Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : DRU

PEC do teto dos gastos públicos sai em duas semanas, diz Henrique Meirelles
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Para ministro, efeito positivo da DRU compensa aumento de salários

Previdência: fixar idade é mais exequível do que desindexar do salário mínimo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, espera finalizar a proposta de emenda constitucional que fixa um teto para os gastos públicos em duas semanas. Depois, vai negociar com o Congresso sobre o melhor momento de iniciar a tramitação.

“Depende do rito do Congresso Nacional. A minha expectativa é que isso seja aprovado neste ano. A tempo de fazer efeito para o ano de 2017”, disse ele em entrevista ao UOL.

Meirelles minimizou o impacto negativo da aprovação, na noite de 4ª para 5ª feira (de 1º e 2.jun) pelo Congresso, de medidas que reajustam os salários de várias categorias de servidores públicos –com impacto de mais de R$ 50 bilhões nas contas públicas.

Para o ministro da Fazenda, é necessário “olhar a floresta e não as árvores”. Na mesma noite em que foram aprovados os reajustes começou também a andar a proposta de emenda constitucional que recria a DRU (Desvinculação de Receitas da União) –um dispositivo que dá ao governo a liberdade de gastar livremente até 30% do Orçamento.

“Foram aprovados 2 pontos muito importantes. O 1º deles, o avanço do funcionalismo público do ponto de vista salarial, que tem esse custo [mais de R$ 50 bilhões] em alguns anos”, diz Meirelles. “Mas foi aprovada a DRU, que estava há 456 dias parada na Câmara. Agora, andou e foi aprovada em 22 dias. E esta é a medida de maior importância”, complementa.

O ministro não diz, mas a DRU só foi aprovada por causa do acerto político realizado entre todos os partidos a respeito dos reajustes de salários de servidores. Esse gasto já está embutido no déficit fiscal previsto para este ano de 2016.

PREVIDÊNCIA
Não está claro ainda quando o Planalto pretende encaminhar para o Congresso uma proposta para reformar o sistema de aposentadorias pelo INSS. Mas Meirelles já detectou quais aspectos serão mais ou menos exequíveis.

O ministro tem ouvido em diversas conversas com políticos que a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria não é algo fácil, mas parece ser mais aceitável do que eliminar a indexação da correção dos benefícios ao salário mínimo.

“Tenho a impressão, conversando com parlamentares, que a questão da idade mínima tem maior viabilidade de aprovação. É mais compreensível no sentido de que as pessoas entendem que há 30 anos, 40 anos as pessoas viviam menos, paravam de trabalhar mais cedo. As pessoas tinham menos saúde”, afirma.

Já acabar com a indexação das aposentadoria ao salário mínimo “é uma discussão um pouquinho mais complicada”.

A seguir, trechos da entrevista com Henrique Meirelles, na sede do Ministério da Fazenda, na tarde desta 5ª feira (2.jun.2016): 

UOL – de ontem para hoje foi aprovado o aumento de salários para várias categorias do funcionalismo público. O impacto total é acima de R$ 50 bilhões. O governo poderia ter evitado este tipo de aumento?
Henrique Meirelles – Nesta madrugada [de 1º para 2 de junho] foram aprovados 2 pontos muito importantes. O 1º deles, o avanço do funcionalismo público do ponto de vista salarial, que tem esse custo [mais de R$ 50 bilhões] em alguns anos.

Mas foi aprovada a DRU, que estava há 456 dias parada na Câmara. Agora, andou e foi aprovada em 22 dias. E esta é a medida de maior importância. Fundamental.

Nós temos que olhar o conjunto como um todo.

O aumento salarial era algo pactuado pelo governo anterior com os diversos segmentos. Foi aprovado naqueles termos. Já estava na sua etapa final e com todas as negociações efetuadas e finalizadas com o setor público.

E, finalmente, a aprovação da DRU. Estava parada. Não estava pactuada, muito pelo contrário. Avançou muito rapidamente.

Gosto de olhar sempre a floresta e não as árvores. O efeito do que aconteceu esta noite foi extremamente positivo.

