Catarina, Bornahusen militou na Arena, o partido de sustentação da ditadura militar. Eis o filme:

No início do comercial, um locutor diz que Marina “revelou com quem pretende renovar a política”. Ao final, conclui: “Se Marina tem alguma coisa de novo, certamente não são as suas companhias”.

Na realidade, hoje os principais candidatos a presidente têm entre seus apoiadores políticos que foram, no passado, ligados à ditadura. Dilma Rousseff, por exemplo, tem ao seu lado o senador José Sarney (PMDB-AP).

Ocorre que se Marina entrar nesse debate, terá de admitir que todos os candidatos, de alguma forma, se relacionam à chamada “velha política”. É um ataque que só pode piorar se o PSB responder no mesmo nível.

Eis a íntegra do roteiro do comercial “Marina e a velha política”:

[Tela escura com a foto de Marina ao centro]

[Música incidental de tom trágico]

Locutor: Finalmente, Marina apresentou uma grande novidade nesta campanha: ela revelou com quem pretende renovar a política…

[surge na tela aparece uma reportagem da Folha com o seguinte título: “Marina negociará com ‘velha polítca’, diz coordenador de Marina”, numa referência a uma frase de Walter Feldman]

Locutor: …com os Bornhausen, por exemplo…

[surge na tela a foto de Jorge Borhausen, ao lado da de Marina]

Locutor: … representantes dos ruralistas e dos banqueiros. Gente que vem lá do tempo da Arena e da ditadura… E Heráclito Fortes…

[surge do outro lado da tela, a foto de Heráclito Fortes]

Locutor: … ex-Arena, ex-PFL e ex-DEM. Se Marina tem alguma coisa de novo, certamente não são as suas companhias”.

Esse comercial é mais uma peça que compõe a “narrativa do medo” usada por João Santana na campanha de Dilma Rousseff: despertar na mente dos eleitores dúvidas a respeito de como seria um eventual governo Marina Silva quando se compara o que a candidata do PSB diz com o que ela poderia fazer se estivesse no Palácio do Planalto.

Essa estratégia já foi analisada aqui neste Blog num post de 20.set.2014. Além do comercial de amanhã sobre “velha política”, outros que se destacam mostram uma comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Uma insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. Outro no qual se afirma o pré-sal no marinismo seria relegado ao segundo plano, resultando em menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida. E o filme no Marina é acusada de ter mentido sobre como votou no Senado sobre a CPMF.

p.s.: este post foi corrigido em 18.out.2014 (às 14h30) no trecho que cita Jorge Bornhausen e Heráclito Fortes como “dois políticos que no passado foram importantes líderes do DEM (hoje PFL)”. O certo (como já está no texto) é “líderes do PFL (hoje DEM)”.

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44% não se lembram em quem votaram para deputado federal em 2010
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Fernando Rodrigues

Amnésia é mais forte em relação aos candidatos ao Poder Legislativo

No Poder Executivo, 82% recordam em quem votaram para governador e 91%, para presidente

Apenas 28% dos jovens de até 29 anos tentam convencer amigos a votar em determinado político

Pesquisa divulgada nesta 3ª feira (30.set.2014) mostra como ainda é baixo o interesse do brasileiro por política: 44% dos eleitores não se lembram em quem votaram para deputado federal; 43% não se recordam quem escolheram para deputado estadual e 38% se esqueceram de como foi seu voto para senador.

Essa falta de memória ocorre ao mesmo tempo em que mais de 70% dos eleitores têm expressado, em várias pesquisas, um desejo difuso de mudança. Falam sobre a necessidade de o Brasil ser governado de uma maneira diferente. Reclamam da qualidade dos políticos que se apresentam como candidatos nas eleições.

A democracia no Brasil, em geral, é vista apenas como o ato de votar a cada 2 anos. A maioria dos políticos não procura os eleitores entre uma disputa e outra. E os brasileiros também não se interessam em cobrar as promessas feitas pelos eleitos.

É curioso que a amnésia dos eleitores seja mais forte em relação aos ocupantes do Poder Legislativo, justamente aquele que deve servir de conexão entre o Estado e os seus cidadãos.

Quando indagados sobre o voto para o Poder Executivo em 2010, 82% dos pesquisados responderam se lembrar quem escolheram para governador e 91% se recordaram do seu voto para presidente.

Os dados constam de levantamento feito pela consultoria Expertise com 1.188 pessoas de ambos os sexos, todas as classes sociais e unidades da Federação, por meio de questionário online, no mês de setembro.

A iniciativa de convencer amigos e parentes a votar em um determinado político também é uma atitude pouco usual no cotidiano de muitos eleitores brasileiros. Dois terços dos entrevistados responderam que não tentam influenciar seus conhecidos nesse sentido.

