Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : eleições 2016

PT é o único grande partido com saldo negativo de filiações em 2016
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Fernando Rodrigues

3.675 se desfiliaram em 1 ano, segundo o TSE

PSDB teve a maior alta entre os 3 maiores partidos

SD teve maior aumento: quase dobrou de tamanho

São Paulo- SP- Brasil- 19/04/2016- Reunião do Executiva Regional do Partido dos Trabalhadores , na sede do PT Nacional.  Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O ex-presidente Lula em reunião da Executiva Regional do PT

Atingido em cheio pela Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff, o PT sofre uma onda de desfiliações. Segundo o site do TSE, das 10 maiores legendas do país, só o Partido dos Trabalhadores diminuiu seu número de filiados no último ano.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Douglas Pereira.

A sigla tinha 1.591.591 integrantes registrados em outubro do ano passado. Em outubro de 2016 (últimos dados disponíveis), o número havia caído para 1.587.916. Ou seja, 3.675 pessoas a menos.

A debandada ocorre no pior ano eleitoral para os petistas desde 1986. O partido elegeu 254 prefeitos em 2016, menos da metade dos 635 de 2012.

Para diminuir a fuga e tentar atrair simpatizantes, a sigla chegou a lançar em 30 de novembro uma ferramenta de filiação on-line.

pagina-filiacao-pt

PSDB GANHA CORPO
Das 3 legendas com mais militantes filiados (PMDB, PT e PSDB), a que mais ganhou corpo foi a dos tucanos. Subiram de 1.410.471 registrados para 1446.854. Cerca de 36 mil pessoas a mais em 1 ano.

Em termos absolutos, o SD (Solidariedade) foi sigla que mais aumentou seu total de filiados: de 97,2 mil para 181,5 mil (quase 84 mil novos integrantes).

O PSD (Partido Social Democrático), do ministro Gilberto Kassab (Comunicações), também cresceu consideravelmente em 2016. Ganhou 62,4 mil filiados –crescimento de 24,5% em relação a 2015. Ainda ultrapassou o PT em número de prefeituras, sendo agora o 3º partido com mais prefeitos eleitos em 2016.

Além do PT, a única sigla a perder filiados de 2015 para 2016 foi o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Foram 22 militantes a menos.

Leia abaixo o número de eleitores filiados de cada sigla em 2015 e agora, em 2016:

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Maioria das capitais sem dinheiro em caixa trocou de prefeito nas eleições
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Fernando Rodrigues

Entre as 6 com menos recursos, apenas em São Luís houve reeleição

Em Goiânia, ex-governador Iris Rezende (PMDB) desbancou candidata apoiada pelo atual prefeito

Em Goiânia, ex-governador Iris Rezende (PMDB) desbancou candidata apoiada pelo atual prefeito

Das 8 capitais com menos dinheiro em caixa em 2015, 5 escolheram trocar os governantes ou votar contra o apadrinhado político do atual prefeito.

Entre as cidades com finanças mais saudáveis, o resultado foi o oposto: a maior parte dos prefeitos conseguiu permanecer no cargo.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

O Blog cruzou os resultados das eleições com os dados do boletim divulgado na 6ª feira (4.nov) pelo Tesouro Nacional. Segundo o documento, 8 capitais apresentaram resultado negativo na relação entre disponibilidade de caixa líquida e despesa média mensal. Ou seja, esses municípios são incapazes de honrar seus pagamentos se não obtiverem novas receitas.

Dos 8 prefeitos dessas cidades, apenas 3 conseguiram a reeleição em outubro: Zenaldo Coutinho (PSDB), em Belém, Rui Palmeira (PSDB), em Maceió, e Edivaldo Holanda Jr. (PDT), em São Luís.

A capital maranhense foi a única entre os 6 piores casos que escolheu dar continuidade à gestão atual. Segundo os dados do Tesouro Nacional, a relação entre disponibilidade de caixa e a despesa média mensal de São Luís é de -306%.

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Em Goiânia, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores não conseguiu emplacar o sucessor do atual prefeito Paulo Garcia (PT), que está há mais de 6 anos no cargo. A candidata Adriana Accorsi (PT) obteve menos de 7% dos votos no 1º turno e terminou apenas na 5ª colocação.

