Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Polícia Federal

Lava Jato está há 22 dias sem ações. Média é de nova fase a cada 27 dias
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Fernando Rodrigues

Hiato desde a última fase da Lava Jato está dentro da média

Moro libera vagas na carceragem. Há expectativa de mais ações

Alberto Youssef e outros 2 prestam novos depoimentos hoje

São Paulo - Polícia Federal chega a construtora Odebrecht na 23ª fase da Operação Lava Jato( Rovena Rosa/Agência Brasil)

Polícia Federal na sede da Odebrecht, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato

A operação Lava Jato completa hoje (4.mai) 22 dias sem a deflagração de uma nova fase. O intervalo está dentro da média, que tem sido de 27 dias desde a 1ª fase da operação, em 17.mar.2014.

A última fase da Lava Jato (a 28ª) ocorreu em 12.abr e foi batizada de Vitória de Pirro. Na ocasião, foi preso o ex-senador Gim Argello (PTB-DF).

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Os maiores intervalos entre fases da Lava Jato foram os que antecederam a 7ª Fase, batizada de “Juízo Final”, e a 9ª fase, a “My Way”. Os intervalos foram de 81 e 76 dias, respectivamente.

Os cálculos baseiam-se no último balanço da Lava Jato, divulgado pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba na 2ª feira (2.mai).

O trabalho da força-tarefa da Lava Jato, sediada em Curitiba (PR), também continua entre uma fase e outra da operação. Hoje, às 14h, o juiz Sérgio Moro colhe novos depoimentos do doleiro Alberto Youssef e de 2 operadores ligados à ele, João Procópio e Rafael Ângulo.

Além disso, o hiato provoca em Brasília o temor de que uma nova fase da operação esteja próxima.

Na 2ª feira (02.mai), Moro determinou a transferência de 4 presos que estavam na carceragem da PF para um presídio estadual do Paraná. Deixaram a PF o publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura; o ex-senador Gim e o empresário Ronan Maria Pinto. Ontem, Moro determinou que mais 4 presos da Lava Jato deixassem a carceragem da PF.

Ao pedir a transferência dos investigados para o Complexo Médico Penal, em Curitiba, o delegado da PF Igor Romário de Paula argumentou que a carceragem da PF é destinada a presos provisórios e que a limitação de espaço “dificulta a movimentação de presos em flagrante e de eventuais operações policiais”. A “liberação de espaço” reforça o medo entre pessoas que temem uma prisão.

QUANDO CONTA?
Para a Polícia Federal, só são consideradas “fases” da Lava Jato as ações feitas a pedido da força-tarefa de Curitiba. Não conta como “fase”, por exemplo, a Operação Catilinárias, deflagrada em dez.2015 contra parte da cúpula do PMDB. Nesse caso, a ordem partiu do Supremo Tribunal Federal e não da Justiça em Curitiba.

Desde o início da operação, 67 pessoas já foram condenadas por algum crime na 1ª instância, em Curitiba. Segundo o balanço, há hoje 16 ações penais em andamento sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.

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Delegado aposentado da PF volta a convocar protestos contra o governo
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Fernando Rodrigues

Em vídeo, Jorge Pontes classifica PT de organização criminosa

Carioca foi chefe de escritório na França e membro da Interpol

Em vídeo, delegado Jorge Pontes convoca protestos contra o o governo

Em vídeo, delegado Jorge Pontes convoca protestos contra o o governo

Entre os vídeos que circulam nas redes sociais convocando a população para protestos nas ruas no dia 13.mar, chama a atenção o de Jorge Barbosa Pontes. O delegado federal aposentado aparece nas imagens classificando o PT de organização criminosa.

O vídeo foi publicado no último domingo (28.fev.2016), um dia antes da interferência do Planalto na PF voltar ao centro do debate político com o pedido de demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Não é a primeira vez que o delegado faz críticas abertas aos governos petistas. Ele já publicou, inclusive, artigos em alguns dos principais jornais do país. Em um deles, afirma que “é mais fácil acreditar em Saci Pererê ou no coelhinho da Páscoa do que nas promessas dos atuais governantes”.

