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Arquivo : Caixa Econômica Federal

Pressionado por desemprego, governo tenta estimular construção civil
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Fernando Rodrigues

Executivos estimam geração de 15 mil empregos a cada R$ 1 bilhão aplicados no setor

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 31-10-2016: O Presidente Michel Temer recebe o ex-primeiro ministro de Portugal António Guterres, recém-eleito secretário-geral da ONU, no Palácio do Planalto. Foto: Sérgio Lima / PODER 360.

O presidente Michel Temer

O presidente Michel Temer anunciou em cerimônia esta manhã (5ª) no Palácio do Planalto o lançamento do novo Construcard, programa de incentivo à indústria de material de construção.

É o 2º projeto de estímulo ao setor apresentado pelo governo em duas semanas. Em 9 de novembro, o Planalto já havia anunciado o “Cartão Reforma“, voltado à população de baixa renda.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Luiz Felipe Barbiéri.

O Construcard é uma linha de financiamento da Caixa Econômica destinada a pessoas físicas.

O objetivo é aquecer as vendas do setor de material de construção por meio de incentivos à reforma, ampliação e construção de novas residências.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Lojistas de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Elias Conz, o programa tem potencial para criar 100 mil empregos até o final do ano que vem.

“O setor trabalha com a geração de 15 mil empregos para cada aplicação de R$ 1 bilhão na indústria de material de construção”, afirmou Conz.

A linha de crédito para o programa até o fim de 2017 é de R$ 7 bilhões. Deste montante, já foram liberados R$ 500 milhões desde o lançamento do piloto em agosto.

Na 3ª feira (22.nov), o IBGE divulgou uma nova pesquisa sobre o mercado de trabalho.

A desocupação subiu em todas as regiões no 3º trimestre deste ano. Em 2015, no mesmo período, a taxa era de 8,9%. A região Nordeste registrou a maior alta no indicador: de 10,8% para 14,1%.

Brasileiros de 18 a 24 anos enfrentam um cenário ainda pior. A taxa de desemprego nessa faixa etária foi de 24,5% para 25,7%. A última vez que o percentual desse grupo chegou perto disso foi em abril de 2004 (25,1%), na aposentada Pesquisa Mensal de Emprego (mar.2002 a fev.2016).

ESPECIFICAÇÕES
Os beneficiários terão até 20 anos para pagar o financiamento. Será concedido um prazo de 2 a 6 meses para a aquisição dos materiais necessários para os projetos.

Nesse período, os financiados pagarão os juros referentes aos valores que utilizarem. A expectativa do governo é alcançar duas milhões de pessoas.

O programa passou por uma reformulação. Uma das novidades é a possibilidade de aquisição de aparelhos para eficiência hídrica e energética, bem como os voltados à segurança dos imóveis, como cercas elétricas e câmeras.

Os materiais terão de ser comprados em 140 mil lojas credenciadas na Caixa Econômica Federal.

O valor médio de financiamento projetado pelo governo é de R$ 14 mil. O limite para o empréstimo varia de acordo com a capacidade de pagamento dos interessados. Não há valor máximo.

O “Cartão Reforma”, lançado há duas semanas, é outro programa de estímulo ao setor. Em 2017, serão destinados R$ 500 milhões ao projeto.

O programa, entretanto, é voltado a pessoas com renda de até R$ 1.800 e executado a fundo perdido, ou seja, o governo dá o dinheiro ao beneficiário. Não há operação de crédito como no Construcard.

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Governo acelera contratações do Minha Casa Minha Vida para movimento social
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Fernando Rodrigues

Construção de até 13 mil casas pode ser liberada nos próximos dias

A decisão faz parte do “pacote” para agradar a base da petista

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Militantes do MTST em São Gonçalo (RJ), em 2014

Na iminência do afastamento de Dilma, o governo federal quer acelerar a contratação de casas e apartamentos do Minha Casa Minha Vida voltada para entidades e movimentos sociais.

