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Auditoria aponta problemas em obras do “legado” das Olimpíadas
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Fernando Rodrigues

Relatórios avaliam VLT e limpeza de rios em Jacarepaguá

Despoluição deveria ter sido concluída em outubro de 2013

Para CGU, o VLT teve custo de metrô e atenderá demanda de BRT

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Ligações clandestinas de esgoto em um dos rios “despoluídos”

O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (antiga CGU) divulgou na última 5ª feira (11.ago.2016) 2 relatórios que apontam problemas e falhas em obras do chamado “legado” das Olimpíadas do Rio. Os documentos tratam do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT Carioca) e da despoluição dos rios da Bacia de Jacarepaguá.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Um dos relatórios da CGU avalia o processo de despoluição de 7 rios fluminenses, que integram a área conhecida como bacia hidrográfica de Jacarepaguá, na Zona Oeste.

O projeto foi abandonado incompleto em dez.2015. Pelo cronograma inicial, deveria ter sido concluído em out.2013. Ao todo, R$ 140 milhões foram gastos. Há ainda um “saldo a desembolsar” da ordem de R$ 57 milhões, segundo o relatório da CGU.

Atrasos nos pagamentos e problemas envolvendo as empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia foram as causas do cancelamento. Ambas as empreiteiras são investigadas na Lava Jato.

As obras foram orçadas inicialmente em R$ 208,9 milhões, sendo que a maior parte do dinheiro (R$ 198 milhões) foi emprestado pela Caixa Econômica à Prefeitura do Rio. O 1º pagamento para a realização das obras acabou sendo realizado só 526 dias (quase 1 ano e meio) depois de o contrato ter sido assinado.

Leia aqui a íntegra do relatório da CGU sobre despoluição dos rios.

A obra de despoluição deveria ter sido concluída em 29 de outubro de 2013, há 3 anos. Só que quando essa data chegou apenas 35% das obras estavam efetivamente prontas. Na última avaliação, em maio de 2014, 70% do planejado havia sido concluído.

O QUE DISSE O GOVERNO
O Ministério das Cidades enviou uma manifestação à CGU. A pasta diz que não foi informada pela Caixa sobre problemas nas obras até julho de 2015, quando foi comunicada que as empreiteiras decidiram rescindir o contrato.

Quando isso ocorreu, o ministério determinou à CEF que “fossem adotadas providências junto ao mutuário (Prefeitura do Rio) para que as obras sejam retomadas ou concluídas”.

Já a Prefeitura do Rio ressaltou os benefícios da obra. A despoluição, diz, “beneficiará diretamente a população da baixada de Jacarepaguá e adjacências, contribuindo para a diminuição de inundações (…). Contribuirá, também, para a melhoria das condições sanitárias (…)”.

Em reportagem recente do UOL, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) declarou que a maior parte do trabalho foi concluída.

VLT CARIOCA
No caso do VLT Carioca, a principal crítica da CGU diz respeito à adequação da obra para as necessidades da cidade. Os responsáveis (Ministério das Cidades e a Prefeitura do Rio) não teriam estudado corretamente a demanda da área atendida pela obra.

Leia aqui a íntegra do relatório sobre o VLT.

“A proposta apresentada propõe implementar uma infraestrutura com valor compatível ao metrô leve, mas para ser utilizada com uma demanda de BRT [corredores de ônibus]”, diz um trecho (pag. 9). A CGU diz ainda que o Plano Diretor (de Ordenamento Territorial, o PDOT) estabelece a implementação de ônibus climatizados e não do VLT.

“Não há compatibilidade da modalidade proposta [o VLT] com a realidade da demanda e à viabilidade econômica e tarifária do sistema”, escreveram os auditores. Para eles, é possível que o VLT acabe subutilizado ou se torne economicamente inviável.

O relatório da CGU traz uma manifestação do Ministério das Cidades defendendo o projeto. Para a pasta, o VLT atende à demanda –entre 7 e 20 mil passageiros por hora.