Ao Blog, Pontes disse que tomou a iniciativa porque a corrupção virou algo “totalmente consolidado” nos governos do PT. “Hoje, se você abrir as páginas políticas dos grandes jornais e não encontrar pelo menos dez vezes as palavras ‘Polícia Federal’, você está em Marte”, disparou. “A Justiça Federal não está combatendo o crime organizado, mas o crime institucionalizado, que usa todas as estruturas do governo em seu favor.”

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Delegado desde 1995, após 8 anos como agente federal, Pontes disse já ter sofrido pressão durante o exercício de seu trabalho. “Às vezes, surgia alguém querendo saber das nossas operações, com conversa mole. Infelizmente, nós não temos a mesma blindagem constitucional de juízes ou procuradores.”

Aposentado desde 2014, o delegado afirma não temer qualquer tipo de retaliação por se posicionar contra o governo. “Na verdade, temo que esse governo continue. Represália são os preços dos produtos quando entro no supermercado. O PT tomou o país todo de assalto.”

O Código de Ética da Polícia Federal proíbe os agentes públicos de “divulgar manifestação política ou ideológica conflitante com o exercício das suas funções”. O texto, no entanto, não diz se a regra se aplica a servidores aposentados.

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Delcídio nega ameaças e pede “imparcialidade” em carta a senadores
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Fernando Rodrigues

Mensagem foi assinada e enviada aos 80 colegas do petista

Cartas lacradas chegaram na tarde desta 6ª feira (26.fev)

Delcídio terá a cassação do mandato julgada pelos colegas

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O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) antes da prisão

Delcídio do Amaral (PT-MS) enviou carta aos seus 80 colegas senadores nesta 6ª feira (26.fev) negando ter feito ameaças contra eles e pedindo a “imparcialidade” dos demais na decisão sobre a cassação do seu mandato.

O Blog teve acesso à correspondência, que foi entregue lacrada nos gabinetes dos senadores. O documento é assinado individualmente por Delcídio e tem a data de ontem (25.fev).

“Alguns órgãos da mídia nacional publicaram, nessa semana, inverdades imputando-me a propagação de ameaças e constrangimentos aos meus pares do Senado, com o objetivo de evitar uma eventual cassação do meu mandato parlamentar”, diz o trecho inicial.

Colaborou o repórter do UOL André Shalders.

“Ante a sincera deferência que tenho por V.Exª, sinto-me obrigado a esclarecer os fatos e restaurar a verdade: – Tais notícias são falsas e delirantes!”, continua o texto.

No fim da carta, Delcídio reafirma sua lealdade ao Senado e diz continuar “confiante nas decisões do Poder Judiciário” ter certeza da “imparcialidade” de cada um dos 80 destinatários da mensagem.

carta_delcidio

A carta enviada por Delcídio

COLEGAS JULGARÃO CASSAÇÃO DE DELCÍDIO
Caberá aos senadores julgar o pedido de cassação do mandato de Delcídio do Amaral, apresentado pelo PPS e pela Rede Sustentabilidade em 01.dez.2015. Antes de ir a plenário, a representação precisa ser aprovada pelo Conselho de Ética do Senado.

Pesa contra Delcídio a acusação de ter tentado ajudar a preparar uma rota de fuga para Nestor Cerveró, um dos acusados de crime pela Operação Lava Jato. O senador nega ter de fato planejado tal estratégia. Diz que quando foi gravado –por um filho de Cerveró– falando sobre o assunto estava apenas contando vantagens de maneira indevida.

Descoberto o plano, Delcídio passou 87 dias preso. Está há pouco mais de uma semana livre, mas com algumas restrições –tem horários específicos para trabalhar e para ficar em casa.

O processo no Conselho de Ética foi interrompido nesta semana por um pedido de afastamento do relator Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), apresentado pela defesa de Delcídio.

A ideia de Delcídio agora é passar um período em São Paulo, pois recebeu autorização para fazer exames médicos de rotina num hospital paulistano.

SAÍDA DA CAE
Na 2ª feira (29.fev.2016), uma nova carta do senador por Mato Grosso do Sul deverá chegar aos seus colegas na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ainda formalmente presidida por ele.