A ordem é firmar contratos para 2 editais ­–cujos resultados foram publicados pelo Diário Oficial em 31 de dezembro de 2015 e 15 de abril deste ano.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Juntas, as 2 portarias do Ministério das Cidades somam 13,1 mil unidades habitacionais (entre casas e apartamentos), em 17 Estados brasileiros. Na 2a portaria, o valor total das 6.139 unidades é de R$ 377,9 milhões.

Não necessariamente todo o valor será contratado. A expectativa do governo é fechar pelo menos 12.000 das 13.000 unidades possíveis.

É provável que Dilma reúna representantes de movimentos sociais de moradia (como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST) na semana que vem, no Planalto, para um anúncio formal.

A ordem no que resta do governo Dilma é acelerar todas as iniciativas que estavam engavetadas e que tenham apelo junto à base social do PT.

Os contratos deverão conter uma “cláusula suspensiva”. Ou seja, poderão ser revogados caso as entidades (como cooperativas de habitação) não consigam entregar as casas em determinado prazo.

Contexto: o Minha Casa Minha Vida Entidades foi criado em 2009 e é voltado para famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00. Há um processo de seleção e a Caixa Econômica financia a construção das casas, que fica à cargo das cooperativas e entidades. Muitas dessas são criadas por famílias organizadas em movimentos sociais.

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Banco do Brasil lidera ranking de queixas com base na Lei de Acesso
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Fernando Rodrigues

Caixa Econômica Federal e Comando do Exército aparecem em seguida

Decisões do Gabinete de Segurança da Presidência estão entre as mais questionadas

Lista foi divulgada pela Controladoria Geral da União nesta semana

 

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Edifício sede do Banco do Brasil, em Brasília

Decisões do Banco do Brasil recusando dados solicitados por cidadãos foram as mais questionadas com base na Lei de Acesso à Informação Pública desde que a norma entrou em vigor, em 2012. O ranking foi divulgado na 4ª feira (30.mar) pela Controladoria Geral da União, órgão responsável por decidir os recursos e resolver se a informação deve ou não ser disponibilizada pela administração federal.

Segundo a CGU, de 2012 até mar.2016, 4 mil recursos envolvendo pedidos de acesso a informações foram julgados pelo órgão. Do total, 1.368 casos (34,2%) foram solucionados com a entrega da informação de forma completa ou parcial.

A autarquia funciona como uma 3ª instância. Isto é, só atua quando o pedido de informação já foi rejeitado por 2 vezes pelo órgão que dispõe dos dados. De acordo com o art. 16, inciso II, da Lei de Acesso à Informação, caso as informações sejam negadas, o cidadão pode recorrer à Controladoria, que tem prazo de 5 dias para se manifestar sobre a questão.

A rejeição dos pedidos pode ocorrer quando “colocar em risco a segurança da sociedade ou do Estado” ou em caso de “informações pessoais e sigilosas”.

ÓRGÃOS MAIS RECORRIDOS
De 2012 a mar.2016, os 3 órgãos que mais foram alvo de recursos são Banco do Brasil (319), Caixa Econômica Federal (192) e Comando do Exército (173). Também aparece no ranking o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, com 83 recursos. Eis a lista:

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Entre os casos mais notórios em que a CGU deu parecer favorável à liberação dos dados está o dos relatórios ambientais para financiamento da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA). O episódio ocorreu em set.2014 e foi fruto de uma denúncia do ISA (Instituto Socioambiental).

Em 2016, um cidadão solicitou à autarquia acesso à cópia do contrato de patrocínio da Caixa Econômica Federal com o Sport Club Corinthians Paulista, assinado em 2015. A CGU também decidiu liberar os dados.

OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, o Banco do Brasil divulgou por meio de sua assessoria de imprensa a seguinte nota:

“O Banco do Brasil avalia que os pedidos não atendidos dizem respeito a questões individuais, atinentes às relações trabalhistas e/ou de negócios, cujas informações não se enquadram no escopo da LAI e que são tratadas e disponibilizadas por meio de canais específicos e apropriados”.

