Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Vem Pra Rua

Movimentos pró-impeachment redefinem agenda após saída de Dilma
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Fernando Rodrigues

MBL quer “adotar” 160 candidatos a prefeituras nas eleições de outubro

Vem Pra Rua defenderá o fim das coligações partidárias e da reeleição

Movimento Endireita Brasil protestará contra o imposto sindical

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Manifestantes pró-impeachment na Avenida Paulista durante protestos do dia 13.mar

Com o afastamento de Dilma Rousseff, os movimentos populares que militaram pelo impeachment estão refazendo suas agendas. Esses grupos cresceram e se consolidaram durante os protestos contra a presidente afastada. Agora, com o objetivo alcançado, tomam rumos diferentes.

O Vem Pra Rua, por exemplo, continuará a monitorar ações do governo. Liderados pelo empresário Rogério Chequer, o grupo pretende ir às ruas em defesa do voto distrital e proporcional misto e o fim da reeleição e das coligações partidárias.

Contexto: hoje, vereadores, deputados estaduais e federais são eleitos pelo chamado voto proporcional (todos os votos são contados, seja em candidatos ou nas legendas; ao final, divide-se o número de cadeiras em disputa de maneira proporcional ao apoio que cada sigla ou coligação teve nas urnas). O voto distrital e proporcional misto divide parte das vagas: algumas continuam sendo preenchidas pelo sistema proporcional (o atual) e outras são definidas em distritos (regiões delimitadas nas quais é eleito apenas o candidato mais votado).

“Esse monitoramento [do governo Temer] é tão necessário quanto antes. Nós só esperamos que a quantidade de problemas desse governo seja menor do que o de antes”, afirma Chequer.

O movimento reeditará o modelo do “Mapa do Impeachment” em dias de votações importantes no Congresso. O grupo pretende analisar as posições de deputados e senadores durante a apreciação de matérias polêmicas, como a reforma da Previdência e a possível criação de novos impostos.

As informações são do repórteres do UOL Luiz Felipe Barbiéri e André Shalders.

Depois da queda de Dilma, o MBL (Movimento Brasil Livre) terá como foco a defesa da agenda econômica liberal no governo Temer. O grupo defenderá cortes na máquina pública e vai se opor a qualquer iniciativa de aumento de impostos.

O MBL também mira as eleições de outubro: uma espécie de “convenção” será realizada em agosto, para chancelar os nomes de candidatos a prefeito e vereador. O movimento calcula apresentar 160 candidatos filiados a várias legendas, especialmente as que fizeram oposição aos governos do PT.

Na prática, o MBL vai “adotar” políticos de várias legendas. É que para ser candidato a cargo público no Brasil uma pessoa precisa estar filiada formalmente a uma das 35 siglas com registro no TSE. Como o MBL não é um partido, não pode lançar candidatos oficialmente.

Em Curitiba, o grupo tentará eleger Paulo Eduardo Martins, abrigado no PSDB. Na capital paulista, o pré-candidato é Fernando Holiday. O estudante de apenas 19 anos concorrerá a uma vaga na Câmara Municipal pelo DEM.

“Quem concorrer pelo MBL terá de assinar uma ‘carta compromisso’ se comprometendo com o nosso programa. Acima, inclusive, do programa do partido em que estiver abrigado. Um vereador do MBL nunca votará, por exemplo, no aumento de taxa ou imposto municipal”, diz Holiday. Ele é um dos dirigentes nacionais do grupo.

O Movimento Endireita Brasil apoiará candidatos de direita nas eleições municipais de outubro.

Também defenderá pautas no Legislativo, como o fim do imposto sindical obrigatório e a Escola Sem Partido, que luta pela “descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas”.

“O movimento não surgiu por conta da Dilma ou do Lula. Surgiu para fortalecer a direita política no Brasil”, diz Patrícia Bueno, diretora do movimento.

O Endireita Brasil dará um voto de confiança a Michel Temer. Promete, entretanto, fazer oposição ferrenha ao governo interino caso o peemedebista patrocine agendas que aumentem a carga tributária e o tamanho do Estado na economia.

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Grupos anti-Dilma acusam Facebook de dificultar convocação de ato no dia 13
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Fernando Rodrigues

Vem Pra Rua e Endireita Brasil reclamam de restrições em suas páginas

Facebook diz que eventos com muitos convidados às vezes passam por spam

Oposição quer manifestações de 13.mar para incentivar volta às ruas

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Manifestação pró-Impeachment na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro

Integrantes dos grupos Vem Pra Rua e  Movimento Endireita Brasil queixam-se de dificuldades na utilização do Facebook para divulgar as manifestações pró-impeachment convocadas para 13.mar. Esses atos são vistos pelo oposição como uma possível volta às ruas de grandes protestos contra a administração da presidente Dilma Rousseff (PT).

