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Jader: “A mídia quer derrubar Temer para assumir FHC”. Assista
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Fernando Rodrigues

Aécio Neves e tucanos assistem calados

Senador revela depois que se referia à Globo

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O senador Jader Barbalho (PMDB-PA)

 

Por volta das 21h de ontem, o ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) subiu à tribuna.  Fez um discurso em defesa dos políticos contra as acusações da Operação Lava Jato.

Este texto é de Tales Faria e está no Poder360. Receba a newsletter.

Em alusão ao juiz Sérgio Moro, disse que a situação pode resultar no aparecimento de “um Robespierre”. Uma referência a Maximilien de Robespierre, chefe do período mais violento da revolução francesa que mandou executar seu adversário político, Georges Jacques Danton. “Mas a caminho da guilhotina, Danton disse: ‘atrás de mim, viras tu, Robespierre.’ E foi inevitável que Robespierre fosse”, lembrou o senador peemedebista.

Ao final, Jader atacou:

“Eu não quero culpar a opinião pública. As grandes redes de comunicação, que se consideram donas desse país, pouco estão se importando que o governo sobreviva. Eles já estão nas verbas de publicidade do próximo governo. Seja um civil, seja ele um militar. Está em marcha um processo para derrubar o presidente Michel Temer. Não querem esperar pelo voto popular. Quem sabe enfraquecendo o governo de tal ordem que o presidente renuncie (…), ou sejamos nós aqui obrigados a dar fim ao mandato do presidente? A grande mídia e esses setores que querem derrubar o presidente da República, avacalhar e deixar sem autoridade o Congresso já têm candidato: é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.”

[Depois do discurso, o senador afirmou que “a grande mídia” a que se referia era, essencialmente, a TV Globo]

Assista ao vídeo:

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Empresários de mídia e jornalistas negam irregularidades ou não comentam
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Fernando Rodrigues

Todos os citados foram procurados pela reportagem

PanamaPapers-FrontA reportagem procurou todas as pessoas mencionadas no texto sobre empresários de mídia e jornalistas que aparecem nos Panama Papers. A seguir, o que cada um disse:

ANTONIO LUIZ DROGHETTI NETO
[acionista e membro do conselho de diversas empresas, incluindo as TVs Studios Vale do Paraíba e TV Studios de Jaú, ambas pertencentes ao Grupo Silvio Santos]

A reportagem entrou em contato nos dias 12, 13 e 18.abr por meio da TV Studios Vale do Paraíba, veículo no qual ele é sócio-administrador. Um dos funcionários da emissora respondeu a reportagem da seguinte forma: “Essa empresa [TV Studios Vale do Paraíba] não é operacional. Ela foi aberta por meio de uma licitação pública. Nunca entrou em atividade. O Droghetti é um dos sócios, mas não está mais aqui na casa. Eu desconheço [alguma forma de entrar em contato]. Temos inclusive uma dificuldade operacional em relação a esta pessoa”.

A offshore controlada por Antonio Luiz Droghetti Neto aparece no site da Receita Federal no quadro societário da Gertie Participações Ltda., companhia brasileira que também é administrada pelo empresário.

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CARLOS SCHRODER
[jornalista, diretor-geral da Rede Globo]

Consultado, o próprio Carlos Schroder apresentou todos os documentos fiscais relativos à offshore Denmark Holdings Incorporations. A empresa está devidamente informada na declaração de Imposto de Renda à Receita Federal, bem como remessas de valores registradas no Banco Central. Não há irregularidades.

HELENA E LUIZ EDUARDO VELHO DA SILVA VASCONCELOS
[ex-acionista e ex-diretor, respectivamente, da Rádio Globo S.A., empresa do Grupo Globo]

Junto com mais 3 pessoas da família, fizeram parte da diretoria da Veurne Capital Inc., em jun.2002, offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Em fev.2006, quase a totalidade das ações da Veurne foram liquidadas e os valores transferidos para outras duas offshores: a Tripoli Holding Venture Limited e a Lucky Seven Venture Inc..

