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Arquivo : João Santana

Agora, Dilma diz que Marina vai reduzir Minha Casa, Minha Vida
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Fernando Rodrigues

Comercial acusa candidata do PSB de querer reduzir “os subsídios dados pelos bancos públicos”

Cenas repetem “narrativa do medo”: financistas tramando contra pequenos produtores e programas sociais

Dilma-ataca-Marina-MinhaCasaMinhaVida-17set2014

O novo comercial da série petista que tenta desconstruir a imagem pública de Marina Silva acusa a candidata a presidente pelo PSB de querer “reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos”.

Como nos dois comerciais anteriores de Dilma Rousseff na sua “campanha do medo” (um sobre autonomia do Banco Central e outro a respeito da exploração do pré-sal), o filme de hoje (17.set.2014) tem 30 segundos e uma lógica simples.

Primeiro, uma assertiva: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

Em seguida, vem uma “explicação” em tom grave, com música incidental ajudando a criar um clima de medo e insegurança. No caso, pequenos produtores de morango trabalhando em um galpão começam a ver os produtos sumirem. O cenário é de desolação.

Além dos pequenos produtores afetados, diz o comercial, a política de Marina seria “um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”

E a conclusão, na voz de um locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

Eis a íntegra do comercial sobre subsídios a bancos públicos e como isso afetaria pequenos produtores e também programas maiores, como o Minha Casa, Minha Vida:

ANÁLISE
Esses comerciais de Dilma Rousseff estão funcionando? É difícil responder a essa pergunta com precisão. A resposta possível é que algum efeito existe, mas talvez não seja exatamente como esperavam a petista e seu marqueteiro, João Santana.

Por um lado, é inegável que nas últimas duas semanas Dilma Rousseff se segurou nas pesquisas de intenção de voto no 1º turno, sempre ficando numericamente à frente de Marina Silva –embora empatadas na margem de erro. Nas simulações de 2º turno, a petista também reduziu a distância que a separava da pessebista.

Essa reação de Dilma, ainda que tímida, coincidiu com a campanha negativa contra Marina. O PT prefere evitar e rejeita expressões como “discurso do medo” ou “desconstrução”. Dilma e sua equipe dizem que estão fazendo o debate político e apresentando aos eleitores argumentos úteis na hora do voto. Outro eufemismo usado pelos dilmistas é que estão trabalhando para “dessacralizar” a principal adversária.

O fato é que Dilma está se mantendo de maneira sólida acima dos 30% nas pesquisas e até demonstrou, em alguns levantamentos, uma leve recuperação. Também vale registrar que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou legal a narrativa usada em um dos comerciais do PT (sobre o Banco Central) e essa decisão deve valer para os demais filmes da série.

Mas se os comerciais funcionam, porque Dilma só fica pouco acima dos 30%, aparentemente sem sair do lugar e sem conseguir alargar a vantagem sobre os adversários?

Aí entra a tese da eficácia limitada dos comerciais de João Santana. Para começar, a propaganda negativa sempre dá mais resultado quando ataca um predicado bem conhecido do político que está sendo alvo.

Exemplo: um candidato é visto como uma pessoa muito honesta e alguém descobre uma prova de que se trata de um ladrão e corrupto. Tal revelação vai ecoar de maneira forte nas mentes dos eleitores.

No caso de Marina Silva, os ataques dilmo-petistas são sobre aspectos que não estão no imaginário popular a respeito da candidata do PSB. Poucos eleitores relacionam Marina com Banco Central (aliás, a imensa maioria nem sabe o que é o BC), com pré-sal ou com “subsídios dados pelos bancos públicos”. Dessa forma, a propaganda de João Santana pode até causar um ruído, mas não um deslocamento de placas tectônicas no eleitorado.

E um comentário extra: quantos dos 142 milhões de eleitores brasileiros sabem definir o que são “subsídios dados pelos bancos públicos” (frase da propaganda de hoje)? Esse é outro problema dos comerciais petistas. Talvez sejam muito elaborados e tenham uma linguagem sofisticada que não esteja ao alcance da maioria dos eleitores.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial ao que se refere este post:

[cenário: homens e mulheres em trajes sociais discutem em torno de monitores, evocando um ambiente empresarial. Em uma das telas, um gráfico sobre o Minha Casa, Minha Vida].

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”.

[música incidental de tom grave, quase fúnebre].

[corte para cena de uma pequena empresa com pessoas produzindo e embalando geleia de morango].

Locutor: “…Isso significaria menos financiamento para a agricultura familiar e para a indústria. E um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”.

[corte para os empresários demonstrando preocupação. Uma das telas exibe a foto de formatura de estudantes].

