Kátia Abreu fala em abrir dissidência no PSD
Fernando Rodrigues
Senadora de Tocantins diz que essa será a saída se Gilberto Kassab insistir em apoiar PT em Belo Horizonte
A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), uma das fundadoras e entusiastas do partido idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse na tarde de hoje (5.jul.2012) que está se preparando para abrir uma dissidência dentro da legenda.
“Se ocorrer a intervençãoem Belo Horizonte, eu abro a dissidência”, afirmou. Ela se refere à decisão comandada por Gilberto Kassab de forçar a seção de Belo Horizonte do PSD a apoiar a candidatura de Patrus Ananias, do PT, a prefeito da capital mineira.
O PSD estava pronto para apoiar a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB)em Belo Horizonte.Comoo PT e o PSB se desentenderam localmente, Kassab preferiu que seu partido também desembarcasse do projeto de Lacerda.
Ocorre que a preferência do PSDem Belo Horizonteé por Lacerda. Por essa razão deve haver uma intervenção da direção nacional partidária –o que é legal e está previsto no estatuto da legenda, mas é um ato extremo e que sempre provoca reações.
Kassab é o presidente nacional do PSD. Kátia Abreu é a primeira vice-presidente nacional. “Se houver intervençãoem Belo Horizonte, ficará impossível a convivência intrapartidária”, afirma a senadora.
Indagada se poderia sair da legenda, Kátia Abreu negou. Disse que não faz tal tipo de ameaças. Mas que reagirá internamente com uma dissidência formal. “Vou me mobilizar internamente para que seja restaurada a democracia partidária”, declarou.
Opinião do Blog: 1) Kassab queria prestar um favor à direção nacional do PT (sobretudo a Lula), que o ajudou a criar o PSD; 2) é impossível criar uma nova legenda como o PSD e esperar unidade partidária. Essa é uma legenda artificial que vai demorar a ter (se é que terá) uma identidade própria; 3) Kátia Abreu é adversária do PT e não tem como se calar politicamente diante da aproximação do PSD com petistas pelo país afora.
O que vai acontecer? O PSD vai se ajustar aos poucos e alguns quadros ficarão pelo caminho. A posição de Kátia Abreu é minoritária no comando da legenda e está cada vez mais difícil a sua convivência com Kassab.