O percentual de eleitores que faz campanha dentro do seu círculo de amizades é maior na população mais velha e rica: atinge 42% entre as pessoas com 50 anos ou mais e 42% entre eleitores das classes A e B.

Os jovens parecem ser mais alienados, apesar de terem sido a maioria nos protestos de junho de 2013. Não parecem agora propensos a fazer campanha no atual ciclo eleitoral. Só 28% dos eleitores de até 29 anos tentam convencer conhecidos sobre as qualidades de um determinado candidato.

O levantamento da Expertise também perguntou quais seriam os fatores mais relevantes para um eleitor escolher um candidato. O principal são as propostas apresentadas, citadas por 86% dos entrevistados, o histórico do político (82%) e o fato dele estar ou não enquadrado na Lei da Ficha Limpa (80%). O partido ao qual o candidato é filiado foi considerado importante por apenas 27% dos eleitores –reforçando a percepção de que, no Brasil, os eleitores votam na pessoa, e não na legenda (imagem abaixo).

Reprodução

A pesquisa mediu os principais meios de informação utilizados pelos brasileiros para formarem sua opinião sobre as eleições. Os debates são o principal, citados por 61% dos entrevistados, seguidos pelos portais de notícias na internet (50%), o horário eleitoral gratuito (44%) e as redes sociais (35%).

O levantamento tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-000578/2014.

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22 disputas para o Senado quase definidas
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Fernando Rodrigues

Há candidatos favoritos para a disputa pelo Senado em 21 Estados e no Distrito Federal. De acordo com pesquisas de intenção de voto disponíveis, estão ainda indefinidas as eleições apenas nos seguintes 5 Estados (com candidatos empatados na liderança): Bahia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.

Reportagem da Folha de hoje (30.set.2014) detalha as disputas.

A seguir, como ficam as projeções para 2015 e as disputas resumidas nas 27 unidades da Federação (clique nas imagens para ampliar):

Senado-projecoes-2015-30set2014

Senado-27-disputas-2015-30set2014

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Dilma, Marina e Aécio são corresponsáveis por despautérios de Levy Fidelix
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Fernando Rodrigues

PT, PSB, PSDB e outros grandes nada fazem para acabar com vale-tudo de nanicos

Cláusula de desempenho limitaria acesso de siglas sem representação a debates

O candidato do PRTB a presidente da República, Levy Fidelix, produziu alguns despautérios homofóbicos no debate promovido pela TV Record no domingo (28.set.2014; reproduzidos ao final deste post).

No minuto seguinte, Levy Fidelix começou a ser malhado por causa da ignorância contida em seus comentários preconceituosos. Menos críticas têm sido ouvidas a respeito da existência de tal cenário: candidatos nanicos sem representação presentes a debates eleitorais para vocalizar suas ideias exóticas.

Não que um candidato de um partido grande não possa também falar absurdos e ser preconceituoso –aliás, é muito comum. Mas aí os mecanismos de cobrança tendem a ser mais eficazes. No caso de um nanico, ele faz o que bem entende e não presta contas a ninguém.

Falta à democracia brasileira uma disciplina maior para tratar de maneira correta os que não têm votos. Nesse aspecto, Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves, juntos com seus respectivos partidos (PT, PSB e PSDB), são grandes responsáveis para que prosperem políticos “a la Levy Fidelix” e siglas com o PRTB.

Seria necessário aprovar uma cláusula de desempenho que impedisse o acesso facilitado de partidos quase sem voto ao horário eleitoral, ao dinheiro (público) do Fundo Partidário e aos debates entre candidatos em meio eletrônico (rádio e TV).

Para fazer um debate hoje, emissoras de TVs e de rádio estão obrigadas a convidar todos os candidatos de partidos que elegeram deputados federais na última eleição (no caso de 2014, são 7 candidatos a presidente).

Não importa o número de deputados que partido consiga eleger. Pode ter sido 1 ou 100, não faz diferença. Se a sigla tiver candidato a presidente terá também o direito de aparecer no debate para atravancar a discussão falando de aerotrem ou expressar seu preconceito (ao final deste post, a íntegra do que falou Levy Fidelix no domingo).

[é claro que há exceções, com nanicos responsáveis; mas este post trata da parte ruim do sistema].

Houve uma tentativa mal feita nos anos 1990 de reduzir drasticamente o acesso dos nanicos à TV, ao rádio e ao Fundo Partidário. O Supremo Tribunal Federal considerou a medida inconstitucional (já nos anos 2000), pois havia sido introduzida por meio de lei. Teria de ser uma emenda constitucional –há quem considere que o STF errou a mão nessa decisão, mas agora não vem ao caso.

