Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Benito Gama

12 dos 14 congressistas brasileiros deixam reunião do Mercosul em protesto
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Fernando Rodrigues

Presidente do Parlasul disse haver um golpe parlamentar no Brasil

Congressistas brasileiros abandonaram evento após declaração

Apenas Jean Wyllys e Benedita da Silva continuarão participando

Para Requião, protesto foi por causa de cerimonial do evento

RedComSur-jorgeTaiana

O presidente do Parlasul, Jorge Taiana

Um incidente diplomático hoje (2ª feira) cedo provocou a saída de 12 dos 14 congressistas brasileiros que participavam de um evento pela comemoração dos 25 anos do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai.

Segundo o deputado federal Benito Gama (PTB-BA), a maioria dos delegados brasileiros resolveu “protestar contra a opinião do presidente do Parlasul, o argentino Jorge Taiana”.

Ligado à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, Taiana falou sobre o processo de impeachment no Brasil numa nota publicada no site oficial do Mercosul. “É um golpe parlamentar e uma utilização forçada da lei do impeachment”, disse ele.

“Não tem cabimento tal declaração no âmbito do Mercosul, ainda mais publicando no site oficial da instituição. Nós todos nos reunimos e decidimos sair do recinto, com o apoio do chefe da nossa delegação, que é o senador Roberto Requião (PMDB-PR)”, relatou Benito Gama, por telefone, de Montevidéu, onde está hoje e amanhã.

Requião telefonou ao Blog às 13h40 para dizer que o protesto, por parte dele, foi por conta do posicionamento dos congressistas brasileiros nos fundos do local onde se realizava o evento. “Foi um desrespeito não apenas com os brasileiros, mas também com os representantes de outros países. Colocaram funcionários nos melhores lugares e nos deixaram no fundo”, afirmou o senador paranaense.

Para Requião, o presidente do Parlasul não poderia ter expressado a opinião sobre o impeachment no Brasil como se fosse a da instituição. “Esse era um assunto para ser debatido por todos e vamos debatê-lo”, declarou o peemedebista.

Nestes 2 dias (25 e 26.abr) haverá várias reuniões do Mercosul. Os congressistas brasileiros pretendem fazer mais protestos. Na manhã desta 2ª feira, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, tentou evitar a saída dos brasileiros do recinto, mas não foi bem sucedido.

O chanceler brasileiro Mauro Vieira presenciou a cena, mas não chegou a tentar impedir a saída dos congressistas brasileiros.

Exceto pelos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Ságuas Moraes (PT-MT) e Benedita da Silva (PT-RJ), todos os outros representantes do Brasil saíram da sala onde se realizava a cerimônia de hoje.

Wyllys escreveu no Twitter sobre o ocorrido. Segundo ele, os demais congressistas resolveram se retirar depois de terem sido colocados em uma fila no fundo do auditório onde ocorria o evento.

“O cerimonial reservou a fila O para a delegação brasileira, que fica no fundo. Os deputados da oposição de direita mais Requião não gostaram (…) sentiram-se ofendidos e então se retiraram”.

Ao todo, 36 deputados e senadores brasileiros são integrantes do Parlasul. Dentre os 14 que participam dos 14 que participam dos eventos em Montevidéu estão os deputados Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), Roberto Freire (PPS-SP), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Ságuas Moraes (PT-MT), Benito Gama (PTB-BA), Heráclito Fortes (PSB-PI) e Benedita da Silva (PT-RJ) e os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Lídice da Mata (PSB-BA) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).

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3 integrantes da comissão do impeachment de Dilma julgaram Collor em 1992
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Fernando Rodrigues

Os 3 deputados votaram a favor do afastamento do presidente

Benito Gama (PTB-BA) foi presidente da CPI que investigou Collor

Jandira Feghali (PC do B-RJ) estava em seu 1º mandato na Casa

Jutahy Júnior (PSDB-BA) já cumpria seu 3º mandato na Câmara

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Benedito Gama foi presidente da CPI que investigou Fernando Collor

A Câmara dos Deputados instalou na última 5ª feira (17.mar.2016) a Comissão Especial do Impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dos 65 deputados que fazem parte da atual composição, apenas 3 estiveram no colegiado semelhante quando Fernando Collor foi processado. Na época, os 3 votaram a favor da cassação do então presidente.

