Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : pesquisas eleitorais

44% não se lembram em quem votaram para deputado federal em 2010
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Fernando Rodrigues

Amnésia é mais forte em relação aos candidatos ao Poder Legislativo

No Poder Executivo, 82% recordam em quem votaram para governador e 91%, para presidente

Apenas 28% dos jovens de até 29 anos tentam convencer amigos a votar em determinado político

Pesquisa divulgada nesta 3ª feira (30.set.2014) mostra como ainda é baixo o interesse do brasileiro por política: 44% dos eleitores não se lembram em quem votaram para deputado federal; 43% não se recordam quem escolheram para deputado estadual e 38% se esqueceram de como foi seu voto para senador.

Essa falta de memória ocorre ao mesmo tempo em que mais de 70% dos eleitores têm expressado, em várias pesquisas, um desejo difuso de mudança. Falam sobre a necessidade de o Brasil ser governado de uma maneira diferente. Reclamam da qualidade dos políticos que se apresentam como candidatos nas eleições.

A democracia no Brasil, em geral, é vista apenas como o ato de votar a cada 2 anos. A maioria dos políticos não procura os eleitores entre uma disputa e outra. E os brasileiros também não se interessam em cobrar as promessas feitas pelos eleitos.

É curioso que a amnésia dos eleitores seja mais forte em relação aos ocupantes do Poder Legislativo, justamente aquele que deve servir de conexão entre o Estado e os seus cidadãos.

Quando indagados sobre o voto para o Poder Executivo em 2010, 82% dos pesquisados responderam se lembrar quem escolheram para governador e 91% se recordaram do seu voto para presidente.

Os dados constam de levantamento feito pela consultoria Expertise com 1.188 pessoas de ambos os sexos, todas as classes sociais e unidades da Federação, por meio de questionário online, no mês de setembro.

A iniciativa de convencer amigos e parentes a votar em um determinado político também é uma atitude pouco usual no cotidiano de muitos eleitores brasileiros. Dois terços dos entrevistados responderam que não tentam influenciar seus conhecidos nesse sentido.

O percentual de eleitores que faz campanha dentro do seu círculo de amizades é maior na população mais velha e rica: atinge 42% entre as pessoas com 50 anos ou mais e 42% entre eleitores das classes A e B.

Os jovens parecem ser mais alienados, apesar de terem sido a maioria nos protestos de junho de 2013. Não parecem agora propensos a fazer campanha no atual ciclo eleitoral. Só 28% dos eleitores de até 29 anos tentam convencer conhecidos sobre as qualidades de um determinado candidato.

O levantamento da Expertise também perguntou quais seriam os fatores mais relevantes para um eleitor escolher um candidato. O principal são as propostas apresentadas, citadas por 86% dos entrevistados, o histórico do político (82%) e o fato dele estar ou não enquadrado na Lei da Ficha Limpa (80%). O partido ao qual o candidato é filiado foi considerado importante por apenas 27% dos eleitores –reforçando a percepção de que, no Brasil, os eleitores votam na pessoa, e não na legenda (imagem abaixo).

Reprodução

A pesquisa mediu os principais meios de informação utilizados pelos brasileiros para formarem sua opinião sobre as eleições. Os debates são o principal, citados por 61% dos entrevistados, seguidos pelos portais de notícias na internet (50%), o horário eleitoral gratuito (44%) e as redes sociais (35%).

O levantamento tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-000578/2014.

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Apoio a Dilma cai em Estados mais dependentes do Bolsa Família
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Fernando Rodrigues

7 Estados com mais de 40% das famílias beneficiadas dão menos votos hoje à petista do que em 2010

No total, intenção de voto em Dilma é menor do que sua votação em 2010 em 19 Estados

Em 8 deles, presidente está 10 ou mais pontos abaixo do que estava na última eleição

A votação estrondosa que Dilma Rousseff (PT) obteve em 2010 nos Estados mais beneficiados pelo Bolsa Família não deve se repetir neste ano, segundo as últimas pesquisas.

Sete Estados onde o programa de transferência de renda tem grande impacto dão menos votos hoje para o PT do que na última eleição presidencial: Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Pará e Amazonas.

A petista só está hoje melhor do que em 2010 em 4 dos 12 Estados com mais de 40% das famílias no programa federal, segundo as últimas pesquisas disponíveis: Paraíba, Sergipe, Roraima e Acre.

Em 2006 e 2010, o mapa eleitoral repetiu um padrão duocromático de vermelho (PT) no Nordeste e Norte e azul (PSDB) no Sul e Sudeste, com exceções pontuais.

Mantido o cenário atual nos Estados mais beneficiados pelo Bolsa Família, Dilma terá menos fôlego eleitoral para compensar baixas votações na porção mais ao sul do país.

A tabela abaixo mostra o desempenho da petista por Estado e o alcance do Bolsa Família. A intenção de voto em Dilma é hoje menor do que sua votação em 2010 em 19 Estados. Em 8 deles, ela está 10 ou mais pontos abaixo do que estava em 2010.

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Há uma correlação direta entre o percentual de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e a intenção de voto em Dilma. A tendência é o PT ter melhor desempenho nos Estados mais dependentes do programa de transferência de renda.

Algumas unidades da Federação fogem à regra. Roraima e Acre são exemplos. Têm mais de 40% das famílias inscritas no Bolsa Família, mas registram intenção de votos válidos na petista de 34% e 27%, respectivamente, abaixo da média de Estados com o mesmo patamar de dependência do programa.

