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Arquivo : Renato Pereira

José Serra é ambíguo ao fazer declaração sobre Aécio
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Fernando Rodrigues

Política é uma arte na qual se usa muito o artifício das meias palavras. O político fala sem dizer. Assim deve ser entendida a declaração de José Serra postada por ele na sua página no Facebook no início da noite desta terça-feira (16.dez.2013).

Vale a pena reproduzir o que escreveu José Serra:

Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente”.

Serra ficou a um milímetro de declarar que não é mais, ele próprio, pré-candidato a presidente da República pelo PSDB. Mas faltou andar esse milímetro. Ainda que esse seja o efeito: ele está desistindo da disputa pelo Planalto no momento.

A desistência de Serra foi a interpretação imediata de todos que leram as poucas palavras que o ex-governador paulista escreveu. Mas ao reler o que disse o tucano nota-se a ambiguidade até quando toma decisão tão dramática.

Ao dizer que a direção do PSDB deve formalizar a candidatura de Aécio sem demora, Serra não está dizendo que sai ele próprio da pré-disputa pela vaga. É verdade que seguida escreve: “Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente”.

Há aí um certo tom de despedida. Mas também não dá para afirmar de maneira peremptória que foi uma despedida. Embora todos os serristas tenham divulgado que sim, ele desistiu.

Em resumo, tudo indica que José Serra está, sobretudo, expondo em público seu descontentamento pelo fato de haver um domínio quase absoluto da máquina partidária do PSDB por parte de Aécio Neves. Mais do que isso, Serra tem sentido que lideres tucanos como Fernando Henrique Cardoso e Aloysio Nunes Ferreira têm sinalizado apoio ao mineiro Aécio Neves.

Tudo considerado, é possível dizer que Aécio Neves acaba de ganhar mais uma batalha importante contra José Serra dentro do PSDB. Mas é igualmente relevante notar que o partido sai machucado, a oposição continua dividida e o PSDB mais rachado do que nunca.

Não são bons sinais para quem deseja ganhar a eleição em 2014.

p.s.: como se não bastasse, Aécio Neves parece estar, neste momento, sem marqueteiro definido para a eleição de 2014. Renato Pereira teria saído da canoa tucana. Outro sinal negativo para o PSDB.

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Mensalão não prejudica PT, diz marqueteiro de Aécio
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Fernando Rodrigues

O antropólogo e marqueteiro político do PSDB, Renato Pereira, diz não acreditar que o mensalão “tenha muito impacto” na eleição de 2014.

“A gente acabou de sair de uma eleição, em 2012, em que se teve todo o drama público do julgamento, acontecendo diante da televisão. Não vi nenhuma candidatura do PT sendo prejudicada por conta disso”, diz ele.

 

Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, Renato Pereira afirma que há “uma sobrevalorização enorme” a respeito do possível efeito eleitoral do julgamento do mensalão, que envolve políticos do PT e deve se estender durante 2014, ano de sucessão presidencial e de escolha de governadores, deputados e senadores.

Aos 53 anos, Renato foi escolhido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para fazer os programas de TV tucanos. Deve comandar no ano que vem o marketing aecista na corrida presidencial, junto com seu sócio, o também marqueteiro Chico Mendez.

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PSDB só usa Aécio, FHC, Alckmin e Serra na TV
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Fernando Rodrigues

Presença de paulistas indica como o mineiro ainda depende da pacificação da legenda em São Paulo

O principal partido de oposição ao governo federal, o PSDB, foi à TV na noite de hoje (30.mai.2013) e escolheu apenas 4 de seus políticos para representar a legenda: o senador Aécio Neves (MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador José Serra.

Aécio foi a estrela do programa. O ocupou a maior do tempo. O programa amplia a estratégia já mostrada nos comerciais curtos, de 30 segundos, que estão sendo transmitidos há cerca de dez dias nos intervalos das programações das TVs e rádios: o senador tucano aparece descontraído, de calça jeans e  camisa social lisa para fora da calça (quem assiste pela TV pode conferir) e fala com pessoas “do povo”. Dirige-se à câmera para dizer como deve ser governado o país (a história antiga da “gestão”, um pouco incompreensível para a maioria).

O senador fala bem de perto. Na TV, o enquadramento é ostensivamente usado para mostrar a face de Aécio. É nítida a intenção de realçar a juventude do político de 53 anos que tentará tomar o lugar da atual ocupante do Planalto, a petista Dilma Rousseff, de 65 anos.

Aécio é mineiro. Precisa pacificar o PSDB para ser candidato a presidente em 2014, como deseja. A seção mais indômita da legenda é a paulista. Não por acaso, o programa partidário na TV e no rádio deu espaço a dois paulistas reticentes, Alckmin e Serra. E FHC, embora tenha nascido no Rio, fez toda a sua carreira política em São Paulo.

No caso da presença de FHC, o objetivo é um só: reconciliar o PSDB com seu passado. Tentar dar um mínimo de coesão para o discurso interno da legenda. O ex-presidente da República não é muito bom para ajudar Aécio a obter votos do público em geral, mas é um ímã para “tucanos de raiz” que se sentem órfãos de alguma referência no partido.

A propaganda funciona? Só as pesquisas dirão mais adiante.

Aécio está tentando calibrar seu discurso para 2014. É compreensível que tenha de fazer concessões ao público interno da legenda (com os espaços cedidos a FHC, Alckmin e Serra). Para o eleitorado mais amplo, a frase que tem sido mais repetida pelo senador mineiro é que o PSDB terá “tolerância zero” com a inflação –as pesquisas indicam que muita gente anda incomodada com a alta de preços.

Tudo considerado, apesar do mau momento da economia e das dificuldades políticas de Dilma Rousseff no Congresso, não está claro ainda se o discurso ensaiado por Aécio Neves será eficaz para alavancar a candidatura do tucano ao Planalto.

O programa é uma criação dos marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez. Eis o vídeo:

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