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Arquivo : Redes sociais

FHC: “Mudou o algoritmo que rege a política”
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Fernando Rodrigues

“Quem emposta a voz ou pretende esconder o jogo logo vira fake”

“As orelhas andam mais importantes que a língua na política”

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

Em artigo publicado originalmente no Poder360, o ex-presidente fala sobre novas práticas que o advento das redes sociais impõe ao modo de fazer política. Leia:

O presidente Michel Temer, em entrevista no último domingo (27.nov), invocou a “voz das ruas”para dizer que vetaria a proposta de conceder anistia ao caixa 2 se o Congresso a aprovasse. Sua posição é duplamente alvissareira: primeiro pelo conteúdo, em si, impedindo passar uma régua rasa na forma de obtenção de recursos para as campanhas eleitorais e, segundo, por demonstrar sensibilidade ao captar o desejo dos brasileiros expresso, senão propriamente nas ruas, nas movimentadas avenidas do ativismo social que inunda a internet.

No mundo todo, a forma de financiamento da democracia representativa vem sendo questionada pelas redes sociais. A própria representação, como forma de expressão da vontade popular, está em causa. Nunca mais a política será a mesma depois da internet. E esse movimento de revisão, protagonizado por novos atores, jovens especialmente, está exigindo uma completa renovação da prática dos partidos políticos e dos governos.

Exigem-se novas formas de diálogo, em substituição às reuniões fechadas e aos tradicionais discursos onde um líder fala e a plateia escuta. Agora, munidos de ferramentas de comunicação extraordinárias todos querem falar, e mais ainda, querem ser ouvidos pelo mundo do poder. Goste-se ou não, é assim que está funcionando.

Novas mensagens inundam as redes sociais. Elas exprimem causas e angústias nem sempre facilmente ou rapidamente, percebidas pelo status quo. São demandas e desejos oriundos de distintos grupos sociais, proposições que não se restringem à “luta de classes” e não se enquadram na velha dicotomia “esquerda ou direita”: dependem também da definição positiva ou negativa das pessoas diante de causas e valores que se difundem na sociedade globalizada.

As pessoas reagem como tal, “pessoas”, que, sendo cidadãos, não se interessam apenas pelas reivindicações típicas das sociedades democráticas, como os direitos humanos e extensão da cidadania, mas abrangem a busca da liberdade para viver diversamente, com dignidade, na sociedade de consumo.

Querem a aceitação de sua diversidade de gênero, raça, comportamento religioso e sexual. Querem participar de uma sociedade decente, que os atenda bem nos serviços públicos sem privilegiar uma casta de mandatários, empresários ou políticos, acostumada às mordomias e às facilidades do poder e, pior, impunes quando suas ações contrariam as leis e a moral.

Mudou o algoritmo que rege a política. Acabou a era da política elitista e demagógica. Agora, quem emposta a voz ou pretende esconder o jogo logo vira fake, quer dizer, falso. Antes, tudo se escondia, agora, nada passa despercebido. Conchavos, nem pensar. Para se impor e vencer eleições, não basta apresentar ou vender boas ideias, é necessário alinhar, conversar, convencer, respeitar, escutar. As orelhas andam mais importantes que a língua na política.

Conseguirá a política se reinventar para acolher essa contemporaneidade da participação popular e ao mesmo tempo reformular as instituições partidárias e representativas para que se assegure a aferição da vontade da maioria? Tomara que sim, mas ninguém sabe ao certo qual será a resultante dessa profunda crise que afeta o sistema democrático.

Nos Estados Unidos, deu Trump, talvez pelos exageros das políticas ditas “identidárias”. No Reino Unido, brexit. Os lados perversos da “globalização infeliz” (o aumento da desigualdade e a falta de empregos) prevaleceram.

E no Brasil, aonde chegaremos?