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Caixa cria aplicativo do Bolsa Família para iPhone
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Fernando Rodrigues

Ferramenta serve também outros dispositivos móveis

Beneficiários podem checar se pagamento foi feito

Investimento para criar o app foi de 160 mil reais

Em 2 dias, 640 iPhones fizeram o download

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telas do app do Bolsa Família para iPhones

Para comemorar os 12 anos do Bolsa Família, a Caixa Econômica Federal lançou um aplicativo para dispositivos móveis. A ferramenta funciona nos principais sistemas operacionais, inclusive o iOS, utilizado em aparelhos da marca Apple. O usuário pode verificar a situação do benefício, calendário de pagamentos e o endereço de agências bancárias.

 

O investimento na criação do aplicativo foi de 160 mil reais. Até 3ª feira (20.out.2015), 12.567 pessoas fizeram o download do serviço. Desses, 640 usavam a plataforma iOS; 10.449 Android e 1.478 Windows Phone. As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

 

Para receber o Bolsa Família, a renda média individual do beneficiário pode ser de até R$ 154,00 mensais. Um iPhone comprado na loja virtual da Apple custa a partir de R$ 2.299,00. Modelos mais antigos comercializados por revendedores são vendidos por aproximadamente R$ 1.200,00.

 

O valor médio do benefício pago para as famílias cadastradas no programa é de R$ 167,00. O valor varia de R$ 35,00 a R$ 77,00 por pessoa, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome.

 

A CEF não realizou um estudo específico para conhecer em detalhes o uso de aparelhos móveis entre os beneficiários do programa. O banco informa, entretanto, que entre os 20% mais pobres da população brasileira, o percentual de domicílios com posse de um aparelho celular é de 82,6%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2013).

 

O aplicativo pode ser usado por não-beneficiários do programa. Segundo a Caixa, a ferramenta permite acesso a “dados sobre a rede de atendimento, calendário do Programa e informações gerais de acesso ao benefício”. O banco diz que o aplicativo atende 83% dos motivos que levam 2,8 milhões de beneficiários a fazer contato por telefone –desses, 80% utilizam um aparelho celular.

 

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Pós-Lava Jato, CEF exclui agência e beneficia Heads, Nova/SB e Artplan
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Fernando Rodrigues

Borghi Lowe (atual Mullen Lowe) teve diretor preso e foi vetada

Verba de R$ 560 mi da CEF será dividida só entre 3 restantes

Propeg, 5ª colocada na licitação, entra na Justiça para ser aceita

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Propaganda dos “poupançudos”, veiculada pela CEF em 2014

A agência de publicidade Propeg entrou com uma ação na Justiça para participar da distribuição do bolo publicitário da Caixa Econômica Federal. A ação foi protocolada depois de uma das empresas que atendia a CEF, a Mullen Lowe Brasil (antiga Borghi Lowe), ser excluída do contrato, em maio deste ano de 2015.

Em 11.abr.2015, um ex-executivo da então Borghi Lowe, Ricardo Hoffmann, foi preso suspeito de envolvimento nos escândalos investigados pela Operação Lava Jato.

A Borghi Lowe era uma das 4 agências que venceram uma licitação em 2013 para fazer a propaganda da Caixa, informa o repórter André Shalders. As outras três foram a Heads, a Nova/SB e a Artplan. A Propeg ficou em 5º lugar.

Com a exclusão da Borghi Lowe neste ano de 2015, o contrato original que era dividido entre 4 agências passou a ser repartido apenas entre as 3 restantes –Heads, Nova/SB e Artplan.

A verba estimada de publicidade da CEF neste ano é de R$ 560 milhões. No início, quando havia 4 agências, cada uma ficava, em teoria, com R$ 140 milhões. Agora, a divisão é apenas entre 3, e o valor médio sobe para R$ 186,7 milhões –e as agências beneficiadas por esse aumento são Heads, Nova/SB e Artplan.

Uma dessas 3 agências remanescentes na CEF, a Heads, foi citada de maneira lateral no escândalo da Lava Jato, por suposto envolvimento com petistas do Paraná, Estado de origem da empresa. A Heads negou. Nunca houve comprovação das acusações.

A Heads prosperou durante o governo de Dilma Rousseff. Presta serviços à Petrobras, à Caixa e ao Ministério do Trabalho. Seu faturamento em contratos com a União pulou de R$ 138 milhões para 269 milhões no primeiro mandato Dilma –alta de 94%.

