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Arquivo : Rui Falcão

Para Serra, ideais de Fidel nem sempre respeitaram democracia
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Fernando Rodrigues

Leia a repercussão da morte do líder cubano entre autoridades brasileiras

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O líder cubano Fidel Castro

O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, morreu na noite de ontem –madrugada deste sábado no Brasil– aos 90 anos. A morte foi anunciada pelo irmão Raúl Castro em pronunciamento na TV estatal do país. Foi decretado luto de 9 dias na ilha.

A reportagem é do Poder360.

A morte do líder cubano repercutiu entre autoridades brasileiras. Em nota à imprensa, o presidente Michel Temer foi sucinto. Disse que “Fidel Castro foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século 20 com a defesa firme das ideias em que acreditava”.

Já o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que Fidel foi uma das “lideranças políticas mais emblemáticas da história do século 20”. O tucano, entretanto, ponderou.  Disse que durante um período histórico conturbado, nem sempre ideais de desenvolvimento e justiça social se conciliaram com o respeito aos direitos humanos e à democracia, referindo-se de maneira oblíqua ao líder cubano. Leia aqui a íntegra da nota divulgada por Serra.

A ex-presidente Dilma Rousseff foi mais enfática na defesa do legado deixado por Fidel. Afirmou que ele “foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa, sem fome nem exploração, numa América Latina unida e forte”. A petista publicou nota em seu site oficial.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou em texto publicado em seu Facebook que a morte de Fidel “marca o fim de um ciclo, no qual (…) se Cuba conseguiu ampliar a inclusão social, não teve o mesmo sucesso para assegurar a tolerância política e as liberdades democráticas”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou Fidel de “o maior de todos os latino-americanos”. E mais: “Sinto sua morte como a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei”. Leia aqui a íntegra da manifestação de Lula.

Rui Falcão, presidente do PT, lembrou que o cubano foi um dos idealizadores do Foro de São Paulo. A entidade reúne organizações e representantes de partidos de esquerda da América Latina. Psol e Pc do B também divulgaram notas.

Em nome do Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), lamentou a morte de Fidel. “Em momentos como este, devemos nos lembrar que posições políticas diferentes, desde que respeitados valores democráticos, contribuem para enriquecer nossa história”, escreveu o peemedebista.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), usou as redes sociais para prestar sua homenagem. Em seu Twitter, o petista publicou uma frase atribuída ao cubano: “Os homens passam, os povos ficam; os homens passam, as ideias ficam”.

As reações mais críticas partiram do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e do antigo auxiliar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Xico Graziano. O 1º gravou um vídeo em que chama o líder cubano de “exterminador de liberdades”.  Nas redes sociais, Graziano disse que Fidel “surgiu como herói libertário e morreu como ditador insano”.

BRASIL-CUBA
O Brasil reconheceu o governo de Fidel Castro após a Revolução Cubana em 1959. Em razão do gesto brasileiro, Fidel fez sua 1ª visita ao país durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), em abril de 1959, 4 meses após de assumir o regime revolucionário como primeiro-ministro.

As relações com a ilha caribenha foram rompidas após os militares tomarem o poder em 1964. Nesse período, foram suspensos voos comerciais para Cuba. A normalização entre Brasília e Havana se deu em 1986, no mandato de José Sarney (1985-1990), o que trouxe Fidel de volta ao Brasil.

Ele compareceu à cerimônia de posse de Fernando Collor (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Um dos últimos capítulos marcantes no relacionamento brasileiro com Havana foi a construção do Porto de Mariel. A obra foi executada pela Odebrecht com financiamento do BNDES. Os contratos foram assinados durante as gestões do ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e somam U$$ 682 milhões. A obra foi contestada por partidos de oposição. Há um procedimento aberto pelo Ministério da Transparência que investiga o financiamento do empreendimento.

Outro ponto de destaque na história recente entre os 2 países é o programa Mais Médicos, que trouxe cerca de 11 mil profissionais da ilha para trabalhar no Brasil na área da saúde . O governo do presidente Michel Temer, entretanto, já anunciou que pretende reduzir em 35% a participação dos cubanos no projeto nos próximos 3 anos.

RELAÇÕES COMERCIAIS
O comércio bilateral com Cuba cresceu 50,3% nos últimos 10 anos. Em termos de valor, passou de US$ 375 milhões em 2006, para US$ 564 milhões em 2015. Essas cifras são modestas quando se observa o total do intercâmbio entre os 2 países.