Helena e Luiz Eduardo informam que os empreendimentos foram declarados à Receita Federal.

JOÃO TENÓRIO
[ex-senador pelo PSDB de Alagoas (2003- 2010), proprietário da TV Pajuçara, emissora sediada em Maceió e afiliada à Rede Record]

Foi procurado por meio do assessor Josafá Soares. Este informou, por telefone, que as offshores estão devidamente declaradas às autoridades fiscais brasileiras, sem dar maiores detalhes. 

JOSÉ ROBERTO DIAS GUZZO
[jornalista, é do Conselho Editorial da Editora Abril e colunista da revista “Veja”]

Enviou mensagem por meio da assessoria do Grupo Abril: “Todas as informações a respeito da minha vida financeira estão registradas na Receita Federal do Brasil, nas declarações anuais de rendimentos e patrimônio”.

MARLUCE DIAS DA SILVA
[diretora-geral da TV Globo de jan.1999 a set.2002]

A reportagem tentou vários contatos, deixou recados por meio de pessoas conhecidas, mas não obteve resposta. Marluce não tem assessoria de imprensa.

PAULA MARINHO
[Uma das netas de Roberto Marinho (1904-2003), fundador do Grupo Globo, e filha de João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo]

Por meio de sua assessoria, respondeu: “Paula Marinho informa que não tem nem nunca teve participação em nenhuma dessas empresas [Vaincre LLC, Plus Holdings e Soc. Juste International]. O beneficiário era seu ex-marido Alexandre Chiapeta. Seu endereço foi apenas usado para o envio de faturas de manutenção das mesmas. Quanto à casa mencionada [na Praia Vermelha, próxima a Paraty, no Rio de Janeiro], essa informação [veiculada em parte da mídia] não é verdadeira. A propriedade não pertence à família Marinho”.

PEDRO JACK KAPELLER
Foi contatado na sede da empresa Bloch Som e Imagem Ltda, no Rio de Janeiro, da qual é sócio. E-mails foram enviados para a secretária de Pedro, de nome Marta, em 3 ocasiões a partir de 12.abr. Houve também várias tentativas de contato telefônico no período, sem resposta.

RATINHO
[empresário e apresentador de TV, Carlos Roberto Massa é dono da “Rede Massa”, afiliada ao SBT no Paraná]

Aparece nos Panama Papers como diretor da offshore Cambara Limited, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas por sugestão do HSBC. Ratinho também foi mencionado no SwissLeaks  como correntista da agência do banco em Genebra, na Suíça.

A reportagem procurou o empresário e apresentador por meio de sua secretária em São Paulo, Maria Helena, nos dias 5 e 6.mai.2016. Ela informou que havia repassado os questionamentos para a presidência do Grupo Massa. Não houve resposta. Em 2015, ao ser citado no SwissLeaks, Ratinho encaminhou o seguinte comentário: “Todos os bens e valores de Carlos Roberto Massa e Solange Martinez Massa foram devidamente declarados aos órgãos competentes”.

ROSSANA BERTO
[diretora da Globo Comunicação e Participações S.A., razão social do Grupo Globo]

Controla a offshore Howell Finance Ltd. junto com Luiz Rogerio Berto, que é seu marido. Rogério disse que trabalhou no exterior nos anos 1980 e 1990, quando criou a offshore. Ele dá a seguinte explicação: “Eu sou o beneficiário final e a Rossana está ali apenas para o caso de acontecer algo comigo. Quando eu voltei ao Brasil acabei não declarando a empresa. Agora, estou em processo de fechamento. O último saldo que havia no exterior era de 2014 e vou usar a lei da repatriação para regularizar a situação”.

RUY MESQUITA FILHO
[bisneto de Julio de Mesquita Filho. Foi diretor do “Jornal da Tarde”, mas hoje não atua no grupo]

O jornal “O Estado de S. Paulo” encaminhou nota. Eis a íntegra: “O acionista Ruy Mesquita Filho foi apenas procurador, durante um curto espaço de tempo, de uma offshore da qual não é dono, proprietário ou beneficiário de quaisquer valores a qualquer título”.