Mas para a população em geral é mais fácil entender o aumento de salários do que a DRU. Nesse sentido, não foi um sinal ruim o aumento de salários, ainda que o sr. veja o conjunto todo como positivo?
Sim, [o aumento de salários] é mais perceptível para a população. Mas é importante dizer que [a DRU] é uma medida que dá maior flexibilização orçamentária. Permite ao governo controlar melhor as suas contas. A aprovação da DRU é  fundamental para o equilíbrio fiscal que está se implementando e que vai se implementar.

É uma questão de informação. A verdade sempre prevalece. Tudo é uma questão de se explicar e enfatizar. E é o que estamos fazendo aqui.

O valor desse aumento salarial está contido na previsão de déficit já aprovada?
Sim.

Isso não muda em nada?
Nada.

Quando a proposta de emenda constitucional sobre limitação dos gastos públicos será entregue ao Congresso?
Deve se dar em duas semanas. Posteriormente, haverá um processo de negociação com os líderes do Congresso para o momento adequado da apresentação da proposta de emenda à Constituição.

E a aprovação dessa PEC?
Depende do rito do Congresso Nacional. A minha expectativa é que isso seja aprovado neste ano. A tempo de fazer efeito para o ano de 2017.

Ainda não se sabe quando será a votação definitiva do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Em que medida esse ponto de interrogação reduzi a velocidade da aprovação das outras medidas?
Espero que não. O nosso trabalho é para que essas medidas, particularmente a medida constitucional estabelecendo o teto, seja aprovada o mais rápido possível. O Congresso é soberano, tem o seu ritmo de votação, define suas prioridades. Do nosso ponto de vista, quanto mais rápido, melhor.

Das medidas mais importantes, quais serão aprovadas antes, na sua opinião? Estou citando a PEC da limitação dos gastos públicos, a reforma da Previdência e as alterações nas leis trabalhistas?
A PEC da limitação dos gastos está já em processo de finalização. Tem maior possibilidade técnica de ser aprovada antes. A reforma da Previdência é algo mais complexo. Envolve um processo de negociação mais amplo. Existe um grupo de trabalho formado, com a Secretaria da Previdência, da Casa Civil, das centrais sindicais e representante do Congresso.

A reforma da Previdência é algo que demanda um pouco mais de tempo. Está seguindo um ritmo que tem uma reforma desse porte –mudando uma estrutura de direitos adquiridos ou de expectativas de direito, de décadas.

Em etapas seguintes, a discussão sobre  as leis trabalhistas. Em resumo, é um passo depois do outro.

No caso da Previdência, há pontos polêmicos: a idade mínima  e a indexação das aposentadorias ao salário mínimo. Qual desses é mais fácil de ser negociado com os sindicatos?
Tenho a impressão, conversando com parlamentares, que a questão da idade mínima –apesar de ser também um tema muito sensível– tem maior viabilidade de aprovação. Mas isso é meramente uma opinião, não é uma previsão.

Ou seja, fixar uma idade mínima para se aposentar tem sido considerado mais fácil do que eliminar a indexação com o salário mínimo?
É mais compreensível no sentido de que as pessoas entendem que há 30 anos, 40 anos as pessoas viviam menos, paravam de trabalhar mais cedo. As pessoas tinham menos saúde.

Eu um dia desses estava conversando com alguém que me disse:  “Eu tenho uma amiga que tem mais tempo de aposentada que tempo de trabalho”. A população começa a entender isso.

Já com relação a indexação ao mínimo é mais difícil.
É uma discussão um pouquinho mais complicada.

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


PEC defendida por Romero Jucá deve tirar R$ 35 bilhões da Saúde em 2017
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Proposta permite Estados e cidades gastarem menos com saúde

Relator, senador Romero Jucá, é ministro do Planejamento

Votação em 2º turno no Senado será na semana que vem

romero-juca-fabio-rodrigues-pozzebom-agencia-brasil-1-jul-2015

Romero Jucá tornou-se ministro do Planejamento do governo de Michel Temer

A proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 143 de 2015, conhecida como “DRU dos Estados”, pode tirar R$ 35 bilhões da saúde pública em 2017. A estimativa é oficial e foi feita pelo Departamento de Economia da Saúde do Ministério da Saúde.

