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Toffoli amplia quebra de sigilo de Protógenes
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Fernando Rodrigues

Inquérito apura suspeita de que ex-delegado teria recebido propina para investigar Daniel Dantas

Protógenes diz que Toffoli é “protetor” de Dantas e o desafia a atestar prova usada no processo

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ampliou em 3 anos a quebra do sigilo fiscal do ex-delegado e atual deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP), investigado por supostos desvios durante a Operação Satiagraha, que vasculhou a atuação do banqueiro Daniel Dantas.

Em decisão publicada na última 4ª feira (25.set.2013), Toffoli pede cópias das declarações do Imposto de Renda de Protógenes de 2011 a 2013. O ex-delegado da Polícia Federal, que comandou a Satiagraha, já tivera seu sigilo fiscal quebrado de 2005 a 2008.

O ministro do STF ampliou a quebra do sigilo de Protógenes a pedido da subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio, em parecer de final de abril aprovado pelo seu marido, o ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel.

Além da quebra do sigilo fiscal, que se resume aos dados do Imposto de Renda, Toffoli determinou a quebra do sigilo bancário de Protógones no período de 1.jan.2009 a 30.jun.2013. Os bancos nos quais Protógenes têm conta devem enviar as informações à Procuradoria Geral da República até o próximo dia 25.

A quebra dos sigilos fiscal e bancário também atinge, pelo mesmo período, o delegado aposentado José Zelman, que doou 3 imóveis para Protógenes durante a Operação Satiagraha.

O inquérito 3152 tem como alvo, além de Protógenes, Luiz Roberto Demarco, ex-funcionário de Dantas que se tornou adversário do banqueiro. A investigação apura a suspeita de que o ex-delegado teria recebido propina de Demarco para investigar Dantas.

O pano de fundo do inquérito é a disputa comercial entre Dantas e seus sócios italianos pelo controle da Brasil Telecom, em meados da última década.

A Operação Satiagraha foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça em 2011 devido à participação irregular de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A Brasil Telecom acabou incorporada pela Oi em 2009 que, por sua vez, anunciou ontem (2.out.2013) sua fusão com a Portugal Telecom.

‘Prova falsa’

Ao Blog, Protógenes afirma que a decisão de Dias Toffoli não tem fundamento legal, mas já apresentou voluntariamente ao Supremo as cópias solicitadas de suas declarações de Imposto de Renda para “matar a curiosidade” do ministro.

O ex-delegado diz que o inquérito 3152 se baseia em prova falsa – a suposta apreensão de R$ 280 mil em sua casa, citada no parecer de Gurgel e Sampaio que solicitou ao Supremo a instauração do inquérito. Segundo Protógenes, a referida apreensão nunca ocorreu.

“Eu quero que Dias Toffoli, Roberto Gurgel e Cláudia Sampaio, protetores do banqueiro Daniel Dantas, provem a existência da apreensão desses R$ 280 mil”, diz.

O advogado de Protógenes, Adib Abdouni, solicitou ao Supremo uma certidão judicial que comprove a apreensão da quantia na casa de seu cliente. Em 18.jun.2013, Dias Toffoli determinou a expedição dessa certidão, o que não ocorreu até o momento, diz Abdouni. Segundo ele, há “parcialidade” na condução do processo.

(Bruno Lupion)

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Câmara vota fim da lacuna que encobre execuções policiais
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Fernando Rodrigues

O plenário da Câmara dos Deputados deve votar nesta 3ª ou 4ª feira (16 ou 17.jul.2013) projeto de lei que determina a investigação judicial de todas a mortes provocadas por forças policiais.

O Código de Processo Penal autoriza os policiais a usarem “os meios necessários” para atuar contra um suspeito que resista à prisão, mas não estabelece regras para investigar mortes ocorridas nesse contexto.

Diante dessa lacuna, execuções sumárias provocadas por policiais, em sua maioria nas periferias das grandes cidades, são enquadradas como “autos de resistência” e ficam sem apuração.

O projeto de lei 4471/2012 estabelece que todas as mortes ocorridas durante uma ação policial sejam investigadas da mesma forma que são os crimes praticados por cidadãos comuns.

O texto também estabelece prazo máximo de 10 dias para que a perícia conclua seu laudo e envie uma cópia ao delegado responsável, uma ao Ministério Público e outra à família da vítima.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que o texto será votado ainda nesta semana, antes que o Congresso entre em recesso branco.

O projeto é de autoria dos deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Delegado Protógenes (PC do B-SP), Fabio Trad (PMDB-MS) e Miro Teixeira (PDT-RJ).

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