Na capital goiana, o ex-ministro, governador e senador Iris Rezende (PMDB) conseguiu retomar a prefeitura. Ele foi eleito para o cargo em 2008, mas renunciou em abril de 2010. Quem assumiu foi seu vice, justamente Paulo Garcia.

Em Porto Velho, 4ª capital com menor disponibilidade de caixa, o desempenho do atual prefeito foi ainda pior. Eleito pela 1ª vez em 2012, Mauro Rasul (PSB) não conseguiu sequer passar para o 2º turno em 2016. O escolhido pela população foi Dr. Hildon (PSDB).

Das 13 capitais com saldo positivo nessa relação, 7 reelegeram seus atuais prefeitos. Um dado curioso é que, das 5 capitais com saldo igual a zero, todas manterão os mandatários.

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Teto de rejeição para ser eleito no 1º turno foi de 35,3%
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Fernando Rodrigues

Média dos prefeitos eleitos ficou em 15,3%

Nos grandes centros, 36 não tiveram 2º turno

Elei›es 2014 - Voto em tr‰nsito no IESB, Asa Sul, Bras’lia.

O Blog cruzou os resultados do 1º turno das eleições em grandes cidades com pesquisas realizadas antes da votação. Resultado: o maior índice de rejeição atribuído a um eleito foi 35,3%.

Trata-se do prefeito reeleito de Palmas (TO), Carlos Amastha (PSB). Das 26 capitais, só a do Tocantins tem menos de 200 mil eleitores e não pode fazer 2º turno. Como recebeu 52,4% dos votos válidos, Amastha venceria no 1º turno de qualquer forma.

Em 2012, ele também era o mais rejeitado. Os números chegavam a 43%. Se a cidade tivesse 2º turno, no entanto, Amastha precisaria enfrentá-lo. Na época filiado ao PP, ele teve 49,6% dos votos válidos.

As informações são do repórter do UOL Victor Gomes.

A média de rejeição para vencer no 1º turno, neste ano, foi 15,3%.

No grupo das 93 principais cidades do país (26 capitais + 67 municípios com mais de 200 mil habitantes), 36 decidiram a eleição no 1o turno (2.out). Em 7 delas, não há pesquisas com dados sobre rejeição.

Ficaram de fora: Barueri (SP), Betim (SP), Carapicuíba (SP), Itaquaquecetuba (SP), Piracicaba (SP), Taboão da Serra (SP) e Limeira (SP). Em Taubaté (SP), não houve 2o turno, mas o vencedor ainda não foi proclamado pela justiça eleitoral.

Eis os índices de rejeição dos candidatos nos 28 centros urbanos com pesquisas disponíveis:

Tabela

A rejeição aos candidatos é medida de maneiras diferentes pelos vários institutos que trabalham no país. Alguns permitem que o entrevistado cite todos os candidatos em que não votaria de jeito nenhum. Outros pedem que o eleitor diga só um nome.

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PRB de Crivella e Russomanno gastou R$ 30 mi do Fundo Partidário na eleição
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Fernando Rodrigues

Valor equivale a 91% do que a sigla receberia em 1 ano do Fundo

Outras legendas usaram menos de 10% desse tipo de recurso

Presidente do PRB, Marcos Pereira, diz que sigla tem mais em caixa

Celso Russomanno (esq.) e Marcelo Crivella, candidatos do PRB em 2016

O PRB gastou o equivalente a quase 1 ano de dinheiro do Fundo Partidário nas eleições de 2016. Segundo o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), presidente licenciado da legenda, o pleito consumiu R$ 30 milhões. O valor representa 91% dos R$ 32,9 milhões que o PRB receberá dessa fonte em 2016, excetuando as multas.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

O PRB parece ter usado muito mais o Fundo Partidário do que os outros partidos na eleição de prefeitos deste ano. O PMDB declarou até agora ter investido R$ 5,1 milhões dos R$ 78,4 milhões que receberá neste ano (ou 6,5%). O PT aplicou R$ 4,7 milhões de um total de R$ 95,6 milhões (o equivalente a 4,9%).