A PEC foi relatada pelo atual ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deu parecer favorável ao projeto.

O texto deve ser votado em 2º turno no Senado na 3ª feira (17.mai) da próxima semana. Estados poderão reduzir em até R$ 14 bilhões os gastos na área. Os municípios poderão deixar de investir até R$ 21 bilhões. O autor da proposta é o senador Dalirio Beber (PSDB-SC).

As informações são dos repórteres do UOL André Shalders e Gabriel Hirabahasi.

Se a PEC relatada por Jucá não passar, os Estados continuarão obrigados a gastar R$ 58,3 bilhões em 2017. Caso a proposta seja aprovada, a verba poderá cair para até R$ 43,7 bilhões. A queda nos municípios pode ser de R$ 84 bilhões para R$ 63 bilhões. Se aprovada, a nova regra valerá até 31.dez.2023.

É importante dizer que os Estados e as cidades não estarão obrigados a gastar menos com saúde. O que acontece é que ficam desobrigados de investir parte do dinheiro que hoje é destinado obrigatoriamente para a área.

Os números foram compilados pelo Ministério da Saúde a partir de informações do Sistema de Informações Sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), mantido pela pasta.

O mecanismo é semelhante ao que o governo federal utiliza por meio da Desvinculação de Receitas da União (DRU). Certos recursos que chegam a Estados e municípios, tanto por meio da arrecadação de impostos quanto de transferências do governo federal, devem ser obrigatoriamente aplicados em algumas áreas (entre elas a saúde). São chamadas de “receitas vinculadas”.

A PEC estipula que 25% desse dinheiro possa ser usado livremente. É daí que virá a diferença. Hoje, municípios são obrigados a gastar 15% de tudo que arrecadam com a saúde. Os Estados devem aplicar 12%.

O Departamento de Economia da Saúde do Ministério da Saúde verificou quanto é aplicado no momento e fez as contas para subtrair o que poderá deixar de ser investido na área.

Contexto: a ideia foi defendida ainda em 2015 pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Seria uma forma de aliviar o caixa de Estados e municípios. No Senado, quando a PEC foi aprovada em 1º turno, decidiu-se retirar os gastos com educação da proposta. Assim, a principal área atingida hoje é a da saúde. Desde que surgiu, o Sistema Único de Saúde (SUS) é financiado por contribuições das 3 esferas de governo (federal, estadual e municipal).

No âmbito federal, a desvinculação que existia há muito tempo era de 20%. Mas a validade da DRU do governo federal terminou em 31.dez.2015. O governo Dilma tentou prorrogação, mas não conseguiu emplacá-la na pauta.

A PEC da DRU dos Estados foi aprovada em 1º turno no dia 13.abr.2016. A deliberação seria na semana dos dias 1º a 7.mai, segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros. Foi adiada pela votação do impeachment de Dilma Rousseff, nas sessões de 11 e 12.mai.2016. Caso a PEC seja aprovada no Senado, ainda precisará ser votada em 2 turnos na Câmara.

JUCÁ: DESVINCULAÇÃO NÃO É OBRIGAÇÃO DE CORTAR
Antes da divulgação da estimativa, Romero Jucá defendeu a aprovação da medida. “O mesmo remédio que socorre a União precisa socorrer os Estados e municípios, também”, disse. “Ademais, a desvinculação não significa obrigação de cortar. Trata-se de aumentar a margem desses entes”, acrescentou.

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Não há tempo para aprovar DRU neste ano, diz Eduardo Cunha
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Desvinculação de receitas é vital para governo funcionar

Presidente da Câmara acha que proposta chegou tarde

CPMF é outra proposta que vai ficar só para 2016

EduardoCunha-Foto-SergioLima-15out2014.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

O presidente da Câmara da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acha que não há tempo para que seja aprovada neste ano de 2015 a DRU (Desvinculação de Receitas da União). Trata-se de um dispositivo vital para o governo. Permite usar parte dos recursos de maneira mais livre.

A DRU atual vence em 31.dez.2015. Se não for renovada, a administração federal terá de fazer um forte contingenciamento de gastos. Haverá paralisia na gestão dos gastos da União.

