Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Vladimir Putin

11,5 milhões de registros financeiros expõem corrupção global
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Fernando Rodrigues

Chefes de Estado, criminosos e celebridades usam offshores

Dados da Mossack Fonseca, do Panamá, revelam segredos

Aliados de Vladimir Putin movimentaram US$ 2 bilhões

Premiês da Islândia e do Paquistão e rei da Arábia Saudita também aparecem

Membros do Politburo da China, inclusive do cunhado Xi Jinping, têm offshores

Presidente da Argentina, Mauricio Macri, operou nas Bahamas

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Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), David Gunnlaugsson (Islândia) e Mauricio Macri (Argentina)

Por Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos

O acervo de 11,5 milhões de registros financeiros de um paraíso fiscal expõe uma rede de empresas offshore de líderes do cenário político mundial  – inclusive 12 chefes de Estado atuais e antigos–  e revela como integrantes do círculo de poder do presidente russo Vladimir Putin movimentaram secretamente US$ 2 bilhões por meio de bancos e companhias com atuação obscura.

Os documentos revelam 4 décadas de registros da empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá e com escritórios em 39 localidades ao redor do globo. Também há detalhes de acordos financeiros secretos de outros 128 políticos e funcionários públicos ao redor do mundo.

O conjunto de dados mostra como a indústria global de bancas de advocacia e grandes bancos vende sigilo para políticos, fraudadores e traficantes de drogas, assim como para bilionários, celebridades e astros dos esportes.

Estas são algumas das descobertas de um trabalho de investigação que durou 1 ano e foi realizado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e por mais de 100 outras organizações de mídia.

No Brasil, o UOL, por meio do Blog do Fernando Rodrigues, participou da investigação jornalística. Outros 2 veículos brasileiros que estão nessa parceria são o jornal “O Estado de S.Paulo” e a Rede TV!.

Os arquivos expõem a existência de companhias offshore controladas pelos primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão, pelo rei da Arábia Saudita e pelos filhos do presidente do Azerbaijão. Eles também incluem pelo menos 33 pessoas e empresas que integram uma lista negra do governo dos Estados Unidos por causa de indícios de que realizaram negócios com barões da droga mexicanos, organizações extremistas como o Hezbollah ou países vistos como “párias” pelos norte-americanos, como a Coreia do Norte e o Irã.

“Estas descobertas mostram o quão profundamente estão arraigadas as práticas nocivas e a criminalidade no mundo dos paraísos fiscais”, disse Gabriel Zucman, economista da Universidade da Califórnia, Berkeley, e autor de “A Riqueza Oculta das Nações: o Flagelo dos Paraísos Fiscais”.

Zucman, que recebeu informações sobre a investigação, disse que a divulgação dos documentos deve fazer com que governos busquem “sanções concretas” contra jurisdições e instituições que vendem sigilo por meio de empresas offshore.

Os dados cobrem um período de quase 40 anos, de 1977 até o final de 2015. Permitem um panorama inédito das entranhas do mundo dos paraísos fiscais, fornecendo uma visão dia a dia, década a década, de como dinheiro sujo flui pelo sistema financeiro global, alimentando a criminalidade e pilhando recursos públicos.

A maioria dos serviços que a indústria de offshores fornece está de acordo com a lei, em tese. Mas os documentos mostram que bancos, escritórios de advocacia e outras engrenagens desse mundo geralmente falham em cumprir as exigências legais que evitariam sua ligação com clientes envolvidos em atividades criminosas, sonegação fiscal ou corrupção política.

Em alguns casos, os arquivos mostram que intermediários de offshores protegeram a si e a seus clientes escondendo transações suspeitas ou manipulando registros oficiais.

Os documentos deixam claro que grandes bancos são os principais articuladores da criação de companhias que são difíceis de rastrear, sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, no Panamá e outros paraísos fiscais. Os arquivos mostram a existência de cerca de 15.600 “empresas de papel”  –que existem formalmente, mas não têm qualquer atividade. São abertas por bancos para clientes que querem manter suas finanças sob sigilo. Milhares delas foram criadas por gigantes internacionais como UBS e HSBC.

VLADIMIR PUTIN
Os registros revelam a existência um padrão de manobras usado para encobrir bancos, empresas e pessoas ligadas ao líder russo Vladimir Putin. Os documentos mostram companhias offshore ligadas a esta rede movimentando quantias que chegam a U$ 200 milhões a cada transação.