Locutor: “…Ou seja, milhões de brasileiros com menos acesso ao crédito, à educação e à casa própria…”.

[neste momento, os potes de geleia ficam vazios].

Locutor:  “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

[câmera volta para a pequena empresa. A mesa fica vazia e os produtores  ficam com expressão de espanto e tristeza].

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Dilma compara Marina a Jânio Quadros e a Fernando Collor
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Fernando Rodrigues

Petista volta ao discurso do medo, que já apareceu em comercial do partido

Menção a Collor é indireta, pois ele é hoje aliado do PT e de Dilma em Alagoas

Tática já foi usada contra Lula e petista rebatia: “Esperança vencerá o medo”

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, partiu de uma vez para o ataque hoje (2.set.2014) ao comparar sua principal adversária, Marina Silva (PSB), a dois presidentes que tiveram problemas para governar e acabaram deixando a cadeira antes do fim do mandato.

“A base de apoio de Marina Silva tem hoje 33 deputados. Sabe de quantos ela precisaria para aprovar um simples projeto de lei? No mínimo, 129. E uma emenda constitucional? 308. Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?”, pergunta o locutor da propaganda dilmista de 2.set.2014, no início da tarde, enquanto na tela aparecem slides sobre esses números.

Em seguida, vem a comparação, mostrando as imagens de Jânio Quadros (1917-1992) e de Fernando Collor de Mello (hoje senador pelo PTB de Alagoas). Ambos, Jânio e Collor, tiveram problemas com o Congresso e não concluíram seus mandatos.

“Duas vezes na nossa história, o Brasil elegeu salvadores da pátria. Chefes do partido do ‘eu sozinho’… E a gente sabe como isso acabou. Sonhar é bom, mas eleição é hora de botar o pé no chão e voltar à realidade”. Eis as imagens mostradas neste trecho do programa de Dilma:

Dilma-Janio-2set2014
Dilma-Collor-2set2014
É curioso e compreensível que Dilma e seu marqueteiro, João Santana, tenham usado a imagem explícita de Jânio Quadros, mas não a de Fernando Collor –de quem apenas mostra uma manchete sobre o seu impeachment. Hoje, Fernando Collor se transformou em um aliado do PT e de Dilma Rousseff no Congresso e nesta campanha eleitoral de 2014.

Não é a primeira vez que o PT, Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva usam o expediente do medo para se contrapor a adversários políticos.

Em um discurso para empresários em março de 2014, Lula comparou Eduardo Campos a Fernando Collor. Naquele momento, Campos (que morreu num acidente em 13.ago.2014) era pré-candidato a presidente e representava um risco para o PT se manter no Palácio do Planalto.

Em maio de 2014, o comercial do PT na TV usou o discurso do medo. Um locutor, em tom dramático, alertava: “Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos”. Ao final, dizia: “Não podemos dar ouvidos a falsas promessas”. Era uma referência indireta às propostas de candidatos da oposição a presidente da República, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). No comercial de Dilma hoje, o tom foi muito parecido.

A tática do discurso do medo –estimular no eleitor um temor a respeito de mudanças– já foi usada amplamente em eleições brasileiras. Inclusive contra o PT, que agora faz o mesmo com seus adversários.

Em 1989, muitos elegeram Fernando Collor (à época no PRN) por medo de como seria um governo Lula. Em 1998, o país enfrentava sérias dificuldades econômicas e o então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), explorou o temor dos eleitores a respeito de uma piora do quadro se Lula fosse eleito.

Em 2002, o PSDB de novo tentou usar a tática do medo contra Lula, mas o então marqueteiro petista, Duda Mendonça, incentivou o candidato a dizer que “a esperança vai vencer o medo”. Deu certo naquela eleição e o PT chegou ao poder.

A seguir, o vídeo da propaganda de Dilma Rousseff nesta terça-feira, 2.set.2014 (o trecho do discurso do medo começa aos 9min e 2seg).

 

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PT copia FHC de 1998 e usa discurso do medo para alavancar Dilma
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Fernando Rodrigues

O PT divulga na noite desta 3ª feira (13.mai.2014) comercial de televisão de 1 minuto no qual explora o discurso do medo para tentar alavancar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

As imagens mostram pessoas empregadas, com acesso a remédios, estudo e lazer, em contraposição com pessoas desempregadas, passando fome e pedindo dinheiro em semáforos, que seriam “fantasmas do passado”, o título do comercial petista. Assista ao comercial abaixo:

 

O locutor, em tom dramático, alerta: “Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos”. Ao final, diz que “não podemos dar ouvidos a falsas promessas”, em referência indireta às propostas que vêm sendo feitas por candidatos da oposição a presidente da República, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

Aécio tem falado, por exemplo, em adotar “decisões impopulares” na economia, e Campos promete buscar uma inflação anual de 3% a partir de 2019.

