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Dilma vai fundir pastas do Trabalho e da Previdência
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Fernando Rodrigues

Tendência é PDT perder a vaga, que ficará com o PT

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(da esq. para a dir.) Manoel Dias (PDT), do Trabalho, e Carlos Gabas (Previdência). Um deles sai.

A presidente Dilma Rousseff pretende recriar o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Essa pasta já existiu algumas vezes.

Durante a ditadura militar, houve um Ministério do Trabalho e da Previdência Social até 1974, quando foi divididos em dois –uma pasta para o Trabalho e outra para a Previdência.

Depois de 16 anos, em 1990, foi recriado o ministério unificado pelo então presidente Fernando Collor de Mello. Durou até 1992, quando Itamar Franco, que sucedeu Collor, separou novamente Trabalho e Previdência Social –situação que perdura até este ano de 2015.

Hoje, a Previdência Social é ocupada por Carlos Gabas, ligado ao PT. O Trabalho tem como titular Manoel Dias, do PDT.

A intenção de Dilma é deixar o novo Ministério do Trabalho e da Previdência Social com Carlos Gabas. Ou seja, o PDT perderia a vaga.

A presidente prometeu em agosto que faria uma reforma para reduzir, pelo menos, 10 dos atuais 39 ministérios.

A petista disse a aliados que pretende finalizar as fusões e extinção de pastas antes de viajar para Nova York, no dia 25, quando vai para os Estados Unidos participar da sessão de abertura da 70ª Assembleia Geral da ONU.

REAÇÃO DO PDT
O líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz, de Rondônia, disse estar ciente da intenção da presidente Dilma Rousseff a respeito da fusão das pastas do Trabalho e da Previdência Social. Ele afirma que até já fez a mesma sugestão em reuniões a respeito do Orçamento de 2016.

Apesar de pessoalmente favorável à ideia, Gurgacz informa que não houve ainda uma orientação ou discussão dentro do PDT sobre como se daria esse processo, relata o repórter do UOL Mateus Netzel.

“Fica a critério da presidenta se esse novo ministério vai ficar com PT ou com o PDT. Nós vamos respeitar. Não vamos para a oposição. Tem que haver cortes. O que não pode é cortar investimentos”, diz Gurgacz.

O líder do PDT no Senado é relator da receita da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016. Nesta 5ª feira (17.set.2015) ele vai receber os estudos da consultoria de Orçamento sobre possíveis novas fontes de receita.

O líder do PDT na Câmara, o deputado André Figueiredo, do Ceará, afirma que o partido já comunicou à presidente Dilma Rousseff que o Ministério do Trabalho estava a disposição. O partido está rompido com o governo. A petista pediu que o PDT ficasse com a pasta até a reforma ministerial, para não aprofundar a crise política.

O fato é que o PDT já há algum tempo não participa de reuniões relevantes com governo. A bancada pedetista na Câmara (hoje com 19 deputados) já atua de maneira independente do Planalto desde começo de agosto. Não faz, entretanto, oposição ostensiva. Se houver uma votação de impeachment presidencial, o PDT decidiu –pelo menos neste momento– fechar questão contra o afastamento de Dilma.

André Figueiredo se diz pessoalmente favorável à fusão das pastas do Trabalho e da Previdência Social.

“Para nós não interfere muito. Temos validade determinada dentro da estrutura ministerial. Talvez seja o momento adequado de o PDT deixar o governo”, declara o líder pedetista na Câmara.

“O ministério do Trabalho hoje está esvaziado de atribuições e de recursos. Hoje só exerce funções de fiscalização do trabalho e do emprego. As políticas ativas já não estão mais lá”, diz André Figueiredo.

OUTROS MINISTÉRIOS
Não está clara ainda como será a reforma ministerial a ser anunciada por Dilma antes do final de setembro.

O que se sabe, por enquanto:

1) Banco Central e Advocacia-Geral da União: os titulares têm hoje status de ministro e devem continuar, diferentemente do que estava inicialmente nos planos iniciais da reforma;

2) Ministério da Cultura e Ministério do Esporte: Dilma gostaria de incorporar essas pastas à da Educação. Mas há resistências.
No caso da Cultura, muitos protestos começam a chegar ao Planalto por parte de petistas ligados ao setor.
E no caso do Esporte, essa pasta é ocupada pelo pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus George Hilton, ligado ao PRB, um partido de 20 deputados na Câmara e fiel aliado ao Planalto.