O fato é que os partidos estão há décadas discutindo o tema, mas nunca fazendo nada efetivo. PT, PMDB, PSDB, PSB, DEM e outras legendas tradicionais nunca se esforçaram, de fato, para fazer passar uma emenda constitucional que acabasse com o democratismo que coloca no horário eleitoral gente com quase zero de representação na sociedade.

O que deve ser feito? Simples. Chama-se cláusula de desempenho. Por exemplo, estipular que o partido com menos de 3%, 4% ou 5% dos votos (seria necessário modular qual é o percentual ideal) em nível nacional numa eleição para a Câmara dos Deputados não terá o direito de ter o seu candidato convidado obrigatoriamente para um debate na TV ou no rádio.

Esses partidos menores também não teriam mais o direito de aparecer a cada 6 meses na TV e no rádio, em rede nacional. Isso ocorre hoje, seja ano eleitoral ou não (e quem paga é o contribuinte, pois as emissoras são ressarcidas pelo horário cedido). Por fim, o acesso ao Fundo Partidário ficaria bem mais restrito.

O PRTB de Levy Fidelix, por exemplo, elegeu 2 deputados federais em 2010. Hoje, não tem mais nenhum.

Não é um exagero dizer que o PRTB é quase um partido secreto para a população brasileira. Mas ele teve o seu momento de glória no dia 20.mar.2014: apareceu 5 minutos em rede nacional de TV (das 20h30 às 20h35) e de rádio (das 20h às 20h05). Quem pagou por isso sem saber? Os brasileiros que pagam impostos.

A legenda de Levy Fidelix também já recebeu neste ano de 2014, até setembro, um total de R$ 992.247,50 do Fundo Partidário –dinheiro dos impostos de todos os brasileiros. Em 2013, o PRTB abiscoitou R$ 1.361.924,12.

E não é tudo. Todas as legendas também recebem uma participação proporcional no que a Justiça Eleitoral arrecada de multas dos políticos e das agremiações partidárias –isso mesmo, a Justiça cobra multas e depois devolve o dinheiro para os próprios partidos (incrível). Nesse sistema surrealista, o PRTB de Levy Fidelix ganhou em 2013 um total de R$ 310.249,78 desse reparte das multas redistribuídas pelo TSE.

A pergunta que vem agora é prosaica e muito fácil de ser respondida: quantos dos 202 milhões de brasileiros são a favor de o PRTB receber, anualmente, R$ 1,672 milhão (como ocorreu em 2013) em dinheiro público? Possivelmente, só os dirigentes do PRTB e seus amigos mais próximos.

Outra pergunta: por que os partidos maiores não acabam com essa farra que nada tem a ver com democracia? A resposta vem em duas partes.

Primeiro, porque os partidos nanicos são muito úteis aos grandes. Muitos (não todos, claro) se dispõem a fazer o trabalho sujo em eleições, usando o seu tempo de propaganda para difamar alguém.

A segunda razão é que há muitos nanicos, vamos dizer, ideológicos, que também ficariam sem acesso facilitado ao tempo de TV e de rádio nem ao Fundo Partidário se fosse adotada uma cláusula de desempenho.

Em resumo, uma das razões tem a ver com funcionalidade podre da política (usar siglas nanicas como bocas de aluguel). A outra razão seria, em tese, nobre –não condenar legendas ideológicas a uma vida mais difícil. Essa segunda motivação é uma falsa disjuntiva.

Por mais simpáticos que possam ser alguns nanicos, não faz sentido dar dinheiro público a quem não tem representação na sociedade. Tomem-se algumas siglas trotskistas que há décadas têm batalhado pelas suas causas, mas nunca conseguiram prosperar. Não há como a sociedade brasileira sustentar tal tipo de situação.

Verdade seja dita, Dilma Rousseff e o PT têm falado sobre algum tipo de reforma política em suas propagandas eleitorais deste ano (propondo um esdrúxulo plebiscito para mudar quase tudo). É só cortina de fumaça. Trata-se de uma embromação pregar uma ampla mudança nas regras. Isso nunca acontecerá.

O mais plausível é a adoção de alguma alteração pontual –como uma cláusula de desempenho– que teria efeito saneador depois de duas ou três eleições.

Mas eis uma dúvida legítima que alguns terão: e se um candidato a presidente da República de um partido nanico se tornasse muito popular, disparando nas pesquisas, e não fosse convidado para um debate na TV porque não haveria mais a exigência da lei? Essa é outra falsa questão.

Com várias emissoras de TV no país, será que nenhuma se interessaria em entrevistar ou convidar para um debate um candidato com 25% ou 30% das intenções de voto?