Delcídio pretende abrir mão da presidência da CAE e se dedicar apenas à sua defesa na Justiça e perante o Conselho de Ética do Senado.

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PF apreende coleção de carros de operador da Lava Jato
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Fernando Rodrigues

Frota inclui modelos clássicos da Mercedes, Porsche, Chevrolet e Alfa Romeo

Veículos pertencem ao engenheiro Zwi Skornicki, apontado como operador 

Ele  é acusado de repassar U$$ 4,5 milhões a marqueteiro do PT

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Carros apreendidos pela Lava Jato nesta 2ª feira (22.fev.2016)

 

Um vídeo gravado durante a 23ª fase da Operação da Lava Jato mostra agentes da Polícia Federal vistoriando uma coleção de carros antigos do engenheiro Zwi Skornicki. Os automóveis foram apreendidos.

Apontado pela PF como um dos operadores de propina da Petrobras, Skornicki foi preso esta manhã em sua casa, na Barra da Tijuca, no Rio.

O engenheiro é acusado de repassar U$$ 4,5 milhões ao marqueteiro do PT, João Santana –que nega ter cometido irregularidades.

Pelo menos 6 modelos clássicos aparecem no vídeo obtido pelo Blog. 

Um Porsche 911 Targa 1978 (branco); um Mercedes-Benz 280 SL Pagoda 1963-1971 (verde escuro); um Chevrolet Corvette conversível 1966 (prateado); uma Alfa Romeo Spider (vermelho); um Chevrolet Bel Air 1955 “hot rod” (azul metálico) e um Mercedes SL R107 1972-1989 (preto). Skornicki teve ainda uma lancha apreendida na operação.

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Foragida da Lava Jato é vista no Panamá
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Fernando Rodrigues

Chefe da Mossack Fonseca Brasil estava na sede panamenha

Informações foram publicadas pelo jornal “La Prensa”

Mossack & Fonseca diz que escritório do Brasil era “franquia”

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A Cidade do Panamá, centro financeiro do país

A advogada Maria Mercedes Riaño Quijano, chefe do Mossack Fonseca no Brasil, foi vista na 4ª feira (27.jan.2016) na Cidade do Panamá, capital do país.

Mercedes é procurada pela Polícia Federal brasileira desde 4ª feira, quando o juiz federal Sergio Moro aceitou um pedido de prisão preventiva contra ela. A informação foi publicada pelo jornal panamenho “La Prensa”.

Para o Ministério Público Federal, a Mossack & Fonseca Brasil auxiliou investigados da Lava Jato a ocultar dinheiro de propinas.

A apuração é do repórter do UOL André Shalders.

Mercedes esteve na sede global da Mossack & Fonseca, na Cidade do Panamá, no mesmo dia em que a PF deflagrava a fase “Triplo X” da Lava Jato.

A Mossack Fonseca Brasil também enviou nota ao jornal na madrugada de ontem (28.jan), assinada pela própria Mercedes.

Em outra nota enviada ao jornal, a Mossack Fonseca panamenha diz que o escritório brasileiro era apenas “uma franquia” da companhia, administrada por Mercedes. Clique aqui para ler a íntegra.

A seguir, a íntegra da nota da Mossack Fonseca Brasil, assinada pela foragida Maria Mercedes Riaño Quijano. Ela trata do uso de offshores para comprar imóveis no Guarujá, num edifício que foi alvo da Operação Lava Jato:

A Mossack Fonseca Brasil deseja manifestar sua posição a respeito das informações divulgadas nos meios de comunicação. Nossa empresa está sendo injusta e erroneamente envolvida em assuntos os quais não temos qualquer envolvimento ou ingerência alguma.

Esclarecemos que:

– A solicitação de aquisição de companhia foi recebida por parte de um cliente intermediário, o qual, por sua vez, atende aos clientes finais. 


–­ Contamos com um departamento que conduz exaustivos programas de diligência para verificar a legitimidade de cada um de nossos clientes. 


