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Dilma ataca governo FHC em discurso
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Fernando Rodrigues

presidente diz que governo tucano privatizou e “torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência”

No seu pronunciamento em rede nacional de TV para comemorar o 7 de Setembro, a presidente Dilma Rousseff atacou fortemente o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Dilma falava sobre o seu plano de concessões de serviços públicos à iniciativa privada. Afirmou que será “um novo tipo de parceria” e “que trará benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo brasileiro”.

Aí veio a pancada em FHC: “Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias, que torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado para garantir qualidade, acabar com os monopólios, e assegurar o mais baixo custo de frete possível”.

Esse é mais um capítulo da troca de acusações entre Dilma e FHC, que começou na semana passada. FHC escreveu um artigo atacando Lula. Dilma respondeu em nota oficial.

Pelo jeito, vai ficar no passado a relação amena entre Dilma e FHC. É no mínimo incomum que a presidente da República use uma rede nacional de TV para festejar o 7 de Setembro e ataque tão duramente o governo passado de um partido adversário.

Está em jogo, é claro, a sucessão de 2014.

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As nuances de Michel Temer sobre 2014
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Fernando Rodrigues

o vice de Dilma dá um passo para trás quando fala da aliança PMDB-PT

O vice-presidente da República, Michel Temer, que também é o presidente nacional licenciado do PMDB (e grande líder desse partido) parece ter adotado uma atitude mais comedida a respeito de 2014, quando a lógica indicaria que ele seria novamente companheiro de chapa na eventual reeleição de Dilma Rousseff (PT).

Na edição da Folha de domingo (15.jul.2012), o vice-presidente da República, Michel Temer, disse em entrevista à Eliane Cantenhêde:

Folha – Fala-se muito que o que está por trás é a Presidência em 2014, mas não seria a Vice?

Michel Temer – O que está em jogo é tudo em 2014! Primeiro ponto é que, depois de instituída a reeleição no Brasil, a ideia é a seguinte: quem foi eleito tem de concorrer à reeleição, para não perder o poder. Estabeleceu-se esse conceito que não é um conceito absoluto.

Segundo ponto é que, havendo a reeleição, quem foi bem no governo deve se reeleger. Agora, o que vai acontecer em 2014 está ainda muito distante. Quem está pensando só em 2014 está sendo afoito, apressado. E, aí, come cru.

Há pouco mais de 2 meses, em 8.maio.2012, ele havia dito o seguinte ao Poder e Política – Entrevista:

Folha/UOL – A aliança PT e PMDB para 2014 vai ser repetida com o sr. e a presidente Dilma repetindo a chapa [que venceu as eleições de 2010]?

Michel Temer – Tudo indica que sim, a aliança. Evidentemente o nome dos candidatos depende das circunstâncias. Você sabe como é isso, não é? Hoje as coisas estão de um modo, lá na frente podem estar de outro modo. Mas a tendência natural é a repetição da aliança que deu certo, não é?

Eis o vídeo, abaixo  (só 25 segundos) e aqui em plataformas móveis (smartphones e tablets):

[uolmais type=”video” ]http://mais.uol.com.br/view/12754072[/uolmais]

 

Embora comedido nas duas respostas, nota-se que algo mudou de maio para cá.

Especialista em falas nuançadas, Michel Temer não foi peremptório em nenhuma de suas entrevistas. Mas dá a entender que a situação hoje tornou-se mais incerta sobre 2014.

É evidente que todos vão desejar se aliar ao PT num cenário de calmaria: se a economia entrar nos eixos, se o Brasil voltar a crescer na faixa de 4% ou mais e se Dilma estiver popular em 2014.

O problema é que hoje há mais dúvidas do que certezas.

E é nessas horas que o PMDB sabe operar melhor. E Michel Temer é o grande especialista dos momentos difíceis.

Tudo considerado, Dilma e o PT devem trabalhar (e torcer) para as coisas entrarem nos eixos. Se tiverem de depender do PMDB de maneira mais constante, a presidente e seu partido vão pagar em dobro pelos maus tratos conferidos ao principal aliado nos últimos tempos.

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