Blog do Fernando Rodrigues

Saída de Cid Gomes mostra governo Dilma esfarelando

Fernando Rodrigues

Presidente enfrenta momento de grande fragilidade

Desfecho da crise é incerto e ninguém aposta no melhor

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Dilma com Sarney em cerimônia no Planalto; chefes de Poder não têm prestigiado a presidente

 

O pior está acontecendo para o governo da presidente Dilma Rousseff. Tudo o que poderia dar errado nos últimos dias está dando muito errado.

A popularidade de Dilma é a pior para um presidente desde Fernando Collor de Mello.

Seu gabinete no Planalto produziu uma crítica aguda na qual Dilma e Lula são apontados como derrotados. Era um texto reservado. Vazou. “Não é uma goleada. É uma derrota por WO”, diz a análise.

No final da tarde desta quarta-feira (18.mar.2015), o ministro Cid Gomes (Educação) deixou o governo de forma espalhafatosa, xingando o Congresso.

Alguém pode argumentar que Cid Gomes é um político de temperamento mercurial e dado a arroubos. Sua saída seria uma decisão unipessoal e não teria nada a ver com o governo de Dilma Rousseff. Essa é uma avaliação errada.

Alguém acredita que se a atual administração federal estivesse fortalecida e popular Cid Gomes faria o que fez? Claro que não. Este é um momento de grande fragilidade do Palácio do Planalto.

No caso do documento ao qual a mídia teve acesso, tratou-se de um episódio emblemático sobre a barafunda atual. Primeiro, mérito dos jornalistas que tiveram acesso. Segundo, seria muito mais difícil conseguir ler um documento dessa natureza se o governo estivesse mais coeso e ajustado.

A presidente nesta quarta-feira lançou um pacote anticorrupção que não teve o menor impacto. Aliás, na saída da cerimônia, o Blog pode presenciar alguns governistas falando que as medidas eram apenas ações requentadas e de pouco impacto para recuperar a força política do Planalto.

Outro detalhe. Nenhum chefe de Poder esteve presente ao lado de Dilma nesta quarta-feira. Essa foi a mesma situação da última segunda-feira (16.mar.2015), quando a presidente resgatou José Sarney para sentar ao seu lado na cerimônia de sanção do novo Código Civil.

Brasília vive dias muito dramáticos. A presidente parece ter poucos assessores diretos em quem pode se fiar para alavancar uma recuperação. Há uma sensação de solidão dentro do Palácio do Planalto.

O desfecho da crise é absolutamente incerto. E ninguém com quem se conversa em Brasília, seja do governo ou da oposição, aposta no melhor.

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