A área econômica do governo estimou em R$ 121,4 bilhões o total a ser “desvinculado”, caso a nova DRU seja aprovada.

Eis o que pensa Eduardo Cunha: “É pouco provável que a DRU seja aprovada neste ano. Mesmo que a votação seja concluída na Câmara, não haverá tempo suficiente para o Senado. A culpa é do governo, que demorou para mandar o projeto”.

Neste momento, a DRU está parada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Mesmo que seja apresentado um relatório na semana que vem, vai demorar mais cerca de 10 dias até o projeto ser votado. Haverá pedido de vista e possível obstrução. Como se trata de proposta de emenda constitucional, terá de ser criada uma comissão especial, cujo prazo é de 40 sessões. Em seguida, haveria a votação no plenário da Câmara –em 2 turnos. E só depois vai ao Senado para passar por um rito semelhante.

Além de ter demorado para enviar a proposta de renovação da DRU, o texto veio pedindo uma prorrogação de 8 anos (incomum) e um aumento da fatia de recursos que poderá ser desvinculada –de 20% para 30%.

A CPMF TAMBÉM NÃO PASSA
Eduardo Cunha repete o que tem dito a respeito da recriação do “imposto do cheque”, a CPMF. Se a DRU está parada, diz o presidente da Câmara, “que dirá a CPMF”. E completa: “A CPMF está mais parada que muro. Só vai andar na CCJ no ano que vem”.

HISTÓRICO DA DRU
A Desvinculação das Receitas da União (DRU) foi aprovada com este nome pela primeira vez no ano 2000, no fim do 2º mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

A ideia de “liberar” parte das receitas cujo gasto era “carimbado”, porém, é mais antiga. O primeiro dispositivo do tipo foi chamado de Fundo Social de Emergência (FSE), criado ainda em 1994, ainda  no governo de Itamar Franco (1930-2011).

Antes do Plano Real, a inflação rapidamente tornava “obsoletos” os valores destinados a gastos obrigatórios na Lei Orçamentária. Assim, o governo ganhava margem para retirar dinheiro dessas verbas carimbadas, como os gastos com educação e saúde.

Com a estabilização, entretanto, surgiu a necessidade de contrabalancear os numerosos gastos obrigatórios do governo, principalmente os elencados pela Constituição de 1988. É por isso que DRU é aprovada sob a forma de uma emenda constitucional. A 1ª versão da DRU foi aprovada em 27.mar.2000, com validade até 2003. Liberava 20% das receitas “carimbadas” e estabelecia exceções, como as transferências para estados e municípios.

Para 2015, o governo pretende elevar de 20% para 30% o total desvinculado. A área econômica do governo estimou em R$ 121,4 bilhões o total a ser “desvinculado”, caso a nova DRU seja aprovada nesses moldes. A versão atual da DRU perde a validade no fim de dezembro. O governo também estendeu o prazo de validade da DRU, dos 3 anos costumeiros para 8 anos.

O Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Contra rebaixamento, Planalto quer acelerar ajuste fiscal
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Edinho Silva fala em achar o que “unifica” governo e oposição

Ministro defende “dialogar e defender os interesses do Brasil”

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, participa do programa Espaço Público, da TV Brasil. Ele fala sobre os esforços do governo para aprovação das medidas de ajuste fiscal (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva

O Planalto reagiu no começo da tarde de hoje (15.out.2015) ao rebaixamento da nota do Brasil pela agência de risco Fitch Rating. No fim da manhã, essa agência reduziu a classificação de risco do país de “BBB” para “BBB-”. O Planalto quer acelerar a aprovação das medidas restantes do ajuste fiscal.

“A aprovação das medidas tributárias e orçamentárias tornam-se urgentes. A guerra política travada no Brasil está gerando instabilidade e prejudicando a economia. Como tem dito a presidenta Dilma, é hora de construirmos a paz política, é hora de colocarmos os interesses públicos antes dos interesses partidários”, diz o ministro Edinho Silva, titular da Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM/PR).

Na classificação da Fitch, a nota “BBB-” é a última dentro do chamado “grau de investimento”. A agência avalia que a perspectiva do Brasil é negativa. Portanto, é provável que em breve o país seja rebaixado ainda mais.

