No Reino Unido, mais de 90% do tempo de leitura de jornais ainda é na versão impressa
Fernando Rodrigues
Estudo da City University, de Londres, lança dúvidas sobre a máxima de que leitores de jornal trocaram as edições impressas pela versão online dos periódicos.
Pelo menos no Reino Unido, 96% do tempo de leitura total dedicado a esses veículos ainda se dá na plataforma papel, segundo artigo divulgado na 4ª feira (7.ago.2013) pelo professor Neil Thurman.
Para calcular o tempo de leitura total, ele multiplicou o número de leitores pelo tempo médio gasto com os periódicos, tanto no papel quando nos sites dos mesmos jornais.
A base da pesquisa são dados de audiência de 12 jornais de abrangência nacional na Inglaterra.
Na somatória das versões impressa e online, o tempo total de leitura está em queda, segundo Thurman. O número de minutos em que olhos de leitores pousaram sobre notícias de jornais, seja no papel ou na internet, encolheu 4% ao ano no período de 2008 a 2011. Segundo ele, a leitura online é mais efêmera e não compensa a queda de leitura no impresso provocada por redução na tiragem.
Entre os veículos pesquisados, apenas o “The Guardian” viu crescer o tempo que seu leitores dedicavam a suas notícias, na soma das duas plataformas. Os outros 11 jornais registraram queda.
Uma falha: Thurman não computou o tempo de leitura em aplicativos dos jornais para tablets ou celulares, cuja utilização vem crescendo nos últimos anos. Para contornar essa falta de dados, estimou que tais dispositivos elevem de 20% a 25% o tempo de leitura online. Segundo ele, insuficiente para compensar a queda de leitura no impresso provocada pela redução das tiragens.
O jornal “The Times” publicou reportagem (reprodução abaixo) em tom positivo sobre a pesquisa. Escreveu que os números podem ajudar a explicar porque Jeff Bezos, o bilionário dono da Amazon, comprou o diário norte-americano “The Washington Post” por US$ 250 milhões na última semana.