A Propeg alega que o edital da licitação estabelecia a contratação do próximo da fila, no caso da saída de algum participante.

Hoffman foi demitido da antiga Borghi Lowe no final de 2014, depois de uma investigação interna da empresa e de ser citado na Lava Jato. Ele é acusado pela Polícia Federal de destinar cerca de 10% do valor dos contratos de publicidade com a Caixa para uma empresa de fachada. A empresa pertenceria ao ex-deputado André Vargas e ao irmão dele, Leon. Vargas tinha mandato de deputado federal pelo PT do Paraná até dezembro passado. Em 10.abr.2015, um dia antes de Hoffmann, foi preso pela Lava Jato.

O QUE DIZEM CEF E AGÊNCIAS
“O nosso pleito não é contra a Caixa, a qual queremos como cliente. O nosso pleito é em favor da melhor decisão legal, pois temos o direito de participar [do contrato]. Estamos litigando em defesa da boa concorrência”, diz Luís Costa Pinto, vice-presidente do Grupo PPG, do qual a Propeg faz parte.

A Caixa declarou, por meio de sua assessoria, que “(…) não convocará licitantes remanescentes para contratação de prestação de serviços de publicidade”. O banco estatal disse ainda que a decisão “tem respaldo jurídico, conforme as atribuições conferidas ao banco no processo licitatório”.

“Temos vasta experiência e sabemos que esses editais visam estabelecer uma concorrência entre as agências. Com as 4 empresas, essa disputa dava mais segurança e mais opções para a Caixa, o que nós queremos reestabelecer”, afirmou Luís Costa Pinto.

Em 2014, a CEF foi a estatal federal que mais gastou em publicidade: R$ 558,8 milhões. Só a Borghi Lowe ficou responsável pela aplicação de R$ 114,8 milhões, distribuídos entre sites, impressos, rádios e TVs.

Governo e empresas públicas não divulgam exatamente qual percentual desse dinheiro fica com as agências. No mercado publicitário, estima-se que elas fiquem com algo entre 20% e 30% do total gasto com o anúncio. A margem de lucro gira em torno de 25%.

Nos 4 anos do primeiro mandato de Dilma Rousseff como presidente, duas agências citadas na Lava Jato –a Borghi Lowe e a FCB Brasil– abocanharam a maior parte do bilionário bolo publicitário da União. Somadas, foram responsáveis por R$ 969 milhões de investimento em publicidade. Atenderam Caixa, Petrobras, BR Distribuidora e Ministério da Saúde.

A Mullen Lowe Brasil declarou, por meio da assessoria, que Hoffman deixou a empresa ainda em 2014. Heads, Artplan e Nova/SB foram procuradas pelo Blog, mas optaram por não comentar.

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Estatais defendem estratégia de publicidade
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Fernando Rodrigues

O Blog contatou as principais empresas públicas e de economia mista do governo federal a respeito de suas políticas de propaganda. Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Banco do Nordeste responderam no prazo.

A Petrobras teve mais de 24 horas para enviar sua resposta, mas não se manifestou até a publicação deste post. Na 6ª feira (19.dez.2014), às 12h, o Blog recebeu a resposta da estatal, reproduzida abaixo.

O Blog também perguntou à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República qual era a avaliação do governo federal a respeito de empresas como Petrobras, BB e CEF, entre outras, gastarem milhões de reais por ano comprando espaço publicitário em alguns sites de baixa audiência.

A Secom, por meio de nota, disse: “Embora tenha responsabilidade sobre as diretrizes gerais da publicidade oficial, a Secom não pode responder sobre decisões específicas das entidades que não pertencem à administração direta”.

A seguir, as outras respostas recebidas.

CORREIOS
Como se insere no seu plano de publicidade a compra de espaço nesses veículos?
Através do perfil do jornal, do ranking de penetração do veículo e adequação do perfil ou segmento do veículo com a campanha em questão. Além de serem utilizados dados de pesquisa de mídia que amparam as escolhas de meios e veículos de comunicação no planejamento. Com base na premissa da descentralização dos recursos, a agência utiliza informações do banco de dados da Secom, em que constam informações sobre os veículos, auditados ou não. Sendo assim, são planejados de acordo com suas praças de veiculação.
No caso da mídia online, definidos os meios que atendem de maneira mais efetiva à demanda de comunicação, são estabelecidos critérios de seleção dos veículos, como por exemplo: audiência; programação; segmento; praças priorizadas e formatos priorizados, entre outros.
Por exemplo, no UOL, os Correios investiram R$ 1,95 milhão em 2013 e R$ 1,82 milhão em 2014.