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Facebook fatura R$ 44,6 milhões com publicidade do governo federal em 2015
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Fernando Rodrigues

Valor é quase igual ao recebido pelos 4 principais jornais brasileiros  

Gasto federal em mídias sociais quadruplicou de 2013 a 2015

Twitter teve 12,1 milhões ­­–172% a mais do que a cifra de  2014  

Google e YouTube perderam terreno nas verbas de propaganda estatal

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A presidente afastada, Dilma Rousseff, e o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg

O Facebook recebeu R$ 44,6 milhões em publicidade estatal federal em 2015. Trata-se de um crescimento de 68,5% sobre o valor arrecadado em 2014.

Os dados inéditos obtidos pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que a rede social de Mark Zuckerberg teve um crescimento meteórico no mercado publicitário estatal brasileiro nos últimos anos.

Em 2010, quando a União começou a fazer propaganda no Facebook, foram investidos modestos R$ 8.100 –somando tudo o que foi gasto pelas administrações direta (Planalto e ministérios) e indireta (todas as estatais). No ano seguinte, em 2011, a rede social já liderava o faturamento do meio “redes sociais” com publicidade estatal, recebendo R$ 1,5 milhão.

O valor investido em redes sociais cresce sem parar desde 2010, mimetizando o que se passa também com a publicidade do setor privado. De 2013 a 2015, a verba repassada quase quadruplicou: de R$ 15,7 milhões para R$ 60,5 milhões.

A crise fiscal, entretanto, indica que os investimentos do governo federal em publicidade estatal devem cair em 2016. Até abril deste ano, o segmento ganhou R$ 8 milhões do governo dilmista. Caso se mantenha essa proporção para o restante do ano, o valor investido em propaganda estatal em redes sociais deve cair para cerca de R$ 24 milhões –menor montante desde 2013.

Os dados estão na tabela abaixo (clique na imagem para ampliar):

redes-sociaismetodologia-redes-sociais
O volume recebido pelo Facebook em 2015 reforça ainda mais a transformação que a indústria de comunicação atravessa neste momento em vários países. As novas plataformas atraem em alguns casos muito mais anúncios do que os veículos tradicionais de mídia, que tinham o domínio do mercado durante as últimas décadas.

As verbas publicitárias federais destinadas ao Facebook no ano passado (R$ 44,6 milhões) são quase as mesmas recebidas pelos 4 principais jornais impressos brasileiros juntos (Globo, Folha, Estadão e Valor): R$ 46,4 milhões.

A rede social de Mark Zuckerberg também faturou 193% a mais em publicidade federal do que o UOL, um dos portais de maior audiência do país. O UOL teve R$ 20,7 milhões desse tipo de verba em 2015.

TWITTER
O Twitter faturou R$ 12,1 milhões em 2015, um salto de 172% em relação ao valor recebido em 2014 (R$ 4,4 milhões).

Muito popular entre jornalistas e algumas celebridades e formadores de opinião, mas nem tanto junto ao público em geral, o Twitter começou a receber verbas de publicidade estatal apenas em 2013, quando foram repassados R$ 105 mil à rede social. Em 2016, a empresa já faturou R$ 1,3 milhão.

GOOGLE
O Google e o YouTube (empresas do mesmo grupo) não são tão atraentes como o Facebook aos olhos do governo federal.

A receita das empresas com publicidade da União encolheu 80,3% de 2013 a 2015, passando de R$ 3,4 milhões para R$ 686 mil. Neste ano, Google e YouTube ainda não tinham recebido verbas de publicidade estatal até abril.

Leia mais sobre publicidade estatal federal em 2015:

Dilma cortou R$ 591,5 milhões do gasto com propaganda federal em 2015

Governo cortou R$ 206 milhões em publicidade da TV Globo em 2015

Estatais reduzem gasto com propaganda em R$ 368 milhões em 2015

Em 2015, ano de cortes, publicidade para mídia alternativa cresceu 40%

Em meio a cortes, agência Master amplia em 50% conta de publicidade federal

A íntegra dos dados: de 2000 a abril de 2016

Leia as reportagens publicadas sobre publicidade estatal federal em 2014:

Todas as reportagens do Blog com dados de 2014

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Nas redes sociais, 351 deputados se dizem pró-impeachment
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Fernando Rodrigues

Se confirmado, número é suficiente para derrotar Dilma Rousseff

Uso da internet na política está colocado à prova na votação

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Deputados na sessão do impeachment de sábado (16.abr.2016)

O número de deputados federais que se declaram a favor do impeachment nas redes sociais (Facebook e Twitter) chegou a 351 na manhã deste domingo (17.abr.2016). Se confirmado na votação do final do dia, no plenário da Câmara, o resultado é suficiente para aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

São necessários, pelo menos, 342 dos 513 deputados para dar prosseguimento ao processo de impeachment.

