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Arquivo : debate presidencial 2014

Dilma, Marina e Aécio são corresponsáveis por despautérios de Levy Fidelix
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Fernando Rodrigues

PT, PSB, PSDB e outros grandes nada fazem para acabar com vale-tudo de nanicos

Cláusula de desempenho limitaria acesso de siglas sem representação a debates

O candidato do PRTB a presidente da República, Levy Fidelix, produziu alguns despautérios homofóbicos no debate promovido pela TV Record no domingo (28.set.2014; reproduzidos ao final deste post).

No minuto seguinte, Levy Fidelix começou a ser malhado por causa da ignorância contida em seus comentários preconceituosos. Menos críticas têm sido ouvidas a respeito da existência de tal cenário: candidatos nanicos sem representação presentes a debates eleitorais para vocalizar suas ideias exóticas.

Não que um candidato de um partido grande não possa também falar absurdos e ser preconceituoso –aliás, é muito comum. Mas aí os mecanismos de cobrança tendem a ser mais eficazes. No caso de um nanico, ele faz o que bem entende e não presta contas a ninguém.

Falta à democracia brasileira uma disciplina maior para tratar de maneira correta os que não têm votos. Nesse aspecto, Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves, juntos com seus respectivos partidos (PT, PSB e PSDB), são grandes responsáveis para que prosperem políticos “a la Levy Fidelix” e siglas com o PRTB.

Seria necessário aprovar uma cláusula de desempenho que impedisse o acesso facilitado de partidos quase sem voto ao horário eleitoral, ao dinheiro (público) do Fundo Partidário e aos debates entre candidatos em meio eletrônico (rádio e TV).

Para fazer um debate hoje, emissoras de TVs e de rádio estão obrigadas a convidar todos os candidatos de partidos que elegeram deputados federais na última eleição (no caso de 2014, são 7 candidatos a presidente).

Não importa o número de deputados que partido consiga eleger. Pode ter sido 1 ou 100, não faz diferença. Se a sigla tiver candidato a presidente terá também o direito de aparecer no debate para atravancar a discussão falando de aerotrem ou expressar seu preconceito (ao final deste post, a íntegra do que falou Levy Fidelix no domingo).

[é claro que há exceções, com nanicos responsáveis; mas este post trata da parte ruim do sistema].

Houve uma tentativa mal feita nos anos 1990 de reduzir drasticamente o acesso dos nanicos à TV, ao rádio e ao Fundo Partidário. O Supremo Tribunal Federal considerou a medida inconstitucional (já nos anos 2000), pois havia sido introduzida por meio de lei. Teria de ser uma emenda constitucional –há quem considere que o STF errou a mão nessa decisão, mas agora não vem ao caso.

O fato é que os partidos estão há décadas discutindo o tema, mas nunca fazendo nada efetivo. PT, PMDB, PSDB, PSB, DEM e outras legendas tradicionais nunca se esforçaram, de fato, para fazer passar uma emenda constitucional que acabasse com o democratismo que coloca no horário eleitoral gente com quase zero de representação na sociedade.

O que deve ser feito? Simples. Chama-se cláusula de desempenho. Por exemplo, estipular que o partido com menos de 3%, 4% ou 5% dos votos (seria necessário modular qual é o percentual ideal) em nível nacional numa eleição para a Câmara dos Deputados não terá o direito de ter o seu candidato convidado obrigatoriamente para um debate na TV ou no rádio.

Esses partidos menores também não teriam mais o direito de aparecer a cada 6 meses na TV e no rádio, em rede nacional. Isso ocorre hoje, seja ano eleitoral ou não (e quem paga é o contribuinte, pois as emissoras são ressarcidas pelo horário cedido). Por fim, o acesso ao Fundo Partidário ficaria bem mais restrito.

O PRTB de Levy Fidelix, por exemplo, elegeu 2 deputados federais em 2010. Hoje, não tem mais nenhum.

Não é um exagero dizer que o PRTB é quase um partido secreto para a população brasileira. Mas ele teve o seu momento de glória no dia 20.mar.2014: apareceu 5 minutos em rede nacional de TV (das 20h30 às 20h35) e de rádio (das 20h às 20h05). Quem pagou por isso sem saber? Os brasileiros que pagam impostos.

A legenda de Levy Fidelix também já recebeu neste ano de 2014, até setembro, um total de R$ 992.247,50 do Fundo Partidário –dinheiro dos impostos de todos os brasileiros. Em 2013, o PRTB abiscoitou R$ 1.361.924,12.

