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Temer discute pacote de combate à recessão para o início de 2017
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Fernando Rodrigues

Senadores pedem novas medidas para a retomada além do ajuste fiscal

Lentidão do BC em baixar os juros foi criticada pelos congressistas

Empresários já haviam feito o mesmo apelo em jantar com o presidente

Entrevista coletiva do presidente Michel Temer com os presidentes do Senado, Renan Calheiros e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no Palácio do Planalto. Brasilia, 18-11-2016 Foto: Sérgio Lima / PODER 360.

O presidente Michel Temer

O presidente da República pretende lançar no início de 2017 um pacote de medidas microeconômicas. Quer mitigar o impacto da forte recessão pela qual passa o país.

A reportagem é do Poder360 e as informações são de Tales Faria.

Na manhã desta quinta (1°. dez) Michel Temer tratou do tema com os senadores tucanos Tasso Jereissati (CE), José Aníbal (SP) e Ricardo Ferraço (ES), além de Cristovam Buarque (PPS-DF) e Armando Monteiro (PTB-PE). Tasso defendeu a medida em conversa com o Poder360.

Temer ouviu críticas à lentidão do Banco Central em baixar os juros e à falta de medidas para evitar o arrocho causado pelo ajuste fiscal. Os senadores deixaram claro: é necessário cuidar do ajuste fiscal, mas chegou a hora de superá-lo e pensar em formas de oxigenar a economia para voltar a crescer.

ENCOMENDA À FAZENDA E AO PLANEJAMENTO

O presidente disse aos senadores que está decidido a atacar o problema. Afirmou que cobrará dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira(Planejamento) um pacote de “medidas microeconômicas” a ser anunciado no início do ano.

Temer quer ainda que a reforma da Previdência seja enviada ao Congresso na semana que vem. O texto servirá para os governadores ajustarem as aposentadorias dos funcionários estaduais. Ele se disse preocupado com a situação dos estados e garantiu que o governo federal “vai ajudar no máximo possível”.

Ele pediu que os senadores também tragam algumas propostas de medidas microeconômicas. Quanto aos juros, balançava afirmativamente a cabeça diante das críticas.

ENCONTRO COM EMPRESÁRIOS

O mesmo assunto já foi tema de uma outra reunião de Temer com pesos-pesados do empresariado e do sistema financeiro na 6ª (25.nov).

Os convidados estavam dispostos em duas mesas na residência de Edson Bueno(fundador da Amil), em São Paulo. Um grupo desfrutava da conversa com o presidente da República. O outro tinha Moreira Franco (PPI) como representante do governo. Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil) não foram convidados.

Estavam presentes, entre outros, Beto Sicupira (InBev), Carlos Jereissati(shoppings Iguatemi), João e Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco), Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco), Jorge Gerdau (Gerdau) José Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Josué Gomes da Silva (Coteminas) e Pedro Passos(Natura). Também participou o dirigente da Falconi Consultores de Resultados, Mateus Bandeira, e Antônio Machado, presidente do Instituto Talento Brasil.

Uma metáfora foi usada no jantar e depois repetida por Moreira Franco: é como se hoje a equipe econômica fosse 1 time de futebol com muitos jogadores de defesa (fiscalistas) e nenhum atacante (desenvolvimentistas). Sem centroavantes não se ganha. Ou seja, sem estimular o crescimento, a recessão não vai ceder.

FIESP: “CORTE PÍFIO”

Um exemplo da crítica do empresariado é a nota emitida ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Nela, o presidente da entidade, Paulo Skaf, afirma: “é muita recessão para um corte pífio” (íntegra).