As redes sociais mostram que vão votar contra o impedimento 133 deputados. Há ainda 27 indefinidos e 2 abstenções –deputados que faltarão à sessão por motivos de saúde.

Para fazer este estudo, são monitorados os perfis dos 513 deputados no Twitter e no Facebook. Também são consideradas entrevistas públicas, com frases gravadas ou entre aspas (na mídia impressa). Só quem se manifesta abertamente é contado pela consultoria digital Bites.

Os dados apurados pela Bites são publicados com exclusividade pelo Blog (clique nas imagens para ampliar):

grafico-impeachment-17abr2016

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AS REDES SOCIAIS E A POLÍTICA
A votação do impeachment coloca à prova a força das redes sociais na política nacional. O placar final certamente será diferente do que mostram os posts dos deputados no Facebook e no Twitter. O impacto para os que mudarem de lado na última hora poderá ser perscrutado nos próximos meses –se perderão apoio de seus eleitores ou não.

Uma novidade, entretanto, diferencia esta votação do impeachment de outras do passado. Agora, não há apenas declarações de voto para a mídia tradicional registrar. Milhões de eleitores acompanham seus representantes no Congresso por meio das redes sociais.

Mesmo que um deputado mude de ideia e apague o que havia registrado em seu perfil nas redes sociais, muitos usuários da internet já terão copiado a imagem da tela. Uma vez publicada na web, uma opinião não desaparece jamais.

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Apoio explícito ao impeachment chega a 343 deputados nas redes sociais
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Fernando Rodrigues

Estudo considera manifestações publicadas no Facebook e no Twitter

Termômetro na web é o mais claro de todos os mapas de votação

Curva anti-Dilma cresce desde 18.mar, quando medição começou

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Sessão da Câmara em 17.abr.2016 para debater o impeachment

Já são 343 os deputados federais que declaram de maneira explícita nas redes sociais ser a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para aprovar o impedimento no domingo (17.abr.2016) bastam 342.

Os deputados contrários ao impeachment são 130 nas redes sociais. Há 38 indecisos. Também foram registradas duas abstenções: Clarissa Garotinho (PP-RJ), que está grávida e tirou uma licença, e Aníbal Gomes (PMDB-CE), que se submeterá a uma cirurgia na coluna.

O levantamento vem sendo feito diariamente pela consultoria digital Bites. É publicado com exclusividade aqui no Blog. Trata-se de um monitoramento minucioso nos perfis de todos os 513 deputados nas redes sociais Twitter e Facebook.

Um algoritmo é usado para fazer a varredura diária, desde 18.mar.2016, de todos os posts de deputados federais. Analistas da Bites checam todos os resultados.

“Quando um deputado escreve que vai votar a favor ou contra o impeachment numa rede social, esse é um indicador muito firme e quase imutável a ser considerado. Os outros levantamentos levam em conta declarações em plenário ou não muito firmes. No caso desse quadro produzido pela Bites, temos uma segurança muito grande a respeito de como está a tendência”, diz Manoel Fernandes, fundador e diretor da Bites.

Como se observa no gráfico a seguir, o bloco pró-impeachment só cresceu desde 18 de março. Nesse período, o governo tentou várias estratégias e vendeu a ideia de que havia uma reação em curso. Quem acompanhava o que os deputados falavam nas redes sociais sabia que a realidade só piorava para a presidente Dilma Rousseff.