Há alguma pesquisa de relação custo-benefício a respeito dos anúncios publicados?
Avalia-se o custo por mil (C.P.M) da publicação ou o CPP, quando televisão. No caso da mídia online, conseguimos dimensionar os resultados de mídia online por meio de fornecedores de adservers. Os adservers gerenciam e monitoram as campanhas online.

No caso de publicações para as quais não há auditagem pelo IVC (Brasil Econômico e Caros Amigos), como é possível saber o tamanho do público atingido para aferir a eficácia do anúncio?
Quando não há auditagem pelo IVC utilizamos a mensuração pelo índice de penetração do veículo. No caso do Brasil Econômico, foi analisado o perfil e conteúdo editorial do veículo juntamente com o público que se interessa por esse conteúdo, verificando pertinência entre o produto anunciado na campanha e o leitor do jornal. No banco de dados da Secom utilizamos as informações de tiragem, fornecida pelo editor, podendo mensurar o alcance da publicação. O Jornal Brasil Econômico, apesar de não possuir IVC, é o terceiro veiculo do segmento econômico, ou seja, atrás somente do Valor Econômico e DCI, na praça de S. Paulo (Estudos Ipsos/Marplan 2013). A Revista Caros Amigos é a segunda no ranking do segmento Interesse Geral, atrás da revista Piauí (Estudos Ipsos/Marplan 2013).

 

BANCO DO BRASIL
O planejamento de mídia do Banco do Brasil observa os propósitos de divulgação de produtos e serviços, posicionamentos institucionais ou de fortalecimento da marca. Nas veiculações são consideradas cobertura, penetração e afinidade dos veículos junto ao público-alvo. Além disso, o Banco do Brasil tem por premissa diversificar os tipos de canais (impressos, eletrônicos e outros) na veiculação de anúncios publicitários. O planejamento de mídia inclui tanto veículos que representam grandes grupos de comunicação, quanto os de menor porte. Em 2013, por exemplo, o Banco do Brasil utilizou 1.700 veículos, sendo 114 sites e portais.

 

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Como se insere no seu plano de publicidade a compra de espaço nesses veículos?
Inicialmente a CAIXA estabelece os objetivos de comunicação e principais campanhas a serem trabalhadas durante o ano. Após estas definições, são selecionados os meios e veículos a serem utilizados, por produto e por período. Todos os veículos são negociados pontualmente, caso a caso.
A estratégia de comunicação de cada produto leva em consideração, ainda, diversas pesquisas pertinentes ao assunto.

Há alguma pesquisa de relação custo-benefício a respeito dos anúncios publicados?
Mensalmente é realizada pesquisa de avaliação e monitoração de campanhas, buscando avaliar o desempenho sob diversos quesitos de interesse da marca, inclusive em relação às campanhas dos principais concorrentes. São avaliados quesitos estratégicos de exposição da marca, índice de lembrança, atratividade, efeito da publicidade sobre o público, qualidade da mensagem da campanha, nível de confiança e características de interesse da estratégia comercial e imagem institucional.

No caso de publicações para as quais não há auditagem pelo IVC (Brasil de Fato, Brasil Econômico, Caros Amigos e Fórum), como é possível saber o tamanho do público atingido para aferir a eficácia do anúncio?
No caso do meio internet, a ferramenta utilizada é o ComScore. Para mídia impressa, quando não há IVC, consideram-se os dados cadastrados pelos veículos no Cadastro de Veículos de Divulgação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

 

BNDES
Como se insere no seu plano de publicidade a compra de espaço nesses veículos?
Os planos de mídia do BNDES são resultado da orientação técnica das agências de publicidade que atendem ao Banco e da observância às orientações técnicas da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM/PR) quanto a pressupostos como a política de regionalização e desconcentração da mídia, instituída pelo Decreto n° 4.799/2003 e reiterada pelo Decreto n° 6.555/ 2008.

