No Brasil, 28% acham que política é coisa de homem
Fernando Rodrigues
Ainda assim, no ranking das Américas, país é o 2º menos machista na política
Maioria dos brasileiros também aprova gays, negros e deficientes nas eleições.
Universidade dos EUA pesquisou 26 países americanos.
Para 28% dos brasileiros, política é coisa de homem. Esse é o percentual dos que concordaram, em uma pesquisa internacional, com a afirmação de que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres.
Ainda assim, o Brasil é mais favorável à participação das mulheres na política do que a maioria de seus vizinhos.
Recém divulgado pela Universidade de Vanderbilt, nos EUA, o estudo “Barômetro das Américas” mostra que o Brasil é, na região, o 2º país que menos concorda com a superioridade dos homens na política.
De acordo com a pesquisa, o Uruguai é o país que menos concorda com a afirmação (26,6% dos entrevistados concordaram), mas quase empatado numericamente com o Brasil (28%), que vem em seguida. Depois aparecem os EUA (30,1%). Na outra ponta, os países que mais concordam com a afirmação de que os homens são melhores líderes do que as mulheres são Guiana (53,3%), República Dominicana (47,9%) e Haiti (42,1%).
No quadro geral da pesquisa, 48,6% dos entrevistados em 26 países discordam da ideia de que os homens são os melhores líderes. Outros 25,7% discordam fortemente dessa ideia. Os que concordam são 18,6%. E os que concordam fortemente, 7,1%.
Mulheres e corrupção
No Brasil, segundo o estudo, as mulheres também são menos associadas à corrupção na política do que os homens. Para 68,1% dos entrevistados brasileiros, o homem é mais corrupto do que a mulher na política.
Minorias
O Brasil também aparece na pesquisa entre os países mais favoráveis à participação de negros, gays e deficientes na política. A afirmação de que pessoas de pele escura não se saem bem como líderes políticos teve a 3ª menor aprovação entre brasileiros (19,3%). No Uruguai 15,4% concordaram; e em Trinidade e Tobago, 17%.
Sobre o direito de gays disputarem cargos públicos, o Brasil foi o 4º país que mais aprovou a ideia (64,4% de aprovação). Ficou atrás de Canadá (77,8% de aprovação), Uruguai (77,6%) e EUA (73,9%).
O país também foi o 4º que mais aprovou a participação de deficientes nas eleições (83,1% de aprovação). Os mais favoráveis à ideia são EUA e Uruguai (88,8% de concordância em cada um) e Canadá (87%).
Metodologia
A pesquisa “Barômetro das Américas”, do Projeto de Opinião Pública Latino-Americana da Universidade de Vanderbilt, ouviu 41.632 pessoas de 26 países americanos, incluindo Américas do Norte, do Sul e Central. No Brasil foram entrevistadas 1.500 pessoas de 1º.mar.2012 a 18.abr.2012. A margem de erro para os dados referentes ao Brasil é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos (a mesma da maioria dos países pesquisados). A íntegra da pesquisa pode ser acessada aqui.