– No momento de receber a solicitação da companhia mencionada, se realizaram as buscas das informações e as diligências correspondentes, as quais não se encontraram resultados negativos nem vinculação com alguma pessoa politicamente exposta.

– Não participamos da compra, empréstimo ou financiamento de qualquer imóvel, assim como tampouco não oferecemos assessoria imobiliária no Brasil. 


– ­Não temos nenhum tipo de relação com os personagens políticos expostos que são mencionados recentemente em diferentes meios de comunicação. 


– Não somos investigados e não recebemos nenhuma demanda judicial ou policial por parte de autoridade local ou estrangeira.

– Não apadrinhamos nem facilitamos o descumprimento da legislação vigente no Brasil.

– Sempre cumprimos e respeitamos estritamente toda a legislação brasileira e internacional.

– Todos os serviços que prestamos são prestados dentro do âmbito da legalidade e seguem as estritas normas éticas e de verificação da idoneidade dos clientes.

– Estamos sempre dispostos a cooperar com as autoridades que solicitem informações pelos canais legalmente estabelecidos e cumprindo com todos os procedimentos da legislação.

Esclareceremos toda a situação com a imprensa local em relação às acusações equivocadas feitas contra nossos colaboradores e nossa empresa.

Maria Mercedes Riaño

Gerente General 


MOSSACK FONSECA BRASIL


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PF aumenta operações com Dilma, mas investimentos ficam estagnados
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Fernando Rodrigues

Operações dobram desde 2011, mas investimento estaciona

Série histórica mostra os gastos com a PF nos últimos 15 anos

Gastos do Ministério da Justiça diminuíram nos anos Dilma

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Agentes da PF em operação contra jogo ilegal, em 2012

A Polícia Federal quase dobrou o número de operações especiais nos últimos 5 anos, mas o total investido pelo governo na corporação ficou estagnado.

Em 2011, o 1º ano de Dilma, a corporação consumiu R$ 5,78 bilhões (cifra atualizada monetariamente). Esse valor é próximo ao empregado em 2015: R$ 5,73 bilhões. Ao mesmo tempo, o número de operações especiais feitas pela PF passou de 284 (2011) para 512 (2015).

Durante os 2 mandatos de Lula (PT), o total gasto pela PF cresceu de maneira robusta: saiu de R$ 3,85 bilhões (2003) para R$ 6,09 bilhões (2010), em valores corrigidos pelo IPCA. O aumento percentual foi de 58%.

Os valores citados neste post estão corrigidos com base na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os dados são da ONG Contas Abertas. A apuração é do repórter do UOL André Shalders.

O fortalecimento e a autonomia da Polícia Federal fazem parte do discurso de Dilma e do PT desde as eleições de 2014.

Na gestão Dilma, o Ministério da Justiça como um todo diminuiu seus gastos. Foram de R$ 11,48 milhões para R$ 10,38 bilhões em 2015, em valores corrigidos.

Este ponto é enfatizado pelo governo. “Mesmo em tempos de vacas magras, nós priorizamos as polícias e a PF”, disse ao Blog o secretário-executivo do MJ, Marivaldo de Castro Pereira.

A tabela abaixo mostra o total gasto pela PF nos últimos 15 anos (clique na imagem para ampliar):

tabela_pf_v2De 2011 a 2015 não houve variação significativa no financiamento da Polícia Federal. O ano com menos gastos foi 2013, com R$ 5,35 bilhões.

JUSTIÇA PRIORIZA PF, DIZ SECRETÁRIO
Número 2 na hierarquia do Ministério da Justiça, Marivaldo de Castro enfatiza que a pasta tem priorizado a PF, mesmo em tempos de corte de gastos.

“Podemos ser criticados por muitas coisas, mas não por essa. Garantir os recursos para a Polícia Federal é uma preocupação constante nossa”, diz ele. Segundo Marivaldo, os servidores da PF estão hoje entre os mais bem pagos do Executivo federal.

Ao Blog, o secretário enfatizou ainda que o uso de valores corrigidos não é usual na discussão sobre o orçamento do governo. “Os recursos para cada área são calculados em função da demanda e dos projetos de cada ano, e não em relação ao ano anterior”, diz ele.