Há alguma pesquisa de relação custo-benefício a respeito dos anúncios publicados?
Em geral, os planos de mídia levam em conta o cálculo do CPM (Custo por Mil) e a frequência e cobertura junto ao público-alvo. Para verificar a efetividade, o BNDES também realiza, no caso das maiores campanhas que leva ao ar, pesquisas de pós-teste. Especificamente para o meio internet, há indicadores como relatórios dos veículos, relatórios de AdServer e verificação da origem das visitações no site do Banco. Por fim, há também a verificação do comportamento da demanda antes, durante e imediatamente após a veiculação de uma campanha, sobretudo no caso de produtos como o Cartão BNDES.

No caso de publicações para as quais não há auditagem pelo IVC (Brasil Econômico e Caros Amigos), como é possível saber o tamanho do público atingido para aferir a eficácia do anúncio?
Para publicação que não possuem IVC — e mesmo para aquelas que possuem —, todos os órgãos e entidades que compõem o Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom) utilizam o Cadastro de Veículos de Comunicação da SECOM. Para serem incluídos em tal cadastro, jornais e revistas precisam atender aos seguintes critérios: “ser registrado como veículo de comunicação na Receita Federal, comprovar regularidade de circulação e declarar tiragem”.
Deve-se ressaltar ainda que, na seção BNDES Transparente, do site do Banco, estão disponibilizadas as informações sobre gastos com veiculação, por meio, desde 2011, em observância à Lei 12.232/2010 e, ainda, de acordo com a Lei 12.527/2011. Eles permitem verificar que as publicações citadas foram responsáveis por 0,6% dos investimentos do BNDES em publicidade no ano de 2011; 0,7% em 2012; e 0,8% em 2013. As informações citadas estão disponíveis no seguinte link.

 

BANCO DO NORDESTE
Como se insere no seu plano de publicidade a compra de espaço nesses veículos?
O Banco do Nordeste trabalha com um Plano Anual de Comunicação onde as ações e campanhas são planejadas no início de cada ano, as verbas e o público-alvo previamente definidos, com base em critérios técnicos. Como órgão do Governo Federal, o Banco atende às orientações da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para que seja observada a melhor técnica publicitária por meio de uma programação de veículos abrangente, respeitando as características de cada campanha, sempre priorizando a transparência e a impessoalidade na construção da comunicação.

Há alguma pesquisa de relação custo-benefício a respeito dos anúncios publicados?
O Banco do Nordeste monitora as ligações e consultas recebidas por intermédio da Central de Relacionamento com Clientes durante o período de cada campanha, avaliando o impacto das ações de comunicação na procura pelos produtos e serviços anunciados.

No caso de publicações para as quais não há auditagem pelo IVC (Brasil Econômico e Caros Amigos), como é possível saber o tamanho do público atingido para aferir a eficácia do anúncio?
A orientação é que sejam priorizadas as publicações com circulação e tiragem certificadas. O IVC audita apenas uma parte da totalidade de veículos existentes. Para assegurar que a comunicação alcance uma cobertura mais abrangente, o Banco do Nordeste leva em consideração dados fornecidos pelos próprios veículos, para que se ateste o tamanho desta circulação. Outros índices são analisados quando da escolha dos veículos a serem contemplados pelas campanhas, como a área de cobertura, o segmento, período de circulação e o assunto abordado na publicação específica.

 

PETROBRAS
Como se insere no seu plano de publicidade a compra de espaço nesses veículos?
A Petrobras realiza seu planejamento publicitário com base no Plano de Negócios e Gestão e no Plano Estratégico da companhia. De acordo com os objetivos de comunicação traçados para o ano, a Petrobras planeja as suas ações publicitárias.
Os critérios para a seleção de veículos são a afinidade com o público alvo da ação realizada e os dados de participação de mercado, conforme dados do ComScore, por exemplo.