WALTER FONTANA FILHO
[presidente do Conselho de Administração do Grupo Estado]

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Estado enviou a seguinte nota, incluindo também uma informação sobre um primo seu, Romano Ancelmo Fontana, cujo nome também aparece na offshore Hartley Consulting Corporation: “Walter e Romano, pelo que se recordam, foram procuradores de uma empresa, encerrada no ano de 2005, que apoiava ação de internacionalização de empresa que eram executivos à época”.

YOLANDA VIDAL QUEIROZ
[dona da TV Verdes Mares]

Foi contatada por meio de sua secretária no grupo Edson Queiroz, de nome Marilac. O contato inicial foi no dia 13.abr, quando foi encaminhado um e-mail com os questionamentos. A reportagem fez contato telefônico em pelo menos 4 ocasiões. Segundo a secretária, filhas de Yolanda foram informadas, mas não responderam.

Saiba como foi feita a série Panama Papers

Leia tudo sobre os Panama Papers

O que é e quando é legal possuir uma empresa offshore

Participam da série Panama Papers no Brasil os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

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52 veículos internacionais acompanham a sessão do impeachment na Câmara
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Fernando Rodrigues

Do Japão à Argentina, o que pensam os jornalistas estrangeiros

Maioria é cética quanto aos efeitos do impeachment para o país

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Jornalistas no Salão Verde da Câmara na tarde de domingo (17.abr)

Jornalistas de 52 meios de comunicação ao redor do mundo foram credenciados pela Câmara dos Deputados para acompanhar a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff. Estes jornalistas vieram de 21 países.

O Blog conversou com 5 jornalistas estrangeiros que vieram a Brasília. A maior parte dos representantes da mídia estrangeira é cética quanto aos resultados do impeachment para o Brasil.

Os depoimentos foram aos repórteres do UOL André Shalders e Gabriel Hirabahasi.

Eis o que diz cada um:

Andrés Flores, da rádio La Tribu (Argentina): “Estamos preocupados com a continuidade democrática no Brasil. Também nos preocupa a integridade de quem toca o projeto, como Eduardo Cunha. Mas o mais preocupante é que a Justiça não tem uma declaração concreta sobre se Dilma cometeu crime de responsabilidade que seria necessário para afastá-la. Na Argentina, a Cancilleria [Relações Exteriores] se posicionou ‘preocupada pela continuidade democrática no Brasil’, mesmo em um governo de Macri, que não é favorável à Dilma. Esperamos que possamos sair democraticamente”.

Anna Edgerton, da agência Bloomberg (EUA): “A incerteza é muito ruim para o país. Precisamos de algum tipo de definição, seja ela qual for. Seja qual for o resultado, ainda vai demorar bastante tempo até que surjam efeitos sobre a situação política e econômica. O Brasil tem um caminho longo pela frente”.

Boris Herrmann, do jornal Süddeutsche Zeitung (Alemanha): “Eu discordo do impeachment por 2 motivos. Primeiro, acho que é um processo excessivamente político e muito pouco jurídico. Dilma está sendo acusada pelas ‘pedaladas fiscais’ mas está sendo julgada pela crise econômica, e pela situação geral do país. As pedaladas parecem ser um pretexto. Em segundo lugar, duvido muito do efeito prático disto tudo. Não é como se o PMDB fosse um partido com ideias inovadoras ou livre de corrupção. Não vejo como se eles representassem um novo começo para o Brasil”.

Morgann Jezequel, jornalista francesa freelancer (França): “Há uma empolgação midiática e política. Algo estilo House of Cards. Acho que a imprensa favorece o impeachment pois há menos pluralidade. Para nós, é difícil entender. Estamos acostumados a ter um jornal contra e um a favor do governo. Eu entendo que a população está cansada por causa da crise econômica, mas Dilma não conseguiu governar pois o Congresso não deixou. É estranho ver alguém como Eduardo Cunha, que está sendo investigado pela Justiça, falar sobre ética. Por isso, é difícil levar o processo a sério. Mesmo se ela não sair, acho que não consegue mais governar. Não fica até 2018. Não digo que está rolando um golpe de Estado, mas estão tentando cassar a Dilma e o povo da França não aceitaria muito isso”.