NOTA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
O MJ encaminhou uma nota ao Blog. Eis a íntegra da mensagem:

“De acordo com a própria Polícia Federal, em janeiro de 2016, temos o montante de R$ 543.871.513,30 de restos a pagar de anos anteriores, o que influencia significativamente no montante dos valores pagos indicado pelo levantamento do Contas Abertas.

As estatísticas dos anos anteriores serão alteradas conforme o pagamento dos restos a pagar referentes a 2012, 2013, 2014 e 2015.

Além disso, temos que incluir, no cálculo dos valores pagos do DPF, parte dos valores pagos por outras secretarias e unidades do MJ para o DPF, como é o caso da Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos (SESGE/MJ) que, pelo menos desde 2013 – Copa das Confederações –, vem executando parte de seu orçamento para a Polícia Federal. Enviaremos esses dados na sequência.

Por fim, cabe salientar que o número de operações e emissões de passaportes pela PF só aumentou nos últimos anos, conforme os dados abaixo.

NÚMERO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS DEFLAGRADAS:
2015 – 512
2014 – 396
2013 – 303
2012 – 295
2011 – 284
2010 – 252
2009 – 236
2008 – 219
2007 – 183
2006 – 149
2005 – 69
2004 – 48
2003 – 18

NÚMERO DE PASSAPORTES EMITIDOS

ANO    PASSAPORTES EXPEDIDOS
2010    1.587.660
2011    2.094.589
2012    1.943.370
2013    2.131.112
2014    2.280.507″

Valores pagos pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) aplicados no DPF:

2011
Nominal: R$ 7.518.952,27
Corrigido pelo IPCA: R$ 9.547.937,76

2012
Nominal: R$ 2.617.698,62
Corrigido pelo IPCA: R$ 3.119.740,29

2013
Nominal: R$ 41.383.508,63
Corrigido pelo IPCA: R$ 46.629.805,27

2014
Nominal: R$ 69.652.609,07
Corrigido pelo IPCA: R$ 74.152.167,62

2015
Nominal: R$ 5.794.285,74
Corrigido pelo IPCA: R$ 5.794.285,74

Note-se que 2013 e 2014 tiveram valores elevados por conta da Copa do Mundo e das Confederações.”

A ORIGEM DOS NÚMEROS
Segundo o economista Gil Castelo Branco, fundador da ONG Contas Abertas, os números levantados representam o total financeiro desembolsado em cada ano, incluindo os chamados “restos a pagar”. Em 2016, quando os “restos a pagar” forem quitados, os valores serão inclusos no total financeiro desembolsado do ano.

As cifras apresentadas na tabela mostrada neste post já consideram os recursos pagos por outras secretarias e unidades do Ministério da Justiça para a Polícia Federal, como pede o secretário Marivaldo de Castro.

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Polícia Federal reduziu ações e prisões em 2015
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Fernando Rodrigues

Foram 294 operações e 2.017 detidos no ano passado

Em 2014, PF comandou 390 ações e prendeu 3.769 pessoas

PF contesta números; leia nota ao final deste post

PF faz operação de busca e apreensão na residência oficial de Eduardo Cunha

Apesar de rumorosas ações no final de 2015, um balanço parcial da PF indica que o ano passado teve menos operações e menos detidos do que em 2014.

Um levantamento do Blog indica que houve 294 operações conduzidas pela PF em 2015. No ano anterior, 2014, foram 390 ações.

Quando se considera o número de prisões, também há queda na comparação dos 2 últimos anos. Em 2015, foram detidos 2.017 pessoas. Em 2014, o total foi de 3.769 pessoas enviadas à cadeia.

Eis os números detalhados (clique na imagem para ampliar):

7b68843c-b30a-447d-ab1c-a5d44b880d02Os números de 2015 ainda não são definitivos. A Polícia Federal divulga em seu site ter realizado 272 operações de 1º janeiro a 24 novembro de 2015, com a detenção de 1.760 pessoas. Essa estatística não contabiliza ações que correm sob sigilo nem outros casos do final do ano passado (Delcídio do Amaral, Edson Ribeiro e André Esteves, por exemplo).