Também há pontos fora da curva que beneficiam a petista. Rio Grande do Sul tem 13% das famílias atendidas pelo Bolsa Família e Santa Catarina, 7% –o Estado menos dependente do programa–, e oferecem bons índices de voto para a reeleição da presidente.

O gráfico abaixo mostra essa correlação:

Arte

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Pesquisas utilizadas (instituto, data de entrevistas, margem de erro e registro): AC (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., AC-00042/2014), AL (Ipespe, 13-15.set.2014, 2,4 p.p., AL-00014/2014), AM (Ibope, 8-11.set.2014, 3 p.p, AM-00039/2014), AP (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., AP-00010/2014), BA (Ibope, 6-9.set.2014, 3 p.p., BA-00020/2014), CE (Datafolha, 18-19.set.2014, 3 p.p., CE-00022/2014), DF (Ibope, 16-17.set.2014, 3 p.p., DF-00043/2014), ES (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., ES-00020/2014), GO (Ibope, 7-9.set.2014, 3 p.p., GO-112/2014), MA (Ibope, 17-19.set.2014, 3 p.p., MA-00052/2014), MG (Ibope, 13-15.set.2014, 2 p.p., MG-00092/2014), MS (Famasul, 29.ago-4.set.2014, 3,1 p.p., MS-00031/2014), MT (Gazeta Dados, 5-8.set.2014, 3 p.p., MT-00079/2014), PA (Ibope, 8-11.set.2014, 3 p.p., PA-00026/2014), PB (Ibope, 16-18.set.2014, 3 p.p., PB-00029/2014), PE (Ipespe, 18-19.set.2014, 2 p.p., PE-00027/2014), PI (Ibope, 7-9.set.2014, 2 p.p., PI-00127/2014), PR (Ibope, 16-18.set.2014, 3 p.p., PR-00037/2014), RJ (Datafolha, 8-9.set.2014, 3 p.p., RJ-00034/2014), RN (Seta, 16-18.set.2014, 3 p.p., RN-00029/2014), RO (Ibope, 13-15.set.2014, 3 p.p., RO-00032/2014), RR (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., RR-00008/2014), RS (Ibope, 7-9.set.2014, 3 p.p., RS-00016/2014), SC (Ibope, 14-16.set.2014, 3 p.p., SC-00024/2014), SE (Datavox, 31.ago-2.set.2014, 3,5 p.p., SE-00021/2014), SP (Datafolha, 8-9.set.2014, 2 p.p., SP-00029/2014), TO (Ibope, 8-10.set.2014, 3 p.p., TO-00025/2014), BR (Datafolha, 17-18.set.2014, 2 p.p., BR-0064/2014).

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PMDB, PT e PSDB devem continuar a dominar Senado em 2015
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Fernando Rodrigues

A posição das 3 principais forças políticas no Senado não deve se alterar em 2015, apesar da crescente fragmentação partidária. PMDB, PT e PSDB estão posicionados para repetir, nessa ordem, o pódio de maiores bancadas da Casa, segundo as últimas pesquisas disponíveis.

O PMDB, a maior força política no Senado desde 1994, hoje com 19 cadeiras, tem chance de iniciar o próximo ano legislativo com até 20 senadores. Esse cálculo já considera o possível retorno de 2 senadores peemedebistas afastados para comandar ministérios do governo Dilma Rousseff: Edison Lobão (MA), que comanda a pasta de Minas e Energia, e Garibaldi Alves Filho (RN), atual ministro da Previdência Social.

Mesmo que Dilma Rousseff vença a disputa pelo Planalto, é dado como certo que haverá trocas de ministros –inclusive os nomes do PMDB. Nesse caso, é quase certo que os senadores Edison Lobão e Garibaldi Alves Filho retornem ao Congresso em 2015.

O PT, hoje com 13 senadores, tem possibilidade de ir até a 16 cadeiras no ano que vem, consolidando sua posição de segunda maior bancada. O cálculo também inclui o possível retorno da senadora afastada Marta Suplicy (SP), atual ministra da Cultura.

O PSDB, com uma bancada de 12 cadeiras, seguirá como a terceira maior força, com até 14 senadores a partir de 2015. A projeção considera que Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP), ambos senadores com mandato até 2019, não se elegerão presidente e vice-presidente da República, como indicam as últimas pesquisas.

Haverá mudanças no pelotão dos partidos médios, que reúnem 5 a 10 senadores. O PSB, hoje dono de uma bancada diminuta de 4 senadores, começará o próximo ano com 7 cadeiras, no melhor cenário. Se a previsão se confirmar, os pessebistas terão a quarta maior bancada da Casa, empatados com o PDT, que hoje tem 6 senadores e pode subir para 7.

Na outra ponta, o PTB verá sua atual bancada de 6 senadores encolhida, pelo menos, à metade. Também apresenta viés de queda o PP –que hoje tem 5 senadores, e, no melhor cenário, terá 3 a partir de 2015.

O Senado de 2015 deverá ter a composição mais fragmentada da história, com 17 partidos diferentes. Em 2003, início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Casa tinha senadores de apenas 9 partidos. Hoje há 16 legendas representadas no Senado. Quanto mais partidos, mais demorada e custosa é a busca de consenso em projetos de lei do interesse do Poder Executivo.