Em 2010, numa iniciativa pioneira, o jornal “Folha de S.Paulo” e o portal UOL realizaram um debate presidencial, transmitido apenas em “streaming”, via internet –o que permite que se convide quantos candidatos os organizadores desejarem. À época (agosto de 2010), só havia 2 candidatos competitivos, Dilma Rousseff (PT), com 41%, e José Serra (PSDB), 33% das intenções de voto. Ainda assim, já estava começando a despontar a candidatura de Marina Silva (então no minúsculo PV), com 10%. Os 3 foram convidados, pois essa era a decisão correta a ser tomada do ponto de vista jornalístico.

É evidente que isso também aconteceria na eventualidade de a cláusula de desempenho entrar em vigor.

A opção que existe é não fazer nada. Nesse caso, a sociedade brasileira terá de se acostumar com cenas grotescas como a de Levy Fidelix, cuja fala de 28.set.2014 sobre união entre pessoas do mesmo sexo vai reproduzida a seguir, para registro histórico:

Levy Fidelix [debate da TV Record, em 28.set.2014]: “…Tenho 62 anos. Pelo que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais. Digo mais. Desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso, mas não podemos, jamais, gente, eu que sou um pai de família e um avô, deixar que tenhamos esses que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar essa minoria à maioria do povo brasileiro. Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado? Porque tem medo de perder voto. Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. E vamos acabar com essa historinha. Eu via um padre, o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano um pedófilo. Está certo. Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar, realmente, um bom caminho familiar. Então, Luciana [Genro, candidata do PSOL a presidente em 2014], lamento muito. Que façam um bom proveito que querem fazer e continuar como estão. Mas eu, presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está. Mas estimular, jamais, a união homoafetiva”.

(…) Luciana, você já imaginou? O Brasil tem 200 milhões de habitantes. Se começarmos a estimular isso daí, daqui a pouquinho vai reduzir para 100 [milhões]. É… Vai para a [avenida] Paulista e anda lá e vê. É feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem somos maioria. Vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los, não ter medo. Dizer que sou pai, mamãe, vovô. E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente seja atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente. Bem longe, mesmo, porque aqui não dá”.

p.s.: note que o nome do dispositivo sugerido é “cláusula de desempenho“. Não tem nada a ver com “cláusula de barreira“. Os partidos poderão todos continuar a existir. Mas só terão acesso farto a dinheiro público, a tempo generoso em rádio e e TV e a participar compulsoriamente de debates depois de passarem de um certo percentual de votos numa eleição. Em resumo: sem apoio dos eleitores, uma agremiação partidária não merece ter destaque.

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18 governadores tentam a reeleição, mas só 8 aparecem com favoritos
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Fernando Rodrigues

E apenas 3 dos 18 que buscam mais um mandato têm chances de vencer no 1º turno

PMDB é o partido com mais candidatos competitivos nos Estados e lidera as disputas

A eleição de 2014 tem sido dura para políticos que buscam a reeleição para o cargo de governador. Dos 27 governadores atuais, 18 estão tentando ganhar mais quatro anos, mas apenas 8 deles aparecem como favoritos.

Entre os 8 que estão à frente nas pesquisas, só 3 governadores têm chances mais claras de vencer a disputa já no 1º turno de 5 de outubro: Tião Viana (PT-AC), Raimundo Colombo (PSD-SC) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

A tendência é que a maioria dos demais governadores enfrente uma disputa de 2º turno. Vários hoje estão em segundo lugar nas pesquisas e parecem vítimas do vento de mudança na política que foi expressado nas manifestações de rua de junho de 2013.

A tabela ao final deste post lista todos os últimos levantamentos de intenção de voto disponíveis.

Mas a eleição de 2014 é cheia de contradições. Apesar dessa dificuldade de muitos governadores para conquistar mais quatro anos de mandato, quando se observa o quadro de candidaturas nota-se que o tradicional PMDB é o partido com maior número de nomes competitivos –nove, segundo as pesquisas mais recentes.

Hoje, os peemedebistas governam sete Estados. Se todos os seus candidatos agora confirmarem nas urnas o favoritismo mostrado nas pesquisas, o PMDB comandará nove unidades da Federação em 2015. Pularia de 25,7 milhões de eleitores governados para 35,3 milhões. Eis um resumo do que mostram as pesquisas hoje (clique na imagem para ampliá-la):

Governadores-2015

Em termos econômicos, como se observa na tabela acima, o PMDB está hoje à frente de Estados cujo PIB (Produto Interno Bruto) somado é de R$ 713 bilhões. Em 2015, confirmadas as pesquisas, os peemedebistas comandariam R$ 909 bilhões.