De janeiro a setembro deste ano de 2016, as exportações brasileiras para Cuba somaram U$$ 226 milhões, o que representa 0,16% do total exportado pelo Brasil no período. Em relação ao mesmo período de 2015, a queda foi de 36,8%, provocada principalmente pela descontinuidade nas vendas de farelo, farinha e torta de soja, além da diminuição nos embarques de carnes de frango para o mercado cubano.

Em contrapartida, as importações ficaram em U$$ 36 milhões (0,03% do total), variação positiva de 21,9% em relação ao mesmo período de 2015.

O intercâmbio comercial entre Brasil e Cuba fechou em U$$ 262 milhões de janeiro a setembro deste ano, um tombo de 32,4% em comparação a 2015.

Os dados são de um estudo elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores, o Departamento de Promoção Comercial e Investimentos e a Divisão de Inteligência Comercial.

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Carnaval é “hora de sambar, frevar,” diz Rui Falcão, presidente do PT
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Fernando Rodrigues

Mensagem foi divulgada em vídeo para a militância petista

Rui Falcão promete “nova fase” na comunicação do partido

“O Brasil não é ruim da cabeça nem doente do pé”

Dirigente evita ajuste fiscal e reforma da Previdência

O presidente do PT, Rui Falcão

O presidente do PT, Rui Falcão, em mensagem à militância do partido

O PT passa por uma de suas maiores crises. Foi o partido que mais perdeu deputados federais em 2015. Em meio a esse momento difícil, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, decidiu enviar um recado aos militantes dizendo que o feriado de Carnaval abre “uma janela para combater o clima de pessimismo, continuamente ampliado pela oposição”.

A avaliação foi feita em um vídeo divulgado hoje (02.fev) para a militância petista.

O presidente do PT diz que “o ano começa com o governo reencontrando o caminho do diálogo”, e que o PT tem “consciência de sua responsabilidade”. Ele destaca a retomada das reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão.

O dirigente petista não menciona medidas do ajuste fiscal nem da reforma da Previdência, que são consideradas vitais pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

Assista abaixo ao vídeo de Falcão:

No vídeo, Falcão fala sobre uma “nova fase” de comunicação do PT com a população, e também de diálogo com a própria militância. “É hora de reavivar nossa garra”, disse.

Falcão também convoca os petistas “a sambar, a frevar”. “É chegada a hora da grande festa democrática brasileira. E que bom que temos de pé a nossa democracia. É hora de sambar, frevar, avançar e alegrar os nossos corações”, diz. “O Brasil não é ruim da cabeça nem doente do pé”, completa ele.

A fala do presidente do PT ocupa 1 minuto e 53 segundos do vídeo. O restante do filmete de 4 minutos é ocupado por um jingle do partido, em ritmo de samba.

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Rui Falcão diz que nota sobre Delcídio agradou militância petista
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Fernando Rodrigues

Presidente do PT desincumbiu sigla de prestar solidariedade

Senadores acharam que nota teve tom inconveniente

Documento acelerou manutenção de Delcídio na cadeia

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O presidente nacional do PT, Rui Falcão

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que sua nota oficial sobre a prisão ontem (25.nov.2015) do senador Delcídio Amaral (PT-MS) agradou a militância da legenda.

Em Brasília, no governo e no Congresso, houve reações contrárias à nota de Falcão. Senadores de oposição e governistas são unânimes em dizer ao Blog que o comunicado serviu para acelerar o processo de votação no qual Delcídio foi mantido preso –com o Senado acatando uma decisão anterior do STF.

A lógica foi simples: se o PT está abandonando Delcídio, por que tentar soltá-lo e arcar com o custo político dessa operação. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a dizer que a nota de Rui Falcão era “oportunista e covarde”.

O presidente nacional petista fez na manhã desta 5ª feira (26.nov.2015) a seguinte avaliação: “A militância achou importante o posicionamento do partido na nota, por deixar claro que as atitudes atribuídas ao senador Delcídio Amaral não tem relação com o PT”.

E sobre Renan Calheiros ter classificado a nota de “oportunista e covarde”? E sobre a bancada de senadores do PT ter criticado o comunicado? Rui Falcão diz que não vai comentar.

Leia a seguir a íntegra da nota oficial de Rui Falcão, emitida ontem (25.nov.2015), às 17h50:

O presidente Nacional do PT, perplexo com os fatos que ensejaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ordenar a prisão do Senador Delcídio do Amaral, tem a dizer o seguinte:

1- Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado;

2- Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade;

3- A presidência do PT estará convocando, em curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis.

Brasília, 25 de novembro de 2015

Rui Falcão

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Agência digital do PT anuncia fim do contrato de R$ 6,4 milhões com partido
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Fernando Rodrigues

Pepper já fez duas campanhas presidenciais

Empresa também cuida do Facebook de Dilma

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Logotipo da Pepper Interativa, extraído da página da empresa na internet

A Pepper, agência de comunicação interativa que atua nas redes sociais, entregou nesta 5ª feira (10.set.2015) uma carta à Direção Nacional do PT anunciando que não pretende renovar o contrato que mantém com o partido.

