Aécio e Lindbergh festejam com Paulinho
Fernando Rodrigues
Tucanos, inclusive FHC, acompanharam minuto-a-minuto decisão do TSE sobre o Solidariedade
Novo partido é até o momento a maior vitória de Aécio Neves nesta fase de pré-campanha
Depois que o Tribunal Superior Eleitoral aprovou a criação do Solidariedade na noite de terça-feira (24.set.2013), o deputado federal Paulinho da Força, presidente da nova legenda, foi com seus aliados festejar num restaurante de Brasília, às margens do Lago Paranoá.
Os dois convidados mais ilustres foram os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Ambos cobiçam o apoio de Paulinho e do Solidariedade.
Aécio é possivelmente o maior beneficiário político pelo surgimento da nova sigla. Ele conta com o tempo de TV e rádio do Solidariedade –na faixa dos dois minutos– para fazer sua campanha ao Palácio do Planalto em 2014. Já Lindbergh Farias quer ser candidato a governador do Rio, mas encontra-se num ambiente interditado para alianças, pois o PMDB (do atual governador fluminense, Sérgio Cabral) suga quase todos os partidos disponíveis.
A festa de Paulinho na terça-feira foi no Bar do Alemão, uma franquia do mesmo restaurante que surgiu em São Paulo. Um dos donos do local é Celso Russomanno, ele mesmo, o ex-deputado, ex-quase prefeito de São Paulo em 2012 e hoje apresentador de programas de TV.
A aprovação do registro do Solidariedade na terça-feira pelo TSE teve o seu “momento numerologia”. Segundo a assessoria de Paulinho, a proclamação do resultado favorável ao partido foi às 22 horas e 22 minutos. E havia no auditório 22 deputados federais que dão apoio à legenda e devem se filiar ao SDD –sigla usada no momento para evitar o nome comprido Solidariedade. Mas Paulinho pretende encontrar outra combinação de letras, pois acha essa muito parecida à de inseticidas.
Quando chegou ao Bar do Alemão na última terça-feira, Aécio Neves festejou com Paulinho e disse que muitos dirigentes do PSDB acompanharam a sessão do TSE minuto a minuto, inclusive ele.
Um dos que estava de olho no resultado foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que trocou mensagens pelo celular com Aécio durante a sessão do TSE que criou o Solidariedade.
Houve um pouco de tensão, pois os primeiros 3 votos foram contra o novo partido. Para ser criado, seria necessário ter todos os outros 4 ministros do Tribunal a favor.
Numa das mensagens enviadas por FHC a Aécio, que Paulinho leu no celular do senador, o ex-presidente fazia uma análise: se o ministro Dias Tofolli votasse a favor, o jogo iria virar. E virou. O placar foi 4 a 3, pela criação do Solidariedade.
Só para lembrar, Dias Tofolli foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tem emitido vários sinais de descontentamento com o governo de Dilma Rousseff. Ao ajudar a criar o Solidariedade, Tofolli criou um problema de razoável proporção para o plano de reeleição dilmista.