A tabela a seguir mostra a evolução das bancadas, por partido, desde a eleição de 1994 e a projeção do melhor cenário para cada legenda de acordo com as pesquisas de intenção de voto mais recentes:

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COMO É FEITA A PROJEÇÃO PARA 2015
A projeção de bancadas para o Senado em 2015 considera 3 fatores:

1) pesquisas: são contabilizados todos os candidatos que estão em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto (isolados na frente ou empatados na margem de erro do levantamento com algum adversário);

2) suplentes: também é considerada nesta projeção a entrada dos suplentes dos 8 senadores com mandato até 2019 que hoje lideram a disputa pelos governos dos respectivos Estados. Se vencerem, sairão do Senado para dar a vaga ao suplente imediato. Os 8 senadores que podem virar governadores em 2015 são os seguintes: Eduardo Braga (PMDB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Delcídio do Amaral (PT-MS), Wellington Dias (PT-PI), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia (PP-RS) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF);

3) volta de titulares: o cálculo projeta que 3 senadores hoje afastados para atuar em ministérios do governo federal devem voltar à Casa em 2015. Seja devido a um cenário em que Dilma, reeleita, decida reformular sua equipe, ou a uma alternância de poder no Palácio de Planalto, com a eleição de Marina Silva (PSB) ou Aécio Neves (PSDB).

Se o cálculo for mais rígido, considerando apenas os líderes isolados nas pesquisas, fora da margem de erro, o cenário muda um pouco. Nessa perspectiva, o PMDB seguiria líder, mas com 17 senadores. O PT iria a 11 cadeiras, O PSDB, a 10. PDT e DEM teriam 5 senadores cada um. O PSB manteria o número atual de 4 cadeiras. PP, PTB e PSD ficariam com 3 senadores cada um. O PR faria uma bancada de 2 senadores. Os demais partidos teriam um senador cada um.

A seguir, a tabela com as disputas pelo Senado nas 27 unidades da Federação:

ArteEste Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

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Pós-Marina, PSB se recupera e já disputa 4 Estados com chance de vitória
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Fernando Rodrigues

No início de agosto, o PSB corria o risco de ficar sem nenhum governador de Estado a partir de 2015, perdendo os 5 que tem no momento. Depois do lançamento de Marina Silva como candidata a presidente, os pessebistas ressurgiram pelo país afora.

Agora, há candidatos do PSB com chances reais de vitória em 3 unidades da Federação (Distrito Federal, Pernambuco e Paraíba). O partido tem chance também de virar o jogo em Roraima –com a nova configuração de candidaturas naquele Estado.

No Espírito Santo, a disputa continua apertada, mas não tanto como na metade deste ano. O atual governador, Renato Casagrande (PSB), e mais os outros candidatos somados estão a 1 ponto de distância (considerado o limite da margem de erro) do líder das pesquisas, Paulo Hartung (PMDB).

Com 3, 4 ou 5 governadores eleitos, o quadro para o PSB nos Estados já é bem melhor do que o de 50 dias atrás.

Quando se observa a situação geral dos partidos, o PMDB aparece ainda com o maior número de favoritos: 9 candidatos a governador com chances de vitória. Em segundo lugar vem o PSDB, com 6. Depois, o PT, com 4.

Eis a seguir uma compilação feita pelo Blog com as pesquisas mais recentes em todas as 27 unidades da Federação:

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Como se observa, há dois Estados com mudanças de candidaturas e ainda sem pesquisas disponíveis testando os novos cenários. Em Mato Grosso e Roraima, políticos fichas sujas saíram da disputa. Em Brasília, também ocorreu uma troca, mas já há pesquisas para a nova configuração de candidaturas.

No Mato Grosso, a saída de José Riva (PSD) tende a não alterar o quadro de maneira substantiva. Nesse Estado, a liderança folgada era de Pedro Taques (PDT), com 39%.

Já em Roraima, quem deixou a disputa foi o líder nas pesquisas, Neudo Campos (PP). O segundo colocado era Chico Rodrigues (PSB).

Quando se observam os Estados para os quais há pesquisas disponíveis, nota-se que a 2 semanas da eleição, só 10 disputas estaduais devem terminar no 1º turno

Se as pesquisas forem confirmadas nas urnas, esta será uma das mais apertadas disputas estaduais em décadas. Em 1994 houve apenas 9 eleições de governadores decididas no 1º turno. Nos anos seguintes, o número foi sempre maior.

Os 10 Estados nos quais pode haver uma decisão definitiva em 5 de outubro, com um candidato tendo, pelo menos, 50% mais 1 dos votos, são os seguintes: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

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No DF, Rollemberg (PSB) tem 28,2% e Agnelo (PT), 19,5%, diz O&P
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Fernando Rodrigues

Pesquisa realizada em 14 a 16.set; margem de erro de 3,09 pontos percentuais

Desistência de Arruda beneficiou Rollemberg; Agnelo ficou estagnado

Ruy Baron/Folhapress - 7.dez.2012

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) (foto) lidera a disputa pelo governo do Distrito Federal com 28,2% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada pelo instituto O&P. O governador Agnelo Queiroz (PT) está em segundo lugar, com 19,5%.

O levantamento foi realizado nos dias 14 a 16 de setembro, após o ex-governador José Roberto Arruda (PR), que liderava as pesquisas, desistir da disputa.