Jutahy Júnior (PSDB-BA) é o que está na Casa há mais tempo. O tucano entrou na Câmara em 1983 e só ficou fora de uma legislatura –de 1995 a 1999. Ele diz que a base social que o PT tem hoje não pode ser desconsiderada. “O [Fernando] Collor não tinha uma organização como o PT tem. É um partido enraizado no Brasil que instrumentaliza organizações sindicais, como a CUT”, afirma.

Em 1992, Jandira Feghali (PC do B-RJ) estava em seu 1º mandato na Câmara dos Deputados. Ela diz que não há semelhanças entre os processo de impeachment de Collor e de Dilma. “A grande diferença é que o impeachment do Collor surgiu de uma CPI que mostrou provas que incriminavam diretamente o presidente”, afirma.

Benito Gama (PTB-BA) foi o presidente dessa CPI que investigou as denúncias contra Fernando Collor. O deputado foi eleito em 1986 pelo PFL e já estava em seu 2º mandato na Casa.

A apuração é do repórter do UOL Gabriel Hirabahasi.

A comissão foi instaurada após as denúncias de Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, sobre corrupção no governo com o empresário PC Farias como centro do esquema. “Hoje, as denúncias estão muito fortes, envolve a Petrobras. Naquela época era mais concentrado no PC Farias. Hoje, está muito difundido. Há um conjunto de deterioração ética muito mais forte”, diz Gama.

Jutahy diz que “hoje, há uma corrupção sistêmica, encorpada em todas as ações do governo. Há uma centralização política e da corrupção”. Tanto o tucano quanto Gama afirmam que as ações da Lava Jato enfraquecem o governo petista.

“Na teoria, [as denúncias de hoje] são as pedaladas. Mas é a formalização”, diz Gama. O tucano afirma que, “na prática, o que a comissão vai analisar é se vai votar pela manutenção do sistema. Se vai pro lado da sociedade, que pede o impeachment, ou se amarra a vida ao PT”.

Jandira afirma o contrário: “A comissão tem que analisar a denúncia, que são as pedaladas, não o [juiz Sérgio] Moro ou a Lava Jato”.

A deputada diz que não pode haver uso político da investigação da Polícia Federal. Ela defende que a operação aconteça, mas afirma que não como instrumento da luta política no País.

Como o Blog divulgou, Dilma tem 31 votos contrários na comissão do impeachment. O governo faz as contas para ter 34 votos favoráveis no colegiado. Jutahy afirma que, ao longo do processo, esse número deve cair. “A pressão da sociedade é muito forte”.

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Kakay, advogado dos poderosos, terá irmão senador com ida de Gim ao TCU
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Fernando Rodrigues

Marcos de Almeida Castro é empresário e tem negócios relacionados a governos

A provável nomeação do senador Gim Argello (PTB-DF) para uma vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) entregará uma cadeira do Senado para Marcos de Almeida Castro, irmão de Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, influente advogado de Brasília notabilizado na defesa de políticos acusados de corrupção.

A nomeação de Gim tem o apoio do governo e pode ser votada nesta 3ª feira (8.abr.2014) pelo Senado. A vaga no TCU era ocupada pelo ministro Valmir Campelo, que se aposentou na 2ª feira (7.abr.2014).

Como Gim, Marcos não recebeu nenhum voto nas urnas, mas está prestes a se tornar representante do Distrito Federal no Senado. Ambos são suplentes do ex-senador Joaquim Roriz, que renunciou ao mandato em 2007 para escapar de um processo de cassação. O primeiro suplente era Gim, que exerce o mandato há 6 anos. Marcos é o segundo da lista.

Marcos nunca disputou uma eleição. Tem 59 anos, 2 a mais que seu irmão Kakay, e em 2006 declarou um patrimônio de R$ 5 milhões, parte dele em empresas com contratos com governos.

Em 2012, figurava como sócio da Data Traffic, que fornece radares eletrônicos para vias urbanas e estradas e recebeu R$ 30 milhões do governo federal em 2010 a 2012. A empresa teve seu sigilo fiscal, bancário e telefônico quebrado pela CPI do Cachoeira, suspeita de ligação com integrantes do esquema de Carlinhos Cachoeira para vencer um contrato com o governo de Goiás. A CPI terminou sem que ninguém fosse indicado. Ao Blog, Kakay afirmou que seu irmão ainda seria sócio da empresa. Também indagado pelo Blog, Marcos não negou nem confirmou se mantém sociedade na Data Traffic.

Marcos ainda é sócio da C&M Engenharia, uma das proprietárias da usina hidrelétrica de Corumbá IV, em Luziânia (GO). A usina também pertence à CEB (Companhia Energética de Brasília). A barragem tem capacidade instalada de 129 megawatts e fornece energia para cerca de 250 mil moradores do Distrito Federal.