O valor total só será conhecido após 19 de novembro, quando termina o prazo para os partidos prestarem contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O dinheiro do Fundo Partidário viabilizou a eleição do senador Marcelo Crivella como prefeito do Rio de Janeiro, no último domingo (30.out). Dos R$ 7,5 milhões usados por ele na campanha, 96% vieram dessa fonte.

Já Celso Russomanno, que foi candidato pela legenda a prefeito de São Paulo, usou R$ 6,2 milhões na disputa. Desse total, 96,7% saíram do Fundo Partidário do PRB. Russomanno começou liderando a disputa, mas acabou derrotado pelo tucano João Doria ainda no 1º turno da disputa.

Mesmo após a gastança eleitoral, Marcos Pereira diz que o partido não terá problemas para fechar as contas. Segundo ele, o PRB ainda tem uma reserva de aproximadamente R$ 20 milhões para tocar suas atividades. O dinheiro seria resultado de aplicações financeiras e estaria sendo guardado desde 2014.

“Vamos continuar tocando o partido como sempre fizemos, com austeridade. Aqui já tem PEC do teto de gastos. Quando terminou 2014, já começamos a juntar para 2016. Aplicamos os 30% da Fundação do partido, os 5% das Mulheres, e investimos o resto”, diz Pereira.

A lei brasileira determina que os partidos destinem pelo menos 30% do dinheiro do Fundo Partidário a uma fundação de pesquisa e divulgação do próprio ideário político. Outros 5% precisam ser direcionados à ala feminina da sigla. Leia aqui a prestação de contas do PRB em 2015.

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126 prefeitos eleitos tentam na Justiça retirar informações da internet
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Fernando Rodrigues

Projeto identifica 570 processos de candidatos contra divulgação de informações

Bruno Siqueira é o prefeito eleito de Juiz de Fora (MG) pelo PMDB

Pelo menos 126 dos 5.568 prefeitos eleitos (2,3%) entraram com 185 processos na Justiça para retirar conteúdos da internet.

Durante as eleições deste ano, os candidatos a prefeito foram responsáveis por, no mínimo, 570 processos judiciais contra a divulgação de informações.

Os números são do projeto Ctrl+X, coordenado pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

Os prefeitos eleitos pelo PSDB foram os que mais entraram com ações do tipo: 29. Em seguida, vêm PMDB (22) e PSB (12).

Segundo o levantamento, o peemedebista Bruno Siqueira, eleito em Juiz de Fora (MG), é líder no ranking de pedidos para apagar informações. No total, foram 7 ações na Justiça.

Em 2º lugar, empatados com 6 pedidos cada, estão os prefeitos eleitos pelo PSDB Francis Maris, em Cáceres (MT), e José Auricchio Jr, em São Caetano do Sul (SP).

Eis o ranking com os prefeitos eleitos que mais entraram com ações na Justiça para retirar conteúdos on-line:

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Contas eleitorais de 35% dos candidatos do 2º turno têm saldo negativo
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Fernando Rodrigues

Prefeito do PDT derrotado em Contagem (MG) teve maior custo de voto

Em Belo Horizonte, João Leite (PSDB) informou déficit eleitoral de R$ 5,3 mi

Líder nacional em receita, Roberto Cláudio (PDT) venceu em Fortaleza (CE)

Derrotado no 2º turno, João Leite (PSDB) concorreu a prefeito de Belo Horizonte (MG)

Das 114 prestações de contas de candidaturas do 2º turno, 40 registravam saldo negativo até as 20h30 deste domingo (30.out), segundo dados informados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os candidatos podem, porém, atualizar os números até 19 de novembro.

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

Aliado do senador Aécio Neves (PSDB), o também tucano João Leite declarou ao TSE ser o candidato com a maior despesa: R$ 9 milhões. A receita foi de R$ 3,7 milhões. O saldo da prestação eleitoral ficou no negativo em 5,3 milhões.

O líder em arrecadação foi o prefeito reeleito de Fortaleza (CE), Roberto Cláudio (PDT). As doações chegam a R$ 8,9 milhões.

