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PEN racha e registro é contestado na Justiça
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Fernando Rodrigues

Filiados de 4 Estados pedem que Justiça casse o registro do partido
Divisão da sigla dificulta eventual adesão de Marina Silva

Os ex-presidentes dos diretórios do PEN de Sergipe, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul planejam entrar na Justiça na 3ª feira (1º.out.2013) pedindo que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casse o registro do seu próprio partido

O líder do grupo, conhecido como professor Bosco (foto acima, com microfone), ex-presidente do PEN-SE, afirma que todos os dirigentes locais foram destituídos de forma ilegal pelo presidente nacional do PEN, Adilson Barroso. A legenda, criada em 2012, tem 2 deputados federais e tenta se viabilizar como alternativa para Marina Silva.

Essa divisão interna, com troca de acusações de fisiologismo e nepotismo, devem dificultar a entrada de Marina na legenda, caso a Rede Sustentabilidade fracasse na tentativa de obter registro no TSE.

A lei estabelece como requisito para dissolução de um diretório permanente – caso do PEN de Sergipe – a comprovação de violação do estatuto ou da ética partidária, má gestão financeira ou “grave divergência” entre os membros do diretório, o que não teria sido feito, diz Bosco.

Segundo o ex-presidente do PEN sergipano, Barroso está intervindo nos diretórios estaduais e loteando as Executivas entre políticos locais em troca de apoio e recursos financeiros para se lançar deputado federal em 2014.

Barroso nega. Diz que os ex-presidentes do PEN em Sergipe, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul foram nomeados provisoriamente, pois não cumpriram a meta de coleta de assinaturas para criar o partido em seus Estados. O acordo, diz, era dar a presidência estadual somente para quem cumprisse a meta.

A meta de Sergipe, segundo o presidente do PEN, era coletar 10 mil assinaturas, mas Bosco conseguiu 2.300. “Se o cara não soube nem pegar assinaturas, como vai ser presidente do partido? Pra ter partido precisa cumprir meta, tem que ter competência”, diz.

Sigla familiar. Bosco afirma que Barroso conduz a legenda como se fosse uma extensão da própria família, contrariando a proposta do PEN de ser “diferente dos outros partidos”.

A mulher de Barroso, Rute Oliveira, é secretária-geral da legenda. Seu filho, Fernando de Lima Barroso, é 2º secretário nacional. Seu irmão, Aguinaldo Barroso de Oliveira, é secretário de relações internacionais.

“O partido foi homologado em 19 de julho de 2012, estamos em setembro de 2013 e a Executiva não se conhece, sequer se reuniu. Ele (Adilson) precisa entender que a Executiva tem que funcionar”, diz.

Fisiologismo. O ex-presidente do PEN-SE também acusa Adilson Barroso de interceder para nomear seu irmão, Aguinaldo, a um cargo de confiança na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, apesar de Aguinaldo morar e ser presidente do diretório municipal do PEN em Barrinha, no interior de São Paulo, a 550 quilômetros de Belo Horizonte.

Aguinaldo foi nomeado para o cargo de agente de serviços no gabinete do deputado estadual Fred Costa (PEN) em 31.mai.2012 e acabou exonerado 3 semanas depois, em 22.jun.2013. Segundo Bosco, Aguinaldo ocupou a função por pouco tempo porque a suposta irregularidade começou a ser divulgada entre os filiados da legenda.

Adilson Barroso diz que seu irmão conseguiu o emprego na Assembleia de Minas por conta própria, sem avisá-lo. “Quando soube, mandei tirar ele de lá. Eu não aceito isso”, afirma.

(Bruno Lupion)

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Presidente do PEN quer dar sigla para Marina se ‘Rede’ fracassar
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Fernando Rodrigues

Partido Ecológico Nacional é a mais nova das 30 legendas registradas no país
Líder da sigla diz que fará oferta a Marina no dia 25; ‘Rede’ nega ter plano B

Adilson Barroso (foto), presidente do PEN (Partido Ecológico Nacional), tem uma proposta para Marina Silva caso ela não consiga registrar o Rede Sustentabilidade a tempo de disputar as eleições de 2014. Vai oferecer a presidência nacional do partido que ele levou 5 anos para criar, com recursos próprios, para a ex-senadora montar sua estrutura e se candidatar à Presidência da República.

Barroso afirma que Marina não tem condições de ganhar a eleição em um “partido velho”. Ou é pelo Rede, ou pelo PEN. “Esses partidos velhos estão todos batizados, cheios de corruptos. Caso ela queira um partido novo, sustentável e ecológico, eu passo [a presidência do PEN] para ela”, diz ao Blog.