Essa estratégia é muito semelhante à utilizada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que enfrentava dificuldades com sua taxa de popularidade e o estado geral da economia.

À época, FHC usou o discurso do medo dizendo que só ele seria preparado para continuar a combater a inflação, que havia começado a ser debelada em 1994. O adversário do tucano, em 98, era Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que perdeu aquela eleição.

O comercial do PT usa agora uma estratégia que já rechaçou e conseguiu derrotar em 2002. Naquele ano, o PSDB novamente tentou usar o discurso do medo para eleger José Serra, apresentado ao eleitorado como o único capacitado para manter as conquistas de estabilidade econômica dos anos FHC (e até usou a atriz Regina Duarte em um filme). Lula era o candidato de oposição pela quarta vez consecutiva. O publicitário petista à época, Duda Mendonça, criou o slogan “a esperança vai vencer o medo”. O PT ganhou.

O comercial de hoje foi produzido pela Polis, do marqueteiro João Santana. A criação é de Antonio Meirelles, João Santana e Marcelo Kertész. O filme foi dirigido por Henry Meziat, com direção de fotografia de Franco Pinochi e locução de Antonio Grassi.

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Candidato de João Santana perde eleição no Panamá
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Fernando Rodrigues

Publicitário de Lula e Dilma colhe primeiro revés após longa série de vitórias

Roberto Stuckert - Novembro de 2010

A eleição do empresário Juan Carlos Varela para a Presidência do Panamá, na América Central, neste final de semana, é um raro revés para o marqueteiro João Santana, atual guru midiático da presidente Dilma Rousseff e do pré-candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha.

João Santana trabalhava há mais de 6 meses para eleger o candidato governista José Domingo Arias, apoiado pelo atual presidente, Ricardo Martinelli, e, segundo a revista “Época”, mantinha uma equipe de 30 pessoas de sua confiança na Cidade do Panamá.

As pesquisas eleitorais no início do ano apontavam vitória certa de Arias, mas a proximidade do pleito tornou a disputa embolada entre 3 candidatos: além de Arias, o conservador Varela e o esquerdista Juan Carlos Navarro.

Com 60% das urnas apuradas, Varela foi consagrado vencedor pela Justiça Eleitoral do país na noite de domingo (4.mai.2014), com uma vantagem de 7 pontos sobre Arias.

Descrito pela imprensa panamenha como “el hacedor de presidentes”, João Santana vinha de uma sequência de 6 eleições presidenciais vitoriosas: Lula em 2006, Mauricio Funes (El Salvador) em 2009, Dilma Rousseff em 2010, Danilo Medina (República Dominicana) em 2012, José Eduardo dos Santos (Angola) em 2012 e Nicolás Maduro (Venezuela) em 2012.

Tanta exposição acabou colocando o marqueteiro brasileiro na linha de tiro da oposição local, que apontou possível influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Arias.

Santana e Dilma

Mesmo sem ter contrato com o governo federal, Santana atuou nos últimos anos como conselheiro informal de Dilma –assim como também atuou durante o segundo mandato de Lula.

Frasista profícuo, na sua entrevista à “Época”, em outubro de 2013, Santana disse o seguinte sobre a disputa presidencial deste ano no Brasil: “A Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo”.

Antes, em 2010, Santana havia previsto para Dilma uma posição majestática na sociedade brasileira: “Há na mitologia política e sentimental brasileira uma imensa cadeira vazia, que chamo metaforicamente de ‘cadeira da rainha’, e que poderá ser ocupada por Dilma”.

“A República brasileira não produziu uma única grande figura feminina, nem mesmo conjugal. Dilma tem tudo para ocupar esse espaço. O espaço metafórico da cadeira da rainha só foi parcialmente ocupado pela princesa Isabel. Para um homem sim, seria uma tarefa hercúlea suceder a Lula. Para uma mulher, não. Em especial, uma mulher como Dilma. Lula sabia disso e este talvez seja o conteúdo mais genial da sua escolha”, disse.

Em 2012, Santana decretou que sua previsão sobre a “Dilma rainha” estava se concretizando: “Ela está firmando uma imagem vigorosa de grande consolidadora das políticas sociais, de ampliadora dos direitos da classe média, de reformadora moral e modernizadora do país. Está se formando a imagem de uma mulher firme, honesta, que não tem medo de tomar medidas duras. Uma mulher que não se deixa mandar. Que sabe fazer parcerias e alianças com setores importantes, especialmente com Lula. Uma presidenta que enfrenta uma das maiores crises da economia internacional sem titubear. Uma mulher de raça. Que enfrenta os bancos para abaixar os juros, as empresas de energia para abaixar a tarifa elétrica. Eu não estou inventando: estou relatando a leitura de estudos profundos de opinião”.

