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Novos cortes irritam CUT e movimentos sociais
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Fernando Rodrigues

Medidas foram mal recebidas por sindicalistas

Haverá atos de protesto já nesta 3ª e 6ª feiras

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O presidente da CUT, Vagner Freitas, em reunião no Planalto em abril

Movimentos sociais organizam-se para ir às ruas contra as medidas de corte de gastos e aumento de impostos anunciadas pelo governo nesta 2ª feira (14.set.2015). A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CSP-Conlutas (Central ligada ao PSTU) e o MTST (Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Teto) farão atos nos próximos dias contra o ajuste fiscal e os itens apresentados na proposta de orçamento do ano que vem.

As informações são dos repórteres do UOL Victor Fernandes e André Shalders.

A CUT organiza ato nesta 3ª feira (15.set.2015), em São Paulo. A manifestação será feita por categorias que têm data-base (rediscussão de contratos de trabalho) neste semestre. O grupo reúne-se em frente à sede da Fiesp, na Avenida Paulista. Os atos já estavam marcados antes do anúncio dos novos cortes, mas agora ganharam importância.

Vagner Freitas, presidente da CUT, afirmou que haverá novos protestos contra o adiamento do reajuste de servidores públicos.

“Não vamos aceitar. A crise existe, mas há outras saídas. Não é possível que os trabalhadores paguem por isso”, afirmou. Freitas defende a taxação de grandes fortunas como forma de aumentar a arrecadação da União.

Além de adiar o reajuste de servidores públicos, o governo anunciou a suspensão de concursos públicos previstos para o ano que vem.

O MTST (Movimento de Trabalhadores Sem Teto) irá às ruas a partir da semana que vem. O líder do movimento, Guilherme Boulos, disse que o grupo não aceita as propostas que prejudicam os investimentos do Minha Casa, Minha Vida, principal programa habitacional do governo.

“A crise não pode ser jogada nas costas dos mais pobres. Faremos uma ampla mobilização, pois essas medidas não serão aceitas”, disse ao Blog.

O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) terá cortes de R$ 4,8 bilhões. A faixa 1 do programa (voltada para clientes de menor renda) poderá ser custeada com recursos do FGTS, segundo a proposta anunciada ontem (14.set.2015) pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

A CSP-Conlutas organiza protesto nesta 6ª feira (18.ago.2015) contra o governo. Ajuste fiscal e a chamada “Agenda Brasil” serão criticados.

A central reclama da ausência de medidas direcionadas ao “andar de cima” e avalia que os novos cortes apresentados por Levy e Barbosa prejudicarão os assalariados. “Pelo lado dos trabalhadores, significará mais e maiores manifestações”, disse um integrante da central.

Dirigentes da Força Sindical, que já fazia oposição ao governo, disseram que a central engrossará as manifestações, especialmente contra o adiamento nos reajustes de servidores.

“Se até a CUT vai para a rua, é porque a coisa está feia mesmo”, disse o presidente licenciado da central sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP). Paulinho ressaltou que não fala oficialmente pela Força.

O Blog entrou em contato com o presidente atual da Força Sindical, Miguel Torres, que também é o presidente do Sindicato do Metalúrgicos de São Paulo. Ele disse que se o pacote fiscal de Dilma for implantado “vai sobrar de novo para população, que vai pagar o pato”. Para o sindicalista, “aumentar imposto não resolve o problema, afeta toda a sociedade, sobretudo os mais pobres”.

A posição oficial da Força Sindical, disse Miguel Torres, será tomada ainda nesta semana.

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