PT e PSDB têm seis candidatos competitivos a governador cada um. Como os tucanos estão no governo de São Paulo e tendem a manter o Estado, dada a condição de favorito de Geraldo Alckmin, o PSDB deve continuar sendo a legenda com mais eleitores governados em 2015 –serão 53,4 milhões. O PT, se tiver sucesso com todos os seus nomes à frente nas pesquisas, vai governar 34,6 milhões de eleitores.

As pesquisas disponíveis nas 27 unidades da Federação também mostram que o eleitor está preferindo levar a maior parte dos confrontos para o segundo turno.

A uma semana do dia da eleição, só em seis Estados as disputas parecem encaminhadas para uma definição já em 5 de outubro: Acre, Maranhão, Piauí, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Nessas localidades, o primeiro colocado tem uma taxa de intenção de votos que supera, com folga, a soma de todos os adversários.

Se apenas esses seis Estados liquidarem a disputa no primeiro turno, 2014 vai se tornar o ano com mais eleições de governadores sendo levadas para a rodada final desde 1990, quando essa regra de duas votações foi adotada.

As pesquisas disponíveis no momento mostram que há quatro Estados nos quais também existe a chance de a eleição de governador acabar já em 5 de outubro: Alagoas, Bahia, Mato Grosso e Pernambuco. Nessas disputas, entretanto, embora os líderes tenham uma vantagem sobre a soma dos demais, a diferença que os coloca à frente é bem próxima do limite da margem de erro dos levantamentos. Seria arriscado concluir que tudo pode ser liquidado no primeiro turno.

Mas ainda que se confirmem as vantagens dos líderes também nesses quatro Estados com eleições acirradas, o número de decisões no primeiro turno iria apenas a dez –ficando próximo do recorde mínimo de nove, registrado em 1994.

A seguir, a situação das disputas de governadores nas 27 unidades da Federação (clique na imagem para ampliá-la):

Governadores-27disputas

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Posso até ‘dilmar’, diz Benjamin Steinbruch
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Fernando Rodrigues

Nas últimas semanas, Benjamin Steinbruch demonstrou em entrevistas e conversas privadas simpatia pela candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva. Agora, resolveu modular essa interpretação. “Meu voto é a favor das mudanças”, afirma.

Mas pode votar em Dilma Rousseff? “Se a presidente Dilma propor mudanças com relação ao futuro do Brasil, ela tem chance de ter meu voto”. Repete esse axioma também para Marina e para Aécio Neves (PSDB). Na entrevista ao programa Poder e Política, da “Folha” e do UOL, ressaltou: “Não sei em quem vou votar ainda. Posso até ‘dilmar’. Desde que atendidas algumas mudanças”.

O presidente da Fiesp e dono da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) diz não ter intenção de revelar em quem votará para presidente. Para ele, empresários podem sofrer perseguição “de toda ordem” se declararem abertamente em quem vão votar.

Benjamin tem negócios imbricados com o governo federal. Por exemplo, a concessão para construção e operação da ferrovia Transnordestina, obra com 1.750 km de extensão.

O recuo retórico de Benjamin ocorre depois de ele ter começado a falar de maneira mais explícita sobre eventuais qualidades de Marina Silva. Na semana passada, o Palácio do Planalto enviou recados ao empresário, dizendo que a presidente da República estava desapontada com suas declarações.

Por algum momento, o governo cogitou transferir para Brasília um evento com empresários que estava marcado para esta segunda-feira (29), às 10h, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Passado um mal-estar inicial, o encontro foi mantido. Devem estar presentes dezenas de empresários para ouvir o ministro da Fazenda Guido Mantega, tendo Benjamin Steinbruch como um dos anfitriões.

Não que o presidente da Fiesp tenha recuado completamente das observações positivas que faz sobre candidatos de oposição. Apesar de dizer que pode até “dilmar”, Benjamin cita Aécio Neves como “boa opção”, o mesmo qualificativo usado para Marina. Sobre o tucano, faz uma ressalva: “Poderia ser mais agressivo nas [propostas de] mudanças”.

Marina Silva, afirma, “sintetiza (…) o voto contra as condições que existem, [desejo] que foi manifestado nos movimentos de rua”. A pessebista “é consistente, uma pessoa que evoluiu (…). Não acho um risco”.

Gostaria de participar de algum governo como ministro? “Se eu tivesse condições do ponto de vista da iniciativa privada, ter certeza que os negócios estariam bem administrados, aceitaria sim”. Em que área? “Qualquer uma. Eu tenho uma característica de ser fazedor. Educação, saúde, cultura, habitação”.

