Planalto segue sem interlocutor político
Fernando Rodrigues
Dilma Rousseff já passou da metade de seu mandato como presidente e até hoje não resolveu o raquitismo de sua interlocução política com o Congresso.
Isso é um problema? Depende. Em momentos como o atual, de alta popularidade presidencial, o Planalto coleta alguns revezes em projetos como os royalties do petróleo (e, em breve, talvez com a lei dos portos). Mas dá para assimilar e ir tocando o barco.
Só que nos salões azul e verde do Congresso o clima de tocaia continua o mesmo de sempre. Num momento de maior dificuldade, Dilma terá uma conta enorme para pagar pela inabilidade dos interlocutores políticos escolhidos até agora.
O Planalto não está nem aí e acha que esse dia nunca vai chegar.
A cadeira de articuladora política é hoje da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. No Congresso, ela é vista como alguém incapaz de entregar o que promete.
Já o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, está afastado do varejo da política partidária.