Os associados de Putin disfarçaram pagamentos, alteraram datas de documentos e estenderam um braço oculto de influência sobre  os meios de comunicação do país e a indústria automotiva.

Um porta-voz do Kremlin se recusou a responder a questões relacionadas a esta reportagem. Em vez disso, veio a público no dia 28 de março com acusações de que o ICIJ e seus parceiros estavam preparando um enganoso “ataque informativo” contra Putin e pessoas próximas a ele.

A INVESTIGAÇÃO
Os arquivos foram analisados por um grupo de mais de 370 jornalistas de 76 países. São procedentes de uma pouco conhecida, embora poderosa, firma de advocacia sediada no Panamá, a Mossack Fonseca, que tem filiais em Hong Kong, Zurique, São Paulo e outros centros financeiros.

A empresa é uma das maiores criadoras de empresas de fachada do mundo, estruturas corporativas que podem ser usadas para esconder patrimônio.

Os arquivos internos foram vazados de dentro do escritório de advocacia da Mossack Fonseca. Contêm informações sobre 214.488 organizações offshore ligadas a pessoas de mais de 200 países e territórios. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos vai divulgar a lista completa de empresas e pessoas ligadas a elas no início de maio.

Os dados incluem e-mails, planilhas financeiras, passaportes e registros financeiros que revelam os proprietários secretos de contas bancárias e empresas em 21 jurisdições offshore, de Nevada a Cingapura, passando pelas Ilhas Virgens Britânicas.

As mãos da Mossack Fonseca estão no comércio de diamantes na África, no mercado internacional de arte e em outros negócios que prosperam em sigilo. A empresa prestou serviços para uma quantidade de membros da realeza do Oriente Médio suficiente para encher um palácio. Ajudou 2 reis, Mohammed VI, do Marrocos, e Salman, da Arábia Saudita, a sair para o mar em iates de luxo.

Na Islândia, os arquivos vazados mostram que o primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson e sua mulher eram proprietários de uma empresa que detinha milhões de dólares em títulos de bancos islandeses durante a crise financeira no país.

Dentre as pessoas que aparecem nos documentos está um condenado por lavagem de dinheiro que afirmou ter conseguido uma contribuição ilegal de campanha no valor de US$ 50 mil usada para pagar os homens que invadiram da sede do comitê do Partido Republicano, no edifício Watergate, na capital Washington; 29 bilionários que aparecem na lista dos 500 mais ricos da revista Forbes e o astro de cinema Jackie Chan, que tem pelo menos seis empresas gerenciadas pelo escritório de advocacia.

Tal como acontece com muitos dos clientes da Mossack Fonseca, não há provas de que Chan usou suas companhias para propósitos indevidos. Ter uma empresa offshore não é ilegal. Para algumas transações comerciais internacionais, trata-se de uma escolha lógica.

Os documentos da Mossack Fonseca indicam, porém, que dentre os clientes da empresa há pessoas que criaram operações fraudulentas do tipo pirâmide (também conhecidas como esquema Ponzi), chefões do tráfico, sonegadores e pelo menos um preso por crimes sexuais.

Um empresário norte-americano condenado por viajar para a Rússia para fazer sexo com menores órfãs assinou os papéis para a abertura de uma empresa offshore enquanto cumpria sua sentença de reclusão em Nova Jersey, mostram os registros.

Os arquivos contêm novos detalhes sobre importantes escândalos que vão do maior roubo de ouro da Inglaterra a acusações de suborno que abalam a Fifa, a organização que regulamenta o futebol internacional.

Independentemente de serem famosos ou anônimos, a Mossack Fonseca trabalha agressivamente para proteger os segredos de seus clientes. Os arquivos vazados mostram que a empresa ofereceu regularmente a troca de datas de documentos para ajudar seus clientes a obter vantagens em seus assuntos financeiros. A prática era tão comum que uma troca de e-mails de 2007 mostra funcionários falando sobre o estabelecimento de uma estrutura de preços –os clientes deveriam pagar US$ 8,75 para cada mês em que a data de um documento corporativo fosse atrasada.

Em resposta por escrito a perguntas feitas pelo ICIJ e seus parceiros, a empresa disse que “não acolhe ou promove” atos ilegais. “Suas alegações de que provemos acionistas com estruturas supostamente desenhadas para esconder a identidade de seus verdadeiros proprietários são completamente infundadas ou falsas.”