[O sr. afirmou em 2010 que Dilma ocuparia metaforicamente a cadeira da rainha no imaginário do brasileiro. Isso está se passando?]

“Era uma imagem figurada. Uma metáfora que está se cumprindo simbolicamente. Grandes camadas da população têm um respeito, uma admiração e um carinho tão sutil por Dilma que chega até a ser de uma forma majestática. É diferente daquele amor quase carnal, elétrico, vulcânico que têm por Lula”.

Leia entrevistas concedidas por João Santana em 2006, 2010 e 2012.

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João Santana errou primeira previsão sobre Dilma
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Fernando Rodrigues

Marqueteiro disse que a petista teria aprovação recorde em dezembro

Aposta de vitória com reeleição no 1º turno ainda está valendo

Logo depois dos protestos de rua em junho de 2013, o marqueteiro petista João Santana afirmou que a presidente da República estaria novamente com taxas de aprovação recorde para seu governo já em dezembro do ano passado.

João Santana errou feio. O gráfico a seguir (clique na imagem para ampliar) fala por si só:

Datafolha-Dilma-taxa-popularidade

A segunda previsão de João Santana ainda está valendo. Ele acha que Dilma Rousseff será reeleita no primeiro turno. Hoje, isso seria possível: a petista tem 38% contra 32% de todos os adversários somados. Só que para o marqueteiro ganhar essa aposta. o cenário atual terá de ser replicado no dia 6.out.2014. Eis o quadro hoje (clique na imagem para ampliar):

Datafolha-eleitoral-2-3abr2014-cenario-A

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Anões da oposição vão se autodestruir, diz marqueteiro de Dilma Rousseff
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Fernando Rodrigues

João Santana também prevê que Eduardo Campos é o candidato que menos vai crescer

Santana dirige Dilma na campanha de 2010. A foto é de Lo Politi

O marqueteiro oficial do governo federal, João Santana, está otimista. Em entrevista à revista “Época” afirma que a presidente Dilma Rousseff ganhará a reeleição no primeiro turno em 2014.

Por quê? “Porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo”, responde o homem responsável pela reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (em 2006) e pela eleição de Dilma (em 2010).

Na entrevista ao repórter Luiz Maklouf Carvalho, João Santana chama Dilma de a “selvagem da motocicleta”. Os “anões” da oposição, segundo o marqueteiro, são os hoje pré-candidatos Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos.

Outro vaticínio de Santana: “O que menos crescerá, ao contrário do que ele próprio pensa, é justamente Eduardo Campos”.

O marqueteiro lulo-dilmista tem sido arrojado em suas previsões. Logo depois das manifestações de rua em todo o país, em junho de 2013, disse que a presidente Dilma Rousseff recuperaria toda a popularidade perdida em cerca de 4 meses –ou seja, até o final deste mês de outubro.

No final de 2012, numa entrevista à Folha, também fez previsões. Inclusive que a ascensão de muitos brasileiros para a classe média não alteraria os patamares das demandas da sociedade:

“As mudanças sóciodemográficas alteram algumas demandas, mas as questões centrais permanecem: melhorar a vida, mais oportunidade, mais serviços públicos de qualidade, emprego e segurança. Dilma está muito atenta a isso. [Em 2014], o PT também poderá dizer que está no poder há 12 anos e tudo o que está bom é por causa de sua administração. E vai dizer, ainda, o que pode melhorar. E como há um desejo de continuidade forte, e nenhum sinal de fadiga de material, o PT sai vencedor nesse debate”.

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“Dilma está muito atenta a isso”, disse João Santana em novembro de 2012
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Fernando Rodrigues

Vale a pena ler a análise do marqueteiro a presidente há poucos meses

“Há um desejo de continuidade forte, e nenhum sinal de fadiga de material”

Em entrevista à Folha, na edição de 26 de novembro de 2012, o marqueteiro João Santana foi indagado sobre se estaria em gestação na sociedade brasileira algum novo tipo de demanda que poderia desafiar a permanência do PT no poder.

Santana disse que “mudanças sóciodemográficas alteram algumas demandas”, mas que a presidente “Dilma está muito atenta a isso”.

Para ele, havia no final de 2012, “um desejo de continuidade forte, e nenhum sinal de fadiga de material, o PT sai vencedor nesse debate”. Sobre Dilma: “Ela está [em novembro de 2012] com uma imagem boa e num patamar raro. E qualitativamente vai melhorar ainda mais”.