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Na Fiesp, “falta de credibilidade” do governo Dilma dominou debate
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Fernando Rodrigues

Ninguém se dispôs a defender o administração federal

Michel Temer foi neutro, sem ataques mas sem elogios

Impeachment não foi mencionado durante o jantar

Jantar-Fiesp-27ago2015

Jantar de empresários ontem na Fiesp – Foto: Ayrton Vignola/Fiesp (27.ago.2015)

O jantar promovido ontem (27.ago.2015) ontem pela Fiesp para 25 convidados foi cheio de discursos pessimistas a respeito do estado da economia. Todos os presentes (a lista está no final deste post) se mostraram também pouco confiantes na capacidade do governo para se recuperar, sobretudo pela falta de credibilidade que enxergam na administração atual comandada pela presidente Dilma Rousseff.

Embora o tema “impeachment” não tenha sido tratado de maneira aberta, a expressão “falta de credibilidade” foi a pedra de toque do encontro. Mesmo empresários que falam bem do governo em público, como Rubens Ometto (da Cosan), foram duros em suas críticas. Ometto reclamou da política federal para o uso de etanol, que é a sua área.

Quando alguém fazia alguma ressalva era quase sempre em causa própria. Murilo Portugal (Febraban) e Fábio Barbosa (conselheiro do Itaú) defenderam a política de alta dos juros. Argumentaram que agora o Banco Central apenas está corrigindo o erro cometido no primeiro mandato de Dilma, quando a taxa Selic foi rebaixada de maneira equivocada, no entender do mercado.

Benjamin Steinbruch (CSN), que em abril deste ano escreveu que a economia melhoraria “significativamente a partir do terceiro e quarto trimestres“, ontem misturou pessimismo com otimismo: “Eu duvido que tenha país do mundo, com uma taxa de juros dessa, com uma inflação que não é de demanda, e esteja ainda em pé. E é isso que ainda dá alguma esperança”.

Na sua intervenção, Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), disse que um dos grandes problemas do país no momento é “a falta de confiança” combinada com a “falta de esperança”.

Um dos mais inflamados a respeito da crise atual foi Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau), afirmando que a indústria está “morrendo”.

Michel Temer, o último a falar, fez um discurso ponderando sobre os conceitos de “governo”, “governança” e “governabilidade”. Não criticou a administração da qual participa, mas tampouco fez uma defesa enfática da presidente Dilma Rousseff.

Paulo Skaf, anfitrião da noite, concedeu entrevista ao final. Disse que não há mais voto de confiança ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A razão teria sido a defesa que Levy fez do aumento de impostos sobre a folha de pagamento das empresas.

“Foi a gota d’água. Tivemos 500 mil postos de trabalho fechados no primeiro semestre, e a previsão de fechar mais 1 milhão no segundo semestre”, afirmou o presidente da Fiesp.

Sobre a volta da CPMF para financiar a saúde, Skaf posicionou-se enfaticamente contra. “Não tem o mínimo sentido criar uma contribuição para a saúde. Depois vão querer criar uma contribuição para a educação, para a segurança… (…) Nós vamos bombardear no Congresso esta iniciativa do governo ou qualquer outra que esteja ligada ao aumento de impostos”.

QUEM FOI AO JANTAR
Além do staff da Fiesp, os principais convidados ao jantar de ontem foram os seguintes (em ordem alfabética):

1) Antonio Delfim Netto (ex-ministro da Fazenda);

2) Benjamin Steinbruch (CSN);

3) Carlos Alberto de Oliveira Andrade (presidente da Caoa);

4) Fábio Barbosa (conselheiro do Itaú);

5) Flavio Rocha (Riachuelo);

6) Gustavo Diniz Junqueira (presidente da Sociedade Rural Brasileira);

7) Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central);

8) Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau);

9) José Antônio Fernandes Martins (Marcopolo)

10) José Ricardo Roriz Coelho (presidente da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico);

11) José Yunes (advogado e amigo de Michel Temer);

12) Josué Gomes da Silva (Coteminas);

13) Luiz Carlos Trabuco (Bradesco);

14) Luiz Moan (presidente da Anfavea e diretor da GM);

15) Marcos da Costa (presidente OAB-SP);

16) Michel Temer (vice-presidente da República);

17) Nelson Jobim (ex-ministro da Justiça, da Defesa, ex-presidente do STF e filiado ao PMDB);

18) Murilo Portugal (presidente da Febraban);

19) Paulo Skaf (presidente da Fiesp);

20) Rafael Cervone Netto (presidente da Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil);

21) Rodrigo Rocha Loures Filho (Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República);

23) Rubens Ometto Silveira Mello (Cosan);

24) Thierry Fournier (Saint Gobain);

25) Waldemar Verdi Júnior (Rodobens).