Até recentemente, a Mossack Fonseca vinha operando parcialmente nas sombras. Mas o escritório de advocacia está cada vez mais sob os holofotes, na medida em que governos obtêm informações parciais de vazamentos dos arquivos da empresa e autoridades na Alemanha e no Brasil começam a examinar suas práticas.

Em fevereiro de 2015, o jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” publicou que autoridades haviam lançado uma série de ações cujo alvo era um dos maiores bancos do país, o Commerzbank, em uma investigação de fraude fiscal que pode levar a acusações criminais contra funcionários da Mossack Fonseca.

No Brasil, o escritório de advocacia tornou-se um dos alvos da Operação Lava Jato, que já resultou em acusações criminais contra importantes políticos. A Lava Jato no momento investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também ameaça o cargo da atual presidente, Dilma Rousseff. A Mossack Fonseca, que teve funcionários detidos, nega ter cometido qualquer delito no Brasil.

As revelações descobertas nos arquivos do escritório de advocacia expandem dramaticamente os vazamentos anteriores a respeito de registros de offshores que o ICIJ e seus parceiros revelaram nos últimos quatro anos.

Na maior colaboração entre órgãos de imprensa já realizada, jornalistas que escrevem em mais de 25 línguas se aprofundaram nos arquivos internos e rastrearam os acordos secretos dos clientes do escritório de advocacia em todo o mundo.

Os repórteres compartilharam informações e buscaram pistas geradas pelos documentos usando arquivos corporativos, registros de propriedade, declarações financeiras, documentos do Judiciário e entrevistas com especialistas em lavagem de dinheiro e funcionários encarregados de aplicar a lei.

Jornalistas do “Süddeutsche Zeitung” obtiveram milhões de registros de uma fonte confidencial e os compartilharam com o ICIJ e outros parceiros.

O CRIME DO SÉCULO
Na madrugada de 26 de novembro de 1983, seis assaltantes entraram no depósito da Brink’s-Mat no aeroporto de Heathrow, em Londres.

Os bandidos amarraram os seguranças, jogaram gasolina sobre eles, acenderam um palito de fósforo e ameaçaram atear fogo a não ser que eles abrissem o cofre do depósito. No interior, os ladrões encontraram cerca de 7 mil barras de ouro, diamantes e dinheiro vivo.

Meios de comunicação britânicos apelidaram o assalto de “o crime do século”. A maior parte do que foi roubado –incluindo o dinheiro obtido com o derretimento e venda do ouro– nunca foi recuperado. Onde o dinheiro foi parar é um mistério que continua a fascinar pesquisadores do submundo da Inglaterra.

Agora, documentos que estão entre os arquivos vazados da Mossack Fonseca relevam que o escritório de advocacia e seu cofundador, Jürgen Mossack, podem ter ajudado os criminosos a manter o espólio longe das mãos das autoridades, ao proteger uma companhia ligada a Gordon Parry, um vendedor de automóveis de Londres que lavou dinheiro para a quadrilha que assaltou a Brink’s-Mat.

A Mossack Fonseca afirmou ao ICIJ que segue “tanto a letra quanto o espírito” da lei. “Por causa disso, nenhuma vez, em quase 40 anos de operação fomos acusados de delito criminal.”

Os homens que fundaram a empresa décadas atrás –e continuam atualmente como principais parceiros do empreendimento– são figuras bem conhecidas da sociedade e política panamenhas.

Jürgen Mossack é um imigrante alemão cujo pai buscou uma nova vida no Panamá para sua família após ter servido na Waffen-SS de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Ramón Fonseca é um premiado escritor que nos últimos anos tem trabalhado como conselheiro do presidente do Panamá. Ele se afastou da função de conselheiro presidencial em março, depois de sua empresa ter sido implicada no escândalo brasileiro da Lava Jato e o ICIJ e seus parceiros terem começado a fazer perguntas sobre as práticas do escritório de advocacia.

No total, um analista do ICIJ que trabalhou nos arquivos da Mossack Fonseca identificou 58 parentes e associados de primeiros-ministros, presidentes e reis.

Familiares de pelos menos 8 ex e atuais integrantes do Comitê Permanente do Politburo da China, o principal organismo de governo do país, têm companhias offshore abertas por meio da Mossack Fonseca. Dentre eles está o cunhado do presidente Xi Jinping.

A lista de líderes mundiais que usaram a Mossack Fonseca para abrir organizações offshore inclui o atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, que foi diretor e vice-presidente de uma companhia sediada nas Bahamas gerenciada pela Mossack Fonseca quando era empresário e prefeito da capital argentina.