E o prognóstico para 2014: “De todos os [candidatos] que apareceram, só tenho certeza mesmo sobre o nome de Dilma Rousseff. Ela será candidata e vai ganhar a eleição. Provavelmente no primeiro turno”.

Uma ressalva: João Santana não foi o único a ter dificuldade para antever o que se passa agora. Há cerca de um mês, todos os analistas políticos ainda não enxergavam as mudanças que estavam para ocorrer no país. O máximo que se dizia era que o discurso de “o Brasil melhorou, mas dá para fazer mais” seria insuficiente para alavancar algum candidato de oposição tradicional. Essa avaliação se mantém, pois os nomes dos partidos do establishment anti-PT não estão se saindo melhor do que Dilma na nova conjuntura.

Eis aqui o trecho que merece ser lido da entrevista de João Santana:

Folha – Com a ascensão de muitos brasileiros para a classe média não mudam os patamares? As demandas?
João Santana –
As mudanças sóciodemográficas alteram algumas demandas, mas as questões centrais permanecem: melhorar a vida, mais oportunidade, mais serviços públicos de qualidade, emprego e segurança. Dilma está muito atenta a isso.

Folha – Mas em 2014 o eleitor pode dizer: o PT está no poder há 12 anos e muita coisa ainda está ruim…
João Santana –
Se for assim, o PT também poderá dizer que está no poder há 12 anos e tudo o que está bom é por causa de sua administração. E vai dizer, ainda, o que pode melhorar. E como há um desejo de continuidade forte, e nenhum sinal de fadiga de material, o PT sai vencedor nesse debate.

Folha – Por quê?
João Santana –
Primeiro, a imagem de Dilma. Ela está com uma imagem boa e num patamar raro. E qualitativamente vai melhorar ainda mais. Segundo, o grau de afinidade dela com o Lula. Terceiro, depois que passou a haver reeleição para presidente, o brasileiro tende a pensar num ciclo de oito anos para presidente. E, por último, a oposição não tem candidatos fortes nem vai ter tempo nem circunstância para construir um projeto competitivo.

Folha – E a economia?
João Santana –
Terá um papel importante, porém, não o único. Na hipótese que me parece completamente improvável de a economia ter sérios abalos, a população verá Dilma com muito mais capacidade de controlar o timão num momento de crise do que alguém da oposição.

Folha – Como FHC em 1998?
João Santana –
O que eu quero dizer é que com a economia em bom estado, Dilma está fortalecida. Com uma crise, que não virá, ela também estaria. Porque com o cardápio de candidatos que está sendo oferecido, as pessoas vão confiar muito mais nela. Isso não falo da minha cabeça, mas de simulações que a gente faz. E mais, a percepção da crise internacional é forte em todas as camadas socioeconômicas do Brasil. O pobre está vendo todos os dias na TV como estão os Estados Unidos, a Europa.

Folha – Dos nomes citados para 2014, quem deve mesmo concorrer?
João Santana –
De todos os que apareceram, só tenho certeza mesmo sobre o nome de Dilma Rousseff. Ela será candidata e vai ganhar a eleição. Provavelmente no primeiro turno.

Folha – No primeiro turno?
João Santana –
Tem todas as condições. Não será surpresa [risos].

Folha – Aécio Neves é competitivo?
João Santana – Mais para o futuro. Não me parece que vai chegar com força suficiente em 2014.

Folha – Eduardo Campos?
João Santana – Acho que ele é muito inteligente para querer ser candidato. Ele sabe que o melhor momento dele será depois.

Folha – Joaquim Barbosa?
João Santana – Acho também que é uma pessoa inteligente e saberá tomar a decisão certa. Caso se candidatasse poderia ter um final de carreira melancólico. Não se elegeria, faria uma campanha ruim e teria uma votação pouco expressiva. Não tem apelo para ser candidato presidencial.

Folha – Joaquim Barbosa não tem apelo?
João Santana –
Certeza absoluta. Mesmo com os pontos positivos que tenha, não tem perfil de presidente. Não tem preparo político para enfrentar o embate de uma campanha. Não tem base partidária que lhe forneça uma estrutura sólida. O povo separa bem as coisas: sabe que uma coisa é ser juiz outra é ser presidente.

Folha – Marina Silva?
João Santana – É uma boa candidata, mas acho que neste interstício de dois anos ela perdeu muito espaço. E não conseguiu recompor uma base partidária. Ela saiu bem da campanha de 2010, mas perdeu o vigor nesses dois anos, durante os quais poderia ter feito um trabalho mais consistente.

Folha – Ciro Gomes? Acabou o ciclo dele?
João Santana – Não sei nem se ele tem condições de se impor como candidato em seu partido.

Folha – E Lula em 2014?
João Santana – Não quer ser candidato a presidente da República, em 2014. Defende, de toda alma, a reeleição de Dilma.

