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Fala de Dilma sobre os “30% da Petrobras” no pré-sal viraliza na internet
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Fernando Rodrigues

A presidente explicava a distribuição dos recursos do pré-sal

‘É 30% de 25%. Ou 30% de 30%. Portanto, não é 30%’, disse

Dilma, de 68 anos, falou por quase 14 horas no Senado na 2ª

dilma

Dilma Rousseff falou ontem (2ª) no plenário do Senado Federal

A presidente afastada, Dilma Rousseff, de 68 anos, falou anteontem (29.ago) por quase 14 horas no Senado Federal. Em seu discurso (eis a íntegra), a petista disse que é “vítima de um golpe” e que “não há crime de responsabilidade” na peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

Perto das 20h30, em resposta à senadora Angela Portela (PT-RR), a presidente afastada protagonizou um momento de confusão. O vídeo da declaração de Dilma viralizou na internet.

A presidente falava sobre a distribuição de recursos explorados do pré-sal. “Não é 30% dos recursos da exploração [do pré-sal]. É 30% de 25%. Ou 30%… de 30%. Portanto, não é 30%. Está entre 7,5% e um pouco mais, 12,5%. Não se trata de 30%”, afirmou.

Dilma explicou mais tarde que se referia ao direito de a Petrobras receber de 70 a 75% dos recursos explorados do pré-sal. Os 25% ou 30% restantes cabem às demais empresas que integram o consórcio de exploração. Dentro dessa fatia que varia de 25% a 30%, a Petrobras tem direito a uma parcela de 30%.

Um vídeo de menos de 1 minuto com essa fala foi compartilhado em redes sociais. Dilma já protagonizou outros momentos de confusão em suas falas, como no caso em que “saudou a mandioca” e quando falou em “estocar vento”.

Eis o vídeo da resposta de Dilma Rousseff à senadora Angela Portela:

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PT escalou responsáveis por Pasadena para falar contra projeto do pré-sal
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Fernando Rodrigues

Gabrielli, Ildo Sauer e Guilherme Estrella falaram na 3ª (8.ago) na Câmara

O trio foi responsabilizado pelo TCU no caso da refinaria no Texas

À época, tribunal apontou perdas que chegam a US$ 792 milhões

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Petroleiros no plenário da Câmara no começo da tarde de hoje (9.ago)

O PT escalou 3 ex-dirigentes da Petrobras para falar na 3ª (9.ago) contra o projeto que retira da estatal a obrigatoriedade de participar na exploração do pré-sal. Os 3 foram apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como responsáveis por prejuízos de US$ 792 milhões decorrentes da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

José Sérgio Gabrielli, Ildo Sauer e Guilherme Estrella eram presidente e diretores da Petrobras em 2006, quando a estatal comprou 50% da refinaria de Pasadena. Na época, o negócio foi fechado por US$ 360 milhões.

Na decisão de 2014, o trio e outros 8 ex-dirigentes da petroleira foram considerados responsáveis pelos prejuízos decorrentes da operação. Somadas, as irregularidades apontadas pelo TCU totalizavam US$ 792 milhões (R$ 1,6 bilhão) em valores da época. Alguns dirigentes chegaram a ter os bens bloqueados.

O debate que começou às 10h da manhã e se estendeu até o começo da tarde, ocupou o plenário Ulysses Guimarães, o principal da Câmara.

BONS DE DISCURSO
Nenhum dos 3 ex-dirigentes da Petrobras mencionou a palavra “Pasadena” em suas falas. Leia aqui o que disseram Ildo Sauer, Guilherme Estrella e José Sérgio Gabrielli.

O projeto discutido na audiência foi apresentado pelo então senador José Serra (PSDB-SP), hoje ministro das Relações Exteriores. Pela proposta, a Petrobras manteria a preferência na exploração dos recursos do pré-sal, mas não estaria mais obrigada a entrar em todos os leilões de blocos de petróleo na área.

Para Gabrielli, o projeto de Serra baseia-se numa visão equivocada: a de que é preciso acelerar a exploração dos recursos do pré-sal, uma vez que o petróleo tende a perder importância e valor nos próximos anos.

“A visão internacional hoje crescente é praticamente unânime: vai haver uma redução da proporção do petróleo na matriz energética mundial, mas essa redução é relativamente pequena: dos 36% da fonte primária de energia de hoje para alguma coisa em torno de 30%, 31% de um volume maior, o que significa que se vai precisar de mais barris de petróleo no futuro do que hoje. Portanto, é uma ilusão pensar que vai haver, nos próximos 40, 50 anos, um abandono do petróleo pela utilização de outras fontes energéticas”, disse Gabrielli.

Além do trio, a oposição também convidou para o debate vários sindicalistas ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que representa os empregados da Petrobras. O grupo vaiou deputados governistas que foram à tribuna para defender o projeto, como Marcus Pestana (PSDB-MG).

PROCESSOS PARADOS NO TCU
Em 2014, o TCU entendeu que a responsabilidade pelos prejuízos com Pasadena era da diretoria da Petrobras e não do conselho de administração da estatal. A presidente afastada, Dilma Rousseff, presidia o conselho à época da compra da refinaria.

Leia aqui a íntegra da decisão de 2014.

A decisão, porém, não equivale a uma condenação definitiva. Meses depois, o TCU decidiu fatiar o processo relativo à refinaria em apurações separadas (chamadas de “tomadas de contas especiais”). Nenhuma delas foi concluída ainda.

