FAB diz não ter competência para questionar autoridades sobre uso de aviões
Fernando Rodrigues
A FAB (Força Aérea Brasileira) divulgou nesta 5ª feira (4.jul.2013) nota oficial para se eximir de responsabilidade nos escândalos de uso de jatos oficiais por políticos.
No texto, a FAB explica que os voos podem ser requisitados por motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente da autoridade. Mas afirma que não é competência da tripulação “questionar qualquer autoridade sobre detalhes da missão em andamento”.
A mensagem foi divulgada no Facebook da FAB e enviada, via Twitter, para dezenas de pessoas e veículos de comunicação que questionaram o uso de jatos oficiais.
Podem requisitar aviões o vice-presidente da República, os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal, ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas. O motivo da viagem deve ser informado no ato da solicitação da aeronave.
Nesta semana, reportagem da Folha revelou que o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) usou um avião da FAB para levar a noiva, parentes dela, enteados e um filho ao jogo da seleção no Maracanã no último domingo (30.jun.2013).
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também usou jato da FAB para ir ao casamento do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) em Trancoso, na Bahia. O avião foi de Maceió a Porto Seguro em 15 de junho e, na madrugada do dia seguinte, partiu para Brasília.
Hoje, a Folha revelou que o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho (PMDB), também usou um avião da FAB no último fim de semana para ir ao Rio de Janeiro assistir à final da Copa das Confederações no Maracanã.