Folha – A presidente está fazendo uma aliança partidária muito ampla para 2014. Deixa poucas opções para o PSDB. Essa é a ideia?
João Santana – Isso é muito bom se se confirmar em 2014. Porque Dilma vai ter condições de mostrar muita coisa que ela tem realizado e isso será possível na campanha eleitoral.

Folha – Para esse cenário se consolidar é importante que o PSB e Eduardo Campos se mantenham na aliança dilmista?
João Santana – O ideal não só para a presidenta Dilma como para Eduardo Campos é que o PSB fique no campo governista. Ele poderia se transformar num forte candidato para 2018.

Folha – Mas o PT jamais apoiaria para presidente um nome do PSB…
João Santana –
Não sei. Isso aí é o PT que pode responder. Mas que Eduardo Campos seria um candidato a presidente melhor em 2018 do que seria em 2014, sem dúvida alguma.

Folha – O que Eduardo Campos ganharia esperando até 2018? Não é melhor concorrer em 2014 para acumular capital político?
João Santana –
Depende. Visto de um lado, sim. Visto de outro, não. Se você examinar, historicamente, entre os candidatos que seguiram essa linha de acúmulo gradativo de forças só houve um que se saiu bem nesta estratégia, que foi Lula. Adhemar de Barros [1901-1969] foi um caso patético. Leonel Brizola [1922-2004] fracassou. Ciro Gomes não teve resultados. Então, é uma faca de dois gumes. Um candidato jovem que vem pela linha da renovação torna-se muito mais forte se trabalhar no momento preciso, com impacto, do que tentar no varejo, aos pouquinhos. Foi o que aconteceu, positivamente, com Haddad em São Paulo: chegou no momento correto e causou uma grande surpresa. Por sinal, Fernando Haddad tem tudo para ser presidente da República, em 2022 ou 2026. É jovem, vai fazer um bom governo em São Paulo…

Folha – Não é muita futurologia?
João Santana – É… Mas se a política não permite futurologia, as entrevistas permitem. Fernando Haddad tem hoje 49 anos. Tem tudo para fazer uma grande administração em S. Paulo. Vai ficar oito anos em São Paulo, porque ele vai se reeleger. Em 2022, 2026, vai ter um pouco menos ou um pouco mais de 60 anos.

Folha – Esse seu raciocínio é todo construído a favor do projeto da reeleição de Dilma. Se Eduardo Campos se lançar candidato a presidente em 2014, ele não força a realização de um segundo turno?
João Santana – Se a eleição fosse hoje, novembro de 2012, Dilma ganharia no primeiro turno. Se fossem candidatos de oposição, a Aécio Neves e Eduardo Campos não teriam, somados, 10% dos votos. Não significa, obviamente, que não possam melhorar. Mas uma mudança grande só poderia ocorrer caso haja fortes mudanças no quadro politico, econômico e social. Isso parece muito pouco provável.

Folha – O sr. citou Fernando Haddad como presidenciável. Mas em 2014 tem eleição para o governo paulista. Haddad pode ser o nome do PT nessa disputa?
João Santana – Ele não quer e sabe que seria um erro mortal repetir a mal sucedida experiência de Serra. O PT não precisará de Haddad para vencer as eleições. Tem outras nomes para isso.

Folha – Qual deve ser o candidato do PT a governador de São Paulo em 2014?
João Santana – Não sei, é uma decisão do partido. Mas vou fazer uma provocação. É uma pena o nosso candidato imbatível, Lula, não aceitar nem pensar nesta ideia de concorrer a governador de São Paulo. Você já imaginou uma chapa com Lula para governador de São Paulo tendo Gabriel Chalita, do PMDB, como candidato a vice? E mais do que isso. Já imaginou o que seria, para o Brasil, Dilma reeleita presidente, Lula governador de São Paulo e Fernando Haddad prefeito da capital? Daria uma aceleração incrível no modelo de desenvolvimento econômico e avanço social que o Brasil vem vivendo.

Folha – Lula vai ser candidato?
João Santana – Ele não aceita. Se isso sair publicado ele vai xingar até a minha quinta geração.

Folha – Já conversou com ele a respeito?
João Santana – Não, mas sei que ele não aceita.

Folha – Como sabe que ele não aceita se não conversou com ele?
João Santana – Sei por conversas com interpostas pessoas.

Folha – E qual será o nome do PT para concorrer ao Bandeirantes?
João Santana – Há vários nomes. Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, Alexandre Padilha, José Eduardo Cardozo, Luiz Marinho. Todos muito fortes.