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Em meio à crise, empresários de São Paulo fazem homenagem a Michel Temer
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Fernando Rodrigues

Vice fica aliviado após deixar articulação de Dilma

Jantar na Fiesp terá 20 convidados da indústria

Peemedebista é moderado ao falar sobre impeachment

Saiba o que  fala Michel Temer em conversas privadas

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Michel Temer, vice-presidente, que será homenageado pela Fiesp

Cerca de 20 grandes empresários, e também alguns políticos e economistas, participam de um jantar amanhã (27.ago.2015) em homenagem ao vice-presidente da República, Michel Temer.

Será às 19h, no 16º andar do edifício número 1313 da avenida Paulista. É ali a sede da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

O encontro foi organizado pelo presidente da federação, Paulo Skaf, que é filiado ao PMDB, o mesmo partido de Temer. Skaf é pré-candidato ao governo paulista em 2018. Mas é também um empresário sempre disposto a vocalizar críticas acerbas contra o governo da presidente Dilma Rousseff.

Até duas semanas atrás, o presidente da Fiesp ainda preservava o ministro Joaquim Levy. Agora, em conversas reservadas, fala coisas impublicáveis sobre o “contador da empresa”, como passou a descrever o titular da Fazenda.

O jantar em homenagem a Temer é uma forma de incensar e preservar o vice-presidente, que assumiria o Palácio do Planalto no caso de um impeachment de Dilma Rousseff.

Em público, os participantes do jantar fogem da interpretação de está se formando algum tipo de conchavo para fazer Temer chegar ao comando do país. Oficialmente, todos estarão ali para discutir a conjuntura econômica.

CONVIDADOS
Estão convidados para o jantar, entre outros, Alencar Burti (Associação Comercial de São Paulo), Benjamin Steinbruch (CSN), Flávio Rocha (Riachuelo), Jorge Gerdau (Gerdau), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Luiz Moan (Anfavea a GM) e Rubens Ometto (Cosan). Devem também participar Nelson Jobim (ex-ministro da Justiça, da Defesa, ex-presidente do STF e filiado ao PMDB), Delfim Netto (ex-ministro da Fazenda) e Henrique Meirelles (ex-presidente da Banco Central).

É improvável que os convidados façam um discurso incendiário e potencializem as críticas cada vez mais severas de Skaf ao governo. O Blog apurou que poucos se mostram dispostos a acelerar algum tipo de mudança de governo fora do calendário eleitoral.

Apesar de muito insatisfeitos com o desempenho dilmista, cresce entre os integrantes do establishment a sensação de que ainda não surgiram as condições ideais para valer a pena apoiar uma troca de comando no país.

Uma das razões é que não há consenso entre os principais atores da oposição. Os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra não se entendem sobre qual seria a melhor estratégia.

O impeachment neste momento também leva muitos empresários a achar que um governo pós-Dilma, na atual conjuntura, poderia ser desastroso. Há dificuldades econômicas intransponíveis no curto prazo. O PT faria uma oposição feroz a quem assumisse o Planalto agora. A desestabilização geral, eventualmente, prejudicaria ainda mais o ambiente de negócios no país.

Num cenário com essa conotação, o PT teria cerca de 3 anos para exercitar o que faz melhor –ser oposição– e talvez alavancar uma volta de Luiz Inácio Lula da Silva em 2018. A maioria dos empresários rejeita abrir espaço para que prospere essa hipótese.

VICE COMEDIDO
Uma saída que agradaria a todos seria instalar um governo de transição negociada, com Temer no lugar de Dilma. O vice é tido como pessoa afável, político experiente e em condições de conciliar forças políticas muitas vezes antagônicas.