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Queda do preço do petróleo obrigará empresas a rever negócios, diz Dilma
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Fernando Rodrigues

Presidente destaca “situação complexa” enfrentada pelo mercado de petroleiras

Brasil manterá política de partilha e conteúdo nacional mínimo no pré-sal

Sérgio Lima/Folhapress - 22.dez.2014

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta 2ª feira (22.dez.2014), durante café da manhã com jornalistas, que a queda mundial no preço do petróleo, hoje em US$ 58 o barril, obrigará todas as empresas do setor no mundo a fazerem uma “revisão” de seus negócios –a Petrobras incluída, no raciocínio de Dilma.

“Estamos numa situação complexa”, disse a presidente. “Os Estados Unidos estão produzindo ‘tight oil’ [petróleo extraído do folhelho, um ripo de rocha no subsolo] numa quantidade nunca dantes vista, e alterou a situação do preço”, afirmou.

“Alterou a situação do preço. Se vai ficar por um longo tempo, nós não sabemos. Agora, que isso altera o mercado de petróleo no mundo, altera. E vai alterar a cotação das empresas de petróleo”, disse.

O baixo preço no mercado mundial de petróleo e a devassa provocada pela Operação Lava Lato não impede que Dilma se coloque de forma otimista sobre a Petrobras, que teria hoje melhor saúde financeira que seus concorrentes mundiais. “É irônico, mas ela [a Petrobras] está numa situação bem mais confortável do que muitas dessas empresas”, disse. “Ela tem várias vantagens, tem todo o pré-sal”.

O discurso de Dilma em relação à Petrobras emula, em certa medida, o do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que passou os últimos meses apontando o mercado internacional como o maior responsável pelas agruras econômicas do Brasil.

“Estão dizendo que o preço vai ficar em US$ 60. Eu não sei, pode ficar em US$ 50, pode ir pra US$ 80, sei lá para quanto vai o preço. Mas neste momento o preço não nos preocupa. Tem outros países onde essa questão do preço ter caído é gravíssima”, disse a presidente.

PRÉ-SAL INALTERADO
Dilma afirmou que manterá na exploração do pré-sal o modelo de partilha e conteúdo nacional mínimo para a exploração da Petrobras.

O regime de partilha estabelece que a União é dona do petróleo produzido e concede à empresa exploradora parcela do óleo, ao contrário da concessão, no qual a empresa exploradora detém todo o petróleo produzido. A política de conteúdo local mínimo determina que no pelo menos 60% dos serviços e equipamentos usados no pré-sal têm que ser brasileiros.

“A investigação [da Operação Lava Jato] é fundamental. Isso não significa que a gente, ao punir, vai destruir a Petrobras –não vai, não.  Não vai acabar com o modelo de partilha –não vai, não. Nem o de conteúdo nacional –não vai, não”, afirmou Dilma.

Leia a transcrição da entrevista.

(Bruno Lupion)

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Marina vai tirar R$ 1,3 tri da educação e da saúde sem pré-sal, diz Dilma
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Fernando Rodrigues

Propaganda repete discurso do medo usado em filme sobre autonomia do Banco Central

Reprodução

Em mais um comercial de ataque, a campanha de Dilma Rousseff (PT) à reeleição agora faz críticas a respeito de como seria conduzida a exploração do pré-sal num eventual governo que tenha Marina Silva (PSB) como presidente.

A propaganda de Dilma diz que a proposta de Marina para o pré-sal “significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais”. E que “milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país”.

O filme de 30 segundos repete a fórmula simples de outro já veiculado no início desta semana a respeito da autonomia do Banco Central.

Na propaganda desta quinta-feira (11.set.2014), o marqueteiro João Santana também começa com uma mesa rodeada por homens em um ambiente empresarial, aparentemente discutindo negócios. O locutor fala que Marina Silva, se eleita, “vai reduzir a prioridade do pré-sal”.

Na cena seguinte, um mulher está com várias crianças estudando em torno de uma mesa. Quando o locutor fala que sem os recursos do pré-sal haverá menos dinheiro para educação, gradualmente vão desaparecendo os conteúdos dos livros. Uma criança se “surpreende” com as páginas que ficaram em branco.

Ao final, os empresários parecem felizes com o desfecho da história. A mulher e as crianças ficam com aparência de desolação e não há mais mais nada à mesa.

Esse comercial sobre o pré-sal e o que tratava de Banco Central fazem parte de uma série de propagandas de 30 segundos que visam a desconstruir a imagem de Marina Silva. A mensagem da campanha de Dilma pretende difundir a ideia de que as propostas de Marina Silva serão ruins para o Brasil. Outros filmes serão veiculados nos próximos dias e semanas.

O objetivo é fazer com que Dilma termine o 1º turno à frente de Marina, mas também que a petista possa entrar no 2º turno com alguma vantagem sobre a pessebista —hoje, a situação é de empate técnico entre ambas no Datafolha.

A estratégia de usar propagandas para tentar desconstruir adversários não é nova nas disputas políticas no Brasil e em outros países. Às vezes, tem resultado. Em maio deste ano, um comercial com o discurso do medo ajudou Dilma a se manter acima de 30% das intenções de voto.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial:

[cenário: homens discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente empresarial]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir a prioridade do pré-sal. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de crianças estudando em torno de uma mesa]

Locutor: “…Isso significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais. E que milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país…”

[corte para os empresários apertando as mãos e comemorando]

Locutor: “…Ou seja, os brasileiros perderiam uma oportunidade única de desenvolvimento…”

[neste momento, as páginas do livro usado por uma criança ficam em branco]

Locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”

[câmera volta para as crianças, agora sem mais nenhum livro à mesa]

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