Tsuyoshi Tamura, do jornal The Assahi Shinbun (Japão): “Apesar do impeachment estar na Constituição, tenho minhas dúvidas sobre se este processo está sendo feito de forma democrática e legal”, disse. “O Brasil tem vários problemas na política, na economia, com o vírus da Zika. Mas não sei se a troca de presidente é a forma mais adequada de lidar com eles. Certamente, é um momento que ficará na história”.

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22 empresários de mídia e 7 jornalistas estão na lista do HSBC
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Fernando Rodrigues

Fernando Rodrigues
Do UOL, em Brasília

Pelo menos 22 empresários do ramo jornalístico e seus parentes e 7 jornalistas estão na relação dos que mantinham contas na agência do HSBC em Genebra, na Suíça, em 2006/2007.

Os registros indicam que 14 contas já estavam encerradas em 2007, quando os dados vazaram no escândalo que ficou conhecido como SwissLeaks. Todos os citados foram procurados. Parte negou irregularidades e alguns preferiram não comentar.

Ter uma conta bancária na Suíça ou em qualquer outro país não é ilegal, desde que seja declarada à Receita Federal. Os titulares também devem informar ao Banco Central quando o saldo for superior a US$ 100 mil.

Entre os correntistas do HSBC na Suíça estão ou estiveram pessoas ligadas a algumas das maiores empresas de comunicação do país.

Lily de Carvalho, viúva de dois jornalistas e donos de jornais, Horácio de Carvalho (1908-1983) e Roberto Marinho (1904-2003), também, aparece na lista. Horácio de Carvalho foi proprietário do extinto “Diário Carioca”. Roberto Marinho foi dono das Organizações Globo, hoje Grupo Globo, ao qual pertence “O Globo”. O nome de Lily surge nos documentos com o sobrenome de Horácio, seu primeiro marido, e o representante legal da conta junto ao HSBC é a Fundação Horácio de Carvalho Jr. O saldo registrado em 2006/2007 era de US$ 750,2 mil. Lily morreu em 2011.

Na relação de correntistas do HSBC em Genebra também constam os nomes de proprietários do Grupo Folha, ao qual pertence o UOL. Tiveram conta conjunta naquela instituição financeira os empresários Octavio Frias de Oliveira (1912-2007) e Carlos Caldeira Filho (1913-1993). Luiz Frias (atual presidente da Folha e presidente/CEO do UOL) aparece como beneficiário da mesma conta. Criada em 1990, a conta foi encerrada oficialmente em 1998. Em 2006/07, os arquivos do banco ainda mantinham os registros, mas a conta estava inativa e zerada.

Quatro integrantes da família Saad, dona da Rede Bandeirantes, também tinham contas no HSBC na época em que os arquivos foram obtidos. Constam entre os correntistas os nomes do fundador da Bandeirantes, João Jorge Saad (1919-1999), da empresária Maria Helena Saad Barros (1928-1996) e de Ricardo Saad e Silvia Saad Jafet.

Eis a lista de proprietários de empresas de mídia que aparecem nos arquivos do SwissLeaks (clique na imagem para ampliar):

ArteMidia-donos

SWISSLEAKS
A descoberta da existência de contas em nome de empresários do setor de mídia e de jornalistas integra a apuração realizada nas últimas semanas pelo UOL, por meio deste Blog, e pelo jornal “O Globo”. O trabalho tem como base um conjunto de dados bancários vazados em 2008 de uma agência do “private bank” do HSBC em Genebra.

As reportagens sobre o acervo de dados têm sido produzidas de acordo com a relevância jornalística e interesse público relacionado aos nomes que aparecem nos arquivos do HSBC. Não haverá divulgação generalizada de toda a lista.