ECONOMIA
Benjamin Steinbruch acha que se Dilma for reeleita, o ideal é que anuncie logo em seguida quem será o novo ministro da Fazenda, para acalmar os agentes econômicos. Em entrevista recente, a petista já afirmou que trocará sua equipe.

“Se for do desejo dela [Dilma] que saia [o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega], quanto antes nomeasse, melhor. Até mesmo para ter uma transição tranquila, já segue jogando”, afirma Benjamin. Para ele, “em caso de continuidade do governo, quanto antes as coisas claras, melhor”.

O presidente da Fiesp afirma que Mantega “tem feito um esforço grande de aumentar a interlocução com os empresários”. Acha que tem sido um “esforço brutal” para diminuir as divergências entre os empresários e o governo.

ALMOÇO MAIS CURTO
Defensor de uma flexibilização nas leis trabalhistas, Steinbruch considera possível conseguir novas regras sem retirar direitos como FGTS, gratificação de férias ou 13º salário. Fala em mudar aspectos mais laterais, como o horário de almoço.

“Aqui temos uma hora de almoço. Normalmente, não precisa de uma hora. Se você vai numa empresa nos EUA, você vê [o funcionário] comendo o sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a mão direita. Tem 15 minutos para o almoço. Se for vontade dos empregados, por que não? Será que não é mais legal ele voltar antes para casa do que ficar uma hora sem ter o que fazer? Estou falando em benefício do empregado também. Poderia ser negociado”, explica.

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Poder e Política na semana – 29.set a 5.out.2014
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Fernando Rodrigues

As eleições serão realizadas neste domingo. Falta uma semana. Até lá, os candidatos viajam o país em campanha.

Nesta 2ª feira, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, realiza comício com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campo Limpo, zona sul de SP. Na 6ª feira, Dilma deve fazer caminhada de campanha no centro de SP.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Recife nesta 2ª feira. Na 3ª feira, Marina reúne apoiadores da sua candidatura em ato em SP. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, deve comparecer. Na 4ª feira e na 5ª feira, Marina faz campanha no Rio. Na 6ª feira, Marina vai a Rio, São Paulo e Belo Horizonte e, no sábado, passa o dia em Rio Branco.

Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa de ato na manhã desta 2ª feira em SP com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. À tarde, Aécio faz campanha em Uberlândia (MG) e Belo Horizonte. Na 3ª feira, Aécio faz campanha no Rio.

Os candidatos a presidente participam, na 5ª feira, de debate promovido pela Rede Globo.

Na 3ª feira, Ibope e Datafolha podem divulgar nova rodada de pesquisas presidenciais e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Guido Mantega, ministro da Fazenda, reúne-se nesta 2ª feira em SP com Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CSN, Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e diversos empresários para anunciar medidas de estímulo às exportações.

Ainda nesta semana, o ministro do STF Teori Zavascki pode decidir se abre inquérito contra congressistas citados na delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. O Banco Central também divulga, em data a definir, seu Relatório Trimestral da Inflação.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (29.set.2014)
Dilma e Lula em SP – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, realiza comício com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campo Limpo, zona sul de SP.

Lula e Padilha em Franco da Rocha – antes do comício com Dilma, Lula participa de ato com Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, em Franco da Rocha.

Atos do PT – legenda realiza 26 atos em diversas unidades da Federação com a presença de ministros.

Marina em Pernambuco – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, faz campanha no Recife.

Aécio em SP e Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa de ato de manhã em SP com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. À tarde, Aécio faz campanha em Uberlândia (MG) e Belo Horizonte.

Luciana em SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha na capital paulista e em Campinas.

Pesquisa – Vox Populi pode divulgar nova pesquisa presidencial. A data exata de divulgação é decidida pelo instituto.

Mantega e empresários em SP – Guido Mantega, ministro da Fazenda, reúne-se com Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CSN, Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e diversos empresários para anunciar medidas de estímulo às exportações.

Petrobras – Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, deve deixar o presídio onde está no Paraná e seguir para prisão domiciliar no Rio de Janeiro, com uso de tornozeleira eletrônica.

Indústria – IBGE divulga a Pesquisa Industrial Mensal sobre Produção Física. FGV apresenta resultado da Sondagem da Indústria.

Inflação – FGV divulga o IGP-M de setembro.

 

3ª feira (30.set.2014)
Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne apoiadores da sua candidatura em ato em SP. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, deve comparecer. Imagens do encontro serão usadas na sua propaganda de TV.

Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha no mercado de Madureira, no Rio.

Pesquisas – Ibope e Datafolha podem divulgar nova rodada de pesquisas presidenciais e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Greve dos bancários – categoria inicia greve nacional. Os bancários pedem reajuste de 12,5%, ganho real de 5,8% descontada a inflação pelo INPC.