Folha – Quem Lula prefere?
João Santana – A coisa mais difícil do mundo é saber quem Lula deseja antes que ele queira que as outras pessoas saibam. Há uma necessidade forte de renovação, uma onda que já passou pela capital. Todos são nomes muito bons e dentro de um campo de renovação. Agora, me parece que o sempre novo e cada vez mais novo é Lula. Sua candidatura, em São Paulo, inclusive não iria contrariar esse sentimento de renovação. Ao contrário. Seria reforçado pela capacidade que ele tem de se renovar.

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PT apura chances de Aécio e de Eduardo Campos
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Fernando Rodrigues

Há cerca de 1 mês, o marqueteiro João Santana expôs uma longa pesquisa de opinião a Lula e a Dilma. O levantamento buscou dados qualitativos de todos os pré-candidatos a presidente em 2014.

Lula e Dilma saíram com uma convicção: se houver 2º turno em 2014, o melhor é o PT enfrentar o tucano Aécio Neves do que o pré-candidato do PSB a presidente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

A pesquisa indica que Aécio Neves não tem conexão sólida com o “povão”, ainda apaixonado pelo lulismo. Para piorar a situação do tucano, exceto em Minas Gerais, ele dialoga de maneira precária com os anseios da média mais conservadora. Para esses eleitores, José Serra é muito mais adequado.

Ou seja, Aécio Neves é hoje, no imaginário da cúpula petista, o adversário dos sonhos se houver um 2º turno no ano que vem na corrida presidencial.

E Eduardo Campos? A pesquisa do PT indica que ele é pouquíssimo conhecido. Quase ninguém sabe quem é o político pernambucano. Então, qual é o problema? Quem o conhece gosta muito do seu jeito de fazer política.

Tudo considerado, Eduardo Campos tem hoje quase traço nas pesquisas. Mas é quem aparece com mais potencial para crescer e produzir uma surpresa em 2014.

Post Scriptum: lei ao post acima Adendo: a pesquisa do PT sobre Campos e Aécio.

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Na TV, Dilma copia Campos e diz ser “possível fazer mais”
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Fernando Rodrigues

Presidente é a estrela de novos comerciais do PT

Slogan usado é parecido com o do eventual rival em 2014

Eduardo Campos tem dito que “é possível fazer mais”

O PT coloca no ar partir de hoje 4 comerciais de 30 segundos nos quais exalta os governos de Lula e de Dilma Rousseff. O que chama mais a atenção é a presidente da República emulando o slogan que um dos seus possíveis adversários em 2014 já adotou: “É possível fazer cada vez mais”.

A frase é quase idêntica à usada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Ele tem repetido nos últimos meses a frase “é possível fazer mais”. Aliado de Lula e de Dilma, ele deseja se apresentar como opção aos eleitores em 2014 na corrida pelo Palácio do Planalto –com a ideia de que o Brasil está indo bem, mas há como melhorar o que já foi obtido.

Campos pronuncia seu slogan no comercial partidário do PSB, que foi ao ar na última quinta-feira, dia 25.abr.2013. A frase surge aos 4 minutos e 19 segundos do filme.

Já no comercial do PT, Dilma diz: “É possível fazer cada vez mais”.

O Blog teve acesso aos 4 comerciais do PT que foram produzidos pelo marqueteiro João Santana e começam a ser transmitidos hoje à noite (27.abr.2013). Eis o texto e o vídeo que foi batizado de “Jogral”, pois apresenta na tela o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intercalando frases com Dilma Rousseff:

Lula: Os brasileiros já aprenderam…
Dilma: …que é possível ter sempre mais.
Lula: Depois da geladeira, a casinha, o caro.
Dilma: A casa mais confortável, com transporte, posto de saúde e escola perto.
Lula: O curso médio, a universidade, depois, o doutorado no exterior.
Dilma
: Nosso governo também aprendeu…
Lula
: … com o Brasil e os brasileiros…
Dilma: …que é possível fazer cada vez mais
Lula e Dilma (juntos na tela): Tem sido assim. Vai ser assim.

Eis o vídeo “Jogral”, uma criação de João Santana com direção compartilhada de Luis Ferré e de Marcelo Kertész:

 

Os 4 comerciais do PT de 30 segundos ocuparão 40 inserções a partir de hoje (27.abr.2013) à noite na TV. Serão transmitidos nos intervalos da programação de todas as redes de TV do país também  nos dias 30.abr.2013 e 2 e 4.maio.2013.

Um dos filmes se chama “Corpos”. Fala das mudanças no país durante os 10 anos em que o PT esteve à frente do governo federal. Imagens do ex-presidente Lula e da presidente Dilma são projetadas sobre corpos de brasileiros, enquanto um locutor menciona avanços para “três personagens que foram para a linha de frente: o homem simples do povo, a mulher e os negros”.

