Líderes do PMDB, DEM e PSDB contestam Mercadante e dizem que protestos não pedem reforma política
Fernando Rodrigues
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do seu partido na Câmara dos Deputados, reagiu nesta 5ª feira (11.jul.2013) à declaração do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de que o eleitor brasileiro vai ''cobrar caro'' do Congresso se uma reforma política não for realizada com participação popular.
Ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, desta 5ª feira, Mercadante previu ''renovação forte'' no Poder Legislativo na eleição de 2014 caso o Congresso se recuse a melhorar o sistema político. Para ele, a reforma eleitoral foi uma das principais bandeiras dos recentes protestos.
''Eu não ouvi isso das ruas. O que eu ouvi das ruas não foi plebiscito nem reforma política, mas críticas à qualidade dos serviços públicos e falta de priorização dos investimentos públicos'', afirmou Cunha ao Blog. ''Há uma diferença entre o que estamos ouvindo das ruas'', disse.
O líder do Democratas, deputado Ronaldo Caiado (GO), adotou tom semelhante na reação a Mercadante. Em discurso no plenário da Câmara, Caiado afirmou que “o plebiscito já foi feito e o povo disse nas passeatas que quer é uma saúde de qualidade, uma educação que seja compatível para nossos jovens, uma mobilidade urbana”.
Para o democrata, o ministro da Educação está tentando ˜transferir a incompetência do governo para o Congresso˜.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP) disse que ficou ˜muito preocupado” ao ler a entrevista de Mercadante. ''Se ele conduz o MEC com a mesma miopia que tem orientado a Dilma, eu temo pela nossa educação'', afirmou.
Na sua avaliação, os protestos pediram ''saúde, educação, transporte de qualidade e combate à corrupção'' e insistir na proposta de um plebiscito para a reforma política seria uma estratégia para ''deslocar o problema para o Congresso ao invés de fazer uma autocrítica da gestão da presidente''.
''O Congresso está dando respostas concretas. O fim da PEC 37, o arquivamento da cura gay, corrupção está se tornando crime hediondo. Isso é autocrítica, é reconhecer erros e apontar caminhos. Ele não reconhece erros, joga a culpa para o Congresso e tira o foco dos problemas'', diz Sampaio.