Só que ninguém consegue encontrar uma saída para acomodar o PT e outros partidos de esquerda ou de centro-esquerda que não aceitam tal solução.

Também tem sido difícil convencer Temer a entrar num projeto desses, no qual ele teria de assumir algum protagonismo imediato. Daí a razão de se fazer um jantar da 5ª feira, para começar mostrar ao vice-presidente o tipo de apoio que poderá vir a ter.

Ocorre que Temer se comporta em privado quase da mesma forma como faz em público. Diz não haver condições de trabalhar contra o governo. Curiosamente, em conversas reservadas, passou a demonstrar estar aliviado após ter deixado a articulação política do Palácio do Planalto nesta semana.

Havia se decepcionado ao detectar “alguns ministros” tentando intrigá-lo com Dilma. “Não preciso ficar aturando isso”, diz a interlocutores que o procuram em seu gabinete. Mas perde tempo quem pensa em fazer Temer falar abertamente sobre os nomes dos seus desafetos. Seria Aloizio Mercadante? “Ele é um ministro que trabalha muito. É estudioso. Conhece os assuntos”, responde o vice. E Joaquim Levy? “O papel dele é esse mesmo, de tentar consertar a economia”.

Quando fala sobre a presidente da República, o peemedebista acha que sua colega de chapa eleitoral tem feito o que deveria fazer.

“O problema é que às vezes uma marca ruim pega. Lembro-me do Roberto Cardoso Alves. Ele uma vez falou aquela história do ‘é dando que se recebe’. E pegou. Por mais que se esforçasse, era a imagem que ficava dele. A presidente agora tem se esforçado para lançar programas, fazer as coisas que precisam ser feitas… Mas as pessoas parecem não querer ver”, diz Temer.

[Contexto: deputado por vários mandatos  Roberto Cardoso Alves [1927-1996] era um fazendeiro paulista, conservador e muito experiente. Apoiou a ditadura militar [1964-1985], mas acabou cassado em 1969 por se opor à cassação de um deputado de oposição ao regime. Durante o Congresso com poderes constituintes, em 1988, quis explicar como deputados e senadores votavam as propostas. Falou em público sobre a troca de favores entre Executivo e Legislativo. Fez uma “releitura” de São Francisco de Assis. “É dando que se recebe”, declarou Robertão, como era conhecido. A frase o marcou pelo resto da carreira].

A DEMORA EM TOMAR DECISÕES
O vice identifica o que poderia ser a gênese dessa dificuldade da presidente em obter reconhecimento para o que o peemedebista considera um esforço correto do Planalto no momento. “O efeito das ações às vezes é ruim porque elas vieram tarde”, opina.

Como assim? O vice explica. Desde o final do ano passado cobrava-se de Dilma Rousseff reconhecer alguns erros na condução da economia. Também se falou muito sobre a redução de ministérios.

Recentemente, a presidente ensaiou explicar porque errou na economia. Ofereceu uma explicação com baixo grau de verossimilhança, declarando que não teve como perceber exatamente a gravidade da situação antes do final de 2014, depois que já estava reeleita. A petista aproveitou também para  anunciar o corte de 10 ministérios.

Temer faz uma reflexão: “Tivessem vindo no final de 2014 ou no início de 2015, esses movimentos da presidente teriam efeito mais positivo. Eu mesmo já dei uma entrevista e disse que os governos erram. Isso acontece. Nessas ocasiões o ideal é reconhecer logo, de maneira serena, e corrigir o rumo”.

O pior é quando as medidas adotadas tardiamente podem acabar trazendo efeitos opostos ao que se pretende. Por exemplo, perguntou um interlocutor a Temer, quantos pontos a mais Dilma ganhará em sua popularidade cortando ministros? O vice balança a cabeça dando a entender que neste momento a petista nada agregará à sua taxa de aprovação. Pode até perder, pois estará irritando alguns setores dos movimentos sociais vão entender que estão perdendo representação no governo.

