Entenda por que os encrencados da Lava Jato serão pegos na Suíça
Fernando Rodrigues
Há 2 anos os dados bancários suíços são 100% controlados
Há uma profusão de notícias na Operação Lava Jato dando conta de políticos, empresários e lobistas encrencados com contas na Suíça. Se algum centavo do dinheiro depositado for irregular, o correntista será pego. Não tem saída.
O Blog ouviu a seguinte explicação de um grande empresário que tem contas na Suíça:
“Há cerca de dois anos, passou a ser crime na Suíça ter conta bancária não declarada. Quem já havia aberto contas em períodos anteriores pode continuar a usar os recursos em seu próprio benefício, mas não pode negociar nem repassar esses valores”.
“O fato de alguns dos envolvidos na Lava Jato terem contas na Suíça é um crime por si só. Por quê? Pelas seguintes razões: 1) omitiram da Receita Federal e do Banco Centra do Brasil a existência da conta no exterior; 2) os valores não são declarados ao Fisco e estão em desacordo com sua renda e patrimônio”.
“Outro detalhe muito importante: na Suíça não há dúvida quanto à titularidade dos valores depositados, pois toda e qualquer conta lá contém o nome de seu beneficiário final. É a lei local e não há como contornar essa exigência. As contas continuam secretas apenas porque o banco não diz para ninguém –como no Brasil– quem são seus correntistas. Mas se uma autoridade judicial requerer os dados, com base em indícios de crime, os detalhes da conta são fornecidos de maneira completa –da mesma maneira como ocorre no Brasil”.
“Aí chega-se aos políticos. Se um deputado federal, senador ou quem for tiver recebido no exterior algum valor que saiu das contas da Suíça mantidas por esses operadores da Lava Jato, o caminho do dinheiro ficou registrado. O banco na Suíça poderá dizer quais foram todas as contas e os nomes dos correntistas que receberam dinheiro saindo dos bancos de lá”.
“O que pode ser feito agora? Os que fizeram delação premiada precisam apenas dar algum detalhe sobre suas contas na Suíça. No minuto seguinte, com um requerimento formal da Justiça brasileira, todos os dados serão fornecidos prontamente”.
“Políticos que tenham recebido dinheiro de operadores ou terceiros ligados à Lava Jato serão imediatamente identificados pelas autoridades locais da Suíça”.
O Blog conclui: em resumo, se fosse um campeonato de futebol, a Operação Lava Jato estaria ainda numa espécie de fase de grupos, eliminatória. A fase do “mata-mata” para os políticos vai chegar quando os dados dos bancos suíços estiverem disponíveis para a Justiça brasileira.