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Arquivo : Pasadena

PT escalou responsáveis por Pasadena para falar contra projeto do pré-sal
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Fernando Rodrigues

Gabrielli, Ildo Sauer e Guilherme Estrella falaram na 3ª (8.ago) na Câmara

O trio foi responsabilizado pelo TCU no caso da refinaria no Texas

À época, tribunal apontou perdas que chegam a US$ 792 milhões

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Petroleiros no plenário da Câmara no começo da tarde de hoje (9.ago)

O PT escalou 3 ex-dirigentes da Petrobras para falar na 3ª (9.ago) contra o projeto que retira da estatal a obrigatoriedade de participar na exploração do pré-sal. Os 3 foram apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como responsáveis por prejuízos de US$ 792 milhões decorrentes da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

José Sérgio Gabrielli, Ildo Sauer e Guilherme Estrella eram presidente e diretores da Petrobras em 2006, quando a estatal comprou 50% da refinaria de Pasadena. Na época, o negócio foi fechado por US$ 360 milhões.

Na decisão de 2014, o trio e outros 8 ex-dirigentes da petroleira foram considerados responsáveis pelos prejuízos decorrentes da operação. Somadas, as irregularidades apontadas pelo TCU totalizavam US$ 792 milhões (R$ 1,6 bilhão) em valores da época. Alguns dirigentes chegaram a ter os bens bloqueados.

O debate que começou às 10h da manhã e se estendeu até o começo da tarde, ocupou o plenário Ulysses Guimarães, o principal da Câmara.

BONS DE DISCURSO
Nenhum dos 3 ex-dirigentes da Petrobras mencionou a palavra “Pasadena” em suas falas. Leia aqui o que disseram Ildo Sauer, Guilherme Estrella e José Sérgio Gabrielli.

O projeto discutido na audiência foi apresentado pelo então senador José Serra (PSDB-SP), hoje ministro das Relações Exteriores. Pela proposta, a Petrobras manteria a preferência na exploração dos recursos do pré-sal, mas não estaria mais obrigada a entrar em todos os leilões de blocos de petróleo na área.

Para Gabrielli, o projeto de Serra baseia-se numa visão equivocada: a de que é preciso acelerar a exploração dos recursos do pré-sal, uma vez que o petróleo tende a perder importância e valor nos próximos anos.

“A visão internacional hoje crescente é praticamente unânime: vai haver uma redução da proporção do petróleo na matriz energética mundial, mas essa redução é relativamente pequena: dos 36% da fonte primária de energia de hoje para alguma coisa em torno de 30%, 31% de um volume maior, o que significa que se vai precisar de mais barris de petróleo no futuro do que hoje. Portanto, é uma ilusão pensar que vai haver, nos próximos 40, 50 anos, um abandono do petróleo pela utilização de outras fontes energéticas”, disse Gabrielli.

Além do trio, a oposição também convidou para o debate vários sindicalistas ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que representa os empregados da Petrobras. O grupo vaiou deputados governistas que foram à tribuna para defender o projeto, como Marcus Pestana (PSDB-MG).

PROCESSOS PARADOS NO TCU
Em 2014, o TCU entendeu que a responsabilidade pelos prejuízos com Pasadena era da diretoria da Petrobras e não do conselho de administração da estatal. A presidente afastada, Dilma Rousseff, presidia o conselho à época da compra da refinaria.

Leia aqui a íntegra da decisão de 2014.

A decisão, porém, não equivale a uma condenação definitiva. Meses depois, o TCU decidiu fatiar o processo relativo à refinaria em apurações separadas (chamadas de “tomadas de contas especiais”). Nenhuma delas foi concluída ainda.

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Para ler no fim de semana: “PasadÊna” ou “PasadÍna”?
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Fernando Rodrigues

Há um efeito colateral divertido no chatíssimo noticiário sobre a tal CPI da Petrobras: assistir aos locutores de TV e de rádio se esforçando para pronunciar o nome da cidade dos EUA na qual está a refinaria comprada pela estatal brasileira.

Às vezes falam “PasadÊna”. Mas também se ouve “PasadÍna”, a forma preferencial usada pelos locutores da TV Globo. Ou, na versão mais brasileira, “Pasa-DJI-na”.

Qual é o jeito certo? Qualquer um. Mas pronunciar “PasadÍna” ou “Pasa-DJI-na”, com todo respeito, é sinal de um certo caipirismo renitente. A pessoa deseja parecer ilustrada, mas produz o efeito inverso. Faz lembrar o que dizia aquele grande antropólogo belga sobre os paulistas: “Pensam que são europeus. Agem como se fossem europeus. Mas não sabem como são típicos”.