Um porta-voz de Macri disse que o presidente nunca teve, como pessoa física, ações da empresa, que é parte dos negócios da família.

Documentos mostram que, durante os dias mais sangrentos da invasão de 2014 da Rússia à região ucraniana de Donbas (também conhecida como Donets), representantes do líder ucraniano Petro Poroshenko esforçavam-se para encontrar uma cópia de uma conta doméstica (como de água ou eletricidade) para completar a papelada necessária para a criação de uma holding nas Ilhas Virgens Britânicas.

Um porta-voz de Poroshenko disse que a criação da companhia não teve nada a ver com “quaisquer eventos políticos ou militares na Ucrânia”.

Quando Sigmundur David Gunnlaugsson tornou-se primeiro-ministro da Islândia, em 2013, ele ocultou um segredo que poderia ter prejudicado sua carreira política. Ele e sua mulher compartilhavam a posse de uma empresa offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas quando entrou no Parlamento, em 2009. Gunnlaugsson vendeu sua participação nas empresas para sua mulher, meses mais tarde, por US$ 1,00.

Originalmente, a companhia detinha títulos avaliados em milhões de dólares de três bancos islandeses que quebraram durante a crise financeira de 2008, tornando-o credor dessas falências. O governo de Gunnlaugsson negociou um acordo com os credores no ano passado, sem divulgar a participação financeira de sua família no resultado da questão.

No caso da Operação Lava Jato, no Brasil, os promotores alegam que funcionários da Mossack Fonseca destruíram ou esconderam documentos para mascarar o envolvimento do escritório de advocacia na lavagem de dinheiro. Documento policial diz que, em um dos exemplos, um funcionário da filial brasileira enviou um e-mail instruindo colegas de trabalho a esconder registros envolvendo um cliente que poderia ser alvo da investigação policial. “Não deixe nada. Eu os guardarei no meu carro ou na minha casa.”

Esta reportagem foi produzida pelos seguintes jornalistas, sob coordenação do ICIJ: Bastian Obermayer, Gerard Ryle, Marina Walker Guevara, Michael Hudson, Jake Bernstein, Will Fitzgibbon, Mar Cabra, Martha M. Hamilton, Frederik Obermaier, Ryan Chittum, Emilia Díaz-Struck, Rigoberto Carvajal, Cécile Schilis-Gallego, Marcos García Rey, Delphine Reuter, Matthew Caruana-Galizia, Hamish Boland-Rudder, Miguel Fiandor e Mago Torres.

No Brasil, participaram da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

Saiba como foi feita a série Panama Papers

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O que é e quando é legal possuir uma empresa offshore

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Registros secretos revelam rede de fundos ligada a Vladimir Putin
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Fernando Rodrigues

vladimir putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin

Por Jake Bernstein, Petra Blum, Oliver Zihlmann e David Thompson
Panama Papers

Vladimir Putin e Sergey Roldugin forjaram um vínculo quando jovens. Amigos de longa data, quase como irmãos, eles vagavam pelas ruas de Leningrado cantando e, no caso de Putin, ocasionalmente entrando em brigas.

Na medida em que Putin subia ao poder como líder supremo da Rúsia e Roldugin fazia seu nome como violoncelista clássico e maestro, os 2 se mantiveram próximos.

Roldugin tocou para Putin e seus importantes convidados na residência oficial do presidente e concedeu entrevistas aos meios de comunicação que abrandaram a temível imagem de Putin.

Agora, a divulgação de documentos secretos revela um outro lado, escondido, dessa amizade.

Os documentos mostram que Roldugin atua nos bastidores de uma rede clandestina operada por associados a Putin que movimentou pelo menos US$ 2 bilhões entre bancos e companhias offshore, segundo uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), do jornal alemão Süddeutsche Zeitung e de outros parceiros.

No Brasil, o UOL, por meio do Blog do Fernando Rodrigues, participou da investigação jornalística. Outros 2 veículos brasileiros que estão nessa parceria são o jornal “O Estado de S.Paulo” e a Rede TV!.

Nos registros, Roldugin aparece como o proprietário de companhias offshore que obtiveram pagamentos de outras empresas avaliados em dezenas de milhares de dólares. Uma companhia ligada ao violoncelista também obteve influência secreta sobre a maior fabricante de caminhões da Rússia; outra amealhou uma porção grande da indústria da publicidade na televisão russa.