Com 53,57% dos votos válidos, o pedetista derrotou no 2º turno o candidato do PR, Capitão Wagner, que recebeu R$ 3,6 milhões para a campanha e terminou o 2º turno com 46,43%.

Por enquanto, o maior custo do voto é de Carlin Moura (PC do B), prefeito de Contagem (MG) que tentou a reeleição mas saiu derrotado. O comunista contratou despesas que somam R$ 3,5 milhões e recebeu 162.440 votos no 1º e 2º turno. Cada voto saiu por R$ 21,41.

Eis, a seguir, duas tabelas (das capitais e das cidades com mais de 200 mil eleitores) com a prestação de contas e o custo de voto, calculado de acordo com dados divulgados pelo TSE até as 20h30 deste domingo (clique nas imagens para ampliar):

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CONFRONTOS DO 2º TURNO

A cidade gaúcha de Santa Maria registrou a disputa mais apertada. O tucano Pozzobom teve apenas 226 votos a mais que o derrotado, Valdeci Oliveira (PT). Em votos válidos, ficaram assim: 50,08% para Pozzobom e 49,92% para o petista.

Em Guarulhos (SP), o prefeito eleito Guti (PSB) teve a vitória com maior vantagem sobre o adversário no 2º turno das eleições. Eli Corrêa Filho (DEM) registrou 16,5% dos votos válidos. Guti, 83,5%.

A única surpresa nas 18 capitais que participaram do 2º turno foi Belo Horizonte (MG). Alexandre Kalil (PHS) virou o jogo e derrotou o aecista João Leite (PSDB) por 52,98% a 47,02% dos votos válidos.

Em 13 dos 39 municípios do interior que tiveram eleições, os candidatos que estavam atrás no 1º turno terminaram com uma vitória neste domingo (30.out).

Dos 25 candidatos à reeleição que disputaram o 2º turno, 10 saíram derrotados das urnas e 15, vitoriosos. O pior desempenho foi de Carlos Grana (PT) em Santo André (SP), com 21,79% dos votos válidos. O melhor, de Geraldo Julio (PSB) em Recife (PE), com 61,3%.

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Análise: antipolítica venceu e sucessão de 2018 segue indefinida
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Fernando Rodrigues

Principais pré-candidatos ao Planalto têm futuro incerto

Imprevisibilidade cresce com Lava Jato e economia em crise

Ambiente continua propício para chegada de 1 outsider

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Doria, Crivella e Kalil: os 3 representam o discurso da antipolítica

A maior tentação neste momento pós-eleições municipais é analisar “quem ganhou e quem perdeu” para produzir algum vaticínio sobre 2018.

Os números são eloquentes. O PSDB teve uma estupenda vitória nos maiores centros urbanos do país. Elegeu 29 prefeitos nas 93 cidades mais importantes do país (o grupo das 26 capitais e 67 municípios com mais de 200 mil eleitores). Trata-se de 1 recorde histórico para o PSDB.

Já o PT atrofiou barbaramente. Chegou a ter 25 das principais cidades brasileiras em 2008. Agora, conquistou apenas 1 desses municípios –Rio Branco (AC). O petismo foi empurrado para os grotões do país. O PMDB está onde sempre esteve, no centro e pronto para aderir a quem representar perspectiva de poder futuro.

Tudo considerado, de acordo com os dados do primeiro parágrafo, pode-se inferir que o PSDB se qualificou como a grande força para a sucessão presidencial de 2018.

Essa análise não está errada, mas não mostra a floresta completa. Fazer um prognóstico para 2018 usando o resultado das eleições municipais é uma interpretação pedestre da realidade.

O fato mais relevante das disputas municipais de 2016 foi a vitória esmagadora da antipolítica, da negação dos partidos.

Se um estrangeiro chegasse agora ao Brasil e perguntasse como está a política por aqui, bastaria dizer o seguinte: “Analise o perfil dos vitoriosos nas 3 principais capitais da região Sudeste: São Paulo, Rio e Belo Horizonte”.