Para Edinho Silva, “é urgente a aprovação das medidas de ajustes pelo Congresso Nacional, é preciso dar previsibilidade para a economia”. Por causa da crise política, o Poder Legislativo não tem conseguido fazer avançar a tramitação de projetos de lei e de emendas à Constituição que visam a estabilizar as contas públicas.

“Fica nítido, com mais esse desgaste internacional da imagem do país, que é hora de dialogarmos e acharmos o que nos unifica, é hora de governo e oposição dialogar e defender os interesses do Brasil”, declara o ministro da Secom.

No Congresso Nacional, o andamento das medidas do ajuste está praticamente parado.Interessa ao governo, sobretudo, aprovar rapidamente dois projetos que trarão muitos recursos aos cofres públicos: a nova CPMF (que é uma emenda constitucional) e o projeto que legaliza recursos de brasileiros no exterior (mediante pagamento de imposto e multa) e torna possível repatriar esses valores.

Governistas ouvidos pelo Blog avaliam que as decisões do Supremo Tribunal Federal na 3ª feira (13.out.2015) abrem caminho para a discussão das matérias do ajuste.

Há também outros itens da pauta econômica do governo que precisam sem apreciados ainda em 2015, como a prorrogação da DRU, o dispositivo conhecido como Desvinculação das Receitas da União e que permite o uso de recursos públicos de maneira mais livre. Sem a DRU, a administração pública federal corre o risco de entrar em colapso. No momento, essa ferramenta orçamentária só vale até 31 de dezembro.

E há o Orçamento de 2016, cuja Lei de Diretrizes não foi votada na Comissão Mista de Orçamento (CMO) esta semana por falta de quórum.

O Planalto acredita que com o afastamento da abertura imediata de um processo de impeachment contra Dilma, mais a pressão do rebaixamento da nota de risco do Brasil, o Congresso possa mudar o ritmo de trabalho a partir da semana que vem.

O Blog está no FacebookTwitter e Google+.


PSDB é contra a “DRU”, mas deve propor a “DRE”
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Governadores do partido discutirão tema amanhã em Curitiba.

Os 8 governadores do PSDB vão se reunir amanhã (17.abr.2012) na sede do governo paranaense em Curitiba. Entre os assuntos a serem discutidos está a elaboração de um projeto de mudança constitucional para criar mecanismo de desvinculação de recursos estaduais.

A DRE (Desvinculação dos Recursos Estaduais) é a versão estadual da DRU (Desvinculação dos Recursos da União), que libera para o governo federal 20% de sua arrecadação para gastar como quiser (recurso desvinculado significa que não está obrigatoriamente associado a nenhum tipo de gasto).

Em 2011, o PSDB puxou a oposição no Congresso contra o pedido de Dilma Rousseff (PT) para que a DRU fosse prorrogada de 2011 para 2015. Além de ter sido derrotado, agora o PSDB parece querer sua própria desvinculação de recursos.

Segundo apurou o repórter do UOL Fábio Brandt, a assessoria do governo paranaense informa que haveria diferença entre a DRU e a DRE. Enquanto o mecanismo federal permite o uso dos recursos desvinculados para qualquer finalidade, a versão estadual tornaria obrigatória a aplicação das verbas em investimentos. Entenda-se: obras.

Além de Beto Richa, governador do Paraná, estarão na reunião Geraldo Alckmin (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas Gerais), Marconi Perillo (Goiás), Simão Jatene (Pará), Teotônio Vilela (Alagoas), Siqueira Campos (Tocantins) e Anchieta Júnior (Roraima). O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, de Pernambuco, também estará presente.

Apesar da presença exclusiva de tucanos, a reunião é divulgada pelo governo do Paraná apenas como um encontro de governadores. Na pauta oficial também estão temas como Rio+20, reforma do Código Florestal, redefinição das taxas estaduais de ICMS e renegociação das dívidas estaduais.

Mas dado o envolvimento do governador Marconi Perillo, de Goiás, no caso Carlinhos Cachoeira, é possível que esse tema também faça parte das conversas.

 

O blog no Twitter.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>