Leilão do 4G – governo realiza leilão da faixa de 700 MHz para uso de telefonia celular 4G. Expectativa é arrecadar pelo menos R$ 7,7 bilhões.

Prisão em flagrante – data a partir da qual e até 48 horas depois do encerramento da eleição nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligencia no 12º Regimento de Infantaria, em Belo Horizonte.

 

4ª feira (1°.out.2014)
Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio.

Aposentadoria no STJ – ministro Gilson Dipp, do STJ, completa 70 anos e se aposenta da Corte.

Serviços – FGV divulga sua Sondagem de Serviços.

 

5ª feira (2.out.2014)
Debate presidencial – TV Globo promove debate entre os principais candidatos a presidente da República.

Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio.

Eduardo Jorge em SP e Rio – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz caminhada de campanha em São Paulo, de manhã, e no Rio, à tarde.

Propaganda eleitoral – último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Comícios – último dia para a realização de comícios com aparelhagem de sonorização fixa.

Pesquisas – Ibope divulga nova rodada de pesquisa presidencial e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

 

6ª feira (3.out.2014)
Dilma em SP – Dilma Rousseff pode fazer caminhada de campanha no centro de SP.

Marina no Rio, SP e BH – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio, em São Paulo e Belo Horizonte.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha no Rio.

Propaganda eleitoral – último dia para a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de propaganda eleitoral.

 

Sábado (4.out.2014)
Encerramento da campanha – último dia para a propaganda eleitoral com uso de alto-falantes ou amplificadores de som, entre as 8 e as 22 horas. Também é o último dia para a distribuição de material gráfico e a promoção de caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos.

Marina no Acre – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, passa o dia em Rio Branco.

 

Domingo (5.out.2014)
Eleição – data das eleições para presidente, senador, deputado federal, governador e deputado estadual.

Rivaldo Gomes/Folhapress - 3.out.2010

 

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Marina mente sobre CPMF, diz comercial de Dilma na TV
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Fernando Rodrigues

Marina-comercial-Dilma-PT-mentira-28set2014

A campanha de Dilma Rousseff (PT) colocou hoje (28.set.2014) no ar um comercial de 30 segundos no qual afirma que Marina Silva (PSB) mentiu sobre como foi seu voto no Senado a respeito da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Eis o vídeo:

Vários veículos da mídia já haviam registrado essa contradição na fala da candidata do PSB, repetida em alguns eventos de campanha. Ela afirmou em 26.ago.2014, durante o debate entre presidenciáveis na TV Bandeirantes, que seu voto foi a favor da CPMF durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ocorre que os registros do site do Senado indicam que Marina votou contra a CPMF em 1995 e em 1999.

O comercial de Dilma Rousseff é duríssimo contra Marina. Faz parte da estratégia conduzida pelo marqueteiro João Santana de desconstruir a imagem da candidata do PSB. Eis o roteiro integral da propaganda:

[Imagem de Marina Silva – Locutor inicia narração]: Marina diz que não quer ser eleita em cima de uma mentira.

[Imagem de Marina falando no debate da Band, em 26.ago.2014]: Quando foi a votação da CPMF, ainda que o meu partido fosse contra, em nome da saúde, em nome de respeitar os interesses dos brasileiros, eu votei favorável, mesmo sendo do seu governo, o PSDB [era uma resposta ao tucano Aécio Neves].

[Locutor narra sobre imagens de arquivos oficiais de votações do Senado]: Os documentos do Senado registram a verdade. Marina fez duas vezes o contrário do que diz. Mudar de opinião, ainda vá lá… Agora, falar que fez o que não fez, isso tem outro nome”.

[Fim do comercial de 30 segundos].

A eficácia da “narrativa do medo” usada por João Santana na campanha de Dilma Rousseff já foi analisada aqui neste Blog num post de 20.set.2014. Além do comercial de hoje sobre a “mentira de Marina sobre a CPMF”, já foram veiculados outros. Um fazendo comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. E um no qual se afirma o pré-sal no marinismo seria relegado ao segundo plano, resultando em menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida.

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Sem declarar voto, Joaquim Barbosa reclama de tarifa de celular
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Fernando Rodrigues

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa tem sido cortejado por muitos políticos nesta campanha eleitoral. Mas tem se recusado a declarar em quem vai votar.

Por enquanto, Joaquim Barbosa tem preferido fazer observações mais prosaicas em seu perfil no microblog Twitter. Por exemplo, hoje (24.set.2014), tuitou 3 vezes sobre o sistema de tarifação de telefonemas via celulares no Brasil.