A apuração é comandada pelo ICIJ (sigla em inglês do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) em parceria com o jornal francês “Le Monde”, responsável por conseguir em primeira mão os dados do HSBC. Nos arquivos, há informações sobre 106 mil clientes de 203 países, com um saldo que supera US$ 100 bilhões. No caso do Brasil, existem 8.667 clientes listados, com um saldo total de US$ 7 bilhões.

OUTROS NOMES
Do Grupo Edson Queiroz, dono da TV Verdes Mares e do “Diário do Nordeste”, estão nos registros do HSBC Lenise Queiroz Rocha, Yolanda Vidal Queiroz e Paula Frota Queiroz (membros do conselho de administração). Elas tinham US$ 83,9 milhões de saldo em 2006/07. Também aparece Edson Queiroz Filho como beneficiário da conta –ele morreu em 2008.

Fernando Luiz Vieira de Mello (1929-2001), que durante muitos anos trabalhou na rádio Jovem Pan, teve uma conta que foi encerrada em 1999.

Luiz Fernando Ferreira Levy, que foi proprietário do jornal “Gazeta Mercantil”, que não existe mais, teve uma conta no HSBC de 1992 a 1995.

Dorival Masci de Abreu (morto em 2004), que era proprietário da Rede CBS de rádios (Scalla, Tupi, Kiss e outras), manteve uma conta de 1990 a 1998.

João Lydio Seiler Bettega, dono das rádios Curitiba e Ouro Verde FM, no Paraná, tinha uma conta ativa em 2006/07, com um saldo de US$ 167,1 mil.

Fernando João Pereira dos Santos, do Grupo João Santos, que tem a TV e a rádio Tribuna (no Espírito Santo e em Pernambuco), e o jornal “A Tribuna” mantinha duas contas, com saldo de US$ 4,4 milhões e US$ 5,6 milhões.

Anna Bentes, que foi casada com Adolpho Bloch (1908-1995), fundador do antigo Grupo Manchete, fechou sua conta no ano 2000.

O apresentador de TV Carlos Roberto Massa, dono da “Rede Massa” (afiliada ao SBT no Paraná), e sua mulher, Solange Martinez Massa, estavam com uma conta ativa em 2006/07, com saldo de US$ 12,5 milhões.

Aloysio de Andrade Faria, do Grupo Alfa (Rede Transamérica), registrava um saldo de US$ 120,6 milhões.

JORNALISTAS
Os 7 jornalistas que aparecem com registros de contas no HSBC nos anos de 2006/07 são Arnaldo Bloch (“O Globo”), José Roberto Guzzo (Editora Abril), Mona Dorf (apresentadora da rádio Jovem Pan), Arnaldo Dines, Alexandre Dines, Debora Dines e Liana Dines .

Os registros de Arnaldo Bloch e de José Roberto Guzzo indicam contas zeradas e encerradas.

No período a que os dados do SwissLeaks se referem (2006/07), Mona Dorf registrava um saldo de US$ 310,6 mil. Os quatro jornalistas com sobrenome Dines compartilhavam uma conta nessa época com depósito total de US$ 1,395 milhão.

Eis a lista de jornalistas que aparecem nos arquivos do SwissLeaks (clique na imagem para ampliar):

ArteMidia-jornalistas

Participaram da apuração desta reportagem os jornalistas Bruno Lupion (UOL), Chico Otávio, Cristina Tardaguila e Ruben Berta (de “O Globo”).

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

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Empresários de mídia e jornalistas negam irregularidades ou não comentam
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Fernando Rodrigues

Os empresários e os jornalistas que estão na relação de contas do HSBC suíço negaram irregularidades ou preferiram não comentar o caso.

O Grupo Globo foi consultado sobre esta reportagem e respondeu que não faria comentários.

O Grupo Folha e a família de Octavio Frias de Oliveira informam “não ter registro da referida conta bancária e manifestam sua convicção de que, se ela existiu, era regular e conforme à lei”.

O Grupo Bandeirantes, de João Jorge Saad (1919-1999), Maria Helena Saad Barros (1928-1996), Silvia Saad Jafet, atual diretora de Desenvolvimento e Novos Negócios, e Ricardo Saad informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o assunto.