Há alguma pesquisa de relação custo-benefício a respeito dos anúncios publicados?
O meio web vem crescendo continuamente nos últimos anos e o mercado publicitário vem aumentando a sua participação neste tipo de mídia. Com isso, as ferramentas de análise para esse meio vêm sendo aprimoradas.
Atualmente, a Petrobras acompanha mensalmente suas veiculações em internet, por meio de relatórios de adserver, que apresentam dados diversos, como pessoas impactadas, quantidade de cliques e visitas geradas ao nosso site, por exemplo. Cada ação tem um objetivo específico, e os relatórios são elaborados de forma a atender a necessidade de cada ação.
No meio impresso, a Petrobras considera a tiragem total do veículo para o cálculo do custo necessário para atingir mil pessoas, buscando sempre equipará-los com publicações do mesmo segmento.

No caso de publicações para as quais não há auditagem pelo IVC (Brasil de Fato, Brasil Econômico, Fórum e Caros Amigos), como é possível saber o tamanho do público atingido para aferir a eficácia do anúncio?
A Petrobras realiza suas veiculações publicitárias apenas em veículos cadastrados e conformes no Cadastro de Veículos de Divulgação (MidiaCad) da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), que se constitui em conjunto formal de dados cadastrais, comerciais e negociais de veículos dos diversos meios de divulgação utilizados nas ações de publicidade do Poder Executivo Federal.
Os veículos impressos que não possuem auditagem do IVC informam uma tiragem declarada, registrada em cartório, e assumem total responsabilidade pela informação ali prestada. Qualquer informação falsa ou incorreta acarreta na imediata negativação do cadastro do veículo.
Para cálculo de público atingido, a Petrobras considera o mesmo número da tiragem informada.

 

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P.S: O post foi atualizado às 14h de 6ª feira (19.dez.2014) para acrescentar a resposta enviada pela assessoria da Petrobras.

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A esculhambação dos cargos de governo no Brasil
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Fernando Rodrigues

Geddel-Twitter

O episódio em que um vice-presidente da Caixa Econômica Federal pediu à presidente Dilma Rousseff, via Twitter, para ser demitido é um exemplo de duas coisas: 1) falta de capacidade gerencial e operacional nos altos escalões da República e 2) péssimo manejo político da coalizão governamental. Para não ser injusto, é relevante deixar registrado também que essa inépcia se reproduz em dezenas de governos estaduais e municipais.

O que aconteceu? Em setembro, o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal (CEF), o político baiano Geddel Vieira Lima, entregou uma carta pedindo sua exoneração do cargo. O documento foi enviado ao vice-presidente da República, Michel Temer. Ambos, Geddel e Michel Temer são do PMDB.

Até esta semana, nada havia acontecido. A política se sobrepunha à gestão: tudo bem deixar a CEF com um vice-presidente demissionário, mas nada de desalojar uma peça importante do PMDB sem ter outra pronta para ser colocada no lugar.

Temer mostrou recentemente a carta à presidente Dilma Rousseff, que pediu que a situação fosse contornada até que um substituto fosse encontrado.

Qual tipo de substituto? Alguém que pudesse satisfazer aos desejos fisiológicos do PMDB por cargos e aos anseios políticos do PT de ter sob controle um partido como esse. É com cargos que o governo consegue apoios partidários e tempo de rádio de TV nas eleições de 2014.

Geddel Vieira Lima foi ministro da Integração Nacional durante a administração do petista Luiz Inácio da Silva. Antes, havia sido um dos mais fieis defensores do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Também foi um feroz adversário na Bahia, seu Estado, de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007). Hoje, é aliado fidelíssimo do herdeiro direto de ACM, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM).

Esse ecletismo em alianças e o apego a cargos públicos levou Itamar Franco (1930-2011), quando presidente da República, a descrever Geddel Vieira Lima como “percevejo de gabinete”. No início dos anos 90, como deputado federal, Geddel se notabilizou durante a CPI dos Anões do Orçamento ao prestar um dos depoimentos mais chorosos daquela investigação. Foi às lágrimas várias vezes. Apesar de seu nome ter constado em arquivos secretos da empreiteira Odebrecht (e de ele ter privilegiado 8 obras dessa empresa na condição de relator-adjunto do Orçamento da Secretaria de Desenvolvimento Regional), acabou absolvido.

