Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Jorge Gerdau

Dilma não se recupera mais e quer deixar legado, diz Wagner a empresários
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Fernando Rodrigues

Ministro da Casa Civil falou em jantar reservado na 2ª feira

Encontro em São Paulo serviu para pedir apoio do “PIB”

Jaques Wagner disse que petista reconhece dificuldades

Presidente acha que popularidade não vai mais voltar…

…e espera deixar  legado: a reforma da Previdência Social

Leia nota do ministro da Casa Civil ao final deste post

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O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante entrevista no Planalto

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, jantou ontem (15.fev.2016) em São Paulo com um grupo seleto de empresários. Estava também presente ao encontro o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

O grupo é mais ou menos o mesmo que se encontrou no início de setembro de 2015 com o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Os pesos pesados do PIB ouviram um discurso ameno do ministro da Casa Civil. Ficaram satisfeitos com o grau de realidade exposto por Jaques Wagner, que em dado momento disse que a presidente Dilma Rousseff tinha consciência de que a popularidade do governo não vai mais se recuperar até o final do mandato, em 2018.

Por essa razão, afirmou Wagner, a presidente estaria realmente empenhada em deixar um legado para o país –a reforma da Previdência Social.

O ministro disse que precisaria de apoio de empresários para que o projeto pudesse prosperar no Congresso. Foi levantada na conversa a dificuldade que o governo tem dentro do próprio Partido dos Trabalhadores a respeito dessa agenda.

Wagner disse que o PT acabará apoiando. A estratégia será sentida numa mudança de abordagem. Hoje, fala-se muito em idade fixar uma mínima de aposentadoria. A ideia é essa, mas haverá agora mais ênfase no que será chamado de “travas” que serão colocadas para tornar o sistema mais justo.

Em resumo, o governo pretende que a Previdência Social seja unificada a partir de 2027, quando haveria apenas um modelo para homens, mulheres, funcionários públicos e trabalhadores do setor privado, tanto os urbanos como os rurais.

O encontro teve a presença de Mateus Bandeira, CEO da Consultoria Falconi, que ficou de redigir um texto de apoio para o debate sobre qual deve ser a reforma da Previdência apropriada para o Brasil neste momento. A Falconi é sempre elogiada por Jorge Gerdau, um dos presentes ao jantar de ontem.

Os empresários gostaram do que ouviram, mas fizeram perguntas recorrentes sobre gastos públicos. Jaques Wagner novamente foi realista. Disse que as despesas do governo vão continuar a aumentar, pois isso é inevitável. Mas que o mais relevante é colocar um teto nessa escalada –o que agradou aos empresários.

Uma fórmula ouvida no jantar foi simples: as despesas do governo vão aumentar, mas tem de crescer sempre menos do que o PIB.

Na parte final do encontro falou-se de CPMF. Ninguém entre os empresários é a favor do novo imposto, que seria cobrado sobre todas as operações financeiras –a alíquota pode ser de 0,20% a 0,38%, a depender do que for negociado no Congresso e com os governos estaduais e municipais, que também desejam ficar com uma parte dessa arrecadação.

Jaques Wagner expôs uma fórmula edulcorada de CPMF. O imposto vigoraria por tempo determinado –um período de 2 anos agradou a audiência– e sempre num cenário de aperto dos gastos públicos.

NOTA DA CASA CIVIL
O Blog recebeu esta nota da Casa Civil da Presidência da República no final da tarde desta 3ª feira (16.fev.2016):

“O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, nega ter dito a empresários que a presidenta Dilma Rousseff não recuperará a popularidade até o fim do mandato.
“Wagner esclarece que, em jantar reservado, na noite de segunda-feira (15), em São Paulo, afirmou que a presidenta Dilma Rousseff não está preocupada com a questão da popularidade, mas sim com o bem do país.
“Segundo o ministro, o objetivo da presidenta é ouvir ideias e sugestões para o enfrentamento dos problemas que dificultam o crescimento econômico do país e a reforma da Previdência Social.
“Jaques Wagner manifestou que, ao conversar com o empresariado, está fazendo exatamente o que a presidenta quer, ou seja, discutir propostas para o Brasil”.
Atenciosamente,
Assessoria da Casa Civil

O BLOG RESPONDE
As informações deste post foram obtidas com empresários presentes ao jantar de 2ª feira, que mantêm a descrição do que foi dito durante o encontro.