O Grupo Massa, de Carlos Roberto Massa, o apresentador Ratinho, encaminhou o seguinte comentário: “Todos os bens e valores de Carlos Roberto Massa e Solange Martinez Massa foram devidamente declarados aos órgãos competentes”.

O Grupo Alfa, de Aloysio de Andrade Faria, afirmou que não tinha “nada a declarar sobre o assunto”.

O jornalista Fernando Vieira de Mello afirmou que nunca foi titular ou beneficiário de conta corrente no HSBC suíço. “Desconheço que meu pai [Fernando Luiz Vieira de Mello, 1929-2001] tenha tido conta corrente no exterior na citada instituição financeira, lembrando que ele faleceu em 2001”, disse.

O Grupo Edson Queiroz, da TV Verdes Mares e do “Diário do Nordeste”, informou por meio de Lenise Queiroz Rocha, do conselho de administração, que desconhece a existência da conta na Suíça.

O jornalista José Roberto Guzzo disse que “nunca teve conta no HSBC da Suíça, seja no período de 1990 a 1995, seja em qualquer outra época”. Mas ele afirmou que a data de nascimento e o endereço residencial que constam no registro do HSBC coincidem com os seus.

A jornalista Mona Dorf, da rádio Jovem Pan, foi procurada, por meio de sua assessoria, mas não respondeu.

Irmão de Dorival Masci de Abreu, que morreu em 2004 e cuja família é proprietária da rede CBS de rádios, José Masci de Abreu foi contatado pelo UOL por meio da assessoria do PTN, partido do qual é o presidente. A legenda respondeu que não se manifestaria sobre assuntos pessoais dele. O UOL também entrou em contato por e-mail com o Hotel Saint Peter, de propriedade de Paulo Masci de Abreu, irmão de José e Dorival, e não recebeu resposta até a publicação deste texto.

A família Dines informou que três dos quatro filhos de Alberto Dines (Arnaldo, Debora e Liana) “moram fora do Brasil há pelo menos 30 anos”. Por essa razão, não declaram imposto de renda no Brasil. O único que vive no Brasil (Alexandre) é apenas beneficiário das contas na Suíça.

Fernando João Pereira dos Santos, do Grupo João Santos (TV e rádio Tribuna e jornal “A Tribuna“), foi procurado por meio da diretoria de sua emissora, mas não respondeu.

Luiz Fernando Ferreira Levy, do antigo jornal “Gazeta Mercantil”, declarou: “Nunca sequer fui correntista do HSBC no Brasil, muito menos na Suíça. A única conta pessoal que tenho é a do Banco do Brasil onde recebo minha aposentadoria”.

Julieta , mulher de João Lydio Seiler Bettega, da Curitiba e Ouro Verde FMs, afirmou que o casal nunca teve conta na Suíça e apenas é correntista do banco em Curitiba, no Paraná.

Anna Bentes, mulher de Adolpho Bloch (1908-1995), fundador do Grupo Manchete, foi procurada e não foi encontrada.

Arnaldo Bloch, jornalista de “O Globo”, disse: “Nunca tive conta no HSBC, no Brasil ou no exterior. De 1991 a 1994 fui correspondente da Manchete em Paris. Recebia meu salário em remessas enviadas através do Banco do Brasil e depositadas no banco francês Crédit Lyonnais. Quando retornei ao Brasil, em 1994, mantive a conta aberta com saldo irrisório. Quando o recurso findou, em 1999, recebi aviso de que a mesma fora encerrada. Não entendo que relação isso possa ter com a lista de correntistas do HSBC”.

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Cobertura negativa sobre o Brasil na mídia internacional bate recorde após protestos de junho
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Fernando Rodrigues

Artigos com viés negativo representaram 36% do total no 2º trimestre de 2013
Em números absolutos, houve alta de 64% em relação ao período anterior

O número de reportagens com teor negativo sobre o Brasil veiculadas na imprensa internacional atingiu 36% do total no 2º trimestre do ano, um recorde desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2009.