João Dória é do PSDB e será prefeito de São Paulo. Ganhou dizendo diariamente que não era político, mas sim um “gestor”. No Rio, o vencedor é um bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB). Ele entrou para a política obrigado por sua denominação religiosa. Em Belo Horizonte, o prefeito em 2017 será Alexandre Kalil (PHS), cuja vivência política se deu como presidente do Atlético, um time de futebol de Minas Gerais.

Nunca após a redemocratização do Brasil essas 3 capitais tiveram prefeitos eleitos ao mesmo tempo com discursos tão distantes da política.

Outro dado relevante: o partido médio que mais cresceu no vácuo deixado pelo PT foi o pragmático PSD, de Gilberto Kassab. Sem coloração ideológica definida, essa sigla é o epítome do momento de “delenda política”.

FATORES PARA 2018
É claro que o PT sai muito fragilizado da atual disputa. O partido era o único que ostentava desde 1996 o fato de sempre eleger em cada pleito mais prefeitos e vereadores do que na eleição anterior. Agora, pela primeira vez em 20 anos, os petistas encolheram nos municípios.

A sigla de Luiz Inácio Lula da Silva chegará em 2018 com menos cabos eleitorais nas cidades. Elegeu 2.801 vereadores neste ano. Em 2012, o número havia sido 5.185.

Mas apenas a contabilidade das disputas municipais deste ano não retira o PT do páreo nem garante de maneira incontornável um nome do PSDB como favorito em 2018 na corrida pelo Planalto.

Assim como em 1989 o país passou por uma grande ressaca após o Congresso constituinte e a crise da hiperinflação sob José Sarney, agora o momento evoca aquele período.

É claro que ainda faltam 2 anos até o momento da escolha do próximo presidente. Mas os efeitos da recessão atual não vão se dissipar tão cedo. O impacto da Operação Lava Jato continuará a jogar os partidos e os político numa vala comum, favorecendo discursos como os de João Doria, Marcelo Crivella e Alexandre Kalil.

Todos os principais nomes de pré-candidatos a presidente em 2018 estão, de uma forma ou de outra, contestados pelo resultado final das disputas de 2016. Lula, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin não cabem no figurino do antipolítico preferido pelos eleitores de muitos centros urbanos. Sem contar a citação de todos, petistas e tucanos, em escândalos recentes e das mais variadas origens. Os possíveis “outsiders” Ciro Gomes (agora no PDT) e Marina Silva (Rede) tampouco são campeões da novidade pretendida pelos brasileiros que foram votar neste ano. Ciro ficou antigo. Marina não é a “gestora” idealizada nos discursos de Doria e outros.

Há muitos anos o cenário político não era tão propenso para o surgimento de um “outsider”. Não é certo que isso possa ocorrer. Mas em 1988, ninguém imaginava que 1 ano depois um quase desconhecido governador de Alagoas (Fernando Collor) pudesse ser eleito presidente da República.

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Com vitórias do 2º turno, PSDB tem recorde nos maiores centros urbanos
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Fernando Rodrigues

Tucanos ganham 29 cidades com mais de 200 mil eleitores

PT já teve 25 desses municípios (em 2008); agora só tem 1

No país inteiro, PSD, de Kassab, fica como a 3ª maior sigla

PMDB se mantém no topo, mas avança pouco nos maiores centros

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Geraldo Alckmin, que ganhou 12 das 27 maiores cidades paulistas

O maior vencedor das disputas de 2º turno em 57 cidades ontem, domingo (30.out), foi o PSDB. Os tucanos obtiveram a maior vitória de sua história em centros urbanos.

Na soma do 1º e do 2º turnos, o PSDB conquistou 29 das 93 cidades mais importantes do país (o grupo das 93 capitais e 67 municípios com mais de 200 mil eleitores). Nunca um partido teve tantas vitórias assim nesse universo nos últimos 20 anos.

O PT havia conquistado 25 cidades do G93 em 2008. Mas o petismo está em franca decadência. Nesta eleição, ficou com apenas 1 desses municípios –Rio Branco (AC).

O desempenho de cada partido no G93 é importante porque nessas cidades estão 38% dos eleitores brasileiros.

Dentro do PSDB, o maior vitorioso foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Além de eleger João Doria como prefeito da capital do Estado ainda no 1º turno, o tucano conquistou outras 11 das 27 maiores cidades paulistas.