Eis, a seguir, o gráfico evolutivo das declarações de votos dos deputados e uma tabela (por partido) captada nesta 6ª feira (clique na imagem para ampliar):

Placar-Bites-impeachment-15abr2016-graficoPlacar-Bites-impeachment-15abr2016-vale

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Deputados pró-impeachment sobem de 220 para 273 em menos de 1 mês
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Fernando Rodrigues

Número é insuficiente para remover Dilma do Planalto…

…mas grupo é o que mais cresce de forma consistente

Avaliação considera declarações formais de cada deputado

Foram usados Twitter, Facebook e as entrevistas de cada um

Brasília-DF 11-08-2015 Fotos Lula Marques/Agência PT. Presidenta Dilma durante cerimônia de anúncio do Programa de Investimento em Energia Elétrica

Declarações dos deputados apontam ainda 122 indecisos

Nos últimos cerca de 20 dias o placar de votos na Câmara só piorou para o Palácio do Planalto. Esse cenário mais adverso ocorreu apesar da forte investida do governo da presidente Dilma Rousseff sobre sua militância propagando a interpretação de que o pedido de impeachment é um “golpe”.

Um levantamento da consultoria Bites indica que subiu de 220 para 273 o número de deputados federais que se expressa abertamente a favor do impeachment. É um crescimento expressivo de 24%.

Foram considerados nessa análise o que efetivamente os deputados dizem nos seus perfis nas redes sociais Twitter e Facebook, além de entrevistas à mídia tradicional. No estudo da Bites, os votos só são computados quando um congressista fala de maneira clara qual é a sua posição.

A primeira amostragem foi feita em 18.mar.2016. A última, ontem (6.abr.2016). Eis os dados:

tabela-deputados-impeachment-preto

grafico-deputados-impeachment-preto-3
São necessários 342 votos para que seja admitido o pedido de afastamento da presidente da República. Como a oposição contabiliza 273 apoios, precisa ainda arregimentar, no mínimo, outros 69 deputados federais.

Ao mesmo tempo, nesse período pesquisado –que já abrange a abertura da política de fisiologia, com distribuição de cargos e verbas pelo Planalto– o grupo de deputados contrários ao impeachment ficou praticamente estacionado. Na realidade, até caiu um pouco: saiu de 124 em 18.mar para 118 apoios no dia 6.abr.

O grupo de deputados mais importante, a esta altura, é o dos chamados indecisos. Ninguém no Congresso acha que possa existir ainda alguém em dúvida na Câmara ou no Senado. O que há são políticos à espera de alguma proposta mais vantajosa para negociar a favor de um lado ou de outro.

Os indecisos sofreram uma forte redução nos últimos cerca de 20 dias. Caíram de 169 para 122 –variação de 28%.

Numa eleição tradicional, os indecisos tendem a se dividir proporcionalmente conforme os votos que cada candidato já tem. Agora, essa lógica não vale.

Tudo dependerá nos próximos dias e semanas da eficácia da promessa de cargos feita pelo governo para atrair mais apoios. Para Dilma Rousseff, bastam 172 votos –ou seja, se a petista agregar mais 54 deputados ao seu grupo, livra-se do impeachment. É menos do que os 69 que faltam no momento para a oposição.

O que pode preocupar Dilma Rousseff é a chamada “onda” que pode se formar contra ela e seu governo nos dias finais que antecederem a votação. Não há como fazer uma previsão científica a respeito.

O dado disponível é o das últimas semanas: apesar de o governo ter reagido de maneira robusta na área política (com a distribuição de cargos e verbas, com a chamada fisiologia), a tropa pró-impeachment continuou a crescer.

A Bites fará a contagem das posições dos deputados diariamente, a partir de hoje (7.abr.2016). Esse termômetro será útil para medir as variações na Câmara.

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Deputados pró-impeachment superam dilmistas nas redes sociais
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Fernando Rodrigues

Opositores somam 5,2 milhões de fãs e seguidores

Tropa de Dilma registra 800 mil simpatizantes na web

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Marco Feliciano (PSC-SP): a favor do impeachment e com 3.432.294 fãs e seguidores na web

Se depender da atuação nas redes sociais na internet, o grupo de deputados a favor do impeachment leva larga vantagem sobre o time de Dilma Rousseff na comissão especial que vai analisar o processo nas próximas semanas.