É possível que Roldugin, que afirma publicamente não ser um homem de negócios, não seja o verdadeiro beneficiário desses bens. Em vez disso, os arquivos indicam que Roldugin age como testa de ferro para a rede de pessoas leais a Putin e, talvez, para o próprio primeiro-ministro Russo.

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Documento de uma das offshores de Roldugin

Não há dúvidas quanto à amizade entre os 2. No começo da década de 1980, Roldugin arranjou um encontro duplo no qual Putin conheceu sua futura esposa, Lyudmila. Depois disso, Putin escolheu Roldugin para ser padrinho de sua primeira filha, Maria.

Cerca de 100 acordos financeiros relacionados à rede são descritos nos documentos trazidos à tona. Eles são complexos. Pagamentos são mascarados de várias formas. No papel, ações de companhias são trocadas e destrocadas num mesmo dia. Documentos têm suas datas retroagidas. Sanções financeiras questionáveis são avaliadas. Os direitos para empréstimos multimilionários são vendidos entre as companhias offshore por US$ 1,00.

Em quase todos os exemplos, o resultado é o mesmo: dinheiro e poder se movem na direção da rede, para companhias e pessoas aliadas a Putin. Os acordos dissimulados da rede permitem que ela receba dinheiro de uma série de maneiras, o que inclui centenas de milhões de dólares em empréstimos “de pai para filho” de um banco controlado pelo governo russo.

A origem dos documentos revelados são os arquivos da Mossack Fonseca, um escritório de advocacia do Panamá que registrou algumas das companhias de Roldugin e ajudou a administrar a rede de holdings nas Ilhas Virgens Britânicas e em outros paraísos fiscais.

Há anos, reportagens –a maioria de pessoas que fazem denúncias (os chamados “whistleblowers”)–  falam sobre a suposta fortuna secreta de Putin. Afirma-se que algumas companhias offshore, um palácio e um megaiate pertenceriam ao líder russo. Vários meios de comunicação também indicaram como as pessoas ao redor de Putin tornaram-se ricas. Ainda assim, formular um quadro detalhado dos assuntos financeiros secretos do círculo do premiê é algo difícil de fazer.

Os registros revelam o que até agora era material de rumores: como os amigos íntimos de Putin conduzem secretamente seus próprios negócios. Os documentos incluem correspondência por e-mail, formulários para conta bancária, acordos de empréstimo, transações compartilhadas e cópias de passaportes. Datas, volumes em dinheiro e termos de contratos são detalhados.

Caminhões de guerra. Uma das movimentações suspeitas da rede de Putin envolve a empresa Kamaz, responsável por produzir caminhões para, dentre outros clientes, o exército russo.

Em agosto de 2008, tropas russas invadiram a Georgia em um conflito que durou cinco dias. Na ocasião o exército utilizou caminhões da Kamaz. Cinco meses antes, segundo os documentos agora revelados da Mossack, o violoncelista Sergey Roldugin fez movimentos para, secretamente, conseguir algum controle sobre a Kamaz.

Os documentos mostram que uma das empresas offshore de Roldugin teve a opção secreta de adquirir uma participação minoritária na Kamaz por meio da empresa Avtoinvest.

O conselheiro de Putin, Ruben Vardanyan, era o presidente do conselho e principal proprietário do banco que geria a Avtoinvest, uma grande acionista da Kamaz.

Em 2008 ele queria consolidar seu controle majoritário na Kamaz, segundo a imprensa divulgou na época, mas precisava de ajuda. O governo do Tataristão, uma república da Federação Russa,  adquiriu uma grande quantidade de ações, e depois foi persuadido a vendê-las.

Como parte do negócio, se a Avtoninvest adquirisse a maior parte das ações, a empresa de Roldugin ia poder ditar todos os aspectos operacionais da Kamaz, como a “aprovação do plano de negócios e o orçamento” e a aprovação sobre qual corporação seria capaz de investir na companhia.

Com isso, a empresa de Roldugin pagou US$ 1,5 milhão para ter a opção e o direito de ditar os rumos da empresa. Em contrapartida, segundo o acordo encontrado na Mossack, a empresa do violoncelista russo deveria fazer lobby para o “projeto”, que estava descrito como conseguir que a Avtoinvest se tornasse acionista majoritária da empresa.

Muitos dos homens ligados à rede, dentre eles o próprio Putin, têm algo a mais em comum, além da história. Eles são conectados ao banco Rossiya, sediado em São Petersburgo, que o governo norte-americano aponta como sendo o “cofre pessoal” de Putin.