“(…) Destaca-se que os Veículos Leves sobre Trilhos com baixa segregação são indicados para a faixa operacional que compreende de 7 a 20 mil passageiros/ hora/sentido. Desse modo, entende-se que a capacidade é congruente com a demanda evidenciada, restando determinantes os aspectos afetos à revitalização urbana, eficiência operacional, poluição, etc”, diz um trecho.

O Ministério das Cidades diz ainda que o Plano Diretor tem caráter “norteador” e não define de forma rígida que tipo de meio de transporte precisa ser usado em cada local.

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Temer diz não haver a menor preocupação com zika e segurança nas Olimpíadas
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Fernando Rodrigues

Em mensagem a turistas e atletas, presidente interino pede tranquilidade 

“Não deve haver nenhuma preocupação com nenhuma espécie de doença tropical”

“Seja bem-vindo e venha tranquilo”, diz peemedebista em vídeo nas redes sociais

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O presidente interino, Michel Temer

O presidente interino, Michel Temer, gravou vídeo em que diz a turistas e atletas não haver a menor preocupação em relação a segurança e saúde nos Jogos Olímpicos do Rio.

Em 1 minuto e 41 segundos, o peemedebista afirma que o evento esportivo se constitui em um momento de harmonia e pacificação nacional. No discurso, sempre formal, afirma que estão afastados riscos à integridade de delegações e de visitantes que estarão no país por causa das Olimpíadas.

“Eu quero com esta palavra tranquilizar a todos (…) Temos feito seguidas reuniões para garantir a segurança de todos aqueles que vierem para o nosso país (…) Não há e não deve haver nenhuma preocupação com nenhuma espécie de doença tropical, seja zika ou o que seja”, afirma Temer na gravação.

O presidente fala que o Brasil agora está no inverno. E explica: “Nós estamos, devo registrar, num período de inverno em que qualquer mosquito transmissor opera com menor intensidade”.

O vídeo presidencial será compartilhado pelo Palácio do Planalto em várias redes sociais. Trata-se de uma das ações programadas pelo governo federal para tentar fazer frente à mídia negativa em torno da Rio 2016, sobretudo no noticiário internacional.

A abertura dos Jogos Olímpicos será realizada no dia 5.ago. São esperados 60 chefes de Estado e governo, além de 150 autoridades esportivas estrangeiras.

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Ministro troca comando do controle de dopagem a 1 mês das Olimpíadas
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Fernando Rodrigues

Informação foi confirmada por Leonardo Picciani (Esporte) 

Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô, assumirá o órgão

Interdição de laboratório motivou saída do atual secretário

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Rogério Sampaio, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona

O ministro Leonardo Picciani (Esporte) trocará o comando da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) a pouco mais de 1 mês do início das Olimpíadas.

Aurélio Klein, atual secretário nacional do órgão, será substituído por Rogério Sampaio, judoca medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992). Klein ocupava o posto desde jan.2014.

As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.

A mudança foi comunicada pessoalmente por Picciani ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) em reunião na manhã desta 3ª feira (28.jun.2016) no Palácio do Planalto.

A suspensão do credenciamento do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), escolhido para analisar os exames  de atletas durante as Olimpíadas, teria motivado a troca. Integrantes da pasta reclamam que não foram avisados da possibilidade da interdição do local às vésperas do Jogos Olímpicos.

INTERDITADO
Na 6ª feira (24.jun), a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou a suspensão provisória do credenciamento do LBCD, localizado nas dependências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O motivo alegado foi a não conformidade com o Padrão Internacional de Laboratórios (ISL, na sigla em inglês). O local está impedido de analisar amostras de urinas e sangue desde 4ª feira (22.jun).  O LBCD pode recorrer da decisão para o Tribunal Arbitral dos Esportes (TAS) no prazo de 21 dias.

Se a situação não for resolvida, os exames colhidos no Rio terão de ser encaminhados para análise em laboratórios do exterior.

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