Eis o desempenho de cada sigla nesse universo (clique na imagem para ampliar):

tabela-sintese-final

A seguir, em detalhes, duas tabelas com os resultados nas 26 capitais e nas 67 cidades com mais de 200 mil eleitores (clique na imagem para ampliar):

g93-capitas-finalg93-cidades-200mil-eleitores-finalE para terminar a análise sobre o G93, eis a evolução dos partidos nos últimos 20 anos nesses maiores centros urbanos em termos de eleitores governados nessas cidades (clique na imagem para ampliar):

g93-eleitores-governados

No país todo, o PMDB segue como a maior sigla em número de prefeitos. O PSDB vem em seguida. O 3º posto ficou com o PSD, sigla criada em 2011 pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, hoje ministro das Comunicações.

Eis a evolução dos partidos em todo o país:

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43 dos 114 candidatos no 2º turno declaram ter mais de R$ 1 milhão em bens
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Fernando Rodrigues

Os 2 mais ricos acumulam R$ 47,7 milhões e se enfrentam em Goiânia

Nas capitais, o candidato mais ‘pobre’ é Marcelo Freixo (Psol) no Rio

Maior patrimônio não resultou em melhor desempenho no 2º turno

Da esquerda para a direita, os candidatos de Goiânia Vanderlan Cardoso (PSB) e Iris Rezende (PMDB)

Dos 114 candidatos que disputam o 2º turno, 38% declararam que têm mais de R$ 1 milhão em patrimônio. Os 2 candidatos mais ricos se enfrentam nas urnas de Goiânia (GO). Vanderlan Cardoso (PSB) registra R$ 29,8 milhões enquanto Iris Rezende (PMDB) informa ter R$ 17,9 milhões.

O rol de bens dos candidatos de Goiânia inclui terrenos, imóveis, participação em empresas, investimentos em renda fixa e até uma aeronave.

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar. Colaboraram com a apuração os repórteres Douglas Pereira, Gabriel Hirabahasi e Victor Gomes.

O Blog constatou ainda que apenas 3 candidatos do 2º turno dizem não ter qualquer bem declarado. São eles: Haifa Madi (PPS), em Guarujá (SP); Rogério Lisboa (PR), em Nova Iguaçu (RJ); e Dejorge Patrício (PRB), em São Gonçalo (RJ).

Das capitais, o candidato a prefeito do Rio Marcelo Freixo (Psol) declara ser o mais pobre: tem R$ 5 mil em uma conta corrente. O patrimônio de Freixo é 140 vezes menor do que o de seu adversário eleitoral, Marcelo Crivella (PRB).

O bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus informou à Justiça Eleitoral bens que totalizam R$ 702 mil.

Clique aqui para consultar o patrimônio declarado de cada 1 dos candidatos das eleições de 2016.

Ressalva importante: trata-se aqui de patrimônio declarado dos candidatos. Não há como checar com facilidade se esses bens correspondem de fato ao que cada 1 tem. Não há punição para políticos que informam incorretamente os seus bens. Basta fazer uma retificação à Justiça Eleitoral e tudo fica por isso mesmo.

Em Caucaia (CE), a diferença patrimonial também é alta. O líder nas pesquisas, Naumi Amorim (PMB), declara R$ 2,1 milhões em bens, enquanto Eduardo Pessoa (PSDB) registra apenas R$ 10 mil. É a maior diferença percentual entre os adversários diretos.

Eis, a seguir, duas tabelas (das capitais e das cidades com mais de 200 mil eleitores) com os valores de patrimônio declarado pelos candidatos e os resultados das pesquisas de opinião divulgadas até a manhã deste sábado (clique nas imagens para ampliar):

Nem sempre os candidatos com maior patrimônio declarado lideram as pesquisas. Os mais ricos estão numericamente atrás de seus adversários em 28 das 54 cidades para as quais há levantamentos divulgados.

Blog considerou as pesquisas divulgados nos últimos 30 dias. Das 57 cidades que realizarão o 2º turno, 54 têm pesquisas publicadas. Os seguintes municípios não estão nas tabelas acima: Belford Roxo (RJ), Blumenau (SC) e São Gonçalo (RJ).

