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Bancada do PT encolhe e volta ao nível de 1998
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Fernando Rodrigues

Partido perdeu 9 cadeiras na Câmara desde 2014

Outras 13 siglas diminuíram de tamanho na Casa

Desfiliações atingiram as 3 maiores legendas no Senado

Novato PMB turbinou trocas: recebeu 21 deputados

Ao todo, 38 deputados mudaram de legenda em 2015

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Plenário da Câmara dos Deputados

O ano legislativo de 2016 começa nesta semana com um Congresso diferente do que saiu das urnas em 2014.

A bancada do PT na Câmara está com 59 deputados, mesmo número de eleitos em 1998, quando o partido fazia oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). A legenda perdeu 9 das 68 cadeiras conquistadas em 2014.

A retração do PT na Casa coincide com um ano decisivo para o governo. Nos próximos meses, a Câmara vota o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

As principais legendas perderam cadeiras na Câmara. O grande indutor desse processo foi o novato Partido da Mulher Brasileira (PMB), fundado no final de 2015 e já detentor de uma bancada de 21 deputados –a maioria do sexo masculino. O PMB pescou seus deputados em 10 siglas diferentes: 3 do PT, 3 do PV, 2 do PTB, 2 do Pros, 2 do PDT, 3 do PRP, 2 do PSDC, 2 do PMN, 1 do PTC e 1 do PMDB.

A apuração é do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.

As movimentações partidárias desidrataram, além do PT, outras 13 legendas. Dessas, 3 deixaram de ter representatividade (PRTB, PRP e PSDC). Neste início de fevereiro de 2016, há 27 partidos com representação na Câmara. O Brasil tem hoje 35 legendas registradas no TSE e aptas a lançar candidatos em eleições.

Eis a lista com as bancadas que perderam cadeiras em relação às eleições de 2014 (clique nas imagens para ampliar):

partidos perderam deputados

TROCA-TROCA PARTIDÁRIO
Na verdade, 10 deputados deixaram de exercer o mandato pelo PT desde a eleição de 2014. A diferença cai para 9 porque Adelmo Carneiro Leão assumiu a cadeira de George Hilton (PRB), que assumiu o Ministério do Esporte.  A diáspora se divide da seguinte maneira: a) 4 filiaram-se a outras siglas b) 6 se licenciaram e acabaram substituídos por parlamentares de outras legendas.

Deixaram o PT Alessandro Molon (Rede), Assis do Couto (PMB), Toninho Wandscheer (PMB) e Weliton Prado (PMB).

Josias Gomes e Nelson Pelegrino tornaram-se secretários do governador Rui Costa (PT-BA). Os mineiros Odair Cunha e Miguel Corrêa passaram a compor o governo de Fernando Pimentel (PT-MG). Rejane Dias assumiu a Secretaria de Educação do Piauí. Patrus Ananias (MG) está como titular do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Em seus lugares entraram Fernando Torres (PSD), Davidson Magalhães (PCdoB), Silas Brasileiro (PMDB), Wadson Ribeiro (PC do B), Mainha (SD) e Ademir Camilo (Pros), respectivamente.

Segundo a Secretaria Geral da Mesa da Câmara, 38 dos 513 deputados trocaram de partido em 2015. Os congressistas Macedo (PSL-CE), Pastor Franklin (PTdoB-MG) e Fábio Motta (PSB-RN) migraram duas vezes. Eis a tabela com cada um dos casos (clique nas imagens para ampliar):

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SENADO
As 3 maiores bancadas do Senado passaram por modificações em seus quadros em 2015.

O PMDB filiou Marta Suplicy (SP), ex-PT, e Blairo Maggi (MT), ex-PR. Ricardo Ferraço (ES) saiu da legenda. O partido ainda sofreu a perda do senador Luiz Henrique Silveira (SC), que morreu em maio de 2015, vítima de um infarto.

Dalírio Beber (PSDB-SC) assumiu a vaga de Silveira. Apesar disso, o PSDB começa 2016 com um senador a menos se comparado ao início do ano legislativo. Alvaro Dias (PR) e Lúcia Vânia (GO) deixaram os tucanos e filiaram-se ao PV e ao PSB, respectivamente.