Os arquivos deixam claro que o banco Rossiya construiu a rede. Seus funcionários cuidam dela, trabalham para criar companhias offshore, atribuindo propriedade a Roldugin e a outras pessoas, além de proteger as transações por meio de bancos na Rússia, Chipre e Suíça.

Em nenhum lugar dos arquivos da Mossack Fonseca o nome do presidente russo, ex-chefe da KGB, aparece de verdade. A vasta movimentação e o histórico do premiê, contudo, indicam ser  improvável que Putin não tivesse conhecimento de nada.

Após receber perguntas detalhadas do ICIJ e de seus parceiros, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, criticou matérias que seriam escrita sobre o assunto, durante uma coletiva de imprensa, como “um ataque” e “uma série de lorotas”, segundo o serviço de imprensa russo.

Peskov declarou que as questões são referentes a companhias offshore e a “uma grande quantidade de empresários que Putin nunca viu na vida”.

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Poder e Política na semana – 14 a 20.jul.2014
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Fernando Rodrigues

Acabou a Copa do Mundo e nesta semana o Brasil recebe diversos chefes de Estado para encontro dos Brics e da Unasul. Na economia, destaque para o Banco Central que anuncia a nova taxa básica de juros, a Selic.

A presidente Dilma Rousseff reúne-se nesta 2ª feira com Vladimir Putin, presidente da Rússia, no Palácio do Planalto. Na 3ª feira, comanda em Fortaleza a 6ª Cúpula dos Brics, com Putin e Xi Jinping, presidente da China, Jacob Zuma, presidente da África do Sul, e Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia. Na 4ª feira, Dilma recebe Modi para audiência do Palácio da Alvorada e comanda encontro dos chefes de Estado dos países dos Brics com presidentes de países da Unasul, no Palácio do Itamaraty. Na 5ª feira, reúne-se em audiência particular com Jinping, no Planalto.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, divulga nesta 2ª feira balanço da Copa do Mundo do Brasil, em coletiva de imprensa no Rio com Aldo Rebelo, ministro do Esporte, José Maria Marin, presidente da CBF, e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa.

UOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan sabatinam Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente da República, na 3ª feira, em SP. No dia seguinte, é a vez de Aécio Neves, candidato do PSDB. Dilma disse ter intenção de participar, mas não disse ainda em qual data.

Na 4ª feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 11% ao ano. A expectativa do mercado é a manutenção da taxa no mesmo patamar.

Na 3ª e na 4ª feira o Datafolha vai a campo fazer pesquisa nacional sobre eleições presidenciais, organização da Copa do Mundo e comando da seleção brasileira de futebol. Nesse mesmo levantamento, o Datafolha vai sondar a intenção de voto sobre as eleições para governador em São Paulo e no Rio.

Na 6ª feira, Aécio viaja a Queimados, no Rio, para ato de pemedebistas do movimento “Aezão”, que defende o tucano para presidente e Luiz Fernando Pezão (PMDB) para governador do Estado.

Também na 6ª feira, Dilma deve tirar uma última casquinha da Copa do Mundo e pode se reunir com o chamado movimento Bom Senso F.C., que pede mudanças na gestão do futebol do país. Sobre os efeitos político-eleitorais de outras derrotas da seleção brasileira, o Blog publicou post a respeito com comparações históricas.

Na manhã de sábado, Campos participa de ato da campanha de Benedito de Lira (PP) ao governo de Alagoas, que tem como vice Alexandre Toledo (PSB). À tarde, vai a debate sobre a bacia do Rio São Francisco em Juazeiro, na Bahia.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (14.jul.2014)
Dilma e Putin – presidente Dilma Rousseff recebe Vladimir Putin, presidente da Rússia, no Palácio do Planalto. Entre os temas em pauta, a organização da Copa do Mundo, que em 2018 será realizada na Rússia.

Brics em Fortaleza6ª Cúpula dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Fortaleza. Encontro será aberto com reunião dos presidentes dos Bancos Centrais e ministros de Comércio Exterior e da Fazenda dos 5 países. A cúpula termina na 4ª feira (16.jul.2014) e deve anunciar a criação de um novo banco de desenvolvimento, o “Banco dos Brics”. Empresários e organizações civis das nações envolvidas realizam encontros paralelos.