Em Bauru (SP), por exemplo, o candidato Raul Gonçalves de Paula (PV) tem R$ 5,5 milhões de patrimônio declarado e registra 31,3% das intenções de voto. O líder das pesquisas, Clodoaldo Gazzetta (PSD), declarou R$ 60,4 mil e aparece com 59,2%. A margem de erro é de 4 pontos percentuais.

Eis a tabela sobre o patrimônio dos candidatos nessas 3 cidades em que não há pesquisas divulgadas:

patrimonio-declaradoQuando saiu o resultado do 1º turno, o Tribunal Superior Eleitoral informou que 55 cidades realizariam 2º turno –locais com mais de 200 mil eleitores e nos quais nenhum candidato havia obtido, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos no último dia 2 de outubro (leia aqui os resultados do 1º turno).

Por decisão da Justiça Eleitoral, porém, outros 3 municípios passaram a ter 2º turno das eleições: Montes Claros (MG), Belford Roxo (RJ) e Nova Iguaçu (RJ).

Por outro lado, Taubaté (SP) saiu da lista de cidades que ganharão uma segunda rodada. O tucano Ortiz Júnior estava sendo questionado na Justiça, mas venceu a disputa e agora foi declarado eleito no 1º turno.

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Partidos aliados a Michel Temer lideram em 79% das cidades no 2º turno
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Fernando Rodrigues

PSDB deve comandar pelo menos 6 capitais a partir de 2017

Blog analisou 54 das 57 cidades com pesquisas no 2º turno

Em 43 cidades, disputa é entre duas siglas pró-Michel Temer

PT é expelido do G93, as cidades que tem 38% dos eleitores do país

Posse de Michel Temer (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Posse de Michel Temer (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Na votação de amanhã (30.out), candidatos de partidos aliados ao presidente Michel Temer lideram o mapa de pesquisas em 79% das cidades com pesquisas divulgadas. O levantamento considera pesquisas de intenção de voto disponíveis até a manhã deste sábado (29.out).

Políticos de siglas que integram a base de apoio ao governo no Congresso estão numericamente no 1º lugar em 43 das 54 cidades com pesquisas divulgadas. Em 26 delas, o pleito será decidido entre 2 candidatos de partidos aliados a Temer.

O Blog acompanha de maneira detalhada as disputas no G93, o grupo de 26 capitais e 67 cidades com mais de 200 mil eleitores. Esse universo concentra 38% dos eleitores brasileiros –apesar de o país ter 5.568 municípios que elegem prefeitos e vereadores neste ano.

É vital para partidos com pretensão de concorrer ao Palácio do Planalto em 2018 ter um desempenho satisfatório em grandes centros urbanos agora, em 2016. Essas cidades do G93 são polos irradiadores de opinião e grandes alavancas para campanhas majoritárias a presidente e a governador. Os prefeitos dessas localidades também funcionam como grandes cabos eleitorais de candidatos a deputado ou a senador daqui a 2 anos.

O PSDB já ganhou 15 prefeituras do G93 no 1º turno. Agora, o partido é o líder no mapa de pesquisas, com 9 candidatos isolados em 1º lugar. Outros 6 tucanos são competitivos: lideram dentro da margem de erro das sondagens sobre intenção de voto.

A sigla de Michel Temer vem em seguida. O PMDB (que já ganhou 5 cidades do G93 no 1º turno) tem 10 candidatos competitivos, sendo que 4 deles estão isolados em 1º lugar.

As informações são dos repórteres do UOL Douglas PereiraGabriel Hirabahasi e Victor Gomes.

O levantamento do Blog leva em consideração as pesquisas mais recentes. Das 57 cidades que realizarão o 2º turno, 54 têm pesquisas publicadas. Não há levantamentos sobre intenção de voto os seguintes 3 municípios: Belford Roxo (RJ), Blumenau (SC) e São Gonçalo (RJ).