O Blog somou a estatística da PF até novembro com as operações conhecidas do mês seguinte. Chega-se então uma média de 0,81 operação a cada dia de 2015 e 6,86 presos por operação.

As informações são dos repórteres do UOL Luiz Felipe BarbiériAndré Shalders e Mateus Netzel.

É provável que os números de 2015 aumentem com a publicação do balanço final da PF, que será divulgado até abril deste ano. Ainda assim, o resultado deve ficar abaixo do registrado em 2014. Naquele ano, a PF deteve 3.769 pessoas e executou 390 operações. A média foi de 1,1 operação por dia e 9,7 detidos por ação.

Além da prisão de executivos de empreiteiras, 2014 ficou marcado pelo combate à corrupção no serviço público. Foram 163 servidores presos, contra 35 até novembro de 2015.

A pouco conhecida Operação Papilha, em Paty dos Alferes, no Rio de Janeiro, foi a que mais levou pessoas para a cadeia em 2015. A PF investigou a realização de um campeonato de rinha de galos e deteve 130 pessoas de uma vez. A Lava Jato aparece em seguida, com 58 presos no ano passado.

A superintendência da PF que mais trabalhou foi a de São Paulo, com 33 operações. Na sequência, aparecem Paraná, com 29 ações (sendo 13 da Lava Jato), Minas Gerais (21), Distrito Federal (20) e Rio Grande do Sul (17).

Minas Gerais lidera em número de prisões executadas no ano passado: 283. São Paulo (175), Paraná (151) e Rio Grande do Sul (109) completam a lista.

TOP OF MIND
A operação mais lembrada na internet em 2015 foi, de longe, a Lava Jato, com 545.528 artigos e 2 milhões de tweets, de acordo com a Consultoria Bites. Em seguida aparece a Zelotes, com 24.878 e 284.479, respectivamente. A Operação Acrônimo foi a 3ª mais veiculada: 12.734 artigos e 28.862 tweets a respeito.

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P.S.1: A Polícia Federal enviou nota ao Blog contestando os números aqui publicados. Leia a íntegra:

Esclarecimento ao Blog do Fernando Rodrigues UOL

A Polícia Federal esclarece que, diferentemente do que foi publicado nesta quarta-feira (6) na matéria “Polícia Federal reduziu ações e prisões em 2015” pelo Blog do Fernando Rodrigues, no portal UOL, o número de operações e prisões realizadas pela instituição cresceu em 2015 quando comparado ao ano anterior.

Em 2015, a Polícia Federal realizou 512 operações, contra 396 operações contabilizadas em 2014. Da mesma forma, o número de prisões cresceu. Em 2015, foram cumpridos 1.732 mil mandados de prisão preventiva e 719 mandados de prisão temporária, totalizando 2.451 mil prisões. Além das prisões, em 2015 foram feitos 510 flagrantes decorrentes das operações. Das ações, resultou a prisão de 198 servidores públicos.

Para efeito comparativo, em 2014 a Polícia Federal deu cumprimento a 1.533 mil prisões preventivas e 556 prisões temporárias, números inferiores aos registrados em 2015. Além disso, ainda em 2014, a instituição realizou 709 flagrantes nas operações. Como resultado das ações, 181 servidores públicos foram presos.

Os números de conduções coercitivas e mandados de busca e apreensão também cresceram de 2014 para 2015. Em 2014, a Polícia Federal deu cumprimento a 4.473 mil mandados de busca e apreensão, contra 5.761 mil em 2015. Com relação às conduções coercitivas, em 2014, 996 pessoas foram conduzidas às unidades da Polícia Federal. Em 2015, esse número subiu para 1.743 pessoas.

Os dados foram extraídos nesta quarta-feira (6) pelo Grupo de Controle de Operações da Polícia Federal. Os números de 2015 ainda não foram homologados e estão sujeitos a alterações.

P.S.2: resposta do Blog à Polícia Federal:

A reportagem baseou-se em informações oficiais, que estão disponíveis no próprio site da Polícia Federal. O texto do Blog destacou que se trata de balanço preliminar e sujeito à alterações. Ressalta ainda que o número de operações de 2015 tende a aumentar com a divulgação do balanço oficial.