Os norte-americanos pronunciam algo próximo a “PasadÍna” porque o inglês é a língua local. O “e” em algumas palavras em inglês soa como o “i” em português. Só que o Texas, onde está localizada essa cidade, é uma região que no passado pertenceu ao México. Inúmeros municípios por lá têm nomes espanhóis. Muitos habitantes locais pronunciam os nomes como se fossem espanhóis.

Ao que tudo indica, Pasadena é uma palavra de origem indígena (há diferentes versões a respeito). A cidade texana teria também seu nome inspirado em uma outra, homônima, na Califórnia.

O fato é que no Brasil fala-se “São Francisco” e “Nova York”. Aqui também se fala “ParÍs” e não “ParrÍ” (à moda francesa) nem “PÁris”, como os americanos.

Enfim, os que optam por falar “PasadÍna” ou “Pasa-DJI-na” devem se sentir cosmopolitas. Mas talvez devessem então pensar em passar a pronunciar apenas “New York” e “San Francisco”. Ou “ParrÍ”. #ficaadica

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Governo fica nas mãos de Renan Calheiros
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Fernando Rodrigues

Presidente do Senado decidirá sozinho se requerimentos para CPI da Petrobras são válidos

Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidirá sozinho nesta quarta-feira (2.abr.2014) o destino da CPI da Petrobras. Deve fazer um anúncio no início da tarde.

Renan tem à sua frente dois requerimentos de CPIs e um outro pedindo que nada seja feito.

A primeira CPI é a da oposição. Quer investigar a Petrobras apenas, sobretudo a compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, que teria provocado um prejuízo de aproximadamente US$ 1 bilhão para a estatal.

A segunda CPI foi pedida pelos senadores governistas e visa a investigar a Petrobras, mas também o cartel do metrô em São Paulo e no Distrito Federal, a construção do Porto de Suape (em Pernambuco) e a Cemig, empresa energética de Minas.

Por fim, há também o pedido de que sejam rejeitados as duas CPIs, pois teriam um escopo muito amplo e isso estaria em desacordo com o Regimento Interno do Senado. Esse requerimento de nulidade foi apresentado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil. É pouco provável que Renan aceite esse argumento de Gleisi.

O mais provável é que o presidente do Senado diga que são legais as duas CPIs da Petrobras que estão sendo propostas. Mas uma se sobrepõe à outra, deve prevalecer a que tem lista mais ampla de investigações.

Para o governo o ideal seria não haver CPI. Essa é uma possibilidade hoje remotíssima. Embaralhar o jogo acaba sendo a saída. Ao investigar suspeitas de corrupção que atingem tanto o PSDB como o PSB, o Palácio do Planalto acredita que pode equilibrar o jogo –e o noticiário negativo inevitável que será produzido nos próximos meses.

Renan Calheiros poderia rejeitar a CPI ampla que vai investigar Petrobras, cartel de trens em São Paulo e um porto em Pernambuco. Mas deve aceitar e assim ficará novamente credor do Palácio do Planalto.

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CPI da Petrobras será cobrada no Supremo
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Fernando Rodrigues

Deputado aliado do governo espera há 60 dias resposta da Câmara

Maurício Quintella Lessa (PR-AL) pedirá ao STF que opine sobre assunto

O deputado federal Maurício Quintella Lessa (PR-AL) vai nesta semana ao Supremo Tribunal Federal para tentar viabilizar a CPI da Petrobras. A investigação está requerida, com assinaturas coletadas e validadas, há cerca de 60 dias.

“Falei com o presidente da Câmara, o deputado Henrique Alves [PMDB-RN], mas ele só diz que está analisando. Quero apenas que a Direção da Câmara diga se considera ou não haver fato determinado para a instalação da CPI. Como isso não acontece, vou ao STF pedir que essa decisão seja exigida da Câmara”, diz Quintella, que é de um partido da base de apoio ao Palácio do Planalto.

O que se pretende investigar com essa CPI? A compra e venda de ativos da Petrobrás no exterior, sobretudo uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos.

O caso é complicado. A Petrobras comprou 50% da refinaria de Pasadena em 2006. Pagou US$ 360 milhões. Depois, deu-se uma disputa judicial com um sócio do projeto, a Astra, que detinha outros 50%.

Em junho do ano passado, 2012, a Petrobras comprou os 50% da Astra no negócio. Segundo o Ministério Público, a Petrobras teria desembolsado um total de US$ 1,18 bilhão pela refinaria de Pasadena. Ocorre que há oito anos essa mesma refinaria teria sido adquirida pela ex-sócia da Petrobras por apenas US$ 42,5 milhões.

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