Luiz Pitiman (PSDB) pontuou 7,2% e Jofran Frejat (PR), 5,8%. Toninho do PSOL tem 2,6% das intenções de voto e Perci Marrara (PCO), 0,3%. Votos em branco e nulo são 11,1% e indecisos, 25,3%. A margem de erro é de 3,09%, para mais ou para menos.

No segundo turno, Rollemberg venceria Agnelo por 43,6% a 21,5%, segundo a pesquisa O&P. Brancos e nulos são 13,9% e indecisos, 21%.

A saída de Arruda do páreo beneficiou Rollemberg –na última pesquisa Datafolha, feita em 8 a 9 de setembro, o pessebista tinha 18% e estava em empate técnico com Agnelo, que pontuava 19%.

Senado
Na disputa pela única vaga disponível ao Senado, o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT) lidera com 37,8% das intenções de voto. Em segundo lugar está o também deputado federal Geraldo Magela (PT), com 15,4%.

O senador Gim Argello (PTB) tem 8,2% e Sandra Quezado (PSDB), 2,1%. Os demais candidatos pontuaram menos de 1%. Brancos e nulos são 8,6% e indecisos, 25,6%.

Presidente
Entre os eleitores do DF, Marina Silva (PSB) lidera com 38,9%. Dilma Rousseff (PT) tem 19,1% e Aécio Neves (PSDB), 17,2%.

Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC) têm 1% cada um. Os demais candidatos não pontuaram. Votos em branco e nulo são 7,3% e indecisos, 14,9%.

A pesquisa do instituto O&P foi custeada por recursos próprios e entrevistou 1.000 eleitores em 14 a 16 de setembro de 2014. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo DF-00050/2014.

P.S. às 20h de 18.set.2014: Pesquisa do Ibope realizada em 16 a 17 de setembro e divulgada na noite desta quinta-feira teve resultado divergente da pesquisa O&P. Segundo o Ibope, Rollemberg tem 28% e Agnelo e Frejat estão empatados com 21% cada um.

Consulte a tabela com as pesquisas disponíveis de todos os institutos para o Distrito Federal nas eleições para governador no 1º turno e 2° turno e para senador.

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Dilma recua de 63% para 47% no Nordeste na comparação com 2010
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Fernando Rodrigues

Queda entre nordestinos põe em risco chance de compensar pouco apoio no Sudeste

Antes reduto do lulo-petismo, região agora tem focos de resistência ao PT

Pernambuco e Bahia serão locais inóspitos para o PT no 2º turno

Neste post, a lista completa com as 27 disputas para governador

As pesquisas sobre intenção de voto para presidente e para governadores mostram que Dilma Rousseff enfrenta uma resistência incomum no Nordeste, região que há mais de uma década havia se tornado um reduto eleitoral muito consolidado do PT.

Quando se compara o desempenho de Dilma na região Nordeste na pesquisa Datafolha de 8-9.set.2014 com outra realizada exatamente há 4 anos, em 8-9.set.2010, nota-se que a petista perdeu 16 pontos percentuais nas suas intenções de voto: desceu de 63% para 47%.

Vencer por larga margem no Nordeste e no Norte permitiu a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e a Dilma Rousseff, em 2010, terem desempenhos mais modestos em alguns Estados do Sul e do Sudeste.

Por exemplo, Lula perdeu em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e outros 3 Estados em 2006, mas sua ampla votação no Nordeste (77% no 2º turno) garantiu ao petista mais quatro anos no Planalto.

A mesma fórmula foi usada para Dilma. Em 2010, ela perdeu em 11 unidades da Federação, principalmente no Sul e no Centro-Oeste, mas recebeu estrondosos 70,5% dos votos no Nordeste e foi eleita presidente.

Agora, a equação eleitoral petista apresenta alguns defeitos. Eis o quadro das intenções de voto presidencial por região, em 2010 e 2014 (clique na imagem para ampliar):

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Como se observa, Dilma está hoje pior em quase todas as regiões. A exceção é, talvez, o Norte. Não é possível ter essa informação com precisão, pois o Datafolha divulgava os percentuais do Norte e do Centro-Oeste num mesmo grupo pesquisado nos levantamentos de 4 anos atrás.

Outro dado alarmante para Dilma Rousseff é o fato de que deve haver 2º turno na disputa presidencial com um ambiente pouco amigável para o PT nos dois Estados mais relevantes do Nordeste –Bahia e Pernambuco, responsáveis por 43% do eleitorado da região.

Na Bahia, Estado governado há 8 anos pelo petista Jaques Wagner, o cenário é de possível derrota para o candidato governista, Rui Costa (PT). Ele tem 24% das intenções de voto contra 46% de Paulo Souto (DEM). Há sinais de vitória do demista no 1º turno.

Se a disputa de governador na Bahia for liquidada no 1º turno, esse desfecho liberará todas as forças anti-PT para descarregarem suas energias contra a reeleição de Dilma Rousseff no 2º turno. Esse movimento visará a neutralizar um pouco da alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado.

O mesmo cenário se repete em Pernambuco. O candidato Paulo Câmara (PSB) está em alta, com 39%, contra o nome apoiado pelo PT na disputa pelo governo local, Armando Monteiro (PTB), com 33%. Com ou sem 2º turno entre os pernambucanos, Dilma tende a enfrentar grande resistência. Esse é o Estado natal de Eduardo Campos (1965-2014), cujo grupo político fará tudo o que estiver ao seu alcance para impor uma derrota ao PT.