É necessário registrar que, ao ser procurada pela reportagem antes da publicação deste post, a Polícia Federal disse que ainda não tinha mais informações do que as publicadas em seu site. Agora, em menos de 24 horas, diz em sua resposta (sem detalhar) que  houve 512 operações em 2015. O envio dessas informações, quando do contato da reportagem, teria evitado a publicação dos números parciais.

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Dinheiro do fundo de pensão dos Correios foi parar em conta nos EUA
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Fernando Rodrigues

Transações envolvem ex-presidente do fundo e foragido da PF

US$ 4 milhões foram transferidos para conta no Barclays

CPI quebra sigilo de 8 parentes de Fabrizio Neves, foragido

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Alexej Predtechensky em depoimento à CPI, em set.2015

Dinheiro suspeito de ter vindo de fraude no fundo de pensão dos Correios, o Postalis, foi transferido para uma conta no banco Barclays, em Nova York. A transação envolve empresas do ex-presidente do Postalis, Alexej Predtechensky, e do operador de mercado Fabrizio Dulcetti Neves.

O Blog obteve papéis que indicam a transação. Em um deles, datado de 23.dez.2009, a Latam Investments LLC, empresa de Fabrizio, transferiu US$ 3,9 milhões de uma offshore de Alexej (conhecido como “Russo”) para uma conta sediada em Nova York e operada pelo banco britânico Barclays.

A apuração é do repórter do UOL André Shalders.

Fabrizio é procurado pela Polícia Federal desde a manhã de ontem (17.dez). Ele é suspeito de fraudes que custaram R$ 180 milhões ao Postalis.

Os papéis trazem a assinatura de Predtechensky. Ele é descrito como “presidente” da offshore Sprectra Group Holdings LTD, uma empresa aberta em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. Em outra folha, datada de 24.dez.2009, a Latam Investments confirma que a transação ocorreu.

[contexto: uma empresa offshore é uma estrutura jurídica criada para movimentar recursos em países onde há regras flexíveis e baixa tributação, como o Panamá, as Ilhas Cayman e as Ilhas Virgens. Offshores geralmente não possuem empregados, prédios ou qualquer outro ativo. Não é crime para o cidadão brasileiro possuir offshores].

Alexej presidiu o Postalis entre 2006 e 2012, com o apoio da bancada do PMDB no Senado. O período coincide com as supostas fraudes no fundo (2011), que teriam sido conduzidas por Fabrizio Neves.

Na manhã de ontem, a Polícia Federal deflagrou a operação Positus, cujo objetivo é apurar as suspeitas de fraude envolvendo os investimentos do Postalis em 2 fundos, chamados de Brasil Sovereign I e Brasil Sovereign II. Segundo a PF, os prejuízos chegam a R$ 180 milhões.

O Postalis é o maior fundo do país em número de beneficiários. 196 mil pessoas participam do plano. O Postalis amarga dificuldades financeiras há anos.

Abaixo, o fac-símile do documento em que a Spectra autoriza a transferência (clique na imagem para ampliar):
tortola_spectra
ASSINATURA É FALSA, DIZ PREDTECHENSKY
Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, em 10.set.2015, Alexej confirma que abriu a Spectra em 2007. Ele disse que o objetivo era “comprar um apartamento pequeno” nos EUA e que o negócio não chegou a se concretizar por conta do estouro da bolha imobiliária americana, em 2008.

Aos deputados, Alexej disse ainda que nunca chegou a movimentar dinheiro por meio da Spectra. Ele alegou que foi induzido por Fabrizio, de quem era amigo, a abrir a empresa. E que este, depois, falsificou assinaturas dele para movimentar o dinheiro obtido por meio da fraude no Postalis. Predtechensky sustentou que os recursos ficaram com Fabrizio.

CPI QUEBRA SIGILOS DE PARENTES DE FABRIZIO
A CPI dos Fundos de Pensão, que funciona na Câmara, aprovou ontem a quebra dos sigilos fiscais de 8 familiares de Fabrizio Neves.