NOTA DE MATEUS BANDEIRA
Na noite de 3ª feira, o Blog recebeu o seguinte comunicado da empresa de assessoria de imprensa que presta serviços para a consultoria Falconi:

“O presidente da Falconi, Mateus Bandeira, informa que o texto publicado neste blog descontextualiza os temas tratados no encontro e esclarece que nem ele nem a consultoria ficaram de redigir texto de apoio sobre a reforma da Previdência. Os assuntos falados foram eminentemente técnicos, visando questões de Estado, sem avaliação política sobre cenário de popularidade do governo. Além disso, participou do evento na condição de membro voluntário de um grupo de empresários que se reúnem regularmente para discutir temas da conjuntura nacional e de interesse do Brasil, e não como representante da Falconi”.

O BLOG RESPONDE E CONTEXTUALIZA
Todas as informações publicadas no post estão corretas. Ao longo da 3ª feira (16.fev.2016), a Casa Civil da Presidência da República fez carga sobre alguns empresários e outros participantes do jantar da 2ª feira para que mudassem sua versão do encontro, o que não ocorreu.

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Lançado “PAC privado” para estimular pequenas empresas
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Fernando Rodrigues

Portal estreou em 23.nov.2012 e oferece consultores para ajudar com financiamentos.

Site estimula pequenos e médios empresários a atuarem na internet.

Um conjunto de grandes empresas e associações quer levar adiante uma iniciativa para estimular as pequenas e médias: o PAC-PME (Programa de Aceleração do Crescimento para Pequenas e Médias Empresas). Com o nome inspirado no programa do governo federal, o programa oferece de dicas a consultores para ajudar empresários menores com suas ideias e necessidades –inclusive financiamento.

O PAC da iniciativa privada teve seu portal colocado no ar na última 6ª feira (23.nov.2012). Segundo o material de divulgação, estão à frente do programa o Movimento Brasil Competitivo (MBC), comandado pelo empresário Jorge Gerdau –um dos mais influentes conselheiros econômicos da presidente Dilma– e a BRAiN, associação de gigantes como Anbima, Febraban e Fecomércio. Também aparecem associados ao PAC-PME grandes bancos –como Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander– e escritórios de advocacia –como Pinheiro Neto e Marrey Quiroga.

A seção destacada pelos organizadores na divulgação do projeto é a que estimula pequenos e médios a terem “presença digital” –pois esse tipo de comunicação teria uma relação custo benefício adequada às empresas menores.

No menu de dicas sobre internet, o site se propõe a responder perguntas como “por que ter presença digital?” e “como divulgar minha empresa?”, além de argumentar que a web ajuda a “turbinar vendas da empresa e o relacionamento”. Entre as soluções, afirma um texto de apresentação do programa, estão links patrocinados, sites com foco em desempenho e redes sociais.

Outras partes do portal apresentam vídeos e textos que pretendem ajudar a, por exemplo, criar um plano de negócios ou encontrar boas oportunidades. Outra página oferece o trabalho de consultores para tirar dúvidas: “para solicitar ajuda dos consultores do PAC-PME sobre quais as melhores oportunidades de acesso a capital de crescimento no seu caso específico, favor entrar em contato conosco”, e direciona o internauta para um formulário de contato.

Para cadastrados no site fica disponível também a seção que se propõe a colocar empresas com contato com investidores e vice-versa –o Blog fez cadastro informando nome e e-mail, sem pagar nenhuma taxa.

Analogia
A inspiração da iniciativa privada no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal tem a ver com a ideia de expectativa de crescimento e também com a atuação conjunta dos setores privado e público. Jorge Gerdau, do Movimento Brasil Competitivo e entusiasta da mescla, preside da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade da Presidência da República, um órgão consultivo do governo.

