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Arquivo : O Apanhador no Campo de Centeio

Jório Dauster, tradutor de “O Apanhador no Campo de Centeio”, é assaltado
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Fernando Rodrigues

Três assaltantes entram na casa do diplomata e o fazem refém em Brasília

Divulgação

O diplomata Jório Dauster, 76 anos, teve sua casa invadida no domingo (2.fev.2014) à noite em Brasília, no Bairro Lago Sul –um dos mais nobres da cidade. Dauster e seu caseiro declararam à polícia ter ficado reféns dos assaltantes por aproximadamente uma hora e meia.

Segundo reportagem do jornal “Correio Braziliense”, o embaixador aposentado reside na QL (Quadra do Lago) número 26, próximo à Ponte JK, que atravessa o Lago Paranoá e liga o bairro ao centro da cidade.

Três assaltantes levaram aparelhos eletrônicos e outros objetos da residência. Dauster e seu caseiro “foram mantidos amordaçados e presos nos braços”. Não houve agressões, diz o “Correio”.

O diplomata Jório Dauster tem uma longa carreira, tanto servindo ao governo brasileiro como também como intelectual. Ele é um dos tradutores para o português do livro “The Catcher in the Rye” (“O Apanhador no Campo de Centeio”, no Brasil), de J. D. Salinger. Quando ainda estava no Itamaraty, ele também foi um dos principais negociadores da dívida externa brasileira há pouco mais de 20 anos, tendo sido o responsável por parte da solução da crise internacional financeira pela qual o país passou naquela época.

Os assaltantes acabaram depois localizados em São Sebastião, uma das cidades satélites de Brasília (ou, como preferem agora os locais, uma das “regiões administrativas” da capital federal).

O assalto faz parte de uma onda de violência pela qual passa Brasília. No domingo, viaturas da PM local ficaram sem combustível por causa de uma falha de repasse de verbas à corporação. Houve 12 assassinatos na cidade no fim de semana. Além do assalto à casa de Jório Dauster, um funcionário da embaixada da França também foi feito refém por bandidos em sua residência.

Segundo dados oficiais, até a última quinta-feira (30.jan.2014), os primeiros 30 dias deste ano contabilizavam 75 mortes violentas em Brasília: 22 homicídios e latrocínios (roubos seguidos de morte) a mais do que o mesmo período do ano anterior. Os policiais brasilienses fizeram nas últimas semanas o que chamam de “operação tartaruga” pois estão reivindicando salários mais altos. O governador local, Agnelo Queiroz (PT), disse que não permitiria que o movimento colocasse em risco a segurança da população, mas até agora não há resultados práticos.

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