Ele nunca se reuniu pessoalmente com Marina, mas diz ter conversado com assessores da ex-senadora sobre o assunto. Garante que, se o Rede não for sido criado até o dia 25 de setembro, oferecerá seu partido à ex-senadora.

O Rede, que até hoje (13.set.2013) conseguiu certificar 400 mil das 492 mil assinaturas exigidas para obter o registro na Justiça Eleitoral, afirma que não discute nenhum plano alternativo sobre candidaturas e nega a possibilidade de Marina filiar-se ao PEN.

Bancada. O Partido Ecológico Nacional é o mais novo dos 30 partidos registrados no país – foi criado em junho de 2012. Tem hoje 2 deputados federais – Fernando Francischini, do Paraná, e Nilmar Ruiz, do Tocantins – e conseguiu montar bancadas significativas em alguns Estados. Na Assembleia Legislativa da Paraíba tem 9 deputados, de um total de 36, e a presidência da Casa. No Acre, 7 dos 24 deputados estaduais, inclusive o presidente da Assembleia, são do PEN. O secretário da Justiça do Distrito Federal, Alírio Neto, e 3 deputados distritais também são filiados ao PEN.

Ex-cortador de cana-de-açúcar no interior de São Paulo, Barroso presidiu o diretório paulista do PSC até 2007, quando entrou em choque com outros líderes e abandonou a legenda social-cristã. Criou seu próprio partido e hoje defende a sustentabilidade “na educação, na saúde, na segurança e no meio ambiente”. Para alcançar esse objetivo, escreveu os “10 mandamentos” do PEN. Entre eles: “Seja amigo da natureza”, “Adote pelo menos uma árvore” e “Não esqueça de agradecer a Deus pela perfeição do planeta”.

Indagado sobre o que o Estado deve fazer para garantir a “sustentabilidade na segurança”, Barroso propõe reduzir a maioridade penal e colocar os presidiários para trabalhar em obras pesadas, como linhas férreas e a transposição do Rio São Francisco.

A seguir, trechos da entrevista:

Qual o tamanho do PEN hoje?

Na Paraíba temos 10 [9, segundo o site da Assembleia Legislativa] deputados estaduais, inclusive o presidente da Assembleia Legislativa. São no total 36 deputados lá. Temos 7 deputados estaduais no Acre, de um total de 24, inclusive o presidente da Assembleia. No Distrito Federal temos 5 deputados distritais [3, segundo o site da Câmara Legislativa], além do secretário de Justiça, Alírio Neto. Além disso, temos 2 deputados federais.

Qual a perspectiva do PEN para 2014?

Temos chance de eleger o governador do Amapá, o promotor Moisés [Rivaldo]. Na Paraíba filiamos o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra [ex-PSB]. Na Câmara, nossa previsão é eleger entre 10 e 15 deputados federais em 2014.

O PEN deseja lançar Marina Silva a presidente em 2014 se o Rede não for criado?

Não tenho amizade pessoal com ela nem nunca me reuni com ela. Já sentei com vários assessores dela. Mas eu sempre falei que, se a Marina não montar o partido dela, eu passo a presidência nacional do PEN para ela. Se ela montar a Rede, tem possibilidade do PEN apoiá-la. Mas, se ela não montar, eu vou oferecer tanto a presidência nacional do partido quanto a candidatura à presidência [da República] para ela.

Mas ainda não é a hora, isso a gente vai avaliar mais pra frente. Vou marcar uma reunião com a Marina depois do dia 25 de setembro. Não tem como conversar antes de saber se ela montará ou não o partido dela. Outra opção é o PEN lançar o [senador] Magno Malta [PR-ES], ele mostrou um interesse muito grande.

Quando o sr. espera ter uma definição sobre a candidatura do PEN a presidente da República?

Se Deus quiser, no final do mês [de setembro] vamos ter uma definição. Hoje tenho um time muito forte. E há muita chance de eu passar a presidência nacional do PEN para ela [Marina]. A chance de ela ganhar a presidência em um partido velho é nenhuma. Esses partidos velhos estão todos batizados, cheios de corruptos. O único partido novo, para a teoria nova que ela pregou, é o partido da sustentabilidade, é o PEN. Ela não tem condições de ganhar [a eleição] em um partido velho. Ou é pelo Rede, ou pelo PEN. Mas isso a gente vai conversar a partir do dia 25 [de setembro].