A relação entre a empresa e o PT continua até 31 de dezembro. Na carta enviada ao presidente nacional do partido, Rui Falcão, a Pepper diz ter resolvido informar sua decisão com antecedência para que seu cliente tenha tempo de “selecionar e escolher um novo fornecedor, sem risco de descontinuidade do serviço de comunicação digital”.

O contrato que a Pepper mantém com o PT tem um valor de R$ 530.000,00 por mês –um total de R$ 6,360 milhões por ano. A empresa trabalha para o partido há 4 anos, cuidando da comunicação da legenda nas redes sociais, criando e produzindo o conteúdo do site. Desde 2012, a Pepper também administra o Facebook da presidente Dilma Rousseff.

Com o final do contrato, o PT terá de procurar outra empresa para cuidar do Facebook da presidente da República.

OPERAÇÃO ACRÔNIMO
Neste ano de 2015, a Pepper esteve no noticiário por causa da Operação Acrônimo, que tem como um dos alvos principais o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e a mulher dele, Carolina Oliveira.

A Operação Acrônimo, conduzida pela Polícia Federal, apura suspeitas de desvio de recursos públicos para o financiamento de campanhas do PT. Em junho, por determinação do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi realizada busca e apreensão na sede da Pepper, em Brasília, e em outras empresas.

As investigações começaram em 2014, depois de policiais federais terem apreendido um avião com R$ 113 mil a bordo. Próximo a Pimentel, o empresário do setor gráfico Benedito Rodrigues, o Bené, estava na aeronave.

A Pepper apareceu no âmbito da Operação Acrônimo, entre outras razões, porque Carolina Oliveira trabalhou por 28 meses na empresa e recebeu um total de R$ 440.000 nesse período (anos de 2013 a 2014). A empresa também prestou serviços nessa mesma época ao BNDES e recebeu R$ 520 mil.

Em um comunicado oficial, a Pepper nega qualquer irregularidade. Diz que todos os contratos foram legais e os preços compatíveis com os praticados no mercado.

O QUE É A PEPPER
A Pepper, cuja proprietária é Danielle Miranda Fonteles, trabalha para o PT desde meados de 2010. Ajudou o marqueteiro João Santana, responsável pela campanha eleitoral que levou Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.

A empresa foi criada em 2008 para atuar nas redes sociais, desenvolvendo portais, sites e produzindo conteúdo para a web.

Entre outros trabalhos e clientes da Pepper estão o portal Sou Agro e o site de notícias Metrópoles, que acaba de ser lançado em Brasília sob o comando do ex-senador Luiz Estevão.

Além da campanha eleitoral de Dilma, em 2010, a Pepper atuou em 2014 nas campanhas vitoriosas ao governo da Bahia, de Rui Costa (PT), e ao governo de Alagoas, de Renan Filho (PMDB). Em 2008, a empresa trabalhou para a então petista Marta Suplicy, que disputou (e perdeu) a eleição para a Prefeitura de São Paulo.

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PT prepara palanque para Dilma com até 4 aliados no Rio, diz Rui Falcão
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Fernando Rodrigues

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que a presidente Dilma Rousseff evitará no ano que vem subir em palanques de diferentes aliados em um mesmo Estado. Como solução, a petista fará em 2014 seus próprios comícios estaduais e vai convidar todos os candidatos a governador de siglas aliadas.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, Rui Falcão explicou que essa saída está sendo desenhada com base no cenário do Rio de Janeiro. Nesse Estado, o PT apoia hoje o governador Sérgio Cabral (PMDB), que pretende lançar como sucessor o seu vice, Luiz Fernando Pezão, também peemedebista.

Ocorre que o PT já decidiu ter candidato próprio ao governo fluminense, o senador Lindbergh Farias, segundo Rui Falcão. Outros dois aliados dilmistas podem também entrar no páreo: Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).

Para evitar melindres, Dilma não deve subir no palanque de nenhum de seus quatro aliados que desejam concorrer ao governo fluminense. Mas Lindbergh, Pezão, Garotinho e Crivella serão convidados para eventos da petista no Rio durante a campanha de 2014.

Essa solução já foi testada no passado em alguns Estados, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi candidato a presidente. Por exemplo, em Pernambuco, em 2006, Lula ficou no mesmo palanque ao lado dos candidatos a governador pelo PSB, Eduardo Campos, e pelo PT, Humberto Costa.

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