E não é tudo. Todas as legendas também recebem uma participação proporcional no que a Justiça Eleitoral arrecada de multas dos políticos e das agremiações partidárias –isso mesmo, a Justiça cobra multas e depois devolve o dinheiro para os próprios partidos (incrível). Nesse sistema surrealista, o PRTB de Levy Fidelix ganhou em 2013 um total de R$ 310.249,78 desse reparte das multas redistribuídas pelo TSE.

A pergunta que vem agora é prosaica e muito fácil de ser respondida: quantos dos 202 milhões de brasileiros são a favor de o PRTB receber, anualmente, R$ 1,672 milhão (como ocorreu em 2013) em dinheiro público? Possivelmente, só os dirigentes do PRTB e seus amigos mais próximos.

Outra pergunta: por que os partidos maiores não acabam com essa farra que nada tem a ver com democracia? A resposta vem em duas partes.

Primeiro, porque os partidos nanicos são muito úteis aos grandes. Muitos (não todos, claro) se dispõem a fazer o trabalho sujo em eleições, usando o seu tempo de propaganda para difamar alguém.

A segunda razão é que há muitos nanicos, vamos dizer, ideológicos, que também ficariam sem acesso facilitado ao tempo de TV e de rádio nem ao Fundo Partidário se fosse adotada uma cláusula de desempenho.

Em resumo, uma das razões tem a ver com funcionalidade podre da política (usar siglas nanicas como bocas de aluguel). A outra razão seria, em tese, nobre –não condenar legendas ideológicas a uma vida mais difícil. Essa segunda motivação é uma falsa disjuntiva.

Por mais simpáticos que possam ser alguns nanicos, não faz sentido dar dinheiro público a quem não tem representação na sociedade. Tomem-se algumas siglas trotskistas que há décadas têm batalhado pelas suas causas, mas nunca conseguiram prosperar. Não há como a sociedade brasileira sustentar tal tipo de situação.

Verdade seja dita, Dilma Rousseff e o PT têm falado sobre algum tipo de reforma política em suas propagandas eleitorais deste ano (propondo um esdrúxulo plebiscito para mudar quase tudo). É só cortina de fumaça. Trata-se de uma embromação pregar uma ampla mudança nas regras. Isso nunca acontecerá.

O mais plausível é a adoção de alguma alteração pontual –como uma cláusula de desempenho– que teria efeito saneador depois de duas ou três eleições.

Mas eis uma dúvida legítima que alguns terão: e se um candidato a presidente da República de um partido nanico se tornasse muito popular, disparando nas pesquisas, e não fosse convidado para um debate na TV porque não haveria mais a exigência da lei? Essa é outra falsa questão.

Com várias emissoras de TV no país, será que nenhuma se interessaria em entrevistar ou convidar para um debate um candidato com 25% ou 30% das intenções de voto?

Em 2010, numa iniciativa pioneira, o jornal “Folha de S.Paulo” e o portal UOL realizaram um debate presidencial, transmitido apenas em “streaming”, via internet –o que permite que se convide quantos candidatos os organizadores desejarem. À época (agosto de 2010), só havia 2 candidatos competitivos, Dilma Rousseff (PT), com 41%, e José Serra (PSDB), 33% das intenções de voto. Ainda assim, já estava começando a despontar a candidatura de Marina Silva (então no minúsculo PV), com 10%. Os 3 foram convidados, pois essa era a decisão correta a ser tomada do ponto de vista jornalístico.

É evidente que isso também aconteceria na eventualidade de a cláusula de desempenho entrar em vigor.

A opção que existe é não fazer nada. Nesse caso, a sociedade brasileira terá de se acostumar com cenas grotescas como a de Levy Fidelix, cuja fala de 28.set.2014 sobre união entre pessoas do mesmo sexo vai reproduzida a seguir, para registro histórico:

Levy Fidelix [debate da TV Record, em 28.set.2014]: “…Tenho 62 anos. Pelo que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais. Digo mais. Desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso, mas não podemos, jamais, gente, eu que sou um pai de família e um avô, deixar que tenhamos esses que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar essa minoria à maioria do povo brasileiro. Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado? Porque tem medo de perder voto. Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. E vamos acabar com essa historinha. Eu via um padre, o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano um pedófilo. Está certo. Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar, realmente, um bom caminho familiar. Então, Luciana [Genro, candidata do PSOL a presidente em 2014], lamento muito. Que façam um bom proveito que querem fazer e continuar como estão. Mas eu, presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está. Mas estimular, jamais, a união homoafetiva”.