Protesto

A articulação para levar Gim ao TCU provocou incômodo entre os servidores do Tribunal. Eles realizaram na 2ª feira um ato contra sua nomeação. Os funcionários dizem que Gim não teria a “reputação ilibada” exigida para o cargo por responder a 6 inquéritos no STF, segundo levantamento do site “Congresso em Foco” um deles apura suposto desvio de verbas públicas quando Gim presidia a Câmara Legislativa do DF.

O senador, por meio de sua assessoria, afirma que as investigações ainda estão em andamento e que ele não é réu em nenhuma ação penal.

Senadores sem voto

O atual mandato de Gim e a possibilidade de Marcos assumir uma vaga de senador revelam uma cenário antirrepublicano na democracia brasileira: pessoas sem nenhum voto representando seus Estados no Congresso Nacional.

Na composição da chapa, a vaga de suplente acaba servindo para acomodar familiares, agradar a partidos aliados ou atrair empresários que possam ajudar financeiramente na campanha.

Dos atuais 81 senadores, 15 são suplentes –quase 20% do total. Leia abaixo quem hoje ocupa uma cadeira do Senado “de carona” na popularidade de outra pessoa.

suplentes2(Bruno Lupion)

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Forte ou fraca, Dilma terá apoio do PTB
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Fernando Rodrigues

O presidente nacional do PTB, Benito Gama, afirma que seu partido já decidiu dar apoio formal para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, “não é porque está forte, porque está fraco” o projeto eleitoral da petista que seu partido embarcará na coalizão.

“Isso é ponto pacífico”, disse Gama em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”. Há chance de recuo? “Não, não há chance”, responde. Afirma também que o PTB estará pronto “para reagir, ajudar a levantar, a contornar o que aparecer”, se Dilma Rousseff enfrentar dificuldades mais adiante.

Em 2010, a petista teve dez partidos em sua coalizão eleitoral. A meta do PT é repetir esse número de legendas ou até ampliar. Haverá algumas trocas. O PSB, por exemplo, terá candidato próprio ao Planalto –Eduardo Campos. No lugar deve entrar o PTB. Outra legenda nova que será dilmista em outubro é o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

Ex-filiado ao PFL (antigo nome do DEM) e ao PMDB, Benito Gama fez carreira sempre como opositor ao PT. Agora, mudou de lado. A convite do Palácio do Planalto, ocupa o cargo de vice-presidente de governo do Banco do Brasil.

E se Dilma for substituída no processo eleitoral pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? “O presidente Lula hoje é um mito na política brasileira (…) A tendência nossa é continuar. Não vejo mudança”, declara. O PTB continuaria do mesmo jeito? “Do mesmo jeito. Não vejo dificuldade nenhuma nessa direção. Esse não é um complicador da nossa conversa”.

Gama, 65 anos, deve deixar seu cargo no Banco do Brasil até abril para se candidatar a deputado federal pela Bahia. Sobre o PTB receber agora uma oferta para ocupar um ministério no governo Dilma, ele responde de maneira ambígua.

Primeiro, afirma que um convite direto da presidente faria “voltar a discussão” sobre o PTB ocupar uma vaga na Esplanada dos Ministérios. Em seguida, completa com uma frase na forma adversativa: “Mas a tendência da maioria hoje no partido é de não aceitar uma participação no ministério”.

O PTB é fisiológico? Benito Gama responde com uma peroração filosófica: “A fisiologia no Brasil é a questão de governo. Não é o PTB, nem os outros partidos que querem o governo. O Brasil é governo”.

Como assim? “Todo brasileiro é governo. O empresário é governo, o grande empreiteiro é governo, o grande banqueiro é governo, a grande imprensa –não os jornalistas, que têm a opinião e escrevem sobre os fatos. O governo hoje no Brasil é o maior agente econômico, político e social. Esse fisiologismo que se associa a partidos está em todo o lugar (…) O grande empreiteiro que foi oposição no passado ao PT hoje está lá no PT. O grande banqueiro que estava contra o PT hoje está lá no governo. Não é do PT, ele é governo”.

No ano que vem, o PTB espera voltar para Brasília com 32 deputados federais (hoje tem 20) e participar do governo. Benito Gama pretende ser reeleito presidente da legenda em 2015, com o apoio de Roberto Jefferson, réu condenado no processo do mensalão e até hoje “o maior líder do partido”.

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