E quantos milhões o governo economizará com essa medida de cortes de ministros? Possivelmente, quase nada. “Mas agora não terá como recuar, pois ficaria muito ruim não fazer os cortes”, afirma Temer.

Metade dos cortes deve se dar eliminando algumas secretarias diretamente ligadas à Presidência da República. Ao longo do tempo, os titulares desses órgãos passaram a ter status de ministros.

A LISTA DOS CORTES
Eis aqui uma lista de onde devem sair os 10 cortados por Dilma Rousseff em setembro: Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência); general José Elito (Gabinete de Segurança Institucional); Mangabeira Unger (Secretaria de Assuntos Estratégicos); Nilma Lino Gomes (Secretaria da Igualdade Racial); Eleonora Menicucci (Secretaria das Mulheres); Pepe Vargas (Secretaria de Direitos Humanos); Edinho Silva (Secom); Guilherme Afif Domingos (Secretaria da Micro e Pequena Empresa); Eliseu Padilha (Secretaria da Aviação Civil), Edinho Araújo (Secretaria de Portos) e Alexandre Tombini (ministro presidente do Banco Central).

No caso de Alexandre Tombini, trata-se apenas de retirar o título honorífico de ministro do presidente do Banco Central. Tudo continuaria do mesmo jeito, mas já seria um “ministério” a menos.

A Secretaria de Relações Institucionais (que distribui verbas e cargos) está vaga no momento e deve ser extinta.

O problema do corte de Ministérios é que não se trata apenas de uma medida de aspecto financeiro. Trará consequências políticas. Há ministros do PT, do PMDB e de outros partidos. Como dizer para essas siglas, em meio à crise política atual, que é necessário mais apoio no Congresso, mas que todos terão menos cargos no governo.

Essa medida contraintuitiva seria positiva quando a presidente estava mais popular e em condições de montar um governo mais de acordo com o que demandava a opinião pública.

“Talvez tivesse sido mais apropriado falar claramente que as condições políticas não permitem cortes de ministros no momento. Que o país precisa primeiro passar o atual fase de turbulência. Mas esse [cortes] foi o caminho escolhido”, analisa Temer.

Com longa carreira em vários governos, o vice-presidente deverá usar esse tipo de discurso para os empresários que vão homenageá-lo na Fiesp nesta 5ª feira à noite.

E se o assunto “impeachment” for colocado à mesa? Nesse caso, Temer responderá de maneira comedida. Só não se arrisca a fazer previsões a respeito de como se comportará um companheiro seu de partido, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cunha tem o poder de fazer andar um pedido de impeachment –basta aceitar um dos mais de 10 que estão sobre sua mesa. O que ele vai fazer? “Você sabe, o Eduardo Cunha é imprevisível”, responde Temer.

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Marta Suplicy avança na articulação para fazer o PMDB abandonar Haddad
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Fernando Rodrigues

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Marta e Temer: PMDB cada vez mais longe de Haddad em São Paulo

 

Neo-peemedebista tem encontro hoje com Skaf (Fiesp)

Michel Temer dá corda para negociações andarem

Estão cada vez mais robustas as articulações de Marta Suplicy para que o PMDB, seu novo partido, abandone a administração do petista Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.

A ex-prefeita paulistana e hoje senadora por São Paulo entendeu o recado recebido de Michel Temer, vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB. Ele recomendou que Marta começasse a falar com as pessoas que vão decidir qual será a posição do partido nas eleições municipais de 2016.

Marta tem conversado com vereadores paulistanos. Ontem, domingo (23.ago.2015), ela tinha marcada uma conversa com Gabriel Chalita, em teoria seu principal adversário interno no PMDB para a disputa da Prefeitura de São Paulo.

Nesta segunda-feira (24.ago.2015), no final do dia, Marta deve fazer uma visita ao presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Ele é filiado ao PMDB e pretende ser candidato a governador de São Paulo em 2018. Foi um dos grandes incentivadores da entrada de Marta no PMDB.