(…) Luciana, você já imaginou? O Brasil tem 200 milhões de habitantes. Se começarmos a estimular isso daí, daqui a pouquinho vai reduzir para 100 [milhões]. É… Vai para a [avenida] Paulista e anda lá e vê. É feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem somos maioria. Vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los, não ter medo. Dizer que sou pai, mamãe, vovô. E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente seja atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente. Bem longe, mesmo, porque aqui não dá”.

p.s.: note que o nome do dispositivo sugerido é “cláusula de desempenho“. Não tem nada a ver com “cláusula de barreira“. Os partidos poderão todos continuar a existir. Mas só terão acesso farto a dinheiro público, a tempo generoso em rádio e e TV e a participar compulsoriamente de debates depois de passarem de um certo percentual de votos numa eleição. Em resumo: sem apoio dos eleitores, uma agremiação partidária não merece ter destaque.

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A difícil situação de Aécio Neves
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Fernando Rodrigues

Tucano fica sozinho ao final do debate e ainda ouviu piada de Dilma

O debate entre os candidatos a presidente da República promovido por SBT-Folha-UOL-Jovem Pan não teve um vencedor claro, mas ficou evidente que há duas protagonistas neste momento da corrida pelo Palácio do Planalto –Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB).

E Aécio Neves (PSDB), que até outro dia era dado como presença certa no segundo turno? O tucano vive situação dificílima.

O Blog relata a seguir o que se passou logo depois do debate realizado nesta segunda-feira, dia 1º.set.2014.

Quando esses debates terminam, os repórteres dos principais veículos de comunicação correm para o palco para falar com os candidatos mais importantes.

Nesta segunda-feira, foram procuradas, majoritariamente, apenas as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). Os outros candidatos ficaram ali, parados, torcendo para serem abordados por algum repórter.

Aécio Neves ficou nesse segundo time, esperando que alguém se dirigisse a ele. Finalmente, chegou uma repórter do SBT que o entrevistou, por dever de ofício –o SBT era promotor do evento e mandou repórteres entrevistar todos os candidatos.

Aécio foi saindo por trás dos púlpitos onde ficaram os candidatos e deu uma pequena parada no local que havia sido ocupado por Dilma, que ainda estava por perto. Como Aécio fez menção de se sentar no banquinho usado pela petista, ainda teve de ouvir uma piada da presidente. “Ô, Aécio, vai querer sentar na minha cadeira?”, brincou Dilma. Todos sorriram amarelo.

O que quer dizer esse episódio prosaico? É um retrato da situação de uma espécie de ocaso vivido pelo candidato do PSDB a presidente. Pelo menos, é essa a sua situação neste momento.

É possível que Aécio se recupere? Possível, tudo é. Esta tem sido uma campanha de muitas surpresas. Mas parece muito improvável que a sorte volte para o tucano no atual ciclo eleitoral.

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Poder e Política na semana – 25 a 31.ago.2014
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Fernando Rodrigues

Nesta semana, os candidatos a presidente da República se enfrentam no 1º debate e Marina Silva lança seu programa de governo.

A TV Bandeirantes realiza, na 3ª feira, o 1º debate com os candidatos à Presidência da República.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, participa de evento na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura na 5ª feira. Na 6ª feira, concede entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, no Palácio da Alvorada. No sábado, o PT realiza caravanas pela reeleição da Dilma em diversas cidades do Brasil e a petista faz comício com o vice-presidente Michel Temer em Jales (SP).

Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz caminhada no Rio nesta 2ª feira. Na 4ª feira, concede entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, em SP. Na 5ª feira, participa de encontro com operários da construção civil, em SP, e reúne-se com prefeitos e líderes tucanos em Campinas (SP). No sábado, faz campanha em Barretos (SP).

Marina Silva, candidata do PSB, é entrevistada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na 4ª feira. Na 6ª feira, Marina lança seu programa de governo.

Na 3ª feira, o Ibope divulga às 18h (no site do jornal “O Estado de S.Paulo”) o resultado de pesquisa sobre as eleições para presidente da República e governador de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. Na 6ª feira, também no início da noite (nos telejornais da TV Globo), o Datafolha divulga resultado de sua pesquisa presidencial (cuja coleta de dados será na 5ª e 6ª feiras).

