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Procura por táxi continua a mesma após Uber, avalia Cade
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Fernando Rodrigues

Estudo avaliou demanda em São Paulo, Rio, BH e Brasília

Cade comparou Uber com aplicativos 99taxis e Easy Taxi

Uber fidelizou clientes que antes não usavam outro serviço

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Taxistas do Rio protestam contra o Uber em jul.2015

A entrada do Uber manteve para os serviços de táxi o mesmo número de passageiros que já existiam antes da chegada do aplicativo. A conclusão é de um estudo divulgado nesta 2ª feira (14.dez) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

O estudo é assinado por Luiz Alberto Esteves, economista-chefe do Cade. Esteves avaliou o mercado de corridas de táxi em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF) no período de outubro de 2014 a maio de 2015.

Clique aqui para acessar o estudo na íntegra.

Foram usados como parâmetro 2 aplicativos de táxi anteriores ao Uber: o 99taxis e o Easy Taxi.

O estudo concluiu que não houve diminuição na procura das 2 empresas após a entrada do Uber no mercado nessas 4 grandes capitais. Também não houve mudança quando são considerados os dados de 2 cidades nas quais o aplicativo não compete de forma relevante (Porto Alegre e Recife).

Para o economista, o resultado do estudo “demonstrou que o aplicativo [Uber], ao contrário de absorver uma parcela relevante das corridas feitas por táxis, na verdade conquistou majoritariamente novos clientes, que não utilizavam serviços de táxi”, escreveu.

“Significa, em suma, que até o momento o Uber não ‘usurpou’ parte considerável dos clientes dos táxis nem comprometeu significativamente o negócio dos taxistas, mas sim gerou uma nova demanda”, diz Esteves.

O Cade é o órgão do governo federal responsável por manter a concorrência e evitar monopólios. Fusões e aquisições de empresas, por exemplo, precisam ser aprovadas pelo Cade. O órgão é subordinado ao Ministério da Justiça (MJ).

O estudo de Esteves não revela os números da operação do Easy Taxy ou do 99taxis. Essas informações comerciais foram repassadas de forma sigilosa ao Cade.

“Em termos de exercícios empíricos aplicados à política antitruste, isso significa que não podemos sequer assumir (ao menos nos períodos aqui analisados) a hipótese de que os serviços prestados pelo aplicativo Uber estivessem (até maio de 2015) no mesmo mercado relevante dos serviços prestados pelos aplicativos de corridas de táxis 99taxis e Easy Taxi”, argumenta o economista.

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Cade indica que investigação sobre cartel dos trens vai ser ampliada
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Fernando Rodrigues

Sob forte pressão política, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Carvalho, afirma que podem ser abertos novos processos para investigar a possível formação de cartéis para a venda de trens em outros Estados além do caso que já está sendo analisado relacionado a São Paulo e ao Distrito Federal.

Em entrevista ao programa Poder e Política, da “Folha” e do UOL, Carvalho declarou que é possível “achar material que possa ser indício ou prova de cartel nesses mercados e em outros. Se isso for encontrado, vai para o escopo da investigação. Mas não tenha dúvida de que será investigado (…) O que tiver lá, se tiver, envolvendo contratos com o governo federal, ou com outros contratos, ou mais contratos em São Paulo ou no Distrito Federal, tudo vai entrar no escopo da instauração do processo”.

A declaração do presidente do Cade é uma resposta à acusação de que a autarquia estaria politizando o caso iniciado por uma delação da empresa alemã Siemens, que envolve sobretudo venda de trens para o Metrô de São Paulo –e sucessivos governos paulistas comandados por políticos do PSDB.

Como a Siemens participou de licitações para fornecer a governos de vários Estados e também para a administração federal, tucanos alegam que no atual episódio há um direcionamento político apenas contra o PSDB –conduta negada pelo Cade.

Esta foi a primeira longa entrevista de Carvalho após a politização do caso dos cartéis dos trens. Ele relata que “existem outros processos no Cade envolvendo a Siemens”. Pelo menos mais um “em outro setor, também de cartel”. Não quis fornecer detalhes. “É só isso que eu posso dizer por enquanto”.

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Processo contra empresas doadoras de políticos está parado no Cade
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Fernando Rodrigues

Camargo Corrêa e Votorantim são acusadas de combinar preço no setor de cimento
Ambas doaram R$ 40 mi para políticos em 2010; multa pode ultrapassar R$ 1 bi

Aguarda análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) denúncia de suposto cartel no setor de cimento envolvendo a Camargo Corrêa e a Votorantim (foto), duas das empresas que mais doaram a campanhas eleitorais em 2010.

O processo está para ser pautado no Tribunal do Cade há 9 meses. A denúncia foi feita em 2006, houve busca e apreensão de documentos nas empresas investigadas e todas já apresentaram sua alegações.

Elas são suspeitas de combinarem preços da venda de cimento. Se condenadas, a multa pode ultrapassar R$ 1 bilhão.

O processo é sigiloso e tem 60 volumes, com 300 páginas cada um. A assessoria de imprensa do Cade diz que não há previsão para que o assunto seja julgado.

A Camargo Corrêa transferiu R$ 33 milhões a partidos e comitês eleitorais na eleição de 2010. A Votorantim, mais R$ 7 milhões. Também integram o processo as brasileiras Cimpor (adquirida pela Camargo Corrêa em 2012), Itambé, Liz e Itabira Agro Industrial, além da suíça Holcim e da francesa Lafarge.

Segundo levantamento da Folha, a Camargo Corrêa é a empresa brasileira que mais doou para campanhas políticas desde 2002. Ela transferiu R$ 178 milhões para candidatos e partidos no período.

(Bruno Lupion)

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