Inicialmente, 55 cidades realizariam 2º turno –locais com mais de 200 mil eleitores e nos quais nenhum candidato havia obtido, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos no último dia 2 de outubro (leia aqui os resultados do 1º turno). Em seguida, entretanto, a Justiça Eleitoral definiu outros 3 municípios nos quais passou a ser necessária uma segunda rodada de votação para escolher o prefeito: Montes Claros (MG), Belford Roxo (RJ) e Nova Iguaçu (RJ).

Já em Taubaté (SP) ocorreu o contrário: lá não haverá mais 2º turno. O candidato do PSDB na cidade, Ortiz, estava sendo questionado na Justiça, mas venceu a disputa e agora foi declarado eleito no 1º turno.

O mapa de pesquisas feito há alguns dias sobre o 2º turno já indicava resultado favorável ao PSDB. Agora, véspera da decisão, se as expectativas projetadas nos levantamentos se confirmarem, os tucanos podem ter o controle de até 30 cidades do G93.

O mais seguro, entretanto, é dizer que o PSDB deve chegar a pelo menos 24 prefeituras nesse universo –quando se consideram apenas os tucanos vitoriosos do 1º turno (15) e os candidatos da sigla que lideram de maneira isolada no 2º turno (9).

O recorde de vitórias nesse universo do G93 é até hoje do PT: em 2008 o partido ganhou 25 prefeituras. Eis uma síntese do que o mapa de pesquisas indica sobre o desempenho por partido nas eleições:

sintese-2-turno-29out2016

 

RISCO DE REVÉS EM BELO HORIZONTE
Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) corre o risco de sofrer um revés em Belo Horizonte. O candidato tucano à prefeitura de BH, João Leite, deixou a liderança. Pode ser derrotado por Alexandre Kalil (PHS).

Uma curiosidade: ambos tem ligação com o futebol e com a mesma equipe. Kalil é ex-presidente do Atlético mineiro. João Leite foi goleiro atleticano nos anos 1970 e início dos 1980.

No 1º turno, Leite teve 7 pontos percentuais de votos a mais que Kalil. Agora, eles aparecem empatados dentro da margem de erro. De acordo com a última pesquisa Ibope, o candidato do PHS está com 39%. João Leite, com 36%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

A vitória do tucano na capital mineira poderia neutralizar o avanço de Geraldo Alckmin e do PSDB paulista, galvanizado pela eleição de João Doria na cidade de São Paulo.

Uma derrota de Aécio em seu berço político fragilizaria o mineiro e aumentaria as chances de Alckmin ser o candidato do partido à Presidência em 2018. Esse tipo de análise, entretanto, deve ser vista com cuidado, pois Aécio é o presidente nacional do PSDB e domina a máquina partidária.

As duas principais potências nas eleições, PSDB e PMDB, disputam entre si em 3 capitais no 2º turno. Os tucanos lideram em duas –Maceió (AL) e Porto Alegre (RS). A legenda de Michel Temer está na frente em Cuiabá (MT). Eis a seguir 2 tabelas sobre a disputa nas 54 cidades com pesquisas divulgadas: uma com 18 capitais e outra com 36 municípios com mais de 200 mil eleitores (clique nas imagens para ampliar):

tabela-capitais

 

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PT DIZIMADO
O PT, que no início da semana não tinha nenhum candidato na 1ª colocação em disputas de 2º turno, agora tem 1. Em Santa Maria (RS), o petista Valdeci de Oliveira aparece com 44,1% das intenções de voto contra 41,3% de Pozzobom (PSDB). Os 2 estão empatados tecnicamente. A cidade tem 202.950 eleitores. Isso representa 0,1% do total de eleitores do país.

Ainda que vença em Santa Maria (RS), o PT está sendo expelido nos grandes centro urbanos. Com a eventual, porém incerta, vitória na cidade gaúcha, os petistas terão apenas 2 prefeitos no G93. A outra localidade é Rio Branco, capital do Acre, onde sigla já ganhou no 1º turno.

O PT está sendo dizimado nas cidades mais relevantes do país, fazendo uma trajetória inversa à que iniciou no final da década de 1990, até 2002, quando acabou chegando ao Palácio do Planalto, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2018, o PT vai se lançar na eleição para o Planalto numa posição frágil sem precedentes nos últimos 20 anos da história da legenda.

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