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Classe média dobra na AL em 10 anos
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Fernando Rodrigues

Estudo do Banco Mundial mostra que classe média representa 30% da população regional.

Brasil é responsável por 40% do crescimento da região.

Relatório do Banco Mundial divulgado hoje (13.nov.2012) mostra que a classe média da América Latina e do Caribe cresceu 47,5% na última década. Segundo o relatório, a região registrou 152 milhões de pessoas nessa faixa social em 2009 (cerca de 30% do total) contra 103 milhões em 2003.

O Brasil aparece no trabalho do Banco Mundial como um dos países com melhor desempenho: teve “cerca de 40% do crescimento de classe média na região”, diz comunicado da instituição. Na Colômbia, 54% das pessoas tiveram melhoria em sua situação econômica de 1992 a 2008. E no México, 17% da população ingressou na classe média de 2000 a 2010.

Entre os principais fatores que explicam a ascensão das famílias estão, segundo o comunicado, o aumento do nível de escolaridade dos trabalhadores, o crescimento do emprego no setor formal, o aumento do nº de pessoas vivendo em áreas urbanas e um número maior de mulheres no mercado de trabalho.

O estudo considerou como integrantes da classe média indivíduos que moram em domicílios com renda per capita entre US$10 e US$50 por dia. Mas o trabalho incluiu também dados sobre pessoas com renda per capita diária de US$4 a US$10, os chamados “vulneráveis”, que são 38% da população regional.

O relatório do Banco Mundial (disponível em inglês) também observa que a expansão da classe média não se converteu totalmente, na América Latina e no Caribe, em melhor governabilidade, mercados de crédito mais extensos e maiores gastos em setores sociais, como saúde e educação pública.

“Com a exceção da Argentina e do Brasil, a maioria dos países da região caracteriza-se por uma carga tributária relativamente baixa”, afirma o texto de divulgação do trabalho. “O contrato social fragmentado da região mantém com frequência a adesão da classe média aos serviços privados e com pouca vontade de contribuir para o erário público. Isto, por sua vez, reduz as oportunidades daqueles que continuam pobres de se unir à população recém-ingressa na classe média”.

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