Recursos básicos da rede social, como fazer publicações e enviar convites, estão (em parte do tempo) indisponíveis aos administradores e simpatizantes dos movimentos nas suas páginas no Facebook.

As informações são do repórter do UOL, Luiz Felipe Barbiéri.

Os problemas começaram na semana passada. Seriam resultado de acusações contra as páginas oficiais dos grupos.

Isso estaria ocorrendo porque o Facebook permite que seus usuários apontem conteúdos considerados impróprios. Essa facilidade, entretanto, pode ser utilizada como estratégia para tirar do ar uma página ou perfil.

Um grande volume de “denúncias” contra um determinado site é suficiente para impor restrições aos usuários da rede. O Facebook restringe de forma automática as interações com a plataforma.

“O que está ocorrendo é gravíssimo. Há ataques contra nossa página, o Facebook sabe desses ataques e não faz nada. Não há qualquer tipo de filtro”, afirma Rogerio Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua.

Ele explica que os administradores da comunidade faziam, em média, 12 publicações diárias. Esse número teria caído para 5 em razão de obstruções impostas pela rede social. O Blog contou, entretanto, 27 postagens nos últimos 3 dias.

Patrícia Bueno, uma das 5 administradoras da página do Movimento Endireita Brasil, diz que ficou impedida de publicar na comunidade no sábado (20.fev).

“Não tenho dúvidas de que tenha relação com as manifestações do próximo dia 13”, afirma, em referência aos protestos pró-impeachment convocados para o mês que vem.

PERFIL PESSOAL
Às vésperas das manifestações de 13.dez.2015, os grupos queixaram-se dos mesmos problemas. A diferença é que, agora, as limitações no uso das ferramentas da rede social impõem-se também a contas pessoais de administradores e simpatizantes.

“A todo momento é solicitada troca de senha, pedem verificação visual. Eu levo 15 minutos para fazer uma simples postagem no meu perfil”, reclama Chequer.

Uma moderadora da conta do Vem Pra Rua diz que é comum ter de trocar a senha 5, 6 vezes ao dia.

“No meu perfil não consigo ‘curtir’ nada, responder mensagens, fazer compartilhamentos”, conta Patrícia.

OUTRO LADO
Em nota, o Facebook não explicou por que as restrições ao uso da rede atingem as contas pessoais de integrantes dos movimentos.

Esclareceu, no entanto, que eventos com grandes listas de convidados, algumas vezes, são denunciados como spam e os administradores podem ser impactados por notificações de segurança.

“A nossa Central de ajuda explica e detalha como criar, administrar e fazer promoção de eventos no Facebook”. 

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Aliança de grupos contra Dilma racha em dia de protesto em Brasília
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Fernando Rodrigues

Acorda Brasil acusa Vem pra Rua de falta de transparência e manobras para assumir liderança dos atos

Movimentos lerão “Carta ao Povo Brasileiro” na praça do Três Poderes nesta 4ª feira

Bruno Lupion
Coordenador interino do Blog do Fernando Rodrigues

Protesto contra o governo Dilma Rousseff realizado em Brasília realizado no domingo (12.abr.2015)

Protesto contra o governo Dilma Rousseff realizado em Brasília no domingo (12.abr.2015)

O movimento Acorda Brasil retirou sua assinatura do manifesto que será lido nesta 4ª feira (15.abr.2015) na praça dos Três Poderes, em Brasília, pela aliança dos grupos que organizam protestos contra o governo Dilma Rousseff.

O racha é pontuado por acusações de falta de transparência e disputa pela liderança dos movimentos. O Acorda Brasil, que patrocinou um carro de som na manifestação do último domingo (12.abr.2015), em São Paulo, acusa os líderes do Vem pra Rua de instrumentalizar o apoio a outros grupos “para se posicionar como liderança oficial das manifestações contra o governo”.

O estopim foi a ida de representantes do Vem pra Rua ao Congresso na 3ª feira (14.abr.2015). Eles entregaram ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) um convite para o ato desta 4ª feira, quando deve ser lida uma “Carta ao Povo Brasileiro” com reivindicações dos movimentos. A “Carta” não deve incluir o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A iniciativa irritou o Acorda Brasil, que afirmou não ter sido informado. O Vem pra Rua, diz o grupo, “se autonomeou porta-voz” da aliança de movimentos e “rompeu” a confiança dos demais coletivos.

O Vem pra Rua é liderado pelo empresário Rogério Chequer, 46 anos. Em março, ele divulgou um vídeo pedindo o fim do “fogo amigo” entre os grupos que protestam contra Dilma.

O Blog entrou em contato com o Vem pra Rua, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

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