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Arquivo : Clarence Seedorf

Jogadores de futebol e empresário operaram com offshores da Mossack
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Fernando Rodrigues

Dudu do Palmeiras e empresário Gilmar Veloz estão nos arquivos

Companhias foram criadas quando eles jogavam no exterior

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O estádio Mané Garrincha, em Brasília

Personalidades do mundo do futebol trabalharam com offshores operadas pela Mossack Fonseca. A maioria das companhias foi aberta quando eles atuavam no exterior.

Estão no acervo da firma de advocacia panamenha Mossack Fonseca o atacante do Palmeiras Eduardo Pereira Rodrigues, o Dudu, e o empresário Gilmar Veloz.

Também aparecem nos arquivos os ex-jogadores Roberto Carlos, Clarence Seedorf e Sonny Anderson, além dos pilotos da Fórmula 1 Felipe Massa e Rubens Barrichelo. No caso desses 5, a Mossack Fonseca apenas reteve as cópias de contratos envolvendo direito de imagem. As operações foram legais e eles nunca foram donos de companhias abertas pela Mossack.

A série Panama Papers, que começou a ser publicada no domingo (3.abr.2016), é uma iniciativa do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), organização sem fins lucrativos e com sede em Washington, nos EUA. Os dados foram obtidos pelo jornal Süddeutsche Zeitung. O material está em investigação há cerca de 1 ano. Participam desse trabalho com exclusividade no Brasil o UOL, o jornal “O Estado de S.Paulo” e a RedeTV!.

EMPRESÁRIO GILMAR VELOZ
Gilmar Veloz é um dos principais empresários de jogadores do país. Administra as carreiras do treinador do Corinthians, Tite, e do atacante Alexandre Pato, entre outros.

Ele é ligado à empresa Taliston Financial Corporation, aberta nas Ilhas Virgens Britânicas. Em novembro de 2004, ele aparece como presidente da Taliston. Em novembro de 2009, assina como único diretor da empresa.

veloz-editNo documento, as ações da offshore Taliston são transferidas à Taunus Investment. Essa empresa aparece como diretora ou acionista de várias outras offshores. A Taunus também está relacionada, por exemplo, à offshore Happy Song, do cantor Roberto Carlos.

DUDU
Em maio de 2011, a Mossack abriu a offshore Joelle Marketing Corporation, sediada no Panamá. Em novembro, a firma panamenha emitiu uma procuração de plenos poderes (“power of attorney”, no jargão do mundo offshore) para Eduardo Pereira Rodrigues. A companhia foi desativada em fevereiro de 2015.

O período de funcionamento da Offshore coincide com a temporada internacional de Dudu. Em agosto, ele foi vendido pelo Coritiba para o Dínamo de Kiev, na Ucrânia, por 5 milhões de euros. Ele aparece com um endereço em Kiev, nos documentos. A offshore ficou inativa 1 mês depois que Dudu acertou sua volta para o Brasil, para jogar no Palmeiras.

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Documento da Joelle Marketing

SONNY ANDERSON
O ex-atacante Anderson da Silva, conhecido como Sonny Anderson, fez a carreira praticamente toda na Europa. Hoje tem 45 anos. Ele atuou na Seleção Brasileira de 1997 a 2001. Teve passagens por times da França, da Espanha, da Suíça e do Catar.

Em maio de 2004, Anderson vendeu à offshore Trade Wind, de Hong Kong, seus direitos de imagem para a temporada de 2004/2005, por 1,25 milhão de euros. À época, ele jogava para o Vilarreal, da Espanha. Dias depois, a offshore vendeu os direitos ao clube por 1,3 milhão de euros. No meio da temporada, porém, o atacante se transferiu para o Al Rayyan, do Qatar.

Os documentos da Mossack não esclarecem quem é o proprietário da Trade Wind.

OUTRO LADO
Todos os mencionados nesta reportagem foram procurados, mas a maioria preferiu não se pronunciar ou não respondeu.

A assessoria do jogador Roberto Carlos disse que ele não iria se pronunciar.

Por meio do advogado, Felipe Massa detalhou aspectos da negociação em torno dos direitos de imagem. Ele reafirmou que não houve qualquer irregularidade e esclareceu que o piloto não possui residência fiscal no Brasil desde 2002, estando portanto desobrigado em relação ao pagamento de impostos no país.

Dudu foi contatado por meio da assessoria de imprensa em 3 ocasiões, mas não respondeu.

Gilmar Veloz foi contatado em 3 oportunidades desde o dia 24.mar, mas não respondeu. Ele parou de atender aos telefonemas da reportagem.

Sonny Anderson, que vive fora do Brasil, foi procurado por meio de um irmão que vive em São Paulo, mas o contato não se concretizou. Rubens Barrichello foi procurado em 3 ocasiões desde 24.mar. Não houve resposta.

Saiba como foi feita a série Panama Papers

Leia tudo sobre os Panama Papers

O que é e quando é legal possuir uma empresa offshore

Participam da série Panama Papers no Brasil na investigação sobre esportes os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel, Douglas Pereira e Rodrigo Mattos (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte, Isabela Bonfim e Jamil Chade (de O Estado de S. Paulo).

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