3) Secretaria de Assuntos Estratégicos: com a saída ontem (14.set.2015) de Mangabeira Unger, a pasta será extinta.

4) Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e Gabinete de Segurança Institucional (GSI): os ocupantes dessas secretarias devem perder o status de ministro.

5) Secretaria da Aviação Civil e Secretaria de Portos: podem virar um ministério único ou serem incorporadas ao Ministério dos Transportes.

6) Secretaria da Micro e Pequena Empresa: deve ser incorporada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Como o titular dessa secretaria é Guilherme Afif Domingos, há grande resistência do PSD (partido do ministro e de Gilberto Kassab).

7) Ministério do Desenvolvimento Agrário: ocupado pelo petista Patrus Ananias, deve ser fundido com o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Tereza Campello.

8) Ministério da Pesca e Aquicultura: comandada por Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), essa pasta pode ser fundida ao Ministério da Agricultura. Mas ainda não se sabe como fazer para acomodar o filho do senador em outro cargo no governo.

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PDT perde um terço do seu tempo de TV com troca-troca partidário
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Fernando Rodrigues

PSB é a 2ª legenda mais afetada com deserções para Solidariedade e Pros

O PDT, aliado de primeira hora dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, é a legenda mais prejudicada pela migração de deputados para os recém-criados Pros e Solidariedade: perdeu 37% do seu tempo de rádio e TV. A deserção coletiva retirou 19,5 de 52,6 segundos que o partido detinha.

A legenda do ministro do Trabalho, Manoel Dias, perdeu 10 deputados que haviam sido eleitos em 2010. Esses congressistas levaram seus preciosos segundos de rádio e TV para os novos partidos, segundo regra definida pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quatro deputados foram para o Pros e 6, para o Solidariedade.

Consideradas apenas as legendas médias e grandes, o segundo maior golpe atingiu o PSB, da dobradinha Eduardo Campos e Marina Silva. O partido perdeu 17,1% do seu tempo de rádio e TV, ou 11,7 de seus 68,2 segundos.

Em terceiro vem o PR, de Valdemar Costa Neto, que perdeu 17% do seu tempo: os deputados migrantes carrearam 13,6 de seus 80 segundos.

Beneficiados

Os 76 segundos que sangraram dos partidos antigos alimentarão as 2 novas legendas na praça. Solidariedade, liderado por Paulinho da Força, ficou com 41 segundos. O Pros, do novato Eurípedes Júnior, ganhou os outros 35.

Metodologia

Esse resultado não equivale ao tempo exato que cada legenda terá para utilizar ou negociar na campanha de 2014, mas reflete as mudanças provocadas pelo troca-troca partidário das últimas semanas.

A divisão do tempo de rádio e TV obedece a 2 critérios distintos. Cada bloco do horário gratuito da campanha presidencial tem 25 minutos, ou 1.500 segundos. Dois terços desse tempo (1.000 segundos) são divididos proporcionalmente entre a bancada de cada partido eleita para a Câmara – cerca de 1,95 segundo para cada congressista. Se um deputado eleito em 2010 muda para um partido recém-criado, ele leva consigo seu tempo.

O cálculo deste post considera apenas estes 1.000 segundos. Foi levada em conta uma premissa (apenas para efeito de demonstração): todos os partidos com bancadas eleitas para a Câmara participarão da disputa presidencial com candidato próprio ao Planalto ou em alguma coligação em 2014. Quando uma dessas legendas não tem candidato a presidente, seu tempo é redistribuído entre as demais que participam da disputa.

O terço restante (500 segundos) é dividido igualmente entre as coligações ou candidaturas de partido único que disputarão a campanha de 2014. Como não se sabe quantas coligações serão formadas, é impossível estimar a partilha desse tempo.

Veja abaixo os partidos que perderam tempo de TV para o Pros e o Solidariedade. PC do B, PV, PPS, PRB, PT do B, PSOL, PHS, PRP e PTC não estão representados pois não perderam deputados para as novas legendas. PSL e PRTB perderam tempo, mas hoje não têm mais nenhum deputado na Câmara.

Veja abaixo a lista dos deputados (em exercício ou não) que migraram para o Pros e o Solidariedade. Apenas os que compunham a bancada eleita em 2010 levaram seu tempo de rádio e TV para as novas legendas.

(Bruno Lupion)

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