Caso ela queira um partido novo, sustentável e ecológico, eu passo para ela. Eu vou oferecer isso para eles no final do mês. Vou mostrar que tem um partido pronto para aceitá-los, com Marina Silva candidata a presidente da República.

O sr. foi presidente estadual do PSC em São Paulo. Por que decidiu sair e fundar um novo partido?

Antes de mim, o PSC jamais tinha elegido um deputado. Peguei o diretório estadual em 2003, com 20 vereadores, deixei em 2007 com 170 vereadores. E elegi 2 deputados estaduais e 1 deputado federal.

Os que ganharam a eleição de 2006 se juntaram e tomaram a presidência de mim. Em vez de brigar, saí, chamei as lideranças e fui trabalhar a base para fundar um partido. Consegui pela persistência, o trabalho e confiança que tinham em mim.

O PSC é hoje um partido identificado com a igreja evangélica. O PEN caminha nesse sentido?

Os evangélicos começaram a entrar no PSC depois que eu saí do partido. O PSC de São Paulo tinha só um evangélico que ganhou a eleição. E tinha um muçulmano, o Said Murad. Nunca trabalhei em partido com motivação religiosa, mas para defender uma teoria, que é a sustentabilidade. Até gostaria de ser pastor, mas não sou, sou apenas um evangélico que leu a Bíblia e resolveu aceitar Jesus como o único salvador.

O PEN é composto por dezenas e dezenas de deputados estaduais. Enquanto 30% da população é evangélica, nem 10% dos filiados ao partido são evangélicos. Aqui não defendemos religião, defendemos sustentabilidade. Religião cada um tem a sua.

O que significa sustentabilidade para o sr.?

No site do partido temos os 10 mandamentos da sustentabilidade. Todo lixo deve ser reciclado, todo rio deve ter árvores em suas margens, todo ser humano deve respeitar o meio ambiente. Nós defendemos a sustentabilidade na educação, na saúde, na segurança e no meio ambiente.

Como seria a sustentabilidade na segurança?

Evitar o que está acontecendo hoje. Hoje você não consegue andar sem medo de ser assaltado. Fazer o máximo de força na lei para que os bandidos temam a Justiça, temam a pena. Eu acho que o bandido tem medo de trabalhar. Nenhum preso pode ficar sem trabalhar. Eu, por exemplo, cortei cana-de-açúcar até os 20 anos de idade. Como é que um ladrão vai temer a Justiça se é primário, matou um cara, arruma um advogado e talvez não vá nem preso? Como é que vai temer?

Qual a opinião do sr. sobre a redução da maioridade penal?

Eu acho uma maravilha. Na Alemanha é 8 anos, nos Estados Unidos é de 8 a 14. O Brasil precisa reduzir a menoridade [sic] de acordo com o crime que comete. É preciso corrigir, não importa a idade. Defendo a menoridade [sic] a partir dos 14 anos. Se cometeu crime antes, tem que pagar também. Depois, é trabalho pesado, fazer a transposição do rio São Francisco, fazer as linhas férreas que o Brasil precisa. Quem tem que fazer esse serviço mais pesado é quem saiu da linha. E é bom para eles, porque vão poder trabalhar. Trabalhar não é demais para ninguém. Eu não vejo mal nenhum em um bandido trabalhar construindo estrada, e não costurando bolinha na prisão. Ele tem que trabalhar.

(Bruno Lupion)

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Partidário do PEN é “peniano”, diz deputado
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Fernando Rodrigues

O PEN (Partido Ecológico Nacional) é o mais novo partido criado no Brasil –foi formalizado em 19.jun.2012 e se tornou a 30ª legenda do país. Até agora, no entanto, não se sabia ao certo como chamar os seguidores do partido (mesmo porque a sigla não mostrou muito a que veio).

Quem deu a resposta foi o deputado Fernando Francischini, do Paraná, único representante do PEN no Congresso Nacional. Seus correligionários são “penianos”.

Francischini soltou a pérola hoje (6.mar.2013) no plenário ao ver passar o deputado Esperidião Amin, do PP-SC, ex-governador de Santa Catarina e famoso por sua careca. “Governador, me disseram que o sr. vai comandar o PEN em Santa Catarina”, disse o paranaense apertando as mãos de Amin. Em seguida disse o porquê: “Porque o sr. tem uma cabeça com formato peniano!”. E com risada sem graça o catarinense se afastou.

Ou seja: os seguidores do PT são petistas; os do PMDB, peemedebistas; os do PSDB, peessedebistas ou tucanos; e assim por diante.  Os do PEN,  “penianos”.

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