Sem ter nenhuma qualificação profissional específica para o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal (CEF), Geddel Vieira Lima foi nomeado para o cargo em 2011, durante o primeiro ano de Dilma Rousseff no Planalto.

Ontem (26.dez.2013), Geddel escreveu no perfil de seu microblog Twitter: “Cara Presidenta Dilma,por gentileza, determine publicação minha exoneração função q ocupo, e cujo pedido ja se encontra nas mãos de V Excia” (sic).

Nenhuma surpresa que um político como Geddel tenha feito o que fez –impor um constrangimento ao seu partido, o PMDB, e ao governo federal. É do jogo. Há até um benefício civilizatório nessa atitude, pois expõe à luz do Sol o que se passa muitas vezes apenas por trás das portas fechadas de gabinetes de Brasília.

Mas sobra muito de embaraço para o governo e para o PMDB.

Como é possível uma administração federal que controla a CEF (cerca de 80 mil funcionários e um lucro anual de bilhões de reais) nomear um político para um cargo de tamanha relevância como se fosse apenas uma sinecura para ganhar dividendos políticos?
[é importante dizer aqui que essa não é uma prática apenas petista, mas praxe generalizada em todas as instâncias de governo no país].

Parece evidente que Geddel Vieira Lima nunca deveria ter sido nomeado para um cargo na CEF. Mas Dilma Rousseff o nomeou, apesar de todo discurso sobre meritocracia na administração pública. Hoje (27.dez.2013), saiu a exoneração do baiano no “Diário Oficial da União”.

Outra dúvida relevante: como é possível o vice-presidente da República, Michel Temer, que é também o principal cacique do PMDB, ter apadrinhado Geddel Vieira Lima e não ter conseguido controlar o processo de demissão do aliado?

Está em voga em Brasília uma narrativa: Michel Temer controla o PMDB e nada acontece no partido sem que ele queira ou saiba. O episódio do “twitaço” de Geddel faz desmoronar um pouco (ou muito) essa tese.

Geddel Vieira Lima comanda o PMDB na Bahia. Deseja ser candidato ao governo daquele Estado. Tudo bem. Mas sinaliza que fará campanha aberta contra Dilma Rousseff, que tentará se reeleger presidente em 2014… tendo Michel Temer, do PMDB, como candidato a vice-presidente. É algo próximo ao surreal.

O nome correto disso tudo é esculhambação política e bagunça gerencial. Não se sabe onde uma começa nem onde a outra termina. Não adianta culpar “o sistema”. Só entra no sistema quem quer. Dilma Rousseff e Michel Temer sabiam muito bem quem era Geddel Vieira Lima ao nomeá-lo para um cargo na CEF. Os responsáveis por esse episódio são eles, Dilma e Temer.

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Caixa passa cervejas no ranking de anunciantes
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Fernando Rodrigues

estatal é hoje a 3ª empresa que mais gasta com propaganda no Brasil

A publicação “Meio&Mensagem” informa que a Caixa Econômica Federal (CEF) já é o 3º maior anunciante do Brasil. Perde apenas para Casas Bahia e Unilever.

Os dados são do Projeto Inter-Meios e do Ibope Media.

A CEF gastou R$ 676,5 milhões em propaganda em 2012. Um aumento de 58% sobre 2011. O valor não inclui despesas de patrocínio a times de futebol, como o Corinthians.

A varejista Casas Bahia investiu R$ 1,3 bilhão em 2012. A Unilever, R$ 1,1 bilhão.

A gigante de bebidas Ambev gastou R$ 643,4 milhões em publicidade no ano passado e ficou e 4º lugar, sendo desbancada pela CEF.

A Caixa, como se sabe, foi a espinha dorsal da campanha de redução dos juros que a presidente Dilma Rousseff lançou em 2012.

O “Meio&Mensagem” informa que em 2012 a CEF ganhou 6,7 milhões de correntistas e poupadores. “A carteira de crédito da instituição financeira evoluiu 42%, encerrando o exercício anterior com saldo de R$ 353,7 bilhões”, diz a publicação.

Eis os dados:

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