Prática de fraude em empresas brasileiras cresce 37% em 1 ano
Fernando Rodrigues
Furto de patrimônio físico das companhias é a conduta desleal mais comum
A ocorrência de fraudes em empresas brasileiras aumentou mais que a média mundial no último ano. Pesquisa em escala global recém-divulgada pela Kroll aponta que, no Brasil, 74% dos empresários detectaram pelo menos um caso de fraude em suas companhias no período. No levantamento anterior o índice era de 54% –crescimento de 37%.
No mundo, 70% das empresas declararam ter enfrentado episódios de fraude no último ano, ante 61% do período anterior –aumento de 14%. Houve uma reversão da tendência mundial, que até 2012 era de redução de práticas desleais no mundo corporativo.
A Kroll considera fraude o furto de bens físicos, informação ou propriedade intelectual, a corrupção de agentes públicos, situações envolvendo conflito de interesses, a violação de normas regulatórias ou de compliance e irregularidades em compra e venda de produtos, entre outras condutas.
À exceção dos países africanos, o Brasil é recordista em furto do patrimônio físico da empresa e bens em estoque: 37% dos entrevistados brasileiros detectaram a prática em suas companhias, ante 28% da média global. É a fraude que mais afetou as companhias brasileiras no período.
Em segundo lugar estão situações envolvendo conflito de interesses, vivenciadas por 26% das empresas, e irregularidades em compra e venda de produtos, citada por 23% dos empresários (imagem abaixo).
A sensação de exposição a fraudes também aumentou: 86% dos empresários brasileiros disseram que suas companhias enfrentavam risco de fraudes, ante 74% do ano anterior.
Os principais motivos na escalada dessa percepção são a alta rotatividade de funcionários, potencializada por fusões e aquisições de empresas, e a fragilidade dos sistemas de tecnologia da informação, que favorecem roubo de dados bancários e compras indevidas com cartões de crédito.
Apesar de os dados apontarem que o furto de patrimônio físico é a fraude mais comum nas companhias brasileiras, os empresários entrevistados mencionaram a corrupção de agentes públicos como o maior risco de prática desleal no mundo corporativo, citada por 93% deles.
A Kroll consultou mais de 200 empresários no país, equivalente a 28% da amostragem global da pesquisa.