Já o PT manteve o número de senadores (13) mesmo após a saída de Marta. Isso porque o suplente Donizete Nogueira (PT-TO) assumiu a cadeira de Kátia Abreu (PMDB-TO), nomeada ministra da Agricultura.

Randolfe Rodrigues (AP) trocou o Psol pela Rede e Wilder Morais (GO) saiu do DEM e foi para o PP.

Eis as tabelas com a trajetória das bancadas na Câmara e no Senado (clique nas imagens para ampliar):

bancada-camara-dos-deputados

bancada-senado-2016

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8 partidos escolhem direção até 2014
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Fernando Rodrigues

Siglas farão eleições internas que podem manter ou trocar seu atual comando.

Assim como o PMDB decidiu no último dia 2.mar.2013, pelo menos outros 8 partidos também farão eleições internas antes da votação presidencial de 2014 (o 1º turno será em 5.out.2014). Nesses processos, os partidos elegem seus presidentes ou reconduzem os atuais –no caso do PMDB, Michel Temer continuou no comando.

São mínimas as chances de haver alteração nas cúpulas desses partidos. No Brasil, há pouca ou nenhuma alternância de poder na direção das agremiações políticas.

A tabela a seguir mostra as datas em que as legendas relevantes realizarão suas convenções antes de jun.2014, data limite para que as alianças eleitorais sejam formalizadas.

PDT – a eleição para o comando da legenda será em 22.mar.2013, em Brasília. O atual presidente, Carlos Lupi, é favorito para continuar no cargo (que ocupa desde a morte de Brizola, em 2004). Insatisfeito com os cargos dados por Dilma ao partido, Lupi tem dado a entender que pretende analisar também uma aliança com Eduardo Campos (PSB) ou com Aécio Neves (PSDB). Seu possível adversário é o ministro Brizola Neto (Trabalho), que não tem ainda apoio suficiente para formalizar a vontade de presidir o PDT. Deputados pedetistas dizem que Brizola não representa o partido na Esplanada dos Ministérios e querem sua substituição.

PP – o partido de Paulo Maluf é presidido pelo senador Francisco Dornelles, do Rio de Janeiro, desde 2007. A convenção será em abril de 2013.

O futuro do PP é ainda incerto. O Blog apurou que Dornelles deseja se manter na cadeira de presidente, mas o senador Ciro Nogueira (PP-PI) trabalha de forma incessante para ser o escolhido para presidir a legenda.

Em 2010, o PP não apoiou formalmente nenhum candidato, só entrou para a base de Dilma depois que ela venceu as eleições. É um partido muito escorregadio na hora de formar alianças. Não há como prever com segurança onde estará a legenda em 2014.

PSDB – o maior partido de oposição ao governo fará sua convenção em 25.mai.2013. O deputado Sérgio Guerra, de Pernambuco, sairá da presidência da sigla e os tucanos deverão escolher o senador Aécio Neves, de Minas Gerais, como seu novo presidente. O fato impulsionará a candidatura de Aécio ao Palácio do Planalto. Nesse dia será importante observar quais presidentes de outros partidos aceitarão o convite para marcar presença no evento tucano.

PT – o partido da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolherá seu novo presidente em 6.nov.2013.

No PT, o sistema é conhecido como PED, o Processo de Eleições Diretas. Por meio de voto direto, os filiados elegem as direções municipais, estaduais e nacional da legenda.

O atual presidente, Rui Falcão, é candidato à reeleição e favorito. Ele tem apoio das tendências CNB (de Lula e José Dirceu), PT de Lutas e Massas (de Jilmar Tatto) e Novos Rumos (dele mesmo, de Marta Suplicy e de Vaccarezza). Os possíveis adversários (que poderiam contrariar a candidatura de Dilma ou de Lula ao Planalto caso ganhassem o comando do partido) são Valter Pomar, da tendência Articulação de Esquerda, Renato Simões da Militância Socialista, e Olívio Dutra, da Democracia Socialista com apoio da Mensagem (de Tarso Genro).