Foram 425 reportagens negativas nos meses de abril, maio e junho, de um total de 1.167, segundo levantamento da agência Imagem Corporativa em 15 veículos internacionais. O principal motivo da alta é a cobertura dos protestos de rua de junho. Também contribuiu para o índice o estupro de uma turista americana em uma van do Rio de Janeiro, em abril.

Para efeito de comparação, no trimestre anterior apenas 24% dos artigos monitorados apresentaram viés negativo sobre o país (gráfico abaixo).

Em números absolutos, o 2º trimestre registrou um crescimento de 64% de reportagens negativas em relação ao período anterior. No 1º trimestre, a pesquisa havia captado 259 textos com esse teor, de um total de 1.069 artigos.

O levantamento aponta crescimento de 9,16% do número de reportagens citando o Brasil no 2º trimestre, tanto negativas quanto positivas. Além dos protestos, contribuíram para a alta a Copa das Confederações e a eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para a direção da Organização Mundial do Comércio.

Veículos. O meio de comunicação que mais publicou reportagens sobre o Brasil no 2º trimestre foi o chileno El Mercurio, com 18,77% dos textos monitorados. Em seguida vem o britânico Financial Times, com 15,08% das reportagens, seguido pelo argentino Clarín, com 14,57% (gráfico abaixo).

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CNJ vai monitorar ações contra imprensa
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Fernando Rodrigues

Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa vai agregar dados sobre todos os processos

Ideia é melhorar o padrão de decisões do Judiciário em casos que a liberdade de expressão esteja em jogo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto conseguiu aprovar hoje (13.nov.2012), seu último dia útil como integrante da Corte, uma proposta para que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) monitore ações judiciais que envolvem a imprensa.

Britto é presidente do STF e do CNJ. Completará 70 anos no domingo (18.nov.2012) e terá que se aposentar compulsoriamente.

A proposta, apresentada por Britto e aprovada pelo CNJ, estabelece a criação do “Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa”. O órgão deverá levantar o número de ações judiciais que tratam das relações de imprensa e estudar os “modelos de atuação da magistratura em países democráticos”, segundo texto divulgado pelo site do CNJ. Na prática, o Fórum vai elaborar um banco de dados que permitirá saber os casos em que jornalistas são punidos pela Justiça.

Trata-se de medida relevante para tentar criar um padrão para que os juízes em todas as instâncias possam tomar decisões mais ponderadas quando a ação julgada contenha algum aspecto relacionado à liberdade de imprensa.

Em maio, Britto falou sobre a criação do Fórum durante o Seminário Internacional de Liberdade de Expressão, do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS). Na ocasião, ele disse que a medida ajudaria a acompanhar o cumprimento da decisão do STF que julgou inconstitucional a Lei de Imprensa, criada ainda no governo militar.

O presidente do Fórum sempre será um dos conselheiros do CNJ. Os outros integrantes serão: dois conselheiros e um juiz auxiliar do CNJ, 1 integrante da OAB, 1 integrante da Associação Nacional de Jornais (ANJ), 1 integrante da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), 1 integrante da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e 2 magistrados (um da magistratura estadual e um da justiça federal). Todos precisarão ser indicados pelo presidente do CNJ e aprovados pelo plenário.

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Twitter é rede social preferida de jornalistas
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Fernando Rodrigues

Microblog é usado de maneira intensa por repórteres no Brasil e no México

O Twitter é considerado como a rede social que mais ajuda no trabalho por 73,4% dos jornalistas brasileiros que participaram de uma pesquisa da PR Newswire, empresa mundial de distribuição de conteúdo. O Facebook teve 18,7% dos votos.

A pesquisa foi feita também no México e o resultado foi similar: 78,2% para Twitter contra 13,2% para o Facebook.

Também foi perguntado se os jornalistas usam redes sociais para contatar fontes. A maioria disse que sim: 79,7% dos brasileiros e 76,8% dos mexicanos.

Outra semelhança entre os profissionais do Brasil e do México está na divulgação dos textos que publicam em sites de relacionamento: 33,8% dos brasileiros sempre o fazem; 22% compartilham só ocasionalmente. Entre os mexicanos os percentuais são 31,4 % e 24,5%

O levantamento mostra ainda que 31,8% dos jornalistas brasileiros participam de 3 redes sociais distintas. No México, 37,7% participam de 2 redes diferentes.