Só para lembrar, em 2010, Dilma Rousseff foi a mais votada no 1º e no 2º turnos na Bahia e em Pernambuco. Hoje, a situação é incerta, para dizer o mínimo.

Em Pernambuco, Dilma tem hoje 38% das intenções de voto. Marina lidera entre os pernambucanos, com 45%. Na Bahia, Dilma está à frente com 50%. Mas há 4 anos, nesta mesma época da campanha presidencial, a petista tinha 67% em ambos os Estados.

As pesquisas atuais mostram que o voto petista entre nordestinos é hoje menor do que foi em 2010 todos os 9 Estados da região. Eis um quadro com as intenções voto para presidente nessas localidades (clique na imagem para ampliar):

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O quadro acima ajuda a iluminar o que pode ser o cenário do 2º turno na disputa presidencial na região Nordeste. Muitos governadores eleitos ou candidatos favoritos na segunda rodada de votação tendem a fazer campanha contra Dilma Rousseff.

Esse é um ambiente novo para o PT. Em 2006 e 2010, a sigla sob o comando de Lula havia se acostumado a ter a adesão automática de quase todas as forças políticas mais relevantes no 2º turno da eleição presidencial no Nordeste.

Mas esse não é apenas um cenário nordestino. Fica mais fácil entender o que se passa quando se observam todas as disputas de governadores nas 27 unidades da Federação. O desejo de mudança segue forte, como mostra um levantamento atualizado do Blog: só 3 dos 18 governadores que buscam reeleição seriam vitoriosos hoje em 1º turno.

O desejo de mudança nos Estados atinge também o PSB, partido da presidenciável Marina Silva. Os pessebistas têm 4 governadores candidatos à reeleição, mas nenhum é líder isolado. No Espírito Santo e na Paraíba, hoje comandados pela sigla, os candidato da oposição hoje venceriam no 1º turno, segundo as pesquisas disponíveis.

Apenas em 12 Estados a eleição deve terminar em turno único, no dia 5 de outubro. Ou seja, será uma das mais duras disputas em décadas.

Eis como está a disputa nas 27 unidades da Federação, segundo as últimas pesquisas disponíveis:

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Observado o cenário geral, nota-se que o desfecho da corrida presidencial segue incerto. Com os dados disponíveis no momento, há argumentos respeitáveis que podem indicar tanto uma possível vitória da oposicionista Marina Silva como o sucesso da governista Dilma Rousseff.

A favor da petista há o fato de que sua trajetória, no agregado nacional das pesquisas, indica uma ligeira tendência de recuperação (na margem de erro do levantamento). Dilma no momento voltou a ficar empatada tecnicamente com sua principal adversária na disputa, Marina, conforme mostra o levantamento do Datafolha dos dias 8-9.set.2014.

Essa modesta melhora no quadro para Dilma parece ter sido resultado do intenso bombardeio que ela e Aécio Neves (PSDB) desfecharam contra Marina. Foram duas semanas de tentativa de desconstrução do marinisno, o que resultou num aumento da rejeição da candidata do PSB.

A expectativa do PT é que esse processo chamado de “desconstruindo Marina” ainda esteja em andamento nas mentes dos eleitores. No limite, poderá resultar numa candidata pessebista desidratada no início do 2º turno, sem forças para reagir.

Ainda dentro do argumento favorável a Dilma, a petista tem a máquina do governo a seu favor. Só em Brasília, são mais de 20 mil cargos ocupados por pessoas aflitas com a possibilidade de derrota –e da consequência imediata: terem de pedir emprego em prefeituras ou sindicatos ligados à CUT pelo país afora. Vão trabalhar como nunca para ficarem onde estão, reelegendo Dilma.

No 2º turno, o PT também terá o esforço extra de Lula para recuperar o terreno perdido no Nordeste, onde o ex-presidente é muito cultuado e popular. E, por fim, a equipe de marketing contratada pelo PT tem larga experiência em disputas apertadas –João Santana, o marqueteiro, ajudou o partido nas campanhas eleitorais logo depois do escândalo do mensalão.

No extremo oposto desse argumento sobre as chances de Dilma há um raciocínio também consistente a respeito da possibilidade de vitória de Marina.

Para começar, uma pergunta: se tudo o que PT e PSDB fizeram em quase duas semanas resultou na perda de apenas 2 ou 3 pontos percentuais de intenção de voto de Marina Silva, isso significa que a candidata do PSB está sólida no patamar dos 30%, certo? Ou mais: não adianta bater como estão batendo, pois não vai colar esse tipo de crítica em Marina.

Uma das razões para essa espécie de “efeito teflon” que reveste Marina é o vento de mudanças que atinge o país, com os eleitores falando em mudar a política. A candidata do PSB é a que mais incorpora esse sentimento difuso.

Ondas na política têm pouco apelo racional. É quase tudo emoção –e os comerciais petistas contra o PSB tenderiam a ser desprezados, em grande medida, até o final do processo eleitoral.