Joaquim defende uma tarifa nacional para o Brasil, sem cobrança de interurbanos. Eis seus comentários (clique na imagem para ampliar):

Joaquim-Twitter-24set2014

A propósito de possíveis apoios político-eleitorais do ex-presidente do STF, os candidatos devem ser desenganados a respeito desse tema. É que Joaquim Barbosa não deve votar em ninguém neste ano. Ele tem uma viagem ao exterior marcada para o dia 2 de outubro (o 1º turno da eleição é em 5.out.2014). A volta está marcada só para 15 de novembro (o 2º turno é em 26.out.2014).

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Ibope cristaliza embate Dilma-Marina e mostra Aécio quase fora do jogo
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Fernando Rodrigues

Pesquisa também debela boatos sobre alta de tucano e 2º turno mais folgado para a petista

Arte

A pesquisa Ibope sobre intenções de voto para presidente traz os seguintes recados, além de debelar alguns boatos plantados nos últimos dias na “cracolândia digital” que se tornou o ambiente de militantes políticos nas redes sociais:

1) 2º turno cristalizado: só um fato de proporções inauditas pode, a esta altura, alterar a disputa final na corrida pelo Planalto. Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) devem estar na rodada de votação do dia 26 de outubro.

O Ibope realizou seu levantamento de 20 a 22.set.2014. Deu o seguinte: Dilma com 38%, seguida por Marina, com 29%, e Aécio Neves (PSDB), em terceiro lugar, com 19%.

O tucano teve o mesmo percentual registrado na semana passada. Não apresentou sinais de crescimento –apesar de uma grande onda de rumores a esse respeito plantada na internet por alguns de seus seguidores.

Nunca nas eleições presidenciais brasileiras dos últimos 20 anos um 3º colocado com 19% conseguiu passar os demais concorrentes para ir ao 2º turno –nesta fase da campanha. Tecnicamente, é claro, isso seria cenário possível. Mas não se trata de algo usual. Longe disso;

 

2) Dilma tem um teto no 2º turno: a presidente que tenta a reeleição tem oscilado, subindo e descendo, na faixa de 36% a 42% nas simulações de 2º turno desde a entrada de Marina Silva na disputa –após a morte de Eduardo Campos, em 13.ago.2014.

Na semana passada, Dilma tinha 40%. Agora, tem 41%. Há duas semanas, o percentual era de 42%. A pesquisa Ibope serviu também para demolir os boatos espalhados por parte dos militantes petistas a respeito de uma suposta melhora da candidata à reeleição nas simulações de 2º turno;

 

3) Marina também tem seu teto: depois da onda emocional forte no início da sua empreitada como candidata a presidente, a pessebista se acomodou em simulações de 2º turno na faixa de 41% a 43%. Agora, está em 41%;

 

4) Narrativa do medo segurou Dilma na frente: a série de comerciais de ataque do PT e do PSDB contra Marina Silva teve dois efeitos. Primeiro, impediu que a pessebista continuasse a surfar sem nenhum tipo de contraditório no horário eleitoral. Segundo, serviu para que a petista se segurasse em 1º lugar nas simulações de primeiro turno, o que é muita coisa –do ponto de vista psicológico, para animar a militância.

Um terceiro possível efeito –ainda a ser comprovado– teria sido a volta de Aécio Neves para os 19% que ostentava no fim de agosto. É possível, mas o tucano e seu partido nunca chegaram ao final de uma eleição presidencial, desde 1994, com menos de 20%. Talvez esse movimento fosse ocorrer até por inércia, mesmo que o candidato tivesse continuado com sua estratégia anterior de campanha.

 

E O QUE VAI ACONTECER AGORA?
Esta é uma das mais acirradas disputas presidenciais desde 1989, a primeira eleição direta pós-ditadura militar.

O componente do medo do desconhecido será muito importante e presente agora dentro das estratégias de campanha. Dilma vai reforçar esse sentimento na cabeça dos eleitores. Marina vai se esforçar para debelar a ideia de que seu governo será um tiro no escuro.

Quem leva vantagem? Difícil dizer, pois o quadro parece quase congelado no momento.

Só que é necessário registrar um fato objetivo. Hoje, Dilma tem cerca de 11 minutos no horário eleitoral. Marina, só 2 minutos.

No 2º turno, o tempo será igual para ambas: 10 minutos para cada candidatura.

P.S.1: vale a pena dar uma sapeada na tabela e no gráfico do post abaixo, “Apoio a Dilma cai em Estados mais dependentes do Bolsa Família”. São mais alguns elementos a respeito de como pode ser o 2º turno da eleição presidencial.

P.S.2: e para saber como estão todas as pesquisas eleitorais nos Estados, visite a mais completa compilação de levantamentos de intenção de voto na internet brasileira.

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