Blog do Fernando Rodrigues

Marta reage à absolvição de Russomanno: “[Eleição] ficou mais difícil”

Fernando Rodrigues

Peemedebista lamenta efeito de STF ter livrado adversário

Avaliação foi feita na noite da votação do impeachment

Marta vê chance de crescer sobre eleitorado tucano de Doria

Poder econômico e de distribuição de cargos de rivais preocupam

Senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) teme candidatura de Celso Russomanno (PRB-SP)

Senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) teme candidatura de Celso Russomanno (PRB-SP)

A candidata do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PMDB-SP), tem lamentado a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de absolver o candidato Celso Russomanno (PRB-SP) da acusação de peculato.

Com o resultado, Russomanno não corre mais o risco de ter o registro de candidato cassado pela Justiça Eleitoral. Se fosse condenado, o deputado do PRB seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não poderia disputar a eleição municipal.

A aliados, Marta Suplicy tem dito que a decisão do STF prejudica a sua candidatura. A um colega senador, durante a discussão da pronúncia do impeachment, na madrugada de ontem (10.ago), afirmou: ''Agora ficou muito mais difícil [de vencer as eleições]''. Publicamente, a peemedebista prefere não fazer  uma avaliação tão negativa.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

A condenação de Russomanno era dada como certa entre os aliados de Marta. O marido da senadora, Márcio Toledo, festejou quando o STF decidiu antecipar o julgamento do pré-candidato do PRB. 

Certo de que Russomanno seria condenado e não conseguiria o registro da candidatura, Toledo começou tratativas para se aproximar do eventual espólio eleitoral do PRB. Mandou mensagens via WhatsApp para integrantes da legenda: ''Estamos prontos para conversar. Unidos seremos muito mais fortes'', escreveu Toledo. A estratégia desmoronou com a absolvição do candidato do PRB.

Assim que soube do resultado no STF, a senadora fazia a seguinte reflexão numa roda de colegas no Senado: “Um tem a prefeitura [Fernando Haddad]. Outro, o governo do Estado [João Doria].  Outro, a Igreja Universal [Russomanno é filiado ao PRB]. E eu?”. Ninguém respondeu.

Marta é do partido do presidente interino, Michel Temer, e de Paulo Skaf, o presidente da Fiesp.

Uma das reclamações de aliados da ex-petista foi o suposto uso de cargos na Prefeitura e no governo do Estado em troca de apoio partidário a Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB). Os 2 candidatos serão os que terão os maiores tempos de propaganda no rádio e na TV. Russomanno é filiado ao PRB, partido que tem ligações com a igreja Universal.

Outra preocupação da ex-prefeita é o uso de dinheiro próprio na campanha. O candidato do PSDB, João Doria, já afirmou que usará recursos pessoais para financiar sua candidatura. O tucano declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 180 milhões. Marta ainda não informou ao TSE o valor de seus bens. Na última eleição que disputou, em 2010, a peemedebista declarou patrimônio de R$ 12 milhões.

META: PASSAR DOS 20%
A peemedebista quer chegar a esse percentual pois acha que assim garante sua ida ao 2º turno. De acordo com as últimas pesquisas, Marta está bem atrás do líder, Russomanno. No Ibope, 29% a 10% ou 30% a 13%, dependendo do cenário testado. Leia os resultados de todos os principais levantamentos de intenção de voto nas maiores cidades do país na página de pesquisas do Blog.

Marta acredita que precisa chegar a 20% para garantir sua passagem para o 2º turno. Acha também que Russomanno já garantiu a vaga na disputa final.

FOCO: JOÃO DORIA
Na avaliação da candidata do PMDB, o tucano João Doria tem forte potencial de crescimento. Além do tempo de propaganda e do uso de recursos pessoais, ela acredita que Doria herdará capital político de eleitores fiéis ao PSDB.

O tucano é ''afilhado político'' do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Uma das razões da escolha do ex-tucano Andrea Matarazzo como vice em sua chapa foi tentar desidratar o eventual crescimento de João Doria.

Para a peemedebista, a situação de Fernando Haddad é complicada. Além da alta rejeição enfrentada pelo atual prefeito (na faixa de 45%), Marta acredita que o ex-presidente Lula e o PT não tenham mais tanta força na mobilização de eleitores na periferia.

A campanha eleitoral terá início na próxima 3ª feira (16.ago.2016). Candidatos poderão fazer campanha na internet, eventos e comícios. O horário eleitoral gratuito obrigatório no rádio e na televisão começa no dia 26.ago.2016.

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