E quando chegar o 2º turno, como demonstram as pesquisas, há uma tendência natural de muitos eleitores do PSDB –a maioria– migrarem para Marina Silva. Nessa fase da campanha os tempos de rádio e de TV são iguais para as duas candidaturas finalistas. Acaba a preponderância que se vê hoje, com o PT ocupando um latifúndio no horário eleitoral.

Tudo considerado, não há como fazer uma previsão científica sobre qual será o desfecho da eleição presidencial. O que é possível é expor o que mostram as pesquisas e seus diversos cruzamentos –como tentou detalhar este post.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Fontes e observações sobre a tabela das 27 disputas de governadores
Colocação dos candidatos: esta tabela reflete a posição de cada candidato do ponto de vista numérico em que aparecem nas pesquisas. Em alguns casos, esse posicionamento não significa que quem está numericamente em primeiro lugar ocupa de forma isolada essa posição, pois deve ser considerada a margem de erro da pesquisa;
Candidatos ocultos: para uma visualização mais clara, nem todos os candidatos nas disputas estaduais estão colocados nesta tabela, que é apenas uma compilação analítica. Todos os candidatos e suas respectivas pontuações podem ser vistos nas tabelas completas na página de pesquisas deste Blog;
Pesquisas: são usadas aqui as últimas pesquisas disponíveis, desde que estejam devidamente registradas na Justiça Eleitoral;
Metodologia compilada: essa coluna contém, pela ordem, o nome do instituto que fez a pesquisa, a data em que foi aplicado o formulário e a margem de erro do levantamento em pontos percentuais;
Eleitorado: fornecido pelo TSE (abril de 2014).

 

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Com 18 partidos, Senado de 2015 será o mais pulverizado da história
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Fernando Rodrigues

Fragmentação inédita tornará negociações mais difíceis para o próximo presidente

O Senado Federal deverá abrigar em 2015 integrantes de 18 partidos políticos diferentes. Esse cenário emerge das pesquisas de intenção de voto mais recentes. Confirmada essa previsão nas urnas, será a composição mais pulverizada da história do Senado.

O Blog publica neste post uma tabela com a evolução das bancadas nos últimos 20 anos, desde 1994, período no qual se iniciou e avançou o fenômeno da pulverização das vagas no Senado.

Em 2002, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Senado tinha 9 legendas representadas, metade da projeção para 2015. Hoje, a Casa já conta com senadores de 16 partidos diferentes.

O Senado repete a mesma trajetória a Câmara dos Deputados, que também tem aumentado o número de legendas representadas. Hoje, 22 partidos políticos têm deputados federais.

O PMDB, maior bancada no Senado desde 1994, deve manter o posto no próximo ano. A previsão é de que 17 senadores sejam peemedebistas –uma redução de duas cadeiras em relação à composição atual. Ou seja, o maior partido no Senado terá o equivalente a apenas 21% dos votos na Casa.

Essa fragmentação produz mais dificuldades para o Poder Executivo quando é necessário negociar projetos com o Congresso. Quanto mais partidos há, mais tortuosa e demorada é a construção de algum consenso mínimo sobre projetos de lei em tramitação.

De acordo com as pesquisas de intenção de voto, o PT tende a ficar na segunda posição no Senado em 2015, com 14 cadeiras. Em terceiro, a bancada do PSDB, que subiria de 12 para 13 senadores.

O melhor desempenho projetado pertence ao PSB, segundo as pesquisas. A legenda que hoje tem Marina Silva como candidata a presidente pode mais que dobrar sua bancada, de 4 para 9 cadeiras, tornando-se 4ª maior força na Casa.

Caso as pesquisas se confirmem, o maior perdedor será o PTB. A legenda veria suas 6 cadeiras reduzidas a apenas 2. PSC e PPS, hoje ausentes do Senado, teriam 1 cadeira cada um.

COMO É FEITA A PROJEÇÃO
A projeção de bancadas para o Senado em 2015 considera dois fatores:

1) são contabilizados todos os candidatos que estão em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto (isolados na frente ou empatados na margem de erro do levantamento com algum adversário);

2) também é considerada nesta projeção a entrada dos suplentes dos 7 senadores com mandato até 2019 que hoje lideram a disputa pelos governos dos respectivos Estados. Se vencerem, sairão do Senado para dar a vaga ao suplente imediato. Os 7 senadores que podem virar governadores em 2015 são os seguintes: Eduardo Braga (PMDB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Delcídio do Amaral (PT-MS), Wellington Dias (PT-PI), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia (PP-RS).

A tabela a seguir mostra a evolução das bancadas, por partido, desde a eleição de 1994 e a projeção do melhor cenário para cada legenda de acordo com as pesquisas de intenção de voto mais recentes:

Arte

O cálculo acima é generoso com todos os primeiros colocados. Considera como possíveis vitoriosos os candidatos hoje em primeiro lugar nas pesquisas, isolados ou empatados na margem de erro.

Se a fórmula for mais rígida, o resultado se altera um pouco. Por exemplo, quando são incluídos no cenário apenas os líderes isolados na pesquisas, fora da margem de erro. Nesse caso, mantém-se um Senado com 18 partidos representados em 2015, mas o tamanho das bancadas seria diferente. Nessa simulação, o PMDB seguiria líder com 15 senadores. O PSDB e o PT teriam até 9 cadeiras cada um. O PSB teria 7 senadores e o DEM, 4. PDT, PP e PR teriam 3 senadores cada um. PSD ficaria com 2 cadeiras. As demais legendas teriam 1 senador cada uma.