Chalita é secretário da Educação na administração de Fernando Haddad. Ao assumir a função, ficou subentendido que poderia ser o candidato a vice-prefeito, em 2016, quando Haddad deve tentar a reeleição –e aí o PMDB estaria incorporado à aliança eleitoral paulistana com o PT.

Agora, com as dificuldades que a “marca PT” vem sofrendo em todo o país, o PMDB não está mais enxergando como uma grande vantagem ficar junto ao prefeito Haddad. Marta Suplicy tornou-se peemedebista com a perspectiva de ser candidata a prefeita pela legenda.

Ela tem dito a integrantes do PMDB paulistano que o cenário vai mudar bastante até 2016. Chega a afirmar que a presidente Dilma Rousseff pode perder o cargo e que o vice, Michel Temer, assumiria no lugar –e aí Gabriel Chalita seria ministro e não disputaria mais a vaga de candidato a prefeito em 2016.

É impossível saber como vão terminar as articulações de Marta. Só uma coisa é conhecida: ela tem se movimentado com muita disciplina e determinação.

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Absolvido, Duda ganha conta de R$ 16 milhões
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Fernando Rodrigues

Publicitário venceu licitação do Sesi e do Senai de São Paulo.

Entidades são comandadas, via Fiesp, por Paulo Skaf (PMDB).

Skaf concorreu ao governo de SP em 2010 e Duda fez a campanha.

O marqueteiro José Eduardo Cavalcanti de Mendonça, o Duda Mendonça, venceu licitação para prestar serviços de publicidade ao Sesi e ao Senai de São Paulo. São dois contratos de R$ 8 milhões (total R$ 16 milhões). Cada entidade deve gastar seus R$ 8 milhões em 6 meses. O prazo é prorrogável por 4 meses.

O resultado da disputa ficou conhecido na última 5ª feira (1º.nov.2012), quando foram divulgadas as notas obtidas pelas empresas concorrentes. A Duda Propaganda ficou à frente de agências de peso como DPZ e DM9.

A vitória de Duda aconteceu duas semanas depois de o Supremo Tribunal Federal inocentá-lo, em 15.out.2012, das acusações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O processo da licitação estava arrastado há alguns meses e desencantou logo depois de o marqueteiro ficar livre do processo do mensalão.

Duda fez a campanha presidencial vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (em 2002). Ele não é o único a comemorar o contrato de R$ 16 milhões. O resultado é também útil para Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) –que controla o Sesi e o Senai em São Paulo.

Skaf teve sua campanha para governador de 2010 feita por Duda. Perdeu. À época, o marqueteiro associou a imagem do empresário-político à de uma zebra (assista ao vídeo). Ficou também bem conhecido outro vídeo no qual o então candidato fala de sua vida, emociona-se e pede água de maneira não muito delicada.

Skaf em 2010 era do PSB. Saiu e foi para o PMDB. Quer ser candidato novamente ao governo paulista em 2014. Sofrerá forte resistência porque os peemedebistas de São Paulo estão construindo uma imagem nova da legenda com Gabriel Chalita.

Ainda assim, ter por perto um marqueteiro como Duda Mendonça sempre pode ser útil.

FATOS INUSITADOS
Houve alguns fatos inusitados na concorrência do Sesi-Senai.

Algumas regras foram alteradas. Os contratos deixaram de ser anuais e renováveis para assumirem o caráter de “job pontual” (apenas 6 meses). Duda venceu nas duas licitações com grande pontuação.

Eis o que o Blog ouviu de quem conhece detalhes do processo: “Causou estranheza as notas muito baixas em alguns quesitos para empresas de notório conhecimento técnico e competência em itens básicos, em alguns casos até causando desclassificação”. Ao todo, 9 agências concorreram pelos contratos, incluindo DPZ, DM9, Lew Lara e Borghi Lowe.

Em tese, nesta semana as agências derrotadas podem entrar com algum recurso para embananar o processo. O prazo vai até sexta-feira (9.nov.2012).

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