Balanço da Copa – Fifa e Comitê Organizador Local divulgam balanço da Copa do Mundo no Brasil. Participam da coletiva de imprensa Joseph Blatter, presidente da Fifa, Aldo Rebelo, ministro do Esporte, José Maria Marin, presidente da CBF, Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local, e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. No Maracanã, no Rio.

Campanha de Dilma – coordenadores da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição reúnem-se em Brasília.

Presidência do STF – ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal –que adiou a sua aposentadoria para 6 de agosto–, entra em férias até 31 de julho. Nesse período, o ministro Ricardo Lewandowski, atual vice-presidente da Corte, assume o comando do Tribunal.

Psique da seleção – Regina Brandão, psicóloga da seleção brasileira, é entrevistada no programa Roda Viva, da TV Cultura. Às 22h.

Conselhos populares – Câmara realiza esforço concentrado. Na pauta do plenário, está a votação de decreto legislativo que suspende os efeitos do decreto da presidente Dilma Rousseff sobre a criação dos conselhos populares.

 

3ª feira (15.jul.2014)
Brics em Fortaleza – presidente Dilma Rousseff reúne-se com os presidentes da Rússia (Vladimir Putin), China (Xi Jinping) e África do Sul (Jacob Zuma) e o primeiro-ministro da Índia (Narendra Modi) em Fortaleza na 6ª Cúpula dos Brics.

Sergei Karpukhin/Reuters - 5.set.2013

Dilma Rousseff, Manmohan Singh (ex-primeiro-ministro da Índia), Vladimir Putin (presidente da Rússia), Xi Jinping (presidente da China) e Jacob Zuma (presidente da África do Sul) em encontro dos Brics na Rússia, em 5.set.2013

Sabatina com CamposUOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan sabatinam Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente da República. Às 11h, no Teatro Folha em SP, com transmissão ao vivo.

Taxa Selic – Comitê de Política Monetária do Banco Central reúne-se para definir a nova taxa básica de juros, a Selic, hoje em 11% ao ano. A reunião termina na 4ª feira (16.jul.2014).

Congresso e os vetos – sessão do Congresso Nacional vota 21 vetos totais ou parciais da presidente Dilma Rousseff a projetos aprovados pelo Legislativo. Entre eles, ao texto que estabelece novas regras para a criação de municípios e a trechos da minirreforma eleitoral.

Pesquisas – Datafolha vai a campo fazer pesquisa nacional sobre eleições presidenciais, organização da Copa do Mundo e comando da seleção brasileira de futebol e pesquisas estaduais sobre as eleições em São Paulo e no Rio. Até 4ª feira (16.jul.2014).

Padilha e empresários – Lide (Grupo de Líderes Empresariais) realiza seminário sobre propostas para o governo de São Paulo com Alexandre Padilha, candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes.

Vargas e Argôlo – Conselho de Ética da Câmara colhe depoimento de testemunhas no processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) e dá andamento ao processo contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).

Trabalho escravo – Comissão Mista do Congresso analisa emendas a projeto de lei que estabelece a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde for constatada a prática de trabalho escravo.

Trabalho doméstico – Comissão Mista do Congresso analisa emenda a projeto de lei que regulamenta os direitos de empregados domésticos.

Orçamento – Comissão Mista de Orçamento vota relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015.

Alianças do PMDB – bancada do PMDB no Congresso reúne-se para fazer balanço das alianças nos Estados.

Voto em trânsito – abertura do prazo para o eleitor que está fora do seu domicílio eleitoral e deseja votar em trânsito habilitar-se perante a Justiça Eleitoral. Nessa modalidade, é possível votar apenas para presidente, em municípios com mais de 200 mil eleitores.

 

4ª feira (16.jul.2014)
Dilma e Modi – presidente Dilma Rousseff reúne-se com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Palácio da Alvorada.

Brics e latinos em Brasília – presidente Dilma Rousseff comanda encontro de chefes de Estado dos países dos Brics com presidentes de países da Unasul. No Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Jinping no Congresso – Xi Jinping, presidente da China, participa de sessão solene do Congresso Nacional sobre os 40 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e o país asiático.

Sabatina com AécioUOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan sabatinam Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República. Às 11h, no Teatro Folha em SP, com transmissão ao vivo.

Luciana e a OAB – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, reúne-se com Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Em Brasília.

Taxa Selic – Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia no final do dia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 11% ao ano. A expectativa do mercado é a manutenção da taxa no mesmo patamar.