A seguir, a tabela com as disputas pelo Senado nas 27 unidades da Federação:

Arte

O Senado tem 81 cadeiras –são 3 para cada uma das 27 unidades da Federação. Os mandatos são de 8 anos, mas a renovação é parcial, a cada 4 anos.

Neste ano de 2014, serão eleitos apenas 27 senadores (1/3 da Casa). Em 2018, serão renovadas 54 cadeiras (2/3 das vagas). Em 2022, voltam a ser disputadas apenas 27 cadeiras. E assim sucessivamente, a cada 4 anos.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

P.S. às 22h15 de 11.set.2014: Este post foi atualizado com as pesquisas Datafolha divulgadas na noite desta quinta-feira. A única mudança na projeção cabe à bancada do PT em 2015, que sobe de 13 para até 14 senadores. A alteração deve-se ao empate técnico entre José Serra (PSDB) e Eduardo Suplicy (PT) em São Paulo.

(Bruno Lupion)

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Pesquisa Ibope mostra equilíbrio e disputa segue indefinida
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Fernando Rodrigues

Datafolha também indica possível estabilização do quadro

Os números da pesquisa Ibope realizada de domingo (31.ago) a terça-feira (2.set) indicam que a disputa pelo Palácio do Planalto ainda está longe de uma definição –contrariando algumas análises sobre o efeito do crescimento fulminante das intenções de voto de Marina Silva (PSB) nas últimas semanas.

Os números mostram um possível equilíbrio do quadro, quando se consideram os levantamentos mais recentes, tanto do próprio Ibope como do Datafolha [leia ao final do post uma análise específica sobre o Datafolha]. Dilma apenas voltou para o patamar em que esteve nos últimos meses. Marina parece começar a reduzir sua velocidade de crescimento.

O fato é que os números do Ibope demonstram também que a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), teve algum poder de reação nesta semana, variando de 34% para 37% das intenções de voto –num momento em que se ouvia aqui e ali que ela estava começando a esfarelar. O que aconteceu de 26 de agosto (quando foi divulgado o último levantamento) até agora? Somente a grande exposição dos candidatos, cada um do seu jeito.

Se Dilma melhorou seu desempenho, o crédito deve ir para as propagandas no horário eleitoral, ao “minuto do candidato” diário no “Jornal Nacional” (algo sempre tratado como assunto da maior prioridade em todas as campanhas) e às suas duas participações em debates presidenciais (dia 26 de agosto, na Band, e dia 1º de setembro, no SBT).

É claro que a participação da presidente no horário eleitoral foi muito criticada por causa do “discurso do medo”. Muitos também enxergaram um desempenho ruim de Dilma nos debates. Mas nessas horas quem decide são os eleitores, não os analistas. Por enquanto, a petista consegue manter seu eleitorado cativo, flutuando em torno de 35%.

A missão nada fácil de Dilma agora é ampliar suas intenções de voto num eventual segundo turno. Até porque, hoje ela perderia para Marina Silva –46% a 39%, uma diferença de 7 pontos. Só que na semana passada a derrota seria maior: 45% a 36%, uma distância de 9 pontos.

Já Marina Silva enfrenta nesta semana o momento de maior questionamento até agora em toda a sua curta trajetória como candidata a presidente. Teve muita coisa. Eis 3 temas: o caso do programa de governo divulgado na sexta e corrigido no domingo (sobre política LGBT e usinas nucleares), mostrando uma certa insegurança gerencial por parte da pessebista; as palestras remuneradas sem divulgar os nomes de quem pagou, indicando uma cheiro de incompatibilidade com a chamada “nova política”; e os ataques sofridos no horário eleitoral quando foi comparada a Jânio Quadros e a Fernando Collor.

Ainda assim, em meio a intenso tiroteio, Marina subiu de 29% para 33% de intenções de voto. É um grande patrimônio formado, sem contar o favoritismo que continua a manter num eventual segundo turno.

Por fim, Aécio Neves (PSDB) pontuou 15% no Ibope e parece que vai mesmo se acomodando na posição de coadjuvante neste processo. Pelo menos, por enquanto. E é necessário ressaltar o “por enquanto”– afinal, esta é talvez a eleição presidencial pós-ditadura com mais fatos inesperados nesta fase final da campanha.

Quem poderia dizer, há um mês, que Marina Silva despontaria agora como uma das favoritas? Ou que o tucano Aécio Neves estaria despencando nas pesquisas?

Tudo considerado, o mais prudente é dizer que esta eleição continua distante de um desfecho previsível. Teremos de esperar até o dia 5 de outubro. Ou até 26 de outubro, no 2º turno –se houver.

Sobre o Datafolha e o remanso

Divulgada no início da noite desta quarta-feira (3.set.2014), a pesquisa realizada pelo Datafolha de 1º a 3 de setembro tem números que corroboram o levantamento do Ibope. São estudos com metodologias diferentes, mas que chegaram a resultados muito próximos.

O Datafolha, na comparação com seu levantamento anterior, reforça a possibilidade de a campanha ter entrado nestes dias em um certo remanso. O efeito da onda pró-Marina parece ter arrefecido. Dilma estancou uma possível queda mais acentuada e manteve-se em seu patamar. E Aécio Neves confirmou sua desidratação na atual fase da disputa.

