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Número de ônibus incendiados cai pela metade em 3 anos
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Fernando Rodrigues

Em 2014, foram 344 coletivos queimados no 1º semestre 

Em 2016, no mesmo período, ocorrências caíram para 153

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Ônibus queimado na garagem da Auto Viação Urubupungá, em Osasco (SP)

Apesar do acirramento das crises política e econômica, o brasileiro tem incendiado menos ônibus nos últimos 2 anos. Levantamento da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) mostra que no 1º semestre de 2016 foram registrados 153 casos de depredação, 55% a menos do que no mesmo período em 2014, quando houve um pico de ocorrências desse tipo.

A apuração é do repórter do UOL Douglas Pereira.

Na comparação com 2015, o número de coletivos incendiados diminuiu 19%. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

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Há uma coincidência dessa estatística com o volume dos protestos contra o governo. Em 2014, em meio à disputa eleitoral, houve uma multiplicação dos ônibus incendiados. Agora, em 2016, foram registrados menos protestos –e menos depredações de veículos.

São Paulo, por exemplo, teve 80 coletivos depredados em 2014 contra somente 20 em 2016. O Rio de Janeiro, outra importante região metropolitana brasileira, reduziu de 50 para 6 o número de ônibus queimados no mesmo período.

Para o diretor-executivo da NTU (Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos), Marcos Bicalho, esses números sempre estiveram ligados à insatisfação da sociedade com diversos temas que, nem sempre, tinham relação com o transporte público.

Bicalho lembra que a Lei Antiterrorismo, que entrou em vigor em 17.mar.2016, poderia coibir a depredação do transporte público. Entretanto, após a pressão de movimentos sociais, a presidente afastada, Dilma Rousseff, vetou um artigo que classificava como atos de terror “incendiar, depredar, saquear, destruir ou explodir meios de transporte ou qualquer bem público ou privado”.

De acordo com dossiê elaborado pela NTU, apenas em 2016 as operadoras de transporte público do Brasil tiveram de arcar com R$ 29,4 milhões em prejuízos decorrentes de ônibus que foram queimados. Mas, em 2014, a perda foi bem maior: R$ 231,7 milhões.

O cálculo leva em conta o valor para aquisição de um novo ônibus (R$ 350.000,00) multiplicado pela quantidade de coletivos incendiados. Eis o gráfico com a evolução dos custos de 2004 a 2016 (clique na imagem para ampliar):

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Crise econômica aumentou, mas brasileiros queimam menos ônibus
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Fernando Rodrigues

Em 2015, até outubro, foram 272 ocorrências

Em 2014, no ano inteiro, houve 657 casos

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Ônibus incendiado perto da Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo (10.out.2013)

 

Apesar do aprofundamento das crises política e econômica, os brasileiros têm incendiado menos ônibus. Dados da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) mostram que em 2015 foram queimados até agora 272 coletivos. O número é menos do que a metade dos incendiados durante todo o ano passado, quando foram contabilizados 657 casos desse tipo, segundo relato de Douglas Pereira, repórter do UOL.

Há uma coincidência dessa estatística com o volume dos protestos contra o governo no mesmo período. Em 2014, no auge das manifestações contrárias ao governo, houve uma multiplicação dos ônibus incendiados. Agora, em 2015, houve menos protestos –e menos depredação de veículos.

“No passado, os incêndios foram resultado de disputas entre grupos criminosos e que também envolviam a polícia. Recentemente, houve a intensificação dos ataques, principalmente por meio dos movimentos populares violentos”, avalia a NTU.

Já para Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, as manifestações contra o governo federal nada têm a ver com grande número de ônibus incendiados em 2014.

“Não existe essa relação de causalidade entre protestos contra o governo e ataques a ônibus. Todos os protestos organizados pelo MBL desde 2014 foram absolutamente pacíficos e ordeiros”, afirma o líder do MBL.

O Movimento Passe Livre (MPL), responsável pelo primeiro protesto contra o aumento de tarifas do transporte público em São Paulo, acredita que a queima dos ônibus é uma forma de manifestação da população contra o serviço precário oferecido pelo governo.

Caio Cinzento, um dos líderes do MPL, afirma que “a população opta por fazer isso em decorrência das várias violências sofridas diariamente, como as altas tarifas, a qualidade péssima dos ônibus, a superlotação e os assédios”.

O gráfico abaixo mostra a evolução do número de ônibus incendiados de 2004 a 2015 (clique na imagem para ampliar):

Grafico-onibus-incendiados-2004-2015

SÃO PAULO PUXA A FILA
São Paulo teve 268 incendiados em 2014. Ainda assim o Estado continua sendo o local em que mais acontecem atos desse tipo: foram 102 coletivos incendiados em 2015 até outubro. Em seguida, aparece Minas Gerais, com 40 ônibus queimados até agora.

Além das manifestações contra o governo, as organizações criminosas também estão entre as principais causadoras do alto número de ônibus depredados.

No caso da queima de veículos comandada por organizações criminosas, o ato de vandalismo funciona como uma represália a atuação da polícia nas favelas.

Abaixo, os dados por Estado (clique na imagem para ampliar):

Onibus-queimados-2014-2015

De acordo com estimativa da NTU, o prejuízo das empresas nos últimos 12 anos com a queima dos veículos foi de R$ 830 milhões.

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