No Congresso, a CPI da Petrobras tem reunião marcada para 4ª feira. E o assunto é um só: tentar marcar rapidamente um novo depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que está prestes a fazer um acordo de delação premiada com a Justiça. Esse é um fato policial que pode produzir grande impacto na eleição.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (25.ago.2014)
Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz caminhada de campanha na Rua da Alfândega, no Rio.

Luciana em Porto Alegre – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, reúne-se com Roberto Robaina, candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul, e o filósofo Vladimir Safatle.

STF em SP – Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki e Cármen Lúcia, ministros do Supremo, participam de debate sobre a Corte na Associação dos Advogados de São Paulo.

Corrida ao Bandeirantes – UOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan promovem debate com os candidatos ao governo de SP. No estúdio do SBT, às 18h, com transmissão ao vivo.

Palestra de Padilha – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, apresenta palestra em fórum da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão. Em SP.

Borges em SP – Mauro Borges, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, participa de debate promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

Legalização da maconha – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado promove debate sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal ou industrial da maconha.

 

3ª feira (26.ago.2014)
Disputa pelo Planalto – TV Bandeirantes promove o 1º debate com os candidatos a presidente da República. Às 21h.

Marlene Bergamo/Folhapress - 30.set.2010

Sabatina com Everaldo – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, é sabatinado pela Rede TV e o portal IG.

Sabatina com Eduardo Jorge – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente da República, é sabatinado pela rádio CBN, em SP. Às 8h.

Skaf no centro de SP – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de SP, caminha na Rua 25 de março e apresenta palestra na Associação Comercial de SP.

Pesquisas Ibope – instituto divulga resultado de pesquisa sobre as eleições para presidente da República e governador de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal.

Andrighi no CNJ – Nancy Andrighi, ministra do Superior Tribunal de Justiça, toma posse no cargo de corregedora nacional de Justiça.

Construção civil – FGV divulga o Índice Nacional de Custo da Construção e a Sondagem da Construção.

 

4ª feira (27.ago.2014)
Marina na Globo – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, é entrevistada pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

Sabatina com Aécio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, concede entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, em SP.

Everaldo em SP – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, concede entrevista à “Folha”, às 10h. Depois visita a Fundação Abrinq, às 11h. À tarde, reúne-se com Gilberto Nascimento, candidato ao Senado pelo PSC, em Sorocaba, no interior paulista.

Sabatina com Eduardo Jorge – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente da República, é sabatinado pelo portal G1, em SP.

Palestra de Skaf – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de SP, apresenta palestra sobre seu programa de governo em evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

CPI da Petrobras – oposição tenta marcar novo depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que está prestes a fazer um acordo de delação premiada com a Justiça.

Dívida – governo divulga relatório da dívida pública federal de julho.

Indústria – FGV divulga a Sondagem da Indústria.

Inflação – IBGE divulga o Índice de Preços ao Produtor nas Indústrias de Transformação.

Emprego – Dieese divulga pesquisa sobre emprego e desemprego.

Greve na USP – reitoria e sindicado dos funcionários da USP reúnem-se para discutir a greve na universidade.

 

5ª feira (28.ago.2014)
Dilma e a agricultura – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, participa de evento da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).

Aécio e operários – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, participa de encontro com operários da construção civil. Em SP. À tarde, reúne-se com prefeitos e líderes tucanos em Campinas, no interior paulista.

Everaldo em SP – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, participa de debate na organização Pensamento Nacional das Bases Empresariais.

Luciana em Porto Alegre – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, concede entrevista à Rede RBS, em Porto Alegre.

Palestra de Skaf – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de SP, apresenta palestra organizada pela OAB-SP, Associação Paulista dos Magistrados e Associação Paulista do Ministério Pública.

Disputa pelo Piratini – TV Bandeirantes promove debate entre candidatos ao governo do Rio Grande do Sul.

Compliance – Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Cedes (Centro de Estudos de Direito Econômico e Social) promovem o seminário “Compliance e Defesa da Concorrência”, em SP. Vinicius Carvalho, presidente de Cade, e João Grandino Rodas, presidente do Cedes e ex-reitor da USP, abrem o evento.

Mercado de energia – data limite para as distribuidoras pagarem parcela de R$ 1,322 bilhão às geradoras de energia.