O que aconteceu? A morte trágica de Eduardo Campos no dia 13 de agosto teve o efeito de desarrumar o cenário que estava mais ou menos estável até aquela data –Dilma liderava, Aécio segurava de maneira sólida o segundo lugar e Campos era o coadjuvante que iria propiciar um segundo turno.

Houve a onda fortíssima pró-Marina e isso produziu uma miragem para quem não está acostumado com os humores voláteis de campanhas eleitorais. Parecia que a candidata do PSB estava se aprumando para liquefazer seus adversários e até vencer no primeiro turno.

Agora, o cenário parece mais estabilizado. Se os eleitores vão manter essa tendência até o final é outra história.

Por falar em história, em geral, as grandes mudanças nas intenções de voto se dão nos primeiros 10 dias do horário eleitoral. Depois, outras alterações acentuadas podem ocorrer nos 10 dias finais da campanha –ou seja, só a partir de 25 de setembro. Isto é: se esta campanha não trouxer mais fatos e acontecimentos mirabolantes.

p.s.: este post foi atualizado às 20h30.

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Marina tem 28,2% e ganha de Dilma no 2° turno, diz CNT
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Fernando Rodrigues

Pesquisa realizada em 21 a 24 de agosto; margem de erro de 2,2 pontos percentuais

Ragel Patrasso/Xinhua - 26.ago.2014

Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, tem 28,2% das intenções de voto no primeiro turno e venceria a presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno por 43,7% a 37,8%, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta 4ª feira (27.ago.2014).

Dilma lidera no primeiro turno, com 34,2%, e Aécio Neves, do PSDB, tem 16%. Em um segundo turno entre Dilma e Aécio, a petista teria 43% e o tucano, 33,3%. Se a disputa fosse entre Marina e Aécio, a pessebista venceria por 48,9% a 25,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na pesquisa Ibope divulgada na 3ª feira (26.ago.2014), Dilma tem 34% das intenções de voto, Marina, 29%, e Aécio, 19%. No segundo turno, Marina alcança 45% contra 36% de Dilma. A diferença do resultado se explica pela data de captação e metodologia dos levantamentos. A pesquisa CNT/MDA entrevistou 2.002 eleitores nos dias 21 a 24 de agosto. O Ibope colheu dados de 2.506 eleitores nos dias 23 a 25 de agosto.

Segundo a pesquisa CNT/MDA, Pastor Everaldo (PSC) tem 1,3%. Os demais candidatos têm menos de 1% das intenções de voto cada um. Brancos e nulos somam 8,7% e indecisos, 10,4%.

Aprovação de Dilma
O governo Dilma Rousseff é aprovado (considerado ótimo ou bom) por 33,1% dos eleitores e reprovado (indicado como ruim ou péssimo) por 28,8%, segundo o levantamento. Para 37,4%, o governo é regular.

Na pesquisa anterior, feita em 8 a 12 de agosto, o governo era aprovado por 33,2% e reprovado por 28,9%. Outros 37,1% o consideravam regular.

O desempenho pessoal de Dilma é aprovado por 47,4% dos entrevistados e reprovado também por 47,4%. No levantamento anterior, o desempenho da petista era aprovado por 48,8% e reprovado por 47,6%.

A pesquisa CNT/MDA está registrada no TSE sob o protocolo n° BR-00400/2014.

Consulte a tabela com as pesquisas disponíveis de todos os institutos para as eleições presidenciais no 1º turno e no 2º turno.

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Marina sinaliza com possível virada inédita em eleições presidenciais
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Fernando Rodrigues

Nunca um candidato começou o horário eleitoral atrás nas pesquisas e acabou vencendo a disputa

A pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (26.ago.2014) mostra que a disputa presidencial pode ter uma virada inédita.

Nunca um candidato que começou o horário eleitoral atrás nas intenções de voto conseguiu vencer esse tipo de disputa.

Segundo o Datafolha, nos dias 14 e 15 de agosto, a corrida presidencial tinha Dilma Rousseff (PT) com 36%, seguida por Marina Silva (PSB), com 21%, e Aécio Neves (PSDB), com 20%.

O horário eleitoral com propagandas no rádio e na TV teve início em 19 de agosto. Agora, o Ibope realizado de 23 a 25.ago.2014 mostra que Dilma tem 34% contra 29% de Marina. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos, para mais ou para menos.

Aécio Neves tem apenas 19%. Há sinais de que o tucano derreteu neste momento com a entrada da pessebista na disputa.

Mais relevante do que o cenário de primeiro turno é o que o Ibope aponta para o segundo turno. Na hipótese de o confronto ser entre Dilma e Marina, a petista pontuaria 36% contra robustos 45% de Marina.

A “Folha de S.Paulo” publicou reportagem em sua edição de hoje (26.ago.2014) com dados de todas as eleições presidenciais diretas pós-ditadura militar. Nota-se que sempre houve um padrão: quem estava à frente nas pesquisas de intenção de voto no início do horário eleitoral acabava vencendo a disputa –independentemente de quanto tempo disponível tinha para fazer comerciais na TV e no rádio.

Se confirmar o seu desempenho nas urnas em 5.out.2014, Marina Silva poderá protagonizar uma virada inédita em uma eleição presidencial brasileira.

Consulte a tabela com as pesquisas disponíveis de todos os institutos para as eleições presidenciais no 1º turno e no 2º turno.

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