Blog do Fernando Rodrigues

Ex-delegado em SP não responde; demais citados negam conta no HSBC

Fernando Rodrigues

A reportagem tentou, ao longo da última semana, diversos caminhos para ouvir o delegado Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira. Débora Monte Biltge, advogada que o defende nas ações relativas ao valor de sua aposentadoria, disse que tentaria entrar em contato com ele e que lhe repassaria as perguntas sobre o HSBC da Suíça. Ela, no entanto, não respondeu até a publicação deste texto.

No telefone associado ao nome de Oliveira, atendeu Cláudia Gomes Lima e Oliveira, que se identificou como sua esposa. Ela também informou ao UOL e ao ''Globo'' que repassaria ao delegado o pedido de entrevista sobre o caso SwissLeaks, mas não respondeu no prazo estabelecido. Na ONG SOS Itupararanga foi deixado um recado para Oliveira, e a empresa de segurança Vanguarda informou que o responsável por atender aos jornalistas não estava disponível.

O inspetor aposentado Fernando Henrique Boueri Cavalcante não foi localizado. As assessorias de imprensa da Polícia Civil e do Sindicato dos Policiais Civis informaram não ter nenhum contato do agente. Também não há disponível na internet qualquer referência a endereço ou telefone do servidor.

Por e-mail, o engenheiro Mauro Chagas Bonelli disse que acredita que exista algum equívoco, pois nunca teve conta na Suíça. A Secretaria Municipal de Obras do Rio, por sua vez, informa que Bonelli “está sendo afastado de suas funções de chefia até que os fatos sejam apurados e esclarecidos”.

Murilo Siqueira Junqueira, conselheiro do grupo que administra o aeroporto de Cabo Frio, disse, por telefone, que desconhece qualquer registro em seu nome no HSBC da Suíça. Ele afirmou ainda que a empresa Costa do Sol tem contas nas filiais brasileira e nova-iorquina do banco, nas quais chegou a fazer financiamentos. Apesar disso, Junqueira disse nunca ter sido informado sobre qualquer transação feita em seu nome ou da empresa em que trabalha com a filial suíça da instituição.

Hamilton de Souza Freitas Filho foi procurado por meio do telefone do escritório de advocacia informado no site da Ordem dos Advogados do Brasil. A secretária informou que Hamilton mora atualmente em Portugal e indicou um e-mail de contato. A reportagem enviou perguntas ao longo dos últimos dias, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

OUTRO LADO DO GRUPO OPPORTUNITY
Às 16h30 de domingo (29.mar.2015), a assessoria do Grupo Opportunity enviou nota ao UOL e ao ''Globo'' afirmando ser ''descabida'' a citação de Daniel Dantas e da Opportans na reportagem.

A assessoria diz que a Opportrans adquiriu a concessão do Metrô Rio de Janeiro em 1997, ''10 anos após a alegada abertura da conta no HSBC feita por Hamilton de Souza Freitas Filho''. Abaixo, a íntegra da nota:

''É descabida a citação a Daniel Dantas e ao Opportunity na reportagem ''Ex-delegado da Polícia Civil de SP aparece com US$ 194 milhões no HSBC'', editada em 29/3, já que eles não constam da relação de contas externas do banco. Mais: a Opportrans, empresa privada, adquiriu a concessão do Metrô Rio de Janeiro, em 1997, ou seja, 10 anos após a alegada abertura da conta no HSBC feita por Hamilton de Souza Freitas Filho.

Hamilton Freitas trabalhou, portanto, em várias outras companhias antes da Opportrans e após ter deixado a empresa, em abril de 2002. E essas companhias não tiveram seus nomes citados na matéria.

A Opportrans, sob a gestão indicada pelos fundos do Opportunity, não fez depósitos para seus diretores em contas no exterior.''

Ex-delegado da Polícia Civil de SP aparece com US$ 194 milhões no HSBC

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

O blog está no FacebookTwitter e Google+.