Economia – FGV divulga a Sondagem de Serviços e do Comércio.

Tesouro – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília.

 

6ª feira (29.ago.2014)
Sabatina com Dilma – presidente Dilma Rousseff concede entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”. Às 15h, no Palácio da Alvorada.

Programa de Marina – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, apresenta seu programa de governo.

PIB – IBGE divulga resultado oficial do PIB do segundo trimestre.

Temer em Santa Catarina – vice-presidente Michel Temer comanda encontro nacional do PMDB em Florianópolis.

Sabatina com Everaldo – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, é sabatinado pelo portal G1.

Pesquisa Datafolha – instituto divulga pesquisa sobre as eleições presidenciais.

Skaf no interior – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de SP, faz campanha em São José do Rio Preto.

Palestra de Padilha – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, apresenta palestra na Associação Paulista dos Magistrados e na Associação Paulista do Ministério Público, em SP.

 

Sábado (30.ago.2014)
Dilma em campanha – PT promove caravanas pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em diversas cidades do Brasil. Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, participam. Dilma faz comício com o vice-presidente Michel Temer em Jales (SP).

Aécio em Barretos – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha em Barretos, no interior paulista.

 

Domingo (31.ago.2014)
Uso da água – Suécia sedia encontro mundial sobre uso da água. Até 5.set.2014.

 

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Microcandidatos embananam debates na TV
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Fernando Rodrigues

Pela lei, 8 candidatos têm direito de participar dos encontros na TV e no rádio

Na internet, regra é livre e debates podem ser feitos com menos nomes

Quando há um número grande de candidatos a presidente fica mais difícil realizar debates eleitorais na TV ou no rádio. Neste ano, há 8 candidatos habilitados e que têm o direito legal de estar nesses encontros.

A lei brasileira é rígida a respeito de concessões públicas (TV e rádio) durante períodos eleitorais. Determina que sejam convidados para debates na TV ou no rádio (internet não se enquadra nessa regra) todos os candidatos cujos partidos tiveram pelo menos 1 deputado federal eleito na última eleição. Como demonstra o site da Câmara na tabela de eleitos em 2010, hoje teriam de ser convidados para debater 8 candidatos.

Num debate de 1 hora e meia de duração (90 minutos), o tempo “líquido” do programa é de aproximadamente 75 minutos (por causa dos intervalos comerciais). Há também a fase de apresentação do evento, explicação das regras e intervenções do apresentador. Num cálculo otimista, sobram cerca de 65 minutos para as manifestações de todos os candidatos.

Nessa hipótese do parágrafo anterior, os 8 candidatos presidenciais deste ano teriam cerca de 8 minutos cada um para fazer perguntas e dar suas respostas e réplicas. Mesmo que o debate tivesse 2 horas de duração, o tempo total de cada participante aumentaria, se tanto, para 11 minutos.

Ou seja, não haveria um debate propriamente. É sempre possível que as emissoras de TV negociem com os candidatos nanicos para convencê-los a abrir mão do direito de ir aos debates. Esse é um cenário difícil de ser alcançado.

Em 2012, a TV Globo desistiu de fazer um encontro com candidatos a prefeito de São Paulo porque o número de postulantes era excessivo e ninguém abriu mão de estar no eventual debate. Neste ano, a TV Globo tem dito aos pré-candidatos a presidente que fará um encontro com apenas 4 deles –mas não está claro como será possível viabilizar tal composição.

Eis uma lista de todos os pré-candidatos a presidente em 2014 com uma anotação sobre quais deles têm direito de estar presentes aos debates em TV e rádio (clique na imagem para ampliar):

Nanicos-debates-2014

INTERNET É LIVRE
A única possibilidade de haver debate eleitoral com discussões minimamente aprofundadas é com menos candidatos. Isso é possível na internet. A lei permite que sejam realizados esses encontros com qualquer número de candidatos e com transmissão em vídeo, ao vivo.

Em 2010, o jornal “Folha de S.Paulo” e o UOL foram pioneiros e organizaram debates na internet com candidatos a presidente, a vice-presidente e a governador de São Paulo apenas com os 3 mais bem colocados em cada uma dessas disputas.

Neste ano de 2014, o convite já foi apresentado pela “Folha” e pelo UOL aos pré-candidatos a presidente, que ainda não deram resposta definitiva a respeito de um encontro com transmissão via internet.

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