Ao final, aparecem Lula e Dilma projetados sobre corpos dizendo: “Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros”. Há um cuidado técnico incomum para esse tipo de propaganda.

Eis o filme “Corpos”, com criação de João Santana e de Marcelo Kertész. A direção é de Luis Ferré:

No filme “Morphing” é usada uma técnica de computação gráfica que permite sobrepor imagens de várias pessoas enquanto suas faces vão se fundindo na tela, com naturalidade.

O comercial do PT começa mostrando uma criança que aos poucos vai se transformando em adolescente e adulto. Essas personagens vão falando sobre as mudanças do país. Um dos atores repete um dos possíveis slogans que Dilma Rousseff usará em sua campanha pela reeleição, em 2014: “O fim da miséria é só o começo”. Ao final do filme, aparecem o ex-presidente Lula e a presidente Dilma dizendo, intercalando frases: “Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros”.

Eis o filme “Morphing”, criação de Maurício Carvalho e de João Santana, com direção Aylê Santana (filho de João):

 

O quarto filme de 30 segundos foi batizado por João Santana de “Saltos”. É o mais eleitoral de todos. Fica a um passo de pedir votos para a reeleição de Dilma Rousseff –o que seria crime eleitoral, pois a propaganda é para que o partido fale de seu programa (e não de seus candidatos).

Nesse filme, pessoas aparecem correndo e saltando “obstáculos” cenográficos: palavras como “atraso”, “miséria” e “discriminação”. Dilma Rousseff é apresentada como a presidente que “ampliou o Bolsa Família” e está “moralizando o setor público” –nesse caso, é uma referência à fase inicial da administração dilmista, quando ela demitiu vários ministros encrencados com acusações de corrupção.

Ao final, aparecem pessoas correndo com bandeiras do Brasil e do PT enquanto o locutor diz: “O governo Dilma… prepara o segundo grande salto brasileiro. O salto mais definitivo da nossa história”. Fica subentendido que a referência é à possível campanha de reeleição de Dilma, em 2014.

Eis o filme “Saltos”, que teve criação de João Santana, Eduardo Costa e Marcelo Kertész, com direção de Luis Ferré:

 

A seguir, as imagens com o slogan repetido.

Eduardo Campos, em 25.abr.2013:

E Dilma Rousseff, em 27.abr.2013:

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João Santana avança para Panamá e Itália
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Fernando Rodrigues

Marqueteiro de Lula e Dilma amplia suas operações no exterior

O marqueteiro João Santana continua a expandir seus negócios internacionais. Seus próximos destinos são Panamá e Itália, segundo revelou em uma entrevista ao repórter Simon Romero, que publica um perfil do brasileiro na edição de hoje (6.abr.2013) do jornal “The New York Times”.

No Panamá, Santana afirmou que deve fazer a campanha presidencial do “Cambio Democratico”, partido de centro-direita daquele país. Essa é uma novidade em sua carreira recente. Seus trabalhos têm sido até agora sempre para políticos que se posicionam do centro para a esquerda no espectro político.

A operação italiana não foi muito esclarecida na reportagem do “NYTimes”. O jornal cita apenas “um operação na Itália para começar a administrar campanhas na Europa”.

Num dado momento da entrevista, Santana define seu trabalho: “Assim como psicanalistas ajudam as pessoas a ter sexo sem culpa, nós ajudamos as pessoas a gostar de política sem remorso”.

Natural de Tucano, no interior da Bahia, Santana tem 60 anos. Jornalista de formação, começou no marketing político em associação com Duda Mendonça. Os dois romperam em 2001.

Santana venceu 6 das 7 campanhas presidenciais que fez até hoje. No Brasil, ganhou com Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010). No exterior, pela ordem, teve sucesso com Maurício Funes, em El Salvador (2009), Danilo Medina, na República Dominicana (2012), José Eduardo dos Santos, em Angola (2012) e Hugo Chávez, na Venezuela (2012).

Perdeu na Argentina, com Eduardo Duhalde (1999), quando “ainda era associado a Duda Mendonça”, costuma dizer.

No momento, o marqueteiro tem uma relação formal com o PT. Mas como revelou reportagem da Folha em 31.mar.2013, também presta uma “contribuição gratuita” à presidente Dilma Rousseff: ajuda na formatação e gravação de depoimentos importantes, opina nas propagandas estatais que enaltecem o governo e dá conselhos constantes ao Planalto.

Econômico na hora de dar entrevistas, Santana falou em 2006, 2010 e  2012 ao jornal “Folha de S.Paulo”. Eis os links:

Entrevista de João Santana em 2006

Entrevista de João Santana em 2010

Entrevista de João Santana em 2012

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