Uma apresentação com a comparação dos resultados obtidos no Brasil e no México está disponível aqui. Também estão disponíveis os dados brasileiros e os dados mexicanos.

Segundo a PR Newswire, a pesquisa foi divulgada por e-mail e também no Twitter da empresa. Responderam às questões 525 jornalistas (305 brasileiros e 220 mexicanos). O estudo comparativo foi finalizado em julho de 2012, mas a parte brasileira foi feita em 2011. A amostra inclui profissionais de rádio, TV, revista, jornal e internet.

 

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Congresso nomeia Conselho de Comunicação
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Fernando Rodrigues

órgão criado pela Constituição estava vago há vários anos

Em uma de suas inúmeras decisões hoje (17.jul.2012), último dia de trabalho antes do recesso, o Congresso aprovou uma nova composição para o Conselho de Comunicação Social (CCS).

Trata-se de um órgão quase decorativo, mas que está no artigo 224 da Constituição. Entre outras funções –nenhuma executiva– está “avaliar questões ligadas à liberdade de manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação e emitir pareceres e recomendações ligadas à produção e programação de emissoras de rádio e TV”, diz um texto do site do Senado.

“O Conselho também deve opinar, quando consultado, sobre propagandas de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias, além de diversões e espetáculos públicos. O colegiado também pode avaliar as finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas da programação das emissoras de rádio e televisão e deve prezar pela regionalização da produção cultural, artística e jornalística”, descreve a Agência Senado.

Embora o poder executivo seja nulo, a abrangência de assuntos que podem ser tratados pelo Conselho parecem ser infinitas: “Outros temas que podem passar por análise do Conselho são propriedade, monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação social e outorga e renovação de concessão, permissão e autorização de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens”.

O Conselho de Comunicação Social tem 13 membros titulares e outros 13 suplentes. Há entre os indicados representantes de veículos de comunicação (rádio, TV e mídia impressa); um engenheiro com conhecimento de comunicação social; representantes de jornalistas, radialistas, artistas e profissionais de cinema e vídeo; e cinco representantes da sociedade civil, explica o site do Senado.

O mandato dos membros é de dois anos. Só é permitida uma recondução.

A seguir, a lista dos indicados:

Titulares: Walter Vieira Ceneviva, Gilberto Carlos Leifert, Alexandre Kruel Jobim, Roberto Franco, Celso Augusto Schröder, José Catarino Nascimento, Jorge Coutinho, Luiz Antonio Gerace da Rocha e Silva, Miguel Angelo Cansado, arcebispo Dom Orani João Tempesta, Ronaldo Lemos, João Monteiro Filho e Fernando Cesar Mesquita.

Suplentes: Daniel Pimentel Slaviero, Márcio Novais, Lourival Santos, Liliana Nakonechnyj, Maria José Braga, Eurípedes Corrêa Conceição,  Mário Marcelo, Pedro Pablo Lazzarini, Wrana Panizzi, Pedro Rogério Couto Moreira, Juca Ferreira, José Vitor Castiel e Leonardo Petrelli.

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Os comerciais do Guardian e o jornalismo
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Fernando Rodrigues

Já está sendo apontada como uma das melhores peças publicitárias dos últimos tempos no Reino Unido um comercial do jornal “The Guardian” recém-lançado. Trata-se de uma paródia sobre a história “Os Três Porquinhos” –como seria contada na mídia de hoje, em várias plataformas e com os leitores e internautas interagindo.

Bom… de fato essa peça é boa. Mas tem longuíssimos 2 minutos. O Blog gosta muito mais de um comercial do “Guardian”  de 1986 sobre a abordagem de diferentes pontos de vista. Em preto e branco, com 30 segundos e bem eficiente –uma aula de busca da imparcialidade.

Abaixo, ambos os vídeos. Primeiro, o de 1986. Depois, o de 2012:

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