Aumento para juízes e promotores – plenário do Senado realiza 5ª sessão de discussão e pode votar em 1º turno a PEC 63/2013, que estabelece o pagamento de adicional por tempo de serviço a juízes e membros do Ministério Público.

Propaganda eleitoral – ministro Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, conduz audiência pública com representantes dos partidos e das emissoras de rádio e televisão e define o tempo do horário eleitoral gratuito de cada coligação. Em Brasília.

Petrobras – CPI Mista da Petrobras vota a quebra de sigilos fiscal, telefônico e telemático do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal.

Comércio – IBGE divulga pesquisa mensal sobre o comércio.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Indústria nos EUA – Banco Central dos EUA divulga índice da produção industrial do país.

 

5ª feira (17.jul.2014)
Dilma e Jinping – presidente Dilma Rousseff recebe Xi Jinping, presidente da China, no Palácio do Planalto.

Durão Barroso no Brasil – José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, inicia visita oficial ao Brasil. Ele permanece no país até 2ª feira (21.jul.2014).

Congresso em recesso – Congresso Nacional entra em recesso branco até o dia 1º de agosto.

Serviços – IBGE divulga pesquisa mensal sobre o setor de serviços.

 

6ª feira (18.jul.2014)
Aezão – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa em Queimados, no Rio, de ato de pemedebistas do movimento “Aezão”, que defende o tucano para presidente e Luiz Fernando Pezão (PMDB) para governador do Estado.

Padilha e Lula em campanha – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, faz caminhada no centro da capital paulista, entre o Teatro Municipal e a Praça da Sé, e vai à cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Bancários de SP. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparece aos 2 eventos.

Luciana em SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz caminhada de campanha na Avenida Paulista, em SP.

Hackers reunidos – início da conferência “Hackers on Planet Earth”, em Nova York. Até domingo (20.jul.2014).

 

Sábado (19.jul.2014)
Campos em Alagoas e Bahia – Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente da República, participa de ato da campanha de Benedito de Lira (PP) ao governo de Alagoas, que tem como vice Alexandre Toledo (PSB). Às 10h, em Maceió. À tarde, Campos vai a debate sobre a bacia do Rio São Francisco em Juazeiro, na Bahia.

 

Domingo (20.jul.2014)
Voos da Copa – último dia da malha viária especial da Copa do Mundo, que aumentou a frequência de alguns voos a pedido das companhias aéreas.

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Rússia faz campanha para ter bandeira no Monumento aos Pracinhas, no Rio
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Fernando Rodrigues

Homenagem sobre 2ª Guerra contempla apenas EUA, Reino Unido e França

União Soviética integrava Aliados e foi decisiva na derrota do nazifascimo

Monumento em dia comum (à esq.) e nas datas festivas, com bandeiras de Inglaterra, EUA, Brasil e França. Crédito: Divulgação/Exército brasileiro

Monumento em dia comum (à esq.) e nas datas festivas, com bandeiras de Reino Unido, EUA, Brasil e França. Crédito: Divulgação/Exército brasileiro

A Voz da Rússia, estatal de mídia russa, lançou nesta semana uma campanha para que a bandeira de seu país seja incluída no Monumento aos Pracinhas, no Rio, que homenageia os brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial.

O monumento fica no Aterro do Flamengo, entre a Marina da Glória e o Museu de Arte Moderna, e tem mastros para 4 bandeiras. No dia a dia, apenas a do Brasil é exibida. Em datas festivas, são hasteadas também as bandeiras de Estados Unidos, França e Reino Unido, que compunham os Aliados.

A Rússia afirma ter herdado os direitos e obrigações da União Soviética, que também integrava os Aliados e contribuiu de forma decisiva para a derrota do nazifascismo. E por isso deveria ter sua bandeira no monumento.

O objetivo do abaixo-assinado é hastear a bandeira russa na cerimônia do dia 8 de maio de 2015, quando serão comemorados os 70 anos do fim da Segunda Guerra. A campanha foi divulgada no Facebook oficial da Embaixada da Rússia no Brasil.

Opositores à ideia argumentam que quem integrava os Aliados era a União Soviética, e não a Rússia. Não veem motivo para prestigiar o país hoje presidido por Vladimir Putin.

O Rio receberá a visita de Putin no dia 13 de julho. Ele assistirá à final da Copa do Mundo, no Maracanã, pois o próximo torneio, em 2018, será na Rússia. Após o jogo, Putin segue para Fortaleza, onde ocorre a cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

(Bruno Lupion)

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