A CPI suspeita que Fabrizio tenha usado os parentes para ocultar dinheiro. Analisando a movimentação bancária dele, a CPI encontrou transferências volumosas e constantes para alguns familiares.

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Luís Cláudio, filho de Lula, fala à PF na 5ª feira
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Fernando Rodrigues

Depoimento será em São Paulo e acompanhado por Cristiano Zanin Martins

Notificação foi feita às 23h na última 3ª feira, 27.out, no aniversário de Lula

Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente da República e assistente de preparação do Palmeiras, na festa de premiação dos melhores do Campeonato Paulista, no HSBC Brasil, em São Paulo (SP). (São Paulo (SP), 05.05.2008. Foto de João Sal/Folhapress)

Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, quando era assistente de preparação do Palmeiras, em 2008

A Polícia Federal remarcou para esta 5ª feira, 05.nov, o depoimento de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Ele falará à PF em São Paulo (SP), acompanhado do advogado Cristiano Zanin Martins.

Zanin é o responsável pela defesa de Luís Cláudio nas investigações da operação Zelotes. Inicialmente, a PF pretendia ouvir Luís Cláudio na última 5ª feira (29.out), mas a defesa conseguiu remarcar a data.

Os advogados de Luís Cláudio não souberam precisar ao Blog o horário exato e nem em qual delegacia o cliente será ouvido. As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Na 2ª feira, 26.out.2015, agentes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal fizeram uma batida no escritório de uma das empresas de Luís Cláudio, a LFT Marketing Esportivo. Luís Cláudio foi intimado para depor às 23h da última terça-feira (27.out.2015), dia do aniversário de Lula. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou à determinar que a PF apurasse se houve excesso na convocação.

A batida na LFT fez parte da 3ª fase da Operação Zelotes. Essa fase apura suposto tráfico de influência na aprovação da Medida Provisória 471, de 2009, que beneficiou montadoras de veículos com isenção fiscal.

A LFT recebeu pagamentos que somam R$ 2,4 milhões de Mauro Marcondes, um dos lobistas investigados por supostamente ter “negociado” a aprovação da Medida Provisória.

Em nota, a defesa de Luís Cláudio disse que as suspeitas levantadas pelos procuradores do caso não justificam “qualquer medida que implique mitigar as garantias fundamentais de qualquer cidadão”.

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Edinho confirma reunião com Pessoa no comitê de Dilma, mas nega coação
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Fernando Rodrigues

Ex-tesoureiro admite 3 encontros com dono da UTC

Ministro nega ter pressionado empreiteiro

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, participa do programa Espaço Público, da TV Brasil. Ele fala sobre os esforços do governo para aprovação das medidas de ajuste fiscal (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro Edinho Silva (Secom), que prestou depoimento nesta semana

Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência e tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva confirmou à Polícia Federal que se encontrou com o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores da Operação Lava Jato, no comitê de campanha de Dilma Rousseff no ano passado.

Edinho prestou depoimento à PF no último dia 05.out.2015, 2ª feira, em Brasília. O ministro negou ter sido apresentado a Pessoa por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Edinho também disse à PF que não “pressionou” o empreiteiro por doações.

O ministro disse ainda que “desconhecia” os contratos da UTC com a Petrobras quando pediu as doações para Ricardo Pessoa.

Em delação premiada, Pessoa disse que Edinho condicionou a continuidade dos contratos a doações da UTC para a campanha de Dilma. O depoimento de Edinho é relativamente curto e econômico em detalhes.

À PF, Edinho Silva disse ter recebido do tesoureiro de Dilma em 2010, José de Filippi Jr., uma relação com os principais doadores daquele ano. E só então decidiu procurar Pessoa. O ministro afirmou ter realizado 3 reuniões com o empreiteiro. O último encontro teria ocorrido às vésperas do 2º turno da disputa presidencial de 2014.

Edinho também negou ter pedido R$ 10 milhões para a campanha, como disse Pessoa aos investigadores. Teria partido do empreiteiro a oferta de R$ 5 milhões iniciais. Ao todo, a UTC doou R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma.

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