Além disso, o PAC é uma das maiores apostas do governo de Dilma Rousseff para reativar a economia. Depois de o PIB ter crescido 7,5% em 2010, último ano de Luiz Inácio Lula da Silva no comando do país, houve uma grande retração nas atividades. Em 2011, o PIB cresceu só 2,7%. Neste ano de 2012, a expectativa é que o percentual fique em torno de 1,5%, no máximo.

Criado em 2007, no governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o PAC inclui obras de infraestrutura e medidas de estímulo ao crédito e à desoneração tributária. Foi uma das principais bandeiras eleitorais em 2010 da então candidata Dilma Rousseff –que chefiou a Casa Civil e coordenou o programa no governo anterior.

O governo afirma que a 1ª fase do PAC (de 2007 a 2011) ajudou a criar 8,2 milhões de empregos e também a elevar o percentual do PIB empregado em investimentos públicos de 1,62% em 2006 para 3,27% em 2010. O último balanço da 2ª e atual fase, divulgado na semana passada (em 19.nov.2012), afirmou que desde o início desta segunda etapa foram investidos R$ 272 bilhões.

O otimismo do governo, no entanto, esbarra no atraso das obras do PAC: de 2010 a 2012, o PAC cumpriu 40% dos gastos programados até 2014 e tem grandes projetos, como refinarias, ferrovias, canais de irrigação e estradas, com mais de dois anos de atraso, registrou reportagem da Folha de S.Paulo publicada em 20.nov.2012. “Caso emblemático das mudanças é o trem-bala. Os balanços do PAC 1 apontavam que a licitação seria concluída em 2010. A concorrência não tem sequer edital -a previsão é que seja publicado no dia 26- e o governo mantém o sinal de adequado na obra”, exemplificou o jornal.

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2014 é “muito difícil” para Campos, diz Gerdau
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Fernando Rodrigues

Empresário contribui com o governo de Pernambuco e dá conselhos à presidente Dilma.

Ele falou sobre o assunto em palestra no Rio Grande do Sul.

Entusiasta do governo de Pernambuco, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter deu ontem (21.nov.2012) declarações desanimadoras para quem incentiva a candidatura a presidente da República do governador Pernambucano Eduardo Campos (PSB) em 2014.

Para Gerdau, o quadro atual mostra que “é muito difícil” a perspectiva da candidatura de Campos já na próxima eleição presidencial. Segundo ele, o que existe agora é uma “identificação” do presidente do PSB com o apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Isso, segundo ele, “no curto prazo”. “A médio e longo prazo os políticos têm que saber. Eu não sei”.

Jorge Gerdau comentou o assunto ontem (21.nov.2012) quando deu uma palestra na Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul). As declarações foram publicadas na edição de hoje (22.nov.2012) do jornal “Valor Econômico” (a reportagem está disponível para assinantes do jornal).

A fala do empresário, afirma a reportagem, contraria partidários de Campos. Há expectativas de que Gerdau ajude numa eventual campanha porque ele sempre elogia a gestão do governo pernambucano, que ele mesmo ajudou a modelar.

Um dos principais conselheiros econômicos da presidente Dilma Rousseff, Gerdau é visto hoje como um dos entusiastas da transposição de práticas do setor privado para o público. Com esse pensamento, ele foi nomeado presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade da Presidência da República –um órgão consultivo cujas tarefas incluem pensar medidas para a “racionalização do uso dos recursos públicos” e para o “controle e aperfeiçoamento da gestão pública”.

Fora do governo federal, Jorge Gerdau cuida da empresa que leva seu nome e também do Movimento Brasil Competitivo (MBC), que foi procurado por Eduardo Campos para implantar metas em seu governo. “O método baseado na perseguição de metas foi adotado em diversas esferas da administração estadual e é tido como um dos grandes responsáveis pela elevada aprovação do governador de Pernambuco, refletida na eleição, em primeiro turno, de seu candidato [a prefeito do Recife em 2012], Geraldo Júlio (PSB)”, afirma a reportagem.

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