Blog do Fernando Rodrigues

Na TV, tucanos usam mau momento da economia para atacar governo

Fernando Rodrigues

Inserções vão ao ar nesta semana, 3ª e 5ª feiras

Aécio aparece 1 minuto e meio nos comerciais

Serra e Alckmin só têm 8 segundos cada um

aécio cropped

Aécio diz que país voltou a ter problemas ''de antes do Plano Real''

O PSDB usa o mau momento da economia para atacar o governo da presidente Dilma Rousseff nas inserções da legenda na TV aberta, que vão ao ar nesta 3ª e 5ª feiras (28 e 30.jul.2015).

O presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG), sugere que os governos petistas fizeram o Brasil recuar para um patamar anterior ao do Plano Real, lançado em 1994 –informa o repórter do UOL André Shalders.

É uma forma que o PSDB achou para se antecipar e responder previamente ao que o PT dirá em seus comerciais de TV de 6 de agosto. Luiz Inácio Lula da Silva explicou assim ao marqueteiro petista, João Santana, qual deve ser a “ideia-força” dos comerciais da sigla: “O país vive dificuldades. A situação não está boa. Nós precisamos dar respostas aos problemas. Mas com tudo o que está aí, ainda está bem melhor do que antes da gente”.

Nos comerciais do PSDB, Aécio diz: “O cenário adiante sinaliza, infelizmente, que estão comprometidos e em risco os principais avanços que os brasileiros conquistaram nas últimas duas décadas. O desafio nacional é controlar a inflação, retomar o crescimento, garantir os empregos, e evitar o agravamento da crise social na qual já estamos, infelizmente, mergulhados”.

Em outro momento, o tucano afirma que o país voltou a lidar com problemas “de antes do Plano Real”. Ou seja, é o PSDB dizendo que hoje o Brasil regrediu a uma situação pré-1994. À época de seu lançamento, o Plano Real foi comandado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso –que foi eleito em 1995 para a Presidência da República.

Eis os vídeos:

AÉCIO DOMINA; SERRA E ALCKMIN SOMEM 
As seis inserções do PSDB foram produzidas com declarações de líderes tucanos na Convenção Nacional do partido, realizada no início do mês.

Com 30 segundos cada, os vídeos também expressam a disputa interna de poder entre o três principais líderes do partido: enquanto Aécio ocupa 89 segundos somando todas as suas aparições nas propagandas, o senador José Serra (PSDB-SP) e o governador de São Paulo, Geraldo  Alckmin, ficam com apenas 8 segundos cada um.

Atualmente, Aécio, Serra e Alckmin são cotados como os principais nomes da legenda para ocupar a vaga de candidato ao Planalto em 2018. Também aparecem nos vídeos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; os líderes do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

A líder do PSDB Mulher, Solange Jurema, também é contemplada com uma aparição.

Com as inserções comerciais desta semana os tucanos esperam ajudar a esquentar o clima preparatório para os protestos contra o governo, marcados para 16 de agosto.

“Estamos hoje, imaginem, tendo que lidar com os mesmos problemas que lidávamos antes do Plano Real”, diz Aécio em um dos trechos, aludindo ao aumento da inflação no último período. “Cresce o déficit, a inflação se mantém alta, o emprego cai. Entramos num círculo vicioso infernal, que é aquele que o governo nos meteu”, afirma em outro momento José Serra.

O partido evitou incluir trechos sobre um eventual impeachment de Dilma. Gravados em um tom próximo ao do preto-e-branco, as inserções fazem críticas à corrupção e à suposta “incompetência” da administração petista.

“O que temos hoje é um governo afogado em denúncias, paralisado pela incompetência e desacreditado pela falta de confiança”, declara Aécio em um trecho. “Esse Brasil que nos é apresentado diariamente não supera os limites estreitos de uma propaganda enganosa, movida pela fragilidade de resultados”.

“Não sabem (o PT) governar. Nós estamos assistindo a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”, diz FHC.

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