PC do B – fará sua convenção em novembro de 2013. O atual presidente, Renato Rabelo, está no cargo há 12 anos. Já manifestou vontade de passar a bola, mas há integrantes da sigla que querem mantê-lo no cargo. O partido tem sido um satélite do PT nas últimas eleições. Dificilmente mudará de comportamento em 2014.

PPS – terá seu congresso nacional em outubro ou novembro de 2013. Deve manter o deputado federal Roberto Freire, de São Paulo, como presidente. Ele ocupa o cargo há 21 anos. A sigla nasceu como dissidência do Partido Comunista Brasileiro. Hoje, integra a oposição junto com PSDB e DEM, com os quais se coligou na eleição presidencial de 2010. Agora, a tendência dentro do partido é dar apoio a um candidato que seja alternativa à polarização entre PT e PSDB. As opções postas são Eduardo Campos, do PSB, ou Marina Silva, em processo de montagem de uma nova legenda, a Rede.

PSOL – o partido fará eleição interna em dezembro de 2013. O atual presidente é o deputado federal Ivan Valente, de São Paulo. Nas últimas eleições o PSOL teve muita visibilidade. Em 2006, com Heloísa Helena, conseguiu o 3º lugar e 6,5 milhões de votos. Em 2010, não repetiu o sucesso de votação, mas Plínio de Arruda Sampaio conseguiu aparecer como candidato polêmico nos debates televisionados. Agora, a legenda cogita lançar o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, ou deputado federal Chico Alencar, do Rio de Janeiro. Marcelo Freixo, deputado estadual no Rio, pretende disputar a reeleição para o mesmo cargo.

PV – o partido terá eleições em março de 2014. Não há expectativa de que o deputado Penna, de São Paulo, deixe o comando da sigla. Ele está no poder há 14 anos. Seu grupo, majoritário no PV, defende que o ex-deputado Fernando Gabeira seja candidato. Já anunciaram publicamente essa opinião.

DEM – o senador José Agripino, do Rio Grande do Norte, é o presidente do partido até dezembro de 2014, quando a eleição presidencial já terá terminado. No momento, o caminho do Democratas é apoiar o candidato que for escolhido pelo PSDB, mas o partido quer ampliar a aliança, como disse Agripino ao UOL e à Folha em 2012.

PR – o senador Alfredo Nascimento, do Amazonas, foi reconduzido para um mandato de mais 4 anos frente ao partido em 2011. O relacionamento da legenda com o governo Dilma é ambíguo: ora aliado, ora opositor. O lado em que o PR estará na próxima eleição dependerá muito dos cargos que receber do governo em 2013. É o que têm dito, sem nenhum pudor, deputados da legenda.

PTB – o presidente nacional, Roberto Jefferson, está há 10 anos no cargo. Foi condenado pelo mensalão e deverá deixar o posto quando a pena passar a valer, provavelmente antes da eleição de 2014. O senador Gim Argello, do Distrito Federal, tem interesse no cargo. Terá que negociar sua ascensão com o grupo ligado ao senador Armando Monteiro, de Pernambuco, que também pode conseguir força para disputar a presidência da sigla. Argello é inclinado a apoiar Dilma Rousseff. Monteiro pende para Eduardo Campos. Mas, em 2010, o partido entrou na coligação que lançou José Serra (PSDB) à Presidência.

PSC – o partido é presidido por Vitor Nósseis há 28 anos e não tem perspectivas de mudar. Apoiou Dilma em 2010, mas seus integrantes se queixam por não terem um ministério no governo Dilma. Também não escondem que têm simpatia pelas candidaturas de Aécio Neves e de Eduardo Campos.

PRB – o partido ligado à Igreja Universal e à Rede Record foi criado com a ajuda de Lula e tem como um de seus ícones o ex-vice presidente José Alencar. Seu atual presidente, Marcos Pereira, ficará no posto até maio de 2015. Até lá, nenhuma mudança deverá ocorrer no partido.

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