Blog do Fernando Rodrigues

Câmara está insatisfeita com o Café Odebrecht

Fernando Rodrigues

ReproduçãoO corte de custos prometido pela presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), parece ter alcançado o cafezinho do plenário. Mas neste caso a economia tem efeito inverso.

Funcionários da lanchonete, administrada pelo Senac, estão indignados com o último lote de café comprado pela Câmara. Dizem que o pó não rende.

Para fazer a mesma quantidade de bebida que um pacote normal, precisam utilizar dois pacotes e meio. “Deve ter serragem aí no meio”, reclamou um dos garçons, sob anonimato.

A marca também intriga: Café Odebrecht. E dá asas a teorias sobre as licitações públicas brasileiras.

Questionada pelo Blog, a poderosa Organização Odebrecht esclarece que não tem nenhuma relação com o Café Odebrecht, produzido no norte do Paraná. Mera coincidência.

Em abril, a Câmara comprou 58 toneladas de café para consumo ao longo de 12 meses. O quilo do pó saiu por R$ 8,75.

(Bruno Lupion)

P.S.1 [23.out.2013]: O Blog apenas redigiu este post com base em conversas corriqueiras ouvidas nas dependências do local onde os deputados tomam café durante as sessões da Câmara.

P.S.2 [23.out.2013]: O Blog desde já esclarece que não teve qualquer intenção de causar danos à empresa. De fato, o blog apenas dá vazão a uma opinião de um garçom local, em tom claramente informal e dentro da liberdade de imprensa. A compra do referido café pela Câmara dos Deputados foi feita por meio de licitação e cumpriu todos os trâmites legais, com a apresentação dos laudos necessários. Tanto é assim que o Blog recebeu em resposta uma mensagem da empresa Odebrecht Comércio e Indústria de Café em 22 de outubro de 2013. O texto vai reproduzido na íntegra, a seguir. Fica aqui também registrado um pedido de desculpas por eventual desconforto que possa ter sido causado pela publicação do texto neste Blog.

''Caros senhores,
Antes de promover a ruína de empresas deveriam comprovar os fatos
Quanto à Câmara:

1 – O café foi vendido sobre certame público, como todos os produtos comprados pelo governo, isto é definido em lei. Se um distribuidor achou bom este preço, estava dentro de suas possibilidades e logística. O repórter deveria saber disto, antes de escrever barbaridades

2 – Todos os lotes entregues são analisados pela câmara no Ital (Instituto de Alimentos de Campinas)

3 – Até o momento não houve uma só discrepância quanto ao café entregue

4 – A empresa produtora produz este produto desde 1.956

5 – A sua reportagem gerou grande prejuízo o que os autores responderão em danos morais e materiais nos tribunais competentes

6 – Quanto ao café ser fraco ou não depende mais de sua confecção do que de sua fabricação, se seguir a receita terá sem dúvida um excelente produto final

7 – As especificações do produto são ditadas pelo edital e conferidas por pessoas competentes de laboratórios idôneos. Sendo que possuímos as cópias dos laudos de todas as entregas na Câmara dos Deputados

8 – Quanto a qualquer tipo de alusão a impurezas cita-se que  a empresa desafia ao repórter a prová-lo, ou assumir os danos pela seu comentário maldoso

9 – A imprensa deveria se ater a fatos relevantes e não a conversas inventadas maldosamente de forma a prejudicar quem dá emprego e recolhe impostos neste país

Solicito a imediata retirada do assunto da internet sob pena de responderem como corresponsáveis por enormes prejuízos causados a uma das principais torrefadoras do Brasil e com mais de 50 anos de existência.

Desde já agradeço

Eng. José Mizael Avelar Odebrecht
Diretor”

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