Os 31 deputados que se declaram a favor do impeachment têm 5.184.736 fãs e seguidores em redes sociais como Facebook, Twitter, Linkedin, Google Mais e Instragram. Os dados foram compilados pela Bites, consultoria especializada no mundo digital.

Já os 28 deputados da Comissão Especial do Impeachment que são contra a cassação de Dilma Rousseff acumulam 797.419 fãs e seguidores. Eis os dados completos (clique na imagem para ampliar):

Tabela-comissao-impeachment2Como se observa na tabela acima, um deputado oposicionista distorce um pouco a comparação. Trata-se de Marco Feliciano (PSC-SP), que tem expressivos 3.432.294 fãs e seguidores. Mas mesmo retirando Feliciano da conta, o grupo pró-impeachment fica com 1.752.442 apoiadores na web –mais do que o dobro dos defensores de Dilma Rousseff.

Segundo a Bites, “a Internet e as redes sociais serão instrumentos de diálogo e convencimento que os dois lados da disputa irão utilizar”.

O Blog fez uma contabilização dos votos a favor e contra o impeachment entre os 65 deputados integrantes da comissão que analisará o processo. O colegiado foi instalado ontem (17.mar.2016). O posicionamento dos deputados deve se alterar nas próximas semanas.

A Bites usou esses apurados pelo Blog para identificar quais são os deputados com maior força junto à opinião pública digital em função da sua rede de seguidores e fãs no Facebook, Twitter, Linkedin, Google Mais e Instragram.

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Aumentam menções a Lula, mas tudo foi muito menor do que em março
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Fernando Rodrigues

Citações a Dilma no Twitter caíram 77,5%

Estudo comparativo da Bites, especializada em monitorar redes sociais, indica que a intensidade dos comentários neste domingo (16.ago.2015) foi bem menor do que no dia do protesto recorde há 5 meses (15.mar.2015).

A melhor forma de comparar é quantas vezes a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, foram citados.

“Em 15 de março, o nome de Lula apareceu 28.237 em posts publicados no Twitter. Dilma foi citada em 443.349 tweets”, diz a Bites. Agora, “o ex-presidente estava até às 20h presente em 44.335 posts contra 99.685 para Dilma”. Eis os dados na tabela a seguir (clique para ampliar):

Dilma-Lula-protestos

E as críticas ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)? Segundo a Bites, o peemedebista só apareceu 4.484 vezes nas redes sociais. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), menos ainda: 1.704 vezes.

“No total, os protestos e manifestações de hoje geraram 229 mil tweets no Brasil, 757 posts em blogs e 3.698 artigos em sites de notícia”, registra a Bites.

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Sozinha, Dilma é mais citada no Twitter do que todos os partidos juntos
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Fernando Rodrigues

Analógicas, siglas brasileiras têm baixa taxa de citação na web

Em 2013, partidos tiveram, juntos, 173 mil menções no Twitter

Perfil de Dilma Rousseff recebeu 281 mil citações no microblog

Até Obama ganha dos partidos no Brasil: ele teve 196 mil citações

Os partidos e os políticos brasileiros continuam na primeira infância quando se trata de participação no mundo digital. A presença em redes sociais é quase nula, com algumas poucas exceções.

O Brasil tem 32 siglas registradas. Esses partidos tiveram, juntos, apenas 173 mil citações no Twitter em 2013. O número é insignificante.

De acordo com a consultoria Bites, que lança hoje (10.fev.2014) um estudo a respeito, a presidente Dilma Rousseff foi citada 281 mil vezes no Twitter em 2013 –mais do que todas as citações a todos os partidos políticos brasileiros no microblog no ano passado.

Até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, supera os partidos políticos no ambiente do Twitter brasileiro em 2013. O norte-americano teve seu perfil citado 196 mil vezes no ano passado (repetindo: no Twitter brasileiro).

Ou seja, um político dos EUA teve seu perfil mais citado dentro do Twitter brasileiro do que todos os partidos existentes por aqui.

Um dado chama a atenção na quase irrelevância da vida digital dos partidos políticos brasileiros: eles reproduzem no topo da lista a polarização vista no plano nacional analógico entre PT e PSDB. Juntos, petistas e tucanos têm cerca de 70% de todas as menções a perfis de partidos brasileiros.

Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Partidos-Twitter-2013

E aqui um gráfico com os primeiros colocados em citações no Twitter em 2013:

Partidos-Twitter-grafico-2013
Um erro comum dos políticos no Brasil é considerar apenas o número de seguidores no Twitter ou de fãs no Facebook para argumentar que estão presentes na web.

Internet e redes sociais só existem com interação. Hoje, é possível comprar seguidores ou fãs, pois as redes sociais são negócios e oferecem oportunidades para quem deseja ter um perfil mais visto.

Só que essa manobra artificial é muito diferente da adesão espontânea dos internautas. É também algo distante do engajamento que um político espera por parte de um militante-eleitor.

Um indicador dessa distorção é o minúsculo PEN. O Partido Ecológico Nacional “lidera” nas redes sociais. Com meros 7.538 filiados, tem 103 mil fãs no Facebook e 54 mil seguidores no Twitter. É mais do que qualquer outra sigla no Brasil.

Eis os dados:

Partidos-na-web-2014

No total, os 32 partidos políticos do Brasil têm 15,2 milhões de filiados e 681 mil seguidores em seus perfis nas redes sociais (Twitter, Facebook, Google+, inscritos no canal do Youtube e Instagram), segundo dados da Bites.

O PEN não tem representatividade no Congresso. Sua expressão política é mínima, com 0,32% dos filiados do PMDB. Nas últimas semanas, a sigla tem sinalizado que a ex-diretora da Agência Nacional de Agência Civil Denise Abreu pode ser sua candidata a presidente nas eleições deste ano.

De acordo com a análise da Bites, os partidos políticos brasileiros ainda estão longe de fazer um bom uso dos instrumentos de comunicação disponíveis nas redes sociais. “A liderança do PEN e falta de ânimo do PMDB são paradoxos dessa realidade”, diz a consultoria.

“As siglas mais votadas parecem não ter descoberto ainda esse instrumento de comunicação de massa e ficam na dependência de atuações localizadas, como o deputado Romário Dias (PSB-RJ), que tem mais de 1 milhão de fãs e seguidores nos seus perfis sociais”.

Para a Bites, “comprar mídia para fazer crescer a sua base de fãs no Facebook ou no Twitter não é uma ação sustentável. O fator determinante para a longevidade de um projeto nessa área é a capacidade de engajamento dos usuários. Quem vem pago pode sair de graça sem interagir com a marca e muito menos propagar a mensagem do produto”.

 

PRESIDENCIÁVEIS
Quando se observa o conjunto dos presidenciáveis no Brasil, nota-se que apenas um nome tem uma interação maior com os internautas: o da presidente Dilma Rousseff.

Os números da tabela a seguir falam por si só, sobretudo na coluna a respeito de citações:

Presidenciaveis-redes-sociais-2014

No Twitter, o que conta para dar relevância ao perfil é o número de pessoas que citam o que é dito por uma determinada personalidade.

No caso de Dilma, ela teve 280 mil citações em 2013, das quais cerca de metade (144 mil) foram RTs (retweets): ou seja, alguém que achou algum interesse no que ela escreveu e resolveu enviar para a sua rede de seguidores (não necessariamente apoiando).

O número de citações a Dilma é muito maior do que o de Marina Silva (55 mil), cuja atuação na web tem sido construída há mais tempo e de maneira sólida.

Apesar de sua vantagem em relação aos demais, é necessário relativizar o desempenho de Dilma na web. Seu colega Barack Obama teve em 2013 muito mais citações no Twitter: 9.864.